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(Baixada Santista)
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quarta-feira, 10 de março de 2010

CULTURA CAIÇARA: A história da mandioca

A mandioca tem uma longa e controversa história, é base da alimentação para muitas pessoas fazem nuitos anos, existem relatos do consumo por índios no Brasil desde a ocupação dos portugueses.

E mais, continua nos dias de hoje como um alimento disseminado em todo território não só na sua forma 'in natura', como também seus derivados, incluindo os vários tipos de farinhas e o polvilho.

Não se pode negar que a farinha de mandioca é o alimento que mesmo passado cinco séculos continua mantendo prestígio e crédito popular, sendo utilizado de diversas maneiras, como no preparo de pães, farinha, cuscuz, polvilho ou como acompanhamento de diversos pratos, principalmente carne.

As lendas do nascimento da mandioca
Conta a lenda que a mandioca surgiu quando a filha de um poderoso índio Tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante, por ter engravidado misteriosamente.

Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento, e assim a índia viveu até dar a luz à uma linda menina, muito branca, a qual chamou de Mani. A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer os rancores e cruzar os rios para ver sua filha.

O avô se rendeu aos encantos da linda menina que se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos Mani morreu de forma misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada, enterrou a filha perto da cabana onde vivia e, sobre ela, chorou por horas. Nesse local, acabou nascendo uma planta que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre.

Todos queriam provar, em honra daquela criança que tanto amavam. Desde então a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios.

O nome mandioca se originou da seguinte forma: Mandi (vindo do Mani que era o nome da criança) e oca (a casa do índio).

A lenda da mandioca contada de outra maneira
Mani era o nome de uma indiazinha de pele branca como o luar, que nasceu para um casal de índios tupis. Era muito mimosa e boazinha, mas nada comia. Por isso, foi definhando até que morreu, silenciosamente, em sua pequenina rede. Seus pais, arrasados, fizeram seu túmulo no interior da própria oca onde moravam.

Regada a terra com as lágrimas dos pais e com a água pura de uma fonte próxima, eis que uma nova planta germina, rachando a terra com suas grossas raízes. Examinando-as, os índios logo perceberam que por baixo de uma delgada casca, essas raízes eram brancas como a pele da menininha morta e forneciam alimento raro e saudável que tornava os curumins que as comiam mais fortes e belos que os da outras tribos.

A planta, que hoje é o principal alimento dos índios, começou a ser chamada de manioca até mandioca.

Outras lendas para a mesma raiz
Há outra história, originária da América Central, que dizia que 'Sumé' ou 'Tumé', um homem branco e poderoso que andava sobre as águas e deixava rastros em pedras, certa vez partiu seu bastão e enterrou um pedaço, dando origem à planta. Essa história pode ter até algum fundamento, pois a mandioca não é semeada e seu cultivo se faz enfiando na terra um pedaço do seu talo.

As casas de farinha
O maquinário utilizado é a versão moderna do método utilizado pelos índios. Uma roda motora com uns 2 metros de diâmetro, com dois veios terminais do eixo para os puxadores, um chicote de couro cru servindo de correia de polia, com o objetivo de movimentar o caititu (cilindro de madeira onde se adaptam serrilhas metálicas para ralar a mandioca). Geralmente alguma mulher se encarrega de colocar a mandioca no caititu e de regular a pressão da raiz no encontro do rolo de acordo com o empuxo da roda, e dois homens dão o impulso ao rolo.

E, dessa forma, moe-se a mandioca, num ritmo acelerado e não contínuo (impulso, pausa, impulso, pausa).O serviço de girar a roda é extremamente duro; e para isso escolhe-se dois homens fortes e com mais força, com idade entre 20 e 30 anos.

Metade da massa ralada vai para a uma rede a fim de tirar o excesso de amido e, em seