Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

Tradutor:

Mostrando postagens com marcador turismo adaptado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador turismo adaptado. Mostrar todas as postagens

sábado, 1 de maio de 2010

Entrevista: Ricardo Shimosakai – Acessibilidade no Turismo Brasileiro

Turismólogo e cadeirante, Ricardo Shimosakai dedica-se à acessibilidade no turismo brasileiro. Confira o que pensa sobre a questão no Brasil e no mundo e suas expectativas para 2014.

1. Sabemos que você é turismólogo. Como surgiu o seu interesse por Turismo?
Depois do tiro que levei num sequestro relâmpago em 2001, duas das coisas de que mais senti falta foram meus passeios e minhas viagens. Então comecei a pensar nas alternativas para voltar à minha rotina de uma pessoa acostumada a sair e conhecer novos lugares. Depois fui perceber que isso não era um desejo somente meu, e comecei a trabalhar nesse campo visualizando uma oportunidade de mercado e um modo de auxiliar meus colegas com deficiência. Decidi me aprofundar e ingressei no curso de Turismo, no qual sou formado, além de buscar conhecimento atualizado sobre todos os tipos de deficiência.
2. Como turista, o que mudou para você com a deficiência física, da escolha do destino ao decorrer da viagem?
Comecei a prestar mais atenção na acessibilidade, porém sem me privar de visitar um local pela falta deste item. Desenvolvi habilidades para me virar em casos de dificuldade, como por exemplo tomar banho num hotel em que não há maneira de acessar o chuveiro por conta do box apertado. Então aprendi a tomar banho de canequinha, ou mesmo utilizando uma toalha úmida, método popularmente conhecido como "banho-de-gato". Mas isso não é o correto, pois a deficiência não está em nós, e sim no estabelecimento, que não está preparado para nos receber de maneira adequada. Perdemos muito tempo também, pois enquanto uma pessoa consegue entrar num estabelecimento com facilidade, geralmente precisamos ficar à procura de como acessá-lo, quando isso é possível. No começo, fui auxiliado. Viajei com a família, com colegas, mas depois fui buscar minha independência e passei a viajar sozinho. Passei por diversas dificuldades que me fizeram amadurecer como pessoa e como turista, como por exemplo perceber que centros de informações turísticas dificilmente sabem nos informar sobre a acessibilidade dos locais turísticos, por isso passei a procurar essas informações antes de realizar a viagem. Ironicamente, como as dificuldades são maiores do que antes, o prazer de depois ter conseguido superá-las também é maior.

3. Qual foi a melhor experiência turística (incluída a questão da acessibilidade) que você já vivenciou no Brasil?
Apesar de cada lugar ter sua característica particular, a minha melhor experiência turística no Brasil até hoje – por diversos fatores, incluindo a acessibilidade – se deu em Curitiba. Foi o primeiro destino para o qual fiz uma viagem sozinho após me tornar uma pessoa com deficiência. A questão do transporte é bastante facilitada, com ônibus equipados com elevadores veiculares, as estações-tubo, além das linhas de ônibus turístico (conhecido como Jardineira), todos contemplando a acessibilidade. O Jardim Botânico, a Rua 24 Horas, a Ópera de Arame e o Parque Tanguá, entre outros, eram possíveis de visitação, apesar das falhas de acessibilidade aparentes numa avaliação mais rigorosa. Por essas e outras razões, Curitiba era considerada a cidade modelo brasileira.

4. Que outras cidades / destinos brasileiros estão bem estruturados, são acessíveis, e você indicaria a colegas?
É dificil dizer que existe um destino acessível no Brasil. Portanto comecei a trabalhar preparando pacotes turísticos em que todos os locais e as atividades propostos são acessíveis. Preparamos Bonito, Foz do Iguaçu, Pantanal e Itacaré neste formato, e já estamos trabalhando para deixar Rio de Janeiro, Porto de Galinhas, Fernando de Noronha e Manaus nas mesmas condições. Mas, para que a viagem atinja uma total satisfação, realizamos uma conversa com o turista com deficiência para conhecer melhor quais são suas dificuldades, pois cada pessoa com deficiência possui necessidades diferentes, que às vezes são mais do que questões de acessibilidade, mas sim da forma como ele será atendido. Por exemplo, um rapaz que foi viajar sozinho a Itacaré não possuía os braços e tinha pernas muito curtas, então colocamos uma pessoa para auxiliá-lo no banho, na troca de roupas e na alimentação. Na verdade, qualquer destino é viável, dependendo do perfil da pessoa com deficiência.

5. Melhorias e adaptações em hotéis e atrações turísticas visando a acessibilidade podem ser vistas como um investimento? Por quê?
Pessoas com deficiência geralmente viajam acompanhadas, e se o local não possui acessibilidade, provavelmente está deixando de receber não só pessoas com deficiência mas também seus acompanhantes. Sem contar que a acessibilidade é um item procurado pela terceira idade, segmento que tem ganhado força no turismo nos últimos anos. A acessibilidade pode ser traduzida como conforto, pois rampas, elevadores, barras e outros itens, além de atender a todos, também são facilitadores para qualquer pessoa. Alguns equipamentos, como áudio-guias em museus, servem como uma orientação mais detalhada para qualquer pessoa, além de que o mesmo aparelho utilizado poder conter recursos de áudio-descrição para cegos, criando assim um serviço que agrada a todos e, ao mesmo tempo, pratica a inclusão. Além disso, valoriza a imagem do estabelecimento perante a sociedade, pois empresas que se preocupam com o lado social são muito mais valorizadas pelo consumidor. Há relatos comprovados de empresários que investiram em questões de acessibilidade e inclusão e que hoje em dia estão tendo um retorno devido à atitude tomada.
6. Que estádios você já visitou na condição de deficiente físico? Como foram estas experiências?
Visitei Morumbi e Pacaembu (em São Paulo) e a Vila Belmiro, em Santos. No exterior, conheci o estádio do Barcelona. Para assistir a um jogo, somente o Morumbi; os outros foram visitações turísticas. No Morumbi, estacionei meu carro em vaga reservada no interior do estádio, depois entrei por um acesso diferenciado com outros dois colegas. Não fiquei na área acessível, pois acompanhei meus colegas na arquibancada e fiquei num corredor frontal.

