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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Aves na Júreia – Estação Ecológica da Juréia Itatins – Terra da Gente EPTV

Equipe Terra da Gente grava na Estação Ecológica Juréia Itatins

Aves Juréia 1

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Parabéns Brunãoooo e Janaina!!!!! Adoramos. Sucesso Sempre!!!!!!

Aves Juréia 2

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Aves Juréia 3

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Aves Juréia 4 - Final

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(ecoturismo)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Papo de Biologia: Animais da Mata Atlântica - Guaxe, Japim-guaxe

Guaxe é um passeriforme da família Icteridae. Conhecido também como Japiim-de-costas-vermelhas, Japiim-do-mato, Japim-guaxe, Japira.

Nome Científico: Cacicus haemorrhous(Linnaeus, 1766)
Nome em Inglês: Red-rumped Cacique

Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
SubOrdem: Passeri
Parvordem: Passerida
Família: Icteridae
Espécie: C. haemorrhous

Características
O macho mede de 27 a 29,5 cm de comprimento e a fêmea 21,5 a 24 cm. O imaturo é cor de fuligem em vez de negra.

A voz é rouca, misturada com assovios; canto barulhento.

Alimentação
Onívoro.

Ninho de Guaxe
Foto de..:: Renato Marchesini

Reprodução
Leva de 24 a 36 meses para atingir a maturidade sexual.

Somente a fêmea constrói o ninho em forma de bolsa com 40 a 70cm de comprimento, em colônias, com material de vários vegetais e localização variada, podendo ser à pouca altura sobre a água, no alto de árvores no meio da floresta ou em palmeiras nas bordas da floresta.

Diferentemente do japiim não costuma fazer suas colônias em associação com japus. Põe 2 a 3 ovos brancos com pontos e manchas avermelhados e roxos, tendo de 2 a 3 ninhadas por período de reprodução.

Distribuição Geográfica

Presente no Brasil em duas regiões separadas:
- Em toda a Amazônia e;
- E de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, estendendo-se para o interior até Goiás e Mato Grosso do Sul.

Encontrado também nos demais países amazônicos e no Paraguai e Argentina.

Referências
- Federação Ornitológica de Minas Gerais, Guaxe - Disponível em http://www.feomg.com.br/guaxe.htm Acesso em 28 abr. 2009
- Portal Brasil 500 Pássaros, Guaxe - Disponível em http://webserver.eln.gov.br/Pass500/BIRDS/1birds/p492.htm Acesso em 14 mai. 2009

Fonte..:: WikiAves

(papo de biologia)

terça-feira, 2 de março de 2010

Mapeada área de proteção de aves no Brasil

O Brasil tem 237 locais importantes para a preservação das espécies; 163 deles estão no bioma da Mata Atlântica.

Um grupo de mais de 60 pesquisadores, entre biólogos e ornitólogos, conseguiu mapear todo o Brasil e chegou à conclusão de que existem 237 áreas importantes para a conservação de aves no país.

Ao somar as áreas, chega-se a 94 milhões de hectares, o equivalente a 11% do território nacional. Desse total, 163 áreas estão em Estados que têm predomínio do bioma da Mata Atlântica.

A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal juntos possuem 74 áreas relevantes para a preservação das aves.

Os dados foram obtidos com base em dois grandes estudos. O primeiro foi publicado em 2006 e o segundo acaba de ser lançado. O projeto é da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save), que representa a BirdLife International, uma aliança global de organizações não governamentais que tem como foco a conservação das aves e seus hábitats. O Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, apoiou o trabalho. As áreas consideradas relevantes pelos especialistas são chamadas de IBAs (da sigla em inglês Important Bird Areas).

Essa rede de áreas pode ser considerada como o mínimo necessário para assegurar a sobrevivência das espécies de aves ao longo de seus locais de distribuição. E a conservação das IBAs pode assegurar, também, a sobrevivência de um grande número de espécies de animais e de vegetais.

Ameaça
Um dos critérios para determinar se o local analisado é uma IBA é verificar as espécies ameaçadas de extinção que ela regularmente abriga. E, nesse quesito, a Mata Atlântica está bem na frente dos demais biomas. "Cerca de 90% das aves ameaçadas do país estão na Mata Atlântica", diz Pedro Develey, diretor de Conservação da Save Brasil e organizador dos estudos sobre as IBAs.

