Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

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sábado, 12 de dezembro de 2009

Programas Mosaicos e Corredores Ecológicos da Mata Atlântica

Para visualizar a apresentação power point (ppt) clique na figura ou aqui.


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(ecoturismo, recicle suas idéias, papo de biologia)

sábado, 28 de novembro de 2009

O Bichinho da Mata Atlântica que deu o que falar

Um guaxinim, conhecido como “mão-pelada”, apareceu em uma praça e chamou a atenção de moradores.

O bichinho arisco, peludo que passou parte do dia pendurado em uma árvore de uma praça em Joinville chamou atenção e intrigou moradores ontem.

Após ser avisada pelos moradores do bairro Guanabara em Joinvile/SC a Polícia Ambiental foi até a praça Presidente Castello Branco e identificou o animal como cachorro-do-mato (graxaim).

Já o biólogo Guilherme Evaristo, que trabalha no projeto Primatas do Nordeste Catarinense, da Universidade da Região de Joinville (Univille), garante que se trata de um guaxinim, também conhecido como “mão-pelada”.Além da característica que lembra o nome (a mão sem pelos), o animal tem pelo listrado, o que o diferencia do cachorro-do-mato, cuja pata é igual a dos cães comuns.

Para o biólogo, o mamífero, que vive no mangue e tem hábitos noturnos, “deve ter chegado à praça durante a noite e acabou ‘ilhado’ entre as ruas movimentadas”. A praça fica na esquina das ruas Florianópolis e Graciosa, a cerca de 300 metros de um manguezal.

O primeiro a ver o mão-pelada foi o taxista Lourival da Costa Cidral Júnior, 40 anos, que trabalha no ponto de táxi embaixo da seringueira em que animal estava descansando. “Às 8 horas, ele já estava aí”, disse. Ele contou que, em menos de dez minutos, o local estava cheio de curiosos. “Havia umas 50 pessoas aqui.” O aposentado Afonso Alves da Costa, 67, mora há 50 anos na rua Graciosa e não lembra de caso parecido.

Segundo Evaristo, o mão-pelada é pouco visto durante o dia porque prefere a escuridão. Ele contou que o guaxinim é um mamífero da mata atlântica que se alimenta de moluscos (por isso vive no mangue). “É um animal generalista, que se adapta a mudanças em seu ambiente e pode até viver em ambientes urbanos”, explicou o biólogo.

Evaristo comenta, ainda, que o aparecimento desses animais é reflexo da diminuição das áreas verdes e do crescimento urbano.

O animal não foi retirado do local pela Polícia Ambiental. De acordo com o soldado Natan Xavier da Costa, o animal iria naturalmente embora à noite, assim que o trânsito estivesse menos movimentado. A orientação da Polícia Ambiental é não tocar nos animais.

Fonte..:: A Notícia
Foto..:: Emerson Souza

(papo de biologia)

sábado, 14 de novembro de 2009

Apoio para projetos - Biôma Mata Atlântica

A fim de estimular a preservação dos ecossistemas marinhos e costeiros – margeados, em grande parte, pela Mata Atlântica –, a Fundação SOS Mata Atlântica, por meio do Programa Costa Atlântica, lançou o Edital Costa Atlântica, que disponibilizará até R$ 300 mil para iniciativas brasileiras que visem a criação e consolidação das Unidades de Conservação Marinhas do país.

Além disso, como novidade, em sua terceira edição, o Edital, ainda, incentivará financeiramente projetos de preservação e uso sustentável de manguezais e restingas, que, atualmente, são os ambientes costeiros, associados à Mata Atlântica, que mais têm sofrido com a ação humana.

Os interessados em participar podem apresentar suas propostas, sob a liderança de uma ONG, até o dia 20 de novembro para a Fundação.

Cada projeto selecionado receberá um incentivo máximo de R$ 40 mil, destinado à preservação da biodiversidade e ao uso sustentável dos ambientes marinhos e costeiros.