7. O que é essencial para um estádio ser acessível?
O essencial para pessoas com deficiência física são rampas ou elevadores, dependendo da estrutura arquitetônica, instalações sanitárias, circulação com rotas acessíveis e sinalização adequada, além do espaço onde a pessoa com deficiência física assistirá ao jogo. Um serviço de apoio é recomendado pela FIFA, para que todas as pessoas com deficiência possam ser atendidas. Mapas táteis do estádio, sinalização em braille e pisos táteis são itens importantes para quem tem uma deficiência visual. Pessoas treinadas para interpretar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o recurso mais importante para pessoas com deficiência auditiva – que, apesar de ser utilizada somente no Brasil, possui semelhanças com outras línguas estrangeiras de sinais. Além disso, julgo importante que as informações dos recursos de acessibilidade sejam divulgadas na comunidade de pessoas com deficiência, para estimular a ida aos estádios de quem ainda tem dúvidas.

8. Além de ter estádios acessíveis, quais são os principais pontos onde o Brasil poderá investir para realizar uma Copa acessível?
Além dos estádios, toda a infraestrutura das cidades também deve ser pensada sob a ótica da acessibilidade. Pois o evento influenciará outras questões como os transportes aéreo e rodoviário, hotelaria, informação, além da visitação turística nos atrativos de cada sede. As pessoas geralmente vêm assistir somente aos jogos do time de seu país de origem, e não necessariamente a todos. Então, nessa logística, ficam sobrando espaços de tempo, que serão preenchidos para visitação local. Alguns também usam a oportunidade para visitar a cidade modificada para o grande evento, e nem chegam a ir aos estádios, assistindo de fora deles nas Fan Fests ou mesmo somente para sentir o clima festivo. Então outros serviços e locais como bares e restaurantes, praias, além de toda a cadeia do comércio, serão influenciados. Produzindo nossos destinos como locais acessíveis, seja gerada uma divulgação espontânea dos próprios visitantes, que retornarão aos seus locais de origem e passarão suas impressões aos seus conhecidos. Mas deve-se prestar atenção em todos os tipos de deficiência, e trazer experiências de sucesso como o projeto do Bayer 04 Leverkusen da Alemanha, realizado no Brasil pela Freeway com o nome de Projeto Ver-o-gol, em que pessoas cegas foram levadas ao estádio para assistir a um jogo de futebol por meio da técnica da áudiodescrição, com a narração em tempo real diferenciada, com detalhes do que se passa no jogo. A FIFA reforça as orientações quanto à segurança nos estádios, como procedimentos e equipamentos para evacuação do local em caso de emergência. Também são feitas recomendações técnicas para que a visão do campo do local onde pessoas usuárias de cadeira de rodas irão se posicionar não seja obstruída por outros espectadores, mesmo nos momentos de comemoração, em que todos estarão saltando e agitando suas bandeiras. Também é citado que se deve prover acesso a todos os locais, para que a pessoas com deficiência possam desfrutar das mesmas oportunidades de uma pessoa não deficiente.

9. Que outros países o Brasil poderia tomar como exemplo para fundamentar suas ações visando a acessibilidade no turismo? Por quê?
Barcelona, quando foi escolhida para sediar as Olimpíadas e consequentemente as Paraolimpíadas de 1992, realizou uma grande reforma na cidade, incluindo as questões de acessibilidade. As calçadas são muito boas, com rebaixamento de guias em grande parte da cidade, além de museus e praias acessíveis, entre outros atrativos que prezam a inclusão, de modo que a cidade espanhola se tornou uma referência mundial em acessibilidade. A Disney, em Orlando (EUA), tem brinquedos em que você pode entrar com a própria cadeira, sistemas de operacionalização para entrada facilitada nos mesmos, guias impressos indicando essas facilidades, transporte e hospedagem acessíveis em todo o complexo. Na França, uma organização chamada Tourisme & Handicap trabalha em conjunto com o equivalente ao Ministério do Turismo Francês, para orientar e viabilizar diversos pontos em relação à acessibilidade e à inclusão no turismo, fundamentais para que se tenha um resultado de qualidade. A Argentina tem um projeto de acessibilidade em San Martín de Los Andes, uma cidade de campo onde também há uma estação de esqui chamada Chapelco, com atividades de esqui na neve adaptado. Todos os ônibus e os principais atrativos de Londres são acessíveis, dando condições para uma visitação satisfatória.
10. Acha que o turismo pode ser considerado uma ferramenta de inclusão? E o esporte?
O turismo e o esporte podem ser considerados como uma ferramenta de inclusão, não somente a pessoas com deficiência, mas a todas as pessoas. Isto se dá principalmente pelo fator de socialização, já que podemos, numa atividade turística ou esportiva, conhecer outras pessoas e conversar de uma maneira agradável, por se tratar de um contexto de descontração. Focando um pouco mais nas pessoas com deficiência, muitas delas precisam de incentivos, principalmente aquelas que adquirem uma deficiência sem nenhum aviso e que passam por momentos de depressão. Além disso, quando uma pessoa passeia ou viaja está realizando uma atividade física e adquirindo cultura e conhecimento. Então este é um ciclo ativo composto por atividades de socialização, exercícios e ganho de conhecimento. O turismo e o esporte geralmente são atividades realizadas espontaneamente, então há neles um apelo muito mais eficaz para inserir uma pessoa deslocada no contexto ativo da sociedade, para que se sinta incluída.
11. Pratica algum esporte? Qual?
No final de minha reabilitação, comecei a fazer hidroterapia e me puxaram para a natação. Mas não achei legal, uma questão de gosto. Então comecei a praticar tênis de mesa, o que me ajudou imensamente. Além da parte física, que me auxiliava com força, resistência e equilíbrio, também recebia conselhos de colegas que tinham mais tempo de lesão, e, em competições realizadas fora de São Paulo, aprendia questões de independência, além de me socializar com diversas outras pessoas. No final, isso tinha um efeito psicológico enorme, o qual julgo o maior benefício. Depois parei com o tênis de mesa devido ao estudo e ao trabalho, retomei atividades físicas em academia, e atualmente estava me exercitando com uma hanbike, bicicleta adaptada em forma de triciclo. Além disso, realizo atividades de aventura, como paraquedas, mergulho, tirolesa, rafting, paraglider e rapel, entre outros. Também estou sempre ativo, saio para exposições, teatros, cinemas, eventos, restaurantes e vida noturna, atividades que me ajudam a exercitar o físico e o psicológico.