De um total de 22 espécies classificadas como criticamente ameaçadas de extinção no Brasil, 15 estão na Mata Atlântica (elas podem aparecer em mais de um bioma).

A maior IBA do mundo, por exemplo, está no Brasil e ocupa parte do Acre e da Amazonas. Ela tem 7,3 milhões de hectares e possui uma espécie ameaçada de extinção. Já a menor IBA do Brasil fica em Pernambuco. Possui somente 700 hectares, mas abriga sete espécies ameaçadas de extinção. Develey considera que a prioridade, portanto, deve ser a Mata Atlântica em um primeiro momento. "A perda de uma espécie é para sempre", argumenta. Mas não se deve deixar de lado a Amazônia e outros biomas, para evitar que a situação da Mata Atlântica se repita.

Proteção
Das áreas consideradas IBAs no país, apenas 21% estão totalmente protegidas atualmente e 39% estão protegidas parcialmente. Develey ressalta ainda que 40% não têm nenhum tipo de proteção - ou seja, não são Unidades de Conservação (UCs), como parques, no caso de áreas públicas, ou Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), no caso de propriedades privadas.

Ele avalia que é muito difícil convencer o governo a proteger ou criar parques em áreas menores. Por isso, é importante conscientizar moradores para que cuidem do local ou criem reservas. O empenho de diversos setores tem dado resultado na região do Raso da Catarina, na Bahia, onde tem sido observado um aumento do número de araras-azuis-de-lear.

Guto Carvalho, organizador da Avistar (Encontro Brasileiro de Observação de Aves), considera que a atividade de observação de aves, muito praticada por europeus, americanos e japoneses e que começa a ganhar força no país, pode ajudar na conservação. "Não resolve o problema em si, mas gera renda complementar nas áreas com aves e conscientização da população", afirma.

Entre os locais onde a atividade tem ganhado importância, segundo ele, estão Ubatuba, no litoral paulista, e a Serra da Canastra, em Minas Gerais.

Números
94 milhões de hectares é a área total dos 237 locais importantes para a conservação de aves no Brasil 163 áreas de preservação das aves estão localizadas em Estados com domínio de Mata Atlântica. Amazônia, Cerrado e Pantanal têm, juntos, 74 áreas 22 espécies de aves são classificadas como criticamente ameaçadas de extinção no Brasil.

Desse total, 15 podem ser encontradas na Mata Atlântica 1.825 espécies de aves existem no total no Brasil, de acordo com o Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico (CBRO)

Fonte::.. Afra Balazina para “O Estado de SP / Bolelim CRBio 08/02/2010

(papo de biologia)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Urutau: ave-fantasma



Por..:: Fernando Costa Straube
Mülleriana: Sociedade Fritz Müller de Ciências Naturais.

O nome já diz tudo: uma corruptela do guarani guyra (ave) e táu (fantasma) fez "urutau", nome de uma das aves mais cultuadas na cultura do sertanejo e curiosamente pouco conhecida da maior parte do povo brasileiro.
 
Emblemático e misterioso, aparece em lendas, contos, poesias e no imaginário, pelo meio rural e até nas grandes cidades, onde às vezes sua presença inusitada aparece divulgada pela imprensa. Mas é, antes de tudo, um desconhecido: mais é conhecido pela fama do que pela ave em si.

Na realidade, são raras as pessoas que já viram um deles, ou que escutaram o seu belíssimo canto noturno.

Figura 1. A espécie mais comum desta família é o Nyctibius griseus, que ocorre desde a Costa Rica até o Uruguai (Foto: Cassiano Gatto).

Já no período quinhentista, essa ave fascinante foi mencionada pelo Padre Francisco Soares, no clássico "Coisas notáveis do Brasil", de 1594. Também aparece em diversas outras crônicas e obras descritivas posteriores, sobre o Brasil e países vizinhos. Uma delas é o "Libri Picturati", série de iconografias do Período Mauriciano e a outra "Historiae Rerum Naturalium Brasiliae" de George Marcgrave (1648), onde o urutau é tratado por "ibijau"

OS URUTAUS
Urutau não tem só um: só no Brasil são cinco espécies, todas pertencentes à família dos nictibiídeos (em latim, Nyctibiidae) e ao gênero Nyctibius, grupo que é restrito às regiões mais quentes do continente americano. São aves exclusivamente noturnas, dotadas de cabeça larga e achatada, bico e pernas pequenos e enormes olhos. As asas e cauda são consideravelmente longas e o corpo robusto e musculoso. A coloração, especial para a camuflagem, apresenta-se acinzentada a marrom, invariavelmente com pintalgos e manchas pretas, cinzentas e marrom-claras de vários tons, tamanhos e formas, dispersas pelo corpo, que é sempre mais escuro na região dorsal (figura 1).

De uma maneira geral, os urutaus são estranhos aos padrões com que estamos acostumados a conceber as aves. Trata-se, talvez, de um daqueles dilemas de estética: são feios pelos grandes e ameaçadores olhos, que se posicionam próximos à boca, colossalmente desproporcional ao bico. Ao mesmo tempo são bonitos pelo tanto de insólito que têm essas mesmas características.

Das espécies brasileiras, a mais comum é o Nyctibius griseus, que ocorre tanto nas florestas densas quanto nas bordas de mata, capoeiras e até mesmo em árvores isoladas das grandes cidades. Se comparado com as outras espécies, esse urutau tem tamanho médio, aproximadamente uns 40 cm e peso que varia entre 150 e 190 gramas. Distribui-se desde a Costa Rica, na América Central e por quase toda a América do Sul, com exceção das zonas mais frias da região andino-patagônica.

As outras espécies são menos conhecidas, mas igualmente enigmáticas. Dentre elas, destaca-se a enorme mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis), com quase meio metro de comprimento total e envergadura de asas com o dobro disso, podendo chegar a um peso que supera meio quilograma. Essa ave ocorre desde a América do Norte, no México até os limites subtropicais sul-americanos (estados de São Paulo e Rio de Janeiro), sendo comum na Amazônia e no Brasil Central. Quase do mesmo tamanho é a mãe-da-lua-parda (Nyctibius aethereus), amplamente distribuída na América do Sul e considerada rara, uma vez que foi pouquíssimas vezes encontrada pelos estudiosos.

Uma espécie menor é o urutau-de-asa-branca (Nyctibius leucopterus) que, como o próprio nome já diz, apresenta uma mancha alva na base das asas, que pode ser vista quando a ave alça vôo. Vive nas florestas da Amazônia, sendo também encontrada na região nordeste do Brasil e alguns países fronteiriços. Há, ainda, o urutau-ferrugem (Nyctibius bracteatus) que, tal como a espécie anterior, é pouco conhecido, distinguindo-se dele pelo menor tamanho (cerca de 25 cm) e pela plumagem cor-de­ ferrugem muito vistosa, pintalgada por máculas brancas. Também se distribui pela região amazônica, englobando os vizinhos Guiana, Colômbia, Equador e Peru.

De acordo com a região, os membros dessa curiosa família têm denominações diferentes. No Brasil, urutau é sinônimo de mãe-da-lua, manda-lua, ibijaú, chora-lua, preguiça, jurutau, jurutauí, urutágua, urutago, urutauí, urutavi e cacuí. Em outros países onde ocorre, o vernáculo é igualmente rico: urutaú (Argentina), guajojó, uruta (Bolívia), urutau, guaimingüe, judío (Paraguai). Em inglês, o nome genérico é onomatopéico: potoo.

HÁBITOS
São aves exclusivamente insetívoras, tendo especial predileção por invertebrados grandes, que compensem o gasto energético despendido para persegui-los. De comportamento calmo e observador, o urutau pode capturar grandes besouros, mariposas e outros animais, lançando-se rapidamente com vôos de assalto na direção destes, capturando-os nos troncos ou sob as folhas. Em geral prefere caçá-los em vôo, quando os apreende graças ao formato de sua boca descomunalmente grande.


Figura 2. Onde está o urutau? Além da postura tradicional, quando se empoleira na ponta de um tronco oco, essa ave também pode assumir outros tipos de posição, visando a mais perfeita camuflagem. (Foto: Ronald Rosa).

Arborícolas por excelência, não descem ao solo. Pousam geralmente na ponta de troncos mortos, parecendo um prolongamento destes, mas também em posição transversal a galhos mais grossos, hábito mais reservado ao período noturno; gostam também de estipes de palmeiras mortas e mourões de cerca.

Tal como muitos outros organismos que passam totalmente desapercebidos de nossa visão em plena região central das cidades grandes, o urutau também pode ser encontrado nas metrópoles. Isso mesmo! E, tal como no mato, ele confia na sua camuflagem, permanecendo estático nas árvores da arborização urbana. Ali, raramente é visto, exceto quando alça vôo, durante a noite, para se deslocar de um local a outro ou simplesmente para caçar os grandes insetos que lhe aparecem à frente. Nessas situações, abre as asas e assume um deslocamento errante, porém decidido, sendo possível notar a longa cauda auxiliando o ziguezaguear por entre as árvores e postes de iluminação. Também na mata seu comportamento é esse, mais parecido com um fantasma grisalho de vôo silencioso como o das corujas:
 
Não constroem ninho. Tudo o que fazem, no período de reprodução, é depositar um único ovo em alguma forquilha de galho grosso a grande altura ou numa cavidade natural de seu poleiro noturno, onde permanecem em atividade de choco. O ovo é esbranquiçado com pequenas manchas cinzento-violáceas e pardacentas, e mede aproximadamente 4,0 x 2,5 cm.
 
Demora cerca de um mês para ser devidamente incubado e dele sai um filhotinho quase todo coberto de fina e macia penugem branca, com algumas manchas mais escuras. Logo após o nascimento, o pequeno urutau precisa aprender que a magnífica camuflagem de seu corpo não basta para sua defesa. A imobilidade faz parte da arte de se ocultar. Assim, agarra-se firmemente ao poleiro, raramente se movendo e ficando, assim, parecido com um pedaço apodrecido de galho.

Com o tempo, o jovem vai adquirindo uma cor mais escura e as penas das asas e cauda acabam por se desenvolver por completo após cerca de 50 dias . Trata-se de um dos períodos mais longos entre a desova e o abandono do "ninho" dentre todas as aves da América do Sul, o que pode ser interpretado como uma comprovação da eficiência de sua capacidade de camuflagem (Sick, 1997)

BOCA E BICO
Um assunto interessante, lembrado sempre que se fala de urutaus, é a relação entre boca e bico, aspectos que em geral são tidos como sinônimos, mas que, para essas aves, se distinguem bastante. O bico do urutau é, tal como nas outras aves, um apêndice córneo que se forma encapsulando o osso maxilar. Nessas aves, porém, ele é extremamente desproporcional ao tamanho da boca, uma vez que é muito pequeno, enquanto essa é enorme, lembrando a de um grande sapo. Numa mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis), por exemplo, o bico chega a dois centímetros ou pouco mais, enquanto sua boca - aberta - pode alojar um punho cerrado de um homem chegando, portanto, a quase oito centímetros de diâmetro.

Além disso, ela parece ter uma grande importância no controle da temperatura interna do animal: "A pele da boca é ricamente vascularizada e serve à termorregulação quando a ave está em pleno sol no poleiro diurno, o que acontece freqüentemente; nessas ocasiões, a ave, com o bico constantemente um pouco aberto, ofega descarregando o calor excessivo pela grande superfície do sistema vascular da garganta", ensina Sick (1997).

OLHO MÁGICO
Urutaus têm invariavelmente olhos enormes Afinal, grandes globos oculares têm muita utilidade para animais de vida noturna, pois favorecem uma considerável entrada de luz no cristalino, permitindo que as imagens sejam muito mais facilmente divisadas em momentos de escuridão.

Entretanto, não é apenas essa característica que chama a atenção nessas aves. Uma das adaptações mais curiosas encontradas na avifauna brasileira está no fato deles poderem enxergar tudo o que se passa nas imediações de seu poleiro, mesmo estando com os olhos fechados!

Essa característica foi descoberta em 1940 pelo ornitólogo Helmut Sick, ao notar que "...quando fecha os olhos notam-se, em sua pálpebra superior, duas incisões (...) ou fendas pelas quais a ave é capaz de observar os arredores de 'olhos fechados', isto é, sem abrir as pálpebras; têm, pois, o efeito de um 'olho mágico' (Sick, 1997)". Tal detalhe não é conhecido em nenhuma outra ave e torna-se ainda mais útil para sua já eficiente camuflagem se considerarmos que "o bulbo saliente do olho e a arrumação compacta das penas acima dele permitem a visão para cima e para trás, sem necessidade de mexer a cabeça" (Sick, 1997).

O CANTO
O canto do urutau é uma das manifestações sonoras mais impressionantes da região neotrópica. Consiste de três, quatro, cinco ou mais notas, sempre decrescentes, que são emitidas enquanto a ave se posiciona com as asas semi-abertas e a cabeça voltada para baixo, a qual é movimentada de um lado para o outro lentamente, acompanhando o ritmo. O canto, por si só, já é plangente. Fica ainda mais parecida com uma manifestação de tristeza quando é possível observar também esse comportamento.

De fato, nas noites silenciosas da mata, quando o muito que se ouve é o cricrilar dos grilos, o canto do urutau se destaca. E, pelo timbre, associa-se a um lamento compreensivelmente inspirador de tantas lendas a seu respeito. Depois que canta, parece que nada mais se ouve, ficando nossos ouvidos hipnoticamente atentos ao estranho repertório, aguardando nova estrofe.

"Vamos dormir numa praia bem espaçosa e tudo é silêncio à nossa volta. Apenas, de onde a onde, ouve-se o grito de um urutau"
(G. Cruls, 1930: A Amazônia que eu vi)

"Todo o mundo dormindo. Só o chochôrro mateiro, que sai de debaixo dos silêncios, e um ô-ô-ô de urutau, muito triste e muito alto"
(J. Guimarães Rosa, 1956: Grande sertão: Veredas)

CAMUFLAGEM
A característica mais marcante do urutau é a camuflagem. E, obviamente, os artifícios a que se lança para se esconder. Para começo de conversa ele não gosta muito de empoleirar-se como as outras aves, daquele jeito transversalmente ao poleiro. Até faz isso, dependendo da situação ou dos tipos de poleiros disponíveis em seu hábitat (figuras 2 e 3). O urutau gosta mesmo é de ficar na ponta de um tronco morto, de preferência que tenha largura parecida à de seu corpo, onde possa apoiar confortavelmente as asas e recostar a cauda.

Mas não é qualquer tronco que serve para ele: tem de ter uma casca rugosa e, de preferência, cheia de liquens, musgos e outros detalhes que lhe deixam ainda mais escondido. Parece mesmo um prolongamento da madeira apodrecida, situação que lhe é ainda mais favorável por causa do formato de sua cabeça, cujo bico é pequeno e praticamente afasta-se da convencional silhueta de uma ave.

Qualquer um que passe pelo tronco não o verá ali, mesmo que esteja exposto ao sol mais claro do meio-dia. Normalmente acaba flagrado apenas porque alguém mais atento notou que "o pau se mexia" ou, eventualmente, durante o bocejo. Via de regra, Trata-se de um mestre na camuflagem. E algo sobre esse assunto deve ser lembrado: não vamos confundir camuflagem com mimetismo, como tantas vezes se vê por aí. O primeiro é o que nos traz de exemplo o urutau, as borboletas que têm a mesma cor do substrato em que pousam e todos os animais cuja cor se confunde com a do hábitat. Nada mais é do que uma adaptação do animal para se esconder em seu ambiente. Já o mimetismo envolve modificações evolutivas complexas: é o fenômeno que é observado quando um animal é muito parecido a outro, mostrando uma convergência em padrões de coloração, forma, som e até odores.

Figura 03. São verdadeiros mestres em camuflagem! Na foto, uma mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis) em seu poleiro. (Foto: Pedro C. Lima).

Fonte..:: Portal do Meio Ambiente

(papo de biologia)

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