Para saber mais sobre o Edital, clique aqui.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Urutau: ave-fantasma



Por..:: Fernando Costa Straube
Mülleriana: Sociedade Fritz Müller de Ciências Naturais.

O nome já diz tudo: uma corruptela do guarani guyra (ave) e táu (fantasma) fez "urutau", nome de uma das aves mais cultuadas na cultura do sertanejo e curiosamente pouco conhecida da maior parte do povo brasileiro.
 
Emblemático e misterioso, aparece em lendas, contos, poesias e no imaginário, pelo meio rural e até nas grandes cidades, onde às vezes sua presença inusitada aparece divulgada pela imprensa. Mas é, antes de tudo, um desconhecido: mais é conhecido pela fama do que pela ave em si.

Na realidade, são raras as pessoas que já viram um deles, ou que escutaram o seu belíssimo canto noturno.

Figura 1. A espécie mais comum desta família é o Nyctibius griseus, que ocorre desde a Costa Rica até o Uruguai (Foto: Cassiano Gatto).

Já no período quinhentista, essa ave fascinante foi mencionada pelo Padre Francisco Soares, no clássico "Coisas notáveis do Brasil", de 1594. Também aparece em diversas outras crônicas e obras descritivas posteriores, sobre o Brasil e países vizinhos. Uma delas é o "Libri Picturati", série de iconografias do Período Mauriciano e a outra "Historiae Rerum Naturalium Brasiliae" de George Marcgrave (1648), onde o urutau é tratado por "ibijau"

OS URUTAUS
Urutau não tem só um: só no Brasil são cinco espécies, todas pertencentes à família dos nictibiídeos (em latim, Nyctibiidae) e ao gênero Nyctibius, grupo que é restrito às regiões mais quentes do continente americano. São aves exclusivamente noturnas, dotadas de cabeça larga e achatada, bico e pernas pequenos e enormes olhos. As asas e cauda são consideravelmente longas e o corpo robusto e musculoso. A coloração, especial para a camuflagem, apresenta-se acinzentada a marrom, invariavelmente com pintalgos e manchas pretas, cinzentas e marrom-claras de vários tons, tamanhos e formas, dispersas pelo corpo, que é sempre mais escuro na região dorsal (figura 1).

De uma maneira geral, os urutaus são estranhos aos padrões com que estamos acostumados a conceber as aves. Trata-se, talvez, de um daqueles dilemas de estética: são feios pelos grandes e ameaçadores olhos, que se posicionam próximos à boca, colossalmente desproporcional ao bico. Ao mesmo tempo são bonitos pelo tanto de insólito que têm essas mesmas características.

Das espécies brasileiras, a mais comum é o Nyctibius griseus, que ocorre tanto nas florestas densas quanto nas bordas de mata, capoeiras e até mesmo em árvores isoladas das grandes cidades. Se comparado com as outras espécies, esse urutau tem tamanho médio, aproximadamente uns 40 cm e peso que varia entre 150 e 190 gramas. Distribui-se desde a Costa Rica, na América Central e por quase toda a América do Sul, com exceção das zonas mais frias da região andino-patagônica.

As outras espécies são menos conhecidas, mas igualmente enigmáticas. Dentre elas, destaca-se a enorme mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis), com quase meio metro de comprimento total e envergadura de asas com o dobro disso, podendo chegar a um peso que supera meio quilograma. Essa ave ocorre desde a América do Norte, no México até os limites subtropicais sul-americanos (estados de São Paulo e Rio de Janeiro), sendo comum na Amazônia e no Brasil Central. Quase do mesmo tamanho é a mãe-da-lua-parda (Nyctibius aethereus), amplamente distribuída na América do Sul e considerada rara, uma vez que foi pouquíssimas vezes encontrada pelos estudiosos.

Uma espécie menor é o urutau-de-asa-branca (Nyctibius leucopterus) que, como o próprio nome já diz, apresenta uma mancha alva na base das asas, que pode ser vista quando a ave alça vôo. Vive nas florestas da Amazônia, sendo também encontrada na região nordeste do Brasil e alguns países fronteiriços. Há, ainda, o urutau-ferrugem (Nyctibius bracteatus) que, tal como a espécie anterior, é pouco conhecido, distinguindo-se dele pelo menor tamanho (cerca de 25 cm) e pela plumagem cor-de­ ferrugem muito vistosa, pintalgada por máculas brancas. Também se distribui pela região amazônica, englobando os vizinhos Guiana, Colômbia, Equador e Peru.

De acordo com a região, os membros dessa curiosa família têm denominações diferentes. No Brasil, urutau é sinônimo de mãe-da-lua, manda-lua, ibijaú, chora-lua, preguiça, jurutau, jurutauí, urutágua, urutago, urutauí, urutavi e cacuí. Em outros países onde ocorre, o vernáculo é igualmente rico: urutaú (Argentina), guajojó, uruta (Bolívia), urutau, guaimingüe, judío (Paraguai). Em inglês, o nome genérico é onomatopéico: potoo.

HÁBITOS
São aves exclusivamente insetívoras, tendo especial predileção por invertebrados grandes, que compensem o gasto energético despendido para persegui-los. De comportamento calmo e observador, o urutau pode capturar grandes besouros, mariposas e outros animais, lançando-se rapidamente com vôos de assalto na direção destes, capturando-os nos troncos ou sob as folhas. Em geral prefere caçá-los em vôo, quando os apreende graças ao formato de sua boca descomunalmente grande.


Figura 2. Onde está o urutau? Além da postura tradicional, quando se empoleira na ponta de um tronco oco, essa ave também pode assumir outros tipos de posição, visando a mais perfeita camuflagem. (Foto: Ronald Rosa).

Arborícolas por excelência, não descem ao solo. Pousam geralmente na ponta de troncos mortos, parecendo um prolongamento destes, mas também em posição transversal a galhos mais grossos, hábito mais reservado ao período noturno; gostam também de estipes de palmeiras mortas e mourões de cerca.

Tal como muitos outros organismos que passam totalmente desapercebidos de nossa visão em plena região central das cidades grandes, o urutau também pode ser encontrado nas metrópoles. Isso mesmo! E, tal como no mato, ele confia na sua camuflagem, permanecendo estático nas árvores da arborização urbana. Ali, raramente é visto, exceto quando alça vôo, durante a noite, para se deslocar de um local a outro ou simplesmente para caçar os grandes insetos que lhe aparecem à frente. Nessas situações, abre as asas e assume um deslocamento errante, porém decidido, sendo possível notar a longa cauda auxiliando o ziguezaguear por entre as árvores e postes de iluminação. Também na mata seu comportamento é esse, mais parecido com um fantasma grisalho de vôo silencioso como o das corujas:
 
Não constroem ninho. Tudo o que fazem, no período de reprodução, é depositar um único ovo em alguma forquilha de galho grosso a grande altura ou numa cavidade natural de seu poleiro noturno, onde permanecem em atividade de choco. O ovo é esbranquiçado com pequenas manchas cinzento-violáceas e pardacentas, e mede aproximadamente 4,0 x 2,5 cm.
 
Demora cerca de um mês para ser devidamente incubado e dele sai um filhotinho quase todo coberto de fina e macia penugem branca, com algumas manchas mais escuras. Logo após o nascimento, o pequeno urutau precisa aprender que a magnífica camuflagem de seu corpo não basta para sua defesa. A imobilidade faz parte da arte de se ocultar. Assim, agarra-se firmemente ao poleiro, raramente se movendo e ficando, assim, parecido com um pedaço apodrecido de galho.