12. Gosta de futebol? Para que time torce?
Tem algum jogo/lance/gol inesquecível? Se sim, por quê?Sim, gosto bastante de futebol e torço para o São Paulo. Não sou fanático, porém sempre acompanho. Momento inesquecível no futebol foi a final de 1994 contra a Itália. Foi a primeira vez em que presenciei o Brasil ser campeão, além de ser uma final decidida nos pênaltis, o que acho muito mais tenso e emocionante, pois ali acaba o trabalho de uma equipe e prevalece a habilidade individual de cada jogador que irá fazer a cobrança e do goleiro, a quem cabe a defesa.

13. Pretende torcer bastante pelo Brasil na Copa de 2010? Onde pensa em assistir aos jogos da seleção?
Certamente, além de mim, milhares de outras pessoas no Brasil e também do exterior, pois nosso país é muito querido, principalmente no futebol, pelo qual é muito respeitado. É o único evento que consegue parar o país inteiro. Penso em reunir colegas para assistir em algum bar ou restaurante, ou então me dirigir a espaços onde haverá um telão ou diversas TVs para assistir junto de outras pessoas, pois nessa hora somos todos um só time e é uma oportunidade de conhecer mais pessoas num grande ambiente de socialização.

14. Como acha que a Copa de 2014 pode impulsionar e melhorar o turismo no Brasil, inclusive o turismo acessível?
O grande benefício de um evento internacional desse porte será a exposição. Apesar do foco ser a competição, ela será disputada em 12 cidades diferentes. Geralmente a mídia não mostra somente os jogos, mas também diversas outras informações das cidades onde serão disputadas as partidas, além de informações gerais sobre o país. Então, se a imagem que conseguirmos passar para o resto do mundo for positiva, isso será um grande benefício; porém o contrário também pode ser um grande prejuízo. Fazer a implantação de acessibilidade de forma correta não é só cumprir com obrigações exigidas pela FIFA, mas demonstrar que nosso país tem uma consciência social de inclusão, um fator muito valorizado pela sociedade mundial. Se os investimentos em acessibilidade forem aplicados além dos estádios, valorizando o transporte, vias públicas, sinalização, comércio e outros itens que fazem parte da cadeia produtiva desse evento, o retorno será inevitável. Posso afirmar que tanto turistas locais como estrangeiros com deficiência têm grande interesse em visitar as cidades-sedes numa proposta turística.

Ricardo Shimosakai mantém o blog Turismo Adaptado (http://www.turismoadaptado.zip.net/).


(turismo adaptado)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Saiba como Socorro (SP) e outras cidades brasileiras promovem a acessibilidade no turismo

De acordo com o Censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência ou incapacidade – cerca de 14,5% da população brasileira.

Pensando na questão da acessibilidade no turismo, uma parceria entre o Ministério do Turismo e entidades como a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape) foi firmada para a execução do projeto Sensibilização para o Turismo Acessível, desenvolvido no município de Socorro, em São Paulo.

Um cadeirante passeia de charrete em Socorro, SP

Por conta disto, Socorro é hoje exemplo nacional de turismo acessível, já que a proposta, lançada oficialmente em maio do ano passado e pioneira no País, resultou num roteiro que interliga dez pontos turísticos acessíveis a turistas com deficiências na região central da cidade paulista.

Aventura para todos
Conhecida pelo turismo de aventura, a estância hidromineral de Socorro, localizada na região do Circuito das Águas Paulista, passou a oferecer modalidades esportivas completamente adaptadas – desde práticas mais tradicionais, como caminhada de curta duração, cavalgada, escalada, passeio de charrete e quadriciclo, até mais radicais (como arvorismo, rafting, rapel, bóia-cross, canoagem e pêndulo) e curiosas – acqua-ride, tombonágua e fora de estrada.

No Horto Municipal, cadeirantes praticam tirolesa, enquanto o Jardim Aromático para cegos se traduz num desafio aos sentidos.

As atividades seguem o gosto do aventureiro – podem ser desempenhadas na terra, na água ou no ar – e se dividem naquelas que podem ser praticadas normalmente, com adaptação mínima e monitores; que requerem uso de equipamentos adaptados; e que são restritas a um ou outro tipo de deficiência. Há diversão de sobra, a escolher.

Sem contar que a cidade coleciona pontos turísticos, dos quais os mais conhecidos são o Mirante do Cristo, o Parque dos Sonhos, os Portais Colonial e Lions e o Centro Histórico e Comercial, todos adaptados, inclusive com semáforos sonoros.