Com o tempo, o jovem vai adquirindo uma cor mais escura e as penas das asas e cauda acabam por se desenvolver por completo após cerca de 50 dias . Trata-se de um dos períodos mais longos entre a desova e o abandono do "ninho" dentre todas as aves da América do Sul, o que pode ser interpretado como uma comprovação da eficiência de sua capacidade de camuflagem (Sick, 1997)

BOCA E BICO
Um assunto interessante, lembrado sempre que se fala de urutaus, é a relação entre boca e bico, aspectos que em geral são tidos como sinônimos, mas que, para essas aves, se distinguem bastante. O bico do urutau é, tal como nas outras aves, um apêndice córneo que se forma encapsulando o osso maxilar. Nessas aves, porém, ele é extremamente desproporcional ao tamanho da boca, uma vez que é muito pequeno, enquanto essa é enorme, lembrando a de um grande sapo. Numa mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis), por exemplo, o bico chega a dois centímetros ou pouco mais, enquanto sua boca - aberta - pode alojar um punho cerrado de um homem chegando, portanto, a quase oito centímetros de diâmetro.

Além disso, ela parece ter uma grande importância no controle da temperatura interna do animal: "A pele da boca é ricamente vascularizada e serve à termorregulação quando a ave está em pleno sol no poleiro diurno, o que acontece freqüentemente; nessas ocasiões, a ave, com o bico constantemente um pouco aberto, ofega descarregando o calor excessivo pela grande superfície do sistema vascular da garganta", ensina Sick (1997).

OLHO MÁGICO
Urutaus têm invariavelmente olhos enormes Afinal, grandes globos oculares têm muita utilidade para animais de vida noturna, pois favorecem uma considerável entrada de luz no cristalino, permitindo que as imagens sejam muito mais facilmente divisadas em momentos de escuridão.

Entretanto, não é apenas essa característica que chama a atenção nessas aves. Uma das adaptações mais curiosas encontradas na avifauna brasileira está no fato deles poderem enxergar tudo o que se passa nas imediações de seu poleiro, mesmo estando com os olhos fechados!

Essa característica foi descoberta em 1940 pelo ornitólogo Helmut Sick, ao notar que "...quando fecha os olhos notam-se, em sua pálpebra superior, duas incisões (...) ou fendas pelas quais a ave é capaz de observar os arredores de 'olhos fechados', isto é, sem abrir as pálpebras; têm, pois, o efeito de um 'olho mágico' (Sick, 1997)". Tal detalhe não é conhecido em nenhuma outra ave e torna-se ainda mais útil para sua já eficiente camuflagem se considerarmos que "o bulbo saliente do olho e a arrumação compacta das penas acima dele permitem a visão para cima e para trás, sem necessidade de mexer a cabeça" (Sick, 1997).

O CANTO
O canto do urutau é uma das manifestações sonoras mais impressionantes da região neotrópica. Consiste de três, quatro, cinco ou mais notas, sempre decrescentes, que são emitidas enquanto a ave se posiciona com as asas semi-abertas e a cabeça voltada para baixo, a qual é movimentada de um lado para o outro lentamente, acompanhando o ritmo. O canto, por si só, já é plangente. Fica ainda mais parecida com uma manifestação de tristeza quando é possível observar também esse comportamento.

De fato, nas noites silenciosas da mata, quando o muito que se ouve é o cricrilar dos grilos, o canto do urutau se destaca. E, pelo timbre, associa-se a um lamento compreensivelmente inspirador de tantas lendas a seu respeito. Depois que canta, parece que nada mais se ouve, ficando nossos ouvidos hipnoticamente atentos ao estranho repertório, aguardando nova estrofe.

"Vamos dormir numa praia bem espaçosa e tudo é silêncio à nossa volta. Apenas, de onde a onde, ouve-se o grito de um urutau"
(G. Cruls, 1930: A Amazônia que eu vi)

"Todo o mundo dormindo. Só o chochôrro mateiro, que sai de debaixo dos silêncios, e um ô-ô-ô de urutau, muito triste e muito alto"
(J. Guimarães Rosa, 1956: Grande sertão: Veredas)

CAMUFLAGEM
A característica mais marcante do urutau é a camuflagem. E, obviamente, os artifícios a que se lança para se esconder. Para começo de conversa ele não gosta muito de empoleirar-se como as outras aves, daquele jeito transversalmente ao poleiro. Até faz isso, dependendo da situação ou dos tipos de poleiros disponíveis em seu hábitat (figuras 2 e 3). O urutau gosta mesmo é de ficar na ponta de um tronco morto, de preferência que tenha largura parecida à de seu corpo, onde possa apoiar confortavelmente as asas e recostar a cauda.