Equipes especializadas transportam pessoas com deficiência em trilhas de Socorro
O destino-modelo em Aventura Especial no Brasil recebeu, de 2006 a 2008, por meio do projeto Socorro Acessível, R$ 1,73 milhão em obras de infraestrutura turística, cursos de qualificação profissional para o atendimento a turistas com deficiências físicas e/ou motoras, além de adaptações em passeios, equipamentos e edificações públicas, seguindo a norma brasileira de acessibilidade nº 9050/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A iniciativa implementada em Socorro promove o mapeamento da acessibilidade turística e a qualificação do receptivo turístico local para atender de modo adequado a pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida. E, também, visa propor e divulgar roteiros adaptados em diferentes segmentos turísticos, tais como turismo cultural, ecoturismo e turismo de aventura. Também fizeram parte deste processo a Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) e o Instituto Casa Brasil de Cultura (ICBC).

As obras realizadas são fruto de propostas compartilhadas pelo governo federal, prefeituras, Estados, iniciativa privada e sociedade civil organizada. “São políticas de Estado que pensam o Brasil do presente e do futuro, por meio da democratização do acesso ao turismo”, definiu o ministro do Turismo, Luiz Barretto.

Segundo Michael Golo, chefe da Divisão de Turismo da Prefeitura Municipal da Estância de Socorro, desde que se iniciou a implantação dos projetos de acessibilidade houve um incremento de 30% no número de turistas em geral. “A iniciativa gerou muita mídia espontânea, fazendo com que aumentasse o fluxo no destino”, afirmou Golo. “Em breve daremos início à segunda fase do projeto, pela qual outros pontos turísticos e logradouros públicos serão adaptados e mais mão-de-obra e atividades de aventura serão capacitadas.”

Capital e litoral sul de São Paulo também se mobilizam pelo turismo acessível
O Estado de São Paulo foi o primeiro no País a criar a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, dedicada à inclusão deste público. Entre suas iniciativas mais recentes está o Programa Praia Acessível, lançado em fevereiro deste ano nas cidades litorâneas de Praia Grande, Santos e Ilhabela para garantir pleno acesso das pessoas com deficiência às suas praias.

Rafting em Socorro

Em abril, foram contempladas também as cidades de Guarujá e Bertioga; a próxima a receber cadeiras de roda anfíbias é São Sebastião.

Outra medida que beneficiará os turistas com deficiência que visitarem São Paulo é um Guia de Serviços com a acessibilidade da rede de atendimento ao longo das principais estradas paulistas, previsto para 2010. O objetivo da publicação é oferecer ao público com deficiência informações úteis, como as opções de serviços com condições de acessibilidade, o que ajudará no planejamento das viagens pelo Estado.

Na capital paulista, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida disponibiliza há um ano o serviço Táxi Acessível. Os resultados são positivos: a cooperativa com maior número de carros em circulação (16) já recebe cerca de mil solicitações de corridas por mês. Para o secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marcos Belizário, o serviço tem potencial para ser expandido: “As pessoas com deficiência estão buscando cada vez mais a sua autonomia. A cidade conta hoje com mais de 3,9 mil ônibus adaptados, além dos 35 táxis acessíveis.”

Os veículos adaptados têm identificação visual própria e os motoristas receberam treinamento para lidar com os equipamentos (plataforma elevatória e sistemas de fixação da cadeira de rodas) e auxiliar os passageiros. Os carros são equipados conforme as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito. O valor das tarifas do Táxi Acessível é idêntico ao cobrado pelos carros convencionais, e o usuário pode solicitar o serviço por meio das Centrais de Operação cadastradas.

Iniciativas acessíveis se espalham pelo País unindo turismo, lazer e esporte
Ações que promovem a inclusão deste público vêm surgindo pelo Brasil, como a Jangada Acessível, implantada recentemente em Maceió. Na capital de Alagoas, até dois deficientes físicos com cadeira de rodas, junto de seus acompanhantes, podem navegar na jangada acessível, que possui 1,90 metro de comprimento e 2,50 metros de largura. A Secretaria Municipal de Promoção do Turismo (Semptur), a Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) e a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal) são as responsáveis pelo projeto pioneiro no País.

No Rio de Janeiro, o Instituto AdaptSurf, criado em 2007, promove Oficinas de Surf Adaptado, que permitem a vivência e a prática do surf para pessoas com deficiência. Sob orientação de fisioterapeutas, professores de educação física e instrutores, além de estagiários e voluntários, as aulas são oferecidas gratuitamente a todos os interessados e realizadas individualmente ou em pequenas turmas e divididas em diferentes dias e turnos, no Posto 2 da Barra da Tijuca e no Posto 11 do Leblon. Abrangem o ensino da técnica, noções de oceanografia e educação ambiental, adaptação ao meio líquido e ao ambiente de praia. Os alunos recebem ainda material didático de apoio, uniforme e certificado. O instituto carioca também promove o treinamento de atletas, que recebem acompanhamento de atletas já adaptados para que possam participar de competições nacionais e internacionais.

Socorro é destino-modelo em Aventura Especial no Brasil

Situada no litoral sul de Pernambuco, Porto de Galinhas conta desde 1995 com o trabalho da Associação Rodas da Liberdade, que, por meio do voluntariado, dedica-se a pessoas com deficiências e de baixa renda. Um de seus objetivos é criar ligação entre o esporte e o lazer, promovendo eventos de integração, atividades e palestras. Entre os serviços, há mergulho e esqui aquático adaptados. Ao mergulhar, os turistas podem flutuar pelas piscinas naturais e conhecer as belezas submersas de Porto de Galinhas. Michel Peneveyre, presidente da Rodas da Liberdade e tetraplégico, contou com a AICÁ Diving, empresa de mergulho local, para desenvolver a atividade.

Fonte..:: Ministério do Turismo – Copa 2014

(turismo adaptado, ecoturismo)

domingo, 18 de abril de 2010

Acessibilidade: Garantia de inclusão e respeito ao cidadão

As leis sobre a acessibilidade visam garantir a inclusão social de portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida. Seu cumprimento integral depende da identificação das peculiaridades do município e quais as ações necessárias devem ser executadas, prevenindo prováveis brechas existentes. Pouca divulgação e escassas ações de conscientização motivam a falta de educação de parte da sociedade e atrasam a evolução da cidadania.

O termo “acessibilidade” é definido no dicionário como um substantivo que denota a qualidade de ser acessível. Em nosso cotidiano, este substantivo está presente em diversas situações. Ao estar lendo esta reportagem, por exemplo, você se depara com ele – na internet, o termo refere-se a recomendações do W3C (Wolrd Wide Web Consortium – www), que visam permitir que todos possam ter acesso aos web sites.

Mas a acessibilidade também está em nossa vida no simples ato de ir e vir. Ato este muitas vezes privado de parte da sociedade brasileira, principalmente a camada composta por idosos, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo, portadores necessidades especiais (física permanente ou temporária, auditiva, visual, mental ou múltipla), obesos e pessoas com estatura abaixo ou acima da média convencional.

(turismo adaptado)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Turismo adaptado é tema de livro

Lançamento acontecerá entre os dias 15 e 18 de abril no Centro de Exposições Imigrantes
Dadá Moreira, um dos responsáveis pelo atual foco da Adventure Sports Fair na questão da acessibilidade, lançará o livro Turismo de Aventura Especial: História do Turismo de Aventura Adaptado na feira Reatech (Feira Internacional de Tecnologias de Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade), que acontecerá entre os dias 15 e 18 de abril no Centro de Exposições Imigrantes.

Na obra, Dadá conta como a superação de limites em contato com a natureza tornou-se o principal meio de reintegração social e reabilitação na luta contra sua deficiência e como “Aventura Especial”, mais que o nome da ONG, passou a denominar um novo segmento turístico, hoje tido pelas políticas do Ministério do Turismo como prioritário para o desenvolvimento e promoção nacional e internacional. Na segunda parte, traz um guia ensinando como atender e adaptar as atividades de aventura.

Desde sua primeira edição a Adventure Sports Fair se preocupa com a inclusão de pessoas com deficiência nos esportes de aventura. Em 2005 conheceu o trabalho da ONG Aventura Especial e, desde então, apóia seu projeto de acessibilidade.

No último ano, a feira realizou diversas ações para facilitar a visitação de deficientes, tais como entrada preferencial, bilheterias com balcões mais baixos para cadeirantes, mesas apropriadas na praça de alimentação, banheiros adaptados, vagas reservadas no estacionamento, telefones acessíveis, serviço de táxi adaptado e intérpretes de libras em horários determinados. Além disso, piso tátil alerta/direcional foi utilizado para indicar a presença de mapas táteis.

O evento contou, também, com sinalizações em braile, mostra de equipamentos apropriados, como telefones para surdos (TPS) e despertadores, e áreas às ONGs relacionadas ao tema. Por fim, houve a adaptação de algumas atividades, criando a tirolesa acessível, o caminho de trilha para cadeirantes, os passeios de charrete e bike adaptados e o sorteio de curso de navegação para treking.

Mais informações sobre a ONG no site http://www.aventuraespecial.org.br/
Fonte..:: Adventure Fair
(turismo adaptado)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Turismo Adaptado: Maceió ganha a primeira Jangada Acessível do Brasil

A jangada acessível tem 1,90 de comprimento e 2,50 de largura e pode comportar até dois deficientes físicos com a cadeira de rodas, com acompanhante.

A primeira jangada acessível do Brasil partiu para o mar da Pajuçara nesta quarta-feira (dia 3), às 11h, rumo às piscinas naturais. A bordo da embarcação, os alagoanos Luiz Cavalcante e José Batista, cadeirantes que, pela primeira vez, tiveram a oportunidade de conhecer o maior cartão postal da capital alagoana, com segurança e conforto.

Jangada acessível é a primeira do país Foto..:: Semptur.

“Estou emocionado em conhecer as piscinas naturais, e mais ainda porque os portadores de necessidades especiais agora contam com uma jangada adaptada para acesso ao lazer”, explicou Batista.

O projeto da Jangada Acessível, desenvolvido pelo o arquiteto Jorge Luiz, foi idealizado dentro da disciplina de Ergonomia, que disponibiliza ferramentas metodológicas para o desenvolvimento do projeto, que também conta com apoio logístico da Secretaria Municipal de Promoção do Turismo (Semptur), da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) e da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal).

O presidente da Adefal, Luiz Carlos Santana, considerou que o projeto é uma conquista de cidadania. “As piscinas naturais são conhecidas nacionalmente, e agora, com esse equipamento, tornam-se acessíveis também para os portadores de necessidades especiais, que têm mais essa opção de lazer”, disse Luiz Carlos. Segundo ele, o apoio da Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, foi essencial para dar o suporte legal ao projeto. “Nossa próxima tarefa é conseguir novos parceiros para construir mais três jangadas”, disse ele.

A turista carioca Luiza Cantuário, que fazia o passeio às piscinas pela terceira vez com seus filhos, considerou o projeto da jangada fantástico. “Quando chegar ao Rio de Janeiro, vou mostrar fotos da jangada acessível de Maceió na escola. Seria ótimo que na minha cidade também tivesse uma jangada assim para democratizar o lazer”, disse Luíza.

Foi o pescador e carpinteiro Sidney Cícero da Silva, conhecido como Dinho, quem construiu a jangada, e ele levou a família para conferir o resultado. “Antes, muitos deficientes tinham medo de fazer o passeio. Em alguns casos era preciso amarrar a cadeira no barco. Agora eles fazem o passeio na sua própria cadeira, com segurança”, diz ele.

Para a secretária Claudia Pessôa, da Semptur, a jangada acessível é uma conquista para os portadores de necessidades especiais. “Estão de parabéns todos os que contribuíram com esse projeto, pelo sucesso da jangada acessível, que foi noticia até em sites nos EUA”, disse ela.
A jangada acessível tem 1,90 de comprimento e 2,50 de largura e pode comportar até dois deficientes físicos com a cadeira de rodas, com acompanhante. Na construção da jangada foram utilizadas as madeiras de pequi, jaqueira, maçaranduba e igapó.

Fonte..:: Prefeitura de Maceió / Ecoviagem

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Turismo Adaptado: Cadeirantes aprovam Passarela na Praia de Santos / SP


Acesso ao mar com independência. Essa foi a sensação das pessoas com deficiência física que acompanharam, na quarta-feira (20), a inauguração da passarela, localizada junto ao Canal 3, que facilita a ida do calçadão até a beira d´água.

A entrega da obra faz parte das comemorações de aniversário de 464 anos da cidade, e contou com a presença do prefeito João Paulo Tavares Papa, de outras autoridades e da população.

Instalada pela prefeitura, por meio da Seserp (Secretaria de Serviços Públicos), a passarela de 80 metros de extensão, que vai do passeio interno da orla até a ponte em arco, é feita com dormentes de madeira descartados e doados pela Codesp. Cortados ao meio, foram fixados na areia com estacas de madeira e travados com cabos de aço revestidos de plástico entre a guia de pedra construída e a mureta do canal.

Em Santos são cerca de 50 mil deficientes, sendo 15 mil com deficiência física ou mobilidade reduzida, segundo dados da Code (Coordenadoria de Políticas para Pessoas com Deficiência).

Diante da aprovação dos cadeirantes presentes, o prefeito anunciou a construção de uma passarela em cada canal, com previsão de término em dois meses, que beneficiará ainda os idosos e até o deslocamento dos carrinhos de bebê. “Uma das prioridades desta administração é tornar Santos acessível em habitação, transporte e urbanismo”, disse Papa sobre os próximos anos de trabalho.

Para a jovem Vitória Marcelino Lopes, a passarela é o caminho para um tipo de lazer que antes era restrito. “É muito legal, agora a gente pode ir até o mar com mais facilidade”. Sempre levada à praia pela mãe, a menina dependia ainda da ajuda de outras pessoas para chegar ao mar. “Eu não tinha força para empurrar sozinha a cadeira na areia fofa. Sempre precisei de ajuda e, por isso, quase não vínhamos à praia”, comentou Carla, que estimulou a filha a se locomover sozinha pela passarela.

Na entrega, esteve presente também o nadador paraolímpico Carlos Farrenberg, que aprovou a iniciativa. “Ficou muito interessante e torna-se um referencial para os deficientes visuais”. Após a inauguração, Adelina Perez foi com o grupo de cadeirantes para a beira do mar com a sensação de liberdade. “A praia é o lugar mais democrático e agora podemos participar desse ambiente. Estou na beira d”água sem ter pedido ajuda ou passado por qualquer tipo de humilhação”.

(turismo adaptado)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

USP lança centro de treinamento de cães-guia

Por..:: Helena Dias

Veja como são preparados os cachorros que guiam pessoas com deficiência visual.

Quando pensamos em algumas profissões, sempre há aquelas consideradas nobres. No mundo animal, os bichos também exercem trabalhos que ajudam muito a vida dos humanos.
Foto por Getty Images
Há cavalos que puxam carroça, cães que pastoreiam o rebanho, cachorros farejadores que acham pessoas desaparecidas e até drogas. É difícil classificar qual das profissões animais é a mais nobre, mas com certeza o trabalho de cão-guia está na lista dos comoventes.

Estes cães, treinados para guiar pessoas com deficiência visual, já até ganharam espaço nas telas da TV, como na novela global Caras & Bocas. A atriz Danieli Haloten, que tem deficiência visual, interpreta Anita e é guiada pelo labrador Higgans. A verdade é que pouca gente já parou para pensar como é a vida desses cães. Eles são dedicados ao trabalho e responsáveis por manterem os donos longe de perigo.

Pensando na eficiência dos cães-guia e na necessidade dos deficientes, a FMVZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP) e a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência se uniram para criar o Centro de Treinamento de Cães-Guia. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2010 e o centro deverá funcionar em um terreno perto da faculdade, doado pela reitoria da USP.

Segundo Denise Fantoni, coordenadora do projeto e professora da FMVZ, o centro, além da criação e treinamento de cães-guia para cegos, definirá parâmetros em relação ao bem-estar do cão e também métodos de treinamento.

As raças escolhidas para o treinamento são labrador e golden retriever, pois possuem grande habilidade para a função de guia. Os animais serão adquiridos por meio de doações de canis particulares, credenciados e com controle de doenças.

Inicialmente, o projeto espera formar 30 cães ao ano para os portadores de deficiência visual. No futuro, a professora cogita a hipótese de compra de filhotes, conforme o desenvolvimento do projeto.

Cães-guia serão doados aos deficientes visuais
Segundo Maria Fernanda Rizzo, estudante envolvida no projeto, treinar um cão para a função de guia, desde o nascimento até a graduação, não é nada barato para a escola.

- O treinamento está avaliado em aproximadamente R$ 25 mil. Por ser um custo muito alto, é interessante a parceria com grandes empresas interessadas no patrocínio desses cães.