Mas não é qualquer tronco que serve para ele: tem de ter uma casca rugosa e, de preferência, cheia de liquens, musgos e outros detalhes que lhe deixam ainda mais escondido. Parece mesmo um prolongamento da madeira apodrecida, situação que lhe é ainda mais favorável por causa do formato de sua cabeça, cujo bico é pequeno e praticamente afasta-se da convencional silhueta de uma ave.

Qualquer um que passe pelo tronco não o verá ali, mesmo que esteja exposto ao sol mais claro do meio-dia. Normalmente acaba flagrado apenas porque alguém mais atento notou que "o pau se mexia" ou, eventualmente, durante o bocejo. Via de regra, Trata-se de um mestre na camuflagem. E algo sobre esse assunto deve ser lembrado: não vamos confundir camuflagem com mimetismo, como tantas vezes se vê por aí. O primeiro é o que nos traz de exemplo o urutau, as borboletas que têm a mesma cor do substrato em que pousam e todos os animais cuja cor se confunde com a do hábitat. Nada mais é do que uma adaptação do animal para se esconder em seu ambiente. Já o mimetismo envolve modificações evolutivas complexas: é o fenômeno que é observado quando um animal é muito parecido a outro, mostrando uma convergência em padrões de coloração, forma, som e até odores.

Figura 03. São verdadeiros mestres em camuflagem! Na foto, uma mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis) em seu poleiro. (Foto: Pedro C. Lima).

Fonte..:: Portal do Meio Ambiente

(papo de biologia)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Litoral Paulista sofre com erosão

Por..:: Marcus Fernandes

Estudos coordenados pela geóloga Celia Regina de Gouveia Souza demonstram que a praia de Itaguaré Bertioga / SP - apresenta fortes indícios de erosão – um problema que vem crescendo no litoral paulista.
 
Os dados indicam que em 2001, 22,8% das praias paulistas estavam em ‘risco muito alto’ de erosão. No último levantamento, feito em 2007, esse índice subiu para 33%. Enquanto isso, as praias com baixo risco de erosão caíram de 5% em 2001, para 2,3% em 2007. “Ou seja, a situação tende a piorar”.

Para a pesquisadora, os motivos são a ocupação inadequada da orla e das planícies costeiras, que entre outros fatores, elimina a vegetação original de "restinga" e altera a rede de drenagem – além de aspectos naturais, como a atual elevação no nível do mar.

Comparação
Um estudo divulgado pelo IBGE revelou que entre dezembro de 2001 e dezembro de 2006, o nível do mar no litoral brasileiro subiu um centímetro.
 
Já no litoral paulista, dados coletados pelo marégrafo (instrumento que registra o fluxo e o refluxo das marés em um determinado ponto da costa) do Instituto Oceanográfico da USP, instalado em Cananéia desde 1954, demonstram que nos últimos 55 anos o nível do mar na região subiu 30 centímetros.
Como referência, dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC/ONU) apontam que o nível do mar tenha subido, em média, 20 centímetros no mundo entre 1990 até 2006.

Ilha Porchat – São Vicente / SP
Para Celia Regina, quanto mais o nível subir, maiores serão os casos de erosão. Ela cita como exemplo desse embate entre o mar e a ocupação humana, a praia do Gonzaguinha, em São Vicente.

“Quando fizeram a ligação com a Ilha Porchat, no final da década de 1940, criou-se um bloqueio impedindo que as areias vindas das praias do Itararé e de Santos chegassem ao Gonzaguinha, que tinha naquelas praias sua principal fonte de sedimentos. Já no começo dos anos 50 começaram a surgir os primeiros sinais de forte erosão”, afirma.