Para os deficientes, os cachorros serão encaminhados gratuitamente e os custos serão os mesmos de qualquer cão de estimação, como ração, visitas regulares ao veterinário e higiene. A família adotiva será selecionada pela a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e antes de ser doado definitivamente, o cão passará por um processo de socialização com toda a família por cerca de 12 meses.

- Sendo o Centro de Estudos do Cão-Guia uma iniciativa da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo os custos veterinários serão subsidiados pela própria faculdade. Além disso, possíveis parcerias com empresas do mercado veterinário estão sendo estudadas a fim de diminuir os custos de manutenção do animal, por exemplo.

Denise acredita que o período de adaptação com a família fornecerá ao animal a possibilidade de se socializar com pessoas e locais, além de crescer num ambiente caseiro. Os filhotes serão visitados mensalmente por um membro do centro, para verificar o desenvolvimento do animal.

Após o primeiro ano com a família, o cão é encaminhado ao Centro, onde passará por um adestramento intensivo, específico para guia de cegos. Nessa etapa, o animal será avaliado permanentemente por treinadores qualificados (não apenas adestradores) e avaliados clinicamente por veterinários da FMVZ. O treinamento terá duração de quatro a seis meses, dependendo da evolução do animal.

Depois de treinado, um cão-guia pode trabalhar até os 10 anos de idade. No entanto, Maria Fernanda afirma que, para o trabalho do bicho continuar eficaz, a saúde e qualidade de vida devem ser avaliadas por um veterinário regularmente. O bicho poderá ser "aposentado" antes de atingir essa idade por motivos de saúde e comportamento.

A estudante diz que, teoricamente, depois do treinamento o cão já está apto a guiar. No entanto, caso o dono acredite que o animal não está trabalhando com todo seu potencial, poderá ser necessário um treinamento adicional envolvendo o deficiente visual e o cachorro.

Denise lembra que, hoje, existem no Brasil cerca de 16 milhões de cegos, e que a importância do Centro está em não se limitar a fornecer cães-guia a deficientes visuais, mas em criar um projeto que envolva a Universidade, o governo e, principalmente, a sociedade.

Mais informações: Os interessados em ser uma família acolhedora de um futuro cão-guia devem contatar o Centro de Estudos do Cão-Guia do Estado de São Paulo pelo telefone (11) 3091-1232.

Fonte..:: R7

( turismo adaptado )

sábado, 21 de novembro de 2009

Turismo Adaptado: Estacionar Será mais Fácil


Por..:: Priscila Sampaio

Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) fará novas regras para estacionamento em locais públicos para pessoas com deficiência, a partir de janeiro de 2010.

Uma das regras é o selo indicativo do estacionamento reservado. No ano que vem, ao invés de ser aquele símbolo no chão ou em placas, será um cartão indicativo que ficará dentro do carro, em local visível.

Uma das vantagens dessa novidade é que esse cartão passa a ser um documento e poderá ser utilizado em qualquer carro, desde que a pessoa com deficiência física seja o motorista ou o passageiro.

Para ter direito ao cartão, será preciso passar por uma avaliação médica no Detran. O documento terá validade em todo o território nacional.

Os locais já devem começar a se regularizar, pois o prazo para adequação termina no final desse ano. E precisam acelerar.

Em Goiânia, por exemplo, somente seis das 150 vagas especiais que existem, já estão de acordo com a nova lei.

Quem estacionar irregularmente nesses locais pode ser multado e ainda ter o carro guinchado.

Fonte..:: Blog Sentidos
(turismo adaptado, recicle suas idéias, turismo terceira idade )

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Turismo Adaptado: Sanitário Acessível

Grande parte dos problemas dos cadeirantes ocorrem no uso do banheiro, que dificilmente possuem uma largura de porta de 80cm e cuja disposição de pia e bacia sanitária impede o acesso e uso.

Ao construir ou reformar uma edificação, o primeiro passo é contratar um arquiteto, que é o profissional mais habilitado para o projeto e planejamento da obra. Pelo Decreto Federal nº 5.296, todas as instituições públicas e de uso coletivo, como restaurantes, hotéis e hospitais, devem ser acessíveis desde 2004, o que reforça a importância da presença do profissional no projeto.

O arquiteto deverá consultar a Norma Brasileira ABNT NBR 9050, que trata da acessibilidade em edificações.

No capítulo 7, sobre sanitários e vestiários, está descrito e ilustrado tudo que é necessário saber para o projeto, começando com a localização e sinalização: “Os sanitários e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis, próximos à circulação principal, preferencialmente próximo ou integrados às demais instalações sanitárias, e ser devidamente sinalizados conforme 5.4.4.2.

Em sanitários acessíveis isolados é necessária a instalação de dispositivo de sinalização de emergência ao lado da bacia e do boxe do chuveiro, a uma altura de 400 mm do piso acabado, para acionamento em caso de queda”.

Com relação ao espaço mínimo recomendado, ele deverá ser de 1,50X1,70m, sendo aceito até 1,50X1,50m em reformas onde o anterior é inviável. Os espaços necessários e as posições da pia e bacia com barras de apoio. O dimensionamento, posição e instalação de todas as peças do sanitário são previstos na norma e devem ser obedecidos,

Para maiores informações a norma deve ser consultada. É possível fazer o download da NBR 9050 aqui.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Turismo Adaptado: Cadeira Adaptada para Piscina

Cadeirinha para entrar na piscina

Local: Miami / EUA
Por..:: Débora Pedros
Fonte.: Blog Pessoal

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coluna Turismo Adaptado: História de Mongaguá contada em Braile

Cidade passa a abrigar o primeiro museu da Baixada Santista a ter um setor adaptado para deficientes visuais.

A partir do dia 2 de setembro, a história de Mongaguá estará ao alcance das mãos. Em uma iniciativa inédita, a Casa da Memória será o primeiro museu da Baixada Santista a ter um setor adaptado para deficientes visuais.

A inauguração oficial do espaço ‘Cantinho do Braile’ será a partir das 18 horas, na Rua Brasília Teixeira Seckler, 20, no Centro de Mongaguá.

Nathan Roseno Chaves Leme, vice-presidente do Conselho Municipal de Integração à Pessoa com Deficiência de Mongaguá (CMIPD), que também é deficiente visual, foi o responsável por passar mais de 30 folhas da história da Cidade e alguns poemas para o braile. Para finalizar a adaptação, Leme vem trabalhando entre quatro e cinco horas diariamente.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos – uma das mais importantes do Brasil – também fez doações em livros para o ‘Cantinho do Braile’ da Casa da Memória.
“Vamos promover, ainda, oficina de leitura em braile, graças ao dinheiro arrecadado em nossa barraca no ‘Arraial da Gente’, realizado pela Prefeitura. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o dia 15 de setembro”, lembrou a presidente do Instituto Histórico e Cultural, Vera Seckler.


Fonte: Site Oficial de Mongaguá.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Coluna Turismo Adaptado: Acessibilidade

Acessibilidade diz respeito a locais, produtos, serviços ou informações efetivamente disponíveis ao maior número e variedade possível de pessoas independente de suas capacidades físico-motoras e perceptivas, culturais e sociais. Isto requer a eliminação de barreiras arquitetônicas, a disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos (Guia de Acessibilidade Urbana: CREA Minas Gerais).
O assunto está cada dia mais presente nas nossas vidas, pois acessibilidade não interessa apenas às pessoas com necessidades permanentes, mas também aos idosos, obesos, gestantes, carrinho de bebê e tantas outras pessoas que têm sua mobilidade comprometida temporariamente.

É Citado no Código de Ética do Turismo:
“Turismo, Instrumento de Desenvolvimento Individual e Coletivo. As atividades turísticas devem respeitar a igualdade entre homens e mulheres, devem tender a promover os direitos humanos e, especialmente, os particulares direitos dos grupos mais vulneráveis, especificamente as crianças, os idosos, os deficientes, as minorias étnicas e os povos autóctones.”

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Coluna Turismo Adaptado: Jardim Sensorial

Segundo dados obtidos com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas portadoras de deficiência visual no Brasil seria hoje estimado em aproximadamente 750.000 pessoas. Esse número serve apenas como base, uma vez que não existe estatística oficial sobre deficiência em nosso país. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 1991, havia 1.668.654 pessoas com necessidades educacionais especiais – PNEEs (1,15% da população) e segundo levantamento estatístico do MEC em 1997 somente 334.507 (2%) recebiam algum tipo de atendimento.

O papel de um jardim sensorial num jardim botânico transcende o espaço terapêutico e se ancora na inclusão social da pessoa com deficiência. Apesar do conceito de inclusão ser amplamente adotado a sua vivência prática não tem sido respeitado. Uma instituição governamental com um espaço público não pode se furtar a dar respostas e se modificar frente às necessidades de integrantes da sociedade.

Através de metodologia participativa e dialogal a Michelin (patrocinador do projeto) investiu em atividades lúdicas, voltadas para a integração entre as pessoas com deficiência visual - público-alvo, e os demais freqüentadores do Jardim Botânico. Promove encontros, apresentações culturais, oficinas de plantio, e a concorrida visita guiada pelos deficientes visuais.


Para que fosse implantada essa agenda de eventos fez-se necessária a recuperação das instalações do Jardim Sensorial. Assim, os canteiros foram refeitos utilizando plantas medicinais e aromáticas selecionadas por técnicos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (lista de plantas), repintura das muretas e piso, troca dos corrimões utilizando bambus, e a confecção de todas as placas de identificação e em braile.

Objetivo geral do Investimento
Refazer e manter os canteiros assim como promover atividades mensais visando o deficiente visual e sensibilização com o público em geral.

Objetivos Específicos
- Criar oportunidades de integração social;
- Recuperação dos canteiros;
- Manutenção de toda a área;
- Programar atividades educacionais e socioambientais mensais com visitas guiadas;
- Implementar um programa de educação socioambiental como oficinas práticas, como forma de inclusão social, visando a construção ou o fortalecimento de uma conduta ecologicamente responsável e cidadã;
- Levantar dados dos recursos educacionais e ambientais existentes que possibilitam a pessoa com deficiência visual formas de acesso à informação e com isso facilite a integração/inclusão social na sociedade.

Fonte.: Jardim Botânico Rio de Janeiro.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Barraca Adaptada - Barraca para Cadeirante: Cadeirante pode acampar sim!!!!!!

Quem disse que cadeirante não pode desfrutar do mesmo conforto do que os “não-cadeirantes”?
Pesquisando no google, achei esta interessante barraca destinada primeiramente a cadeirantes aventureiros.

Nunca havia visto algo parecido no Brasil (até então ao menos), mas achei a idéia muito válida… claro que muitos campings Brasileiros não pensam nos cadeirantes na hora de planejar a infra-estrutura dos locais onde ficam as barracas, mas este produto já é um indício de que há uma luz no fim do túnel.

O Produto, que particularmente achei muito bonito, possue a porta principal maior, justamente para permitir a entrada integral do cadeirante e sua parceira (cadeira de rodas) e até de um cão-guia como pude entender do site onde busquei a informação. Ela ainda conta com um amplo espaço interno para poder acomodar as “manobras” do ocupante, especialmente no próprio traslado da cadeira ao local de dormir… Grande Sacada da Eureka!

Mais uma possibilidade de destinarmos com qualidade o turismo adaptado.

Mais informações..::  Eurekatent

(turismo adaptado, ecoturismo)


Somos Vencedores do Prêmio Top Blog

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog
Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.