Celia explica que a Prefeitura, na época, começou a construir molhes de pedra para diminuir o impacto. Porém, essas intervenções só pioraram o problema.

“Esses molhes funcionam como uma verdadeira armadilha, aprisionando areia de um lado e aumentando a erosão no lado oposto, pois bloqueiam as correntes costeiras que transportam areias ao longo da praia. Hoje, boa parte dessa praia está desaparecendo, um processo que tende a se intensificar, principalmente com o aquecimento global e a elevação do nível do mar”, relata a pesquisadora.

O vaivem da maré
As planícies costeiras são resultado de um lento e contínuo processo de subidas e descidas do nível dos oceanos, resultado de períodos intercalados de aquecimento e resfriamento do Planeta. Entre 1,5 milhão e 18 mil anos antes do presente, a Terra passou por quatro períodos glaciais. Neles, a temperatura global caiu, o mar recuou e as grandes massas de gelo, hoje confinadas nos pólos Sul e Norte, cresceram e avançaram rumo à linha do Equador.

Porém, nos períodos interglaciais, quando a temperatura se elevou, o gelo derreteu, recuou e o mar voltou a subir. Há cerca de 120 mil anos e também há 5,6 mil anos, por exemplo, o mar, em certos trechos de nosso litoral, chegou até o sopé da Serra do Mar, para em seguida retroceder lentamente.

Durante esses recuos, o mar foi deixando linhas de praia, que agora preenchem grande parte de nossas planícies costeiras, tornando-se as paleopraias. A cada nova subida do nível do mar, parte dessas paleopraias são erodidas.

Foi assim, depositando e erodindo sedimentos, que o nosso litoral foi ganhando as atuais feições. As praias, como as conhecemos hoje, foram tomando forma há cerca de 1,5 mil e 2 mil anos, quando o mar foi recuando até o nível próximo ao atual.

Herbário possui registro da flora
Exemplares de todas as 611 espécies vegetais já catalogadas pelos cientistas na região que vai da praia de Itaguaré até a Serra do Mar estão depositadas no Herbário da Universidade Santa Cecília, o único da Baixada Santista.

Criado em 1998 sob a curadoria da bióloga Zélia Rodrigues de Mello, ele conta hoje com 6 mil exemplares, fazendo parte da Rede Brasileira de Herbários, da Sociedade Botânica do Brasil. Lá, as amostras de plantas são secas sob pressão, entre folhas de papel absorvente, em pranchas de madeira, tecnicamente conhecidas como prensas.

Mantidas em condições de temperatura e umidade constantes, livre do ataque de insetos, podem ser indefinidamente preservadas.

Após a secagem, as plantas são afixadas em cartolinas e recebem um rótulo, onde estão anotadas todas as informações relativas ao local onde foram coletadas e a aspectos que não podem ser recuperados através da amostra, como seu odor e cor das flores e frutos, que se alteram com a secagem.

Os destaques da coleção são a flora da restinga de Bertioga, algas do litoral da Baixada Santista, flora do Jardim Botânico de Santos, plantas medicinais nativas e exóticas utilizadas pela população da Baixada Santista.

Área tem animais endêmicosEstudos realizados ao longo dos últimos anos em Itaguaré indicam a presença de várias espécies de animais endêmicos, ou seja, que não existem em outro local. É o caso, por exemplo, de 13 espécies de anuros (rãs, sapos e pererecas), identificadas por cientistas da USP.

A área também é hábitat de cerca de 230 espécies de aves, muitas delas aquáticas, que nidificam ao longo dos 12,5 km de extensão do rio Itaguaré.

Entre a avifauna, destaque para Tucano-de-Bico-Preto (Ramphastos vitellinus ´´ FOTO), espécie considerada como provavelmente extinta no Estado de São Paulo, pela lista vermelha da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Também há registro da presença de jacarés-do-papo-amarelo, jaguatiricas, onças-pardas e onças-pintadas entre outros mamíferos.

Fonte..:: A Tribuna

(papo de biologia)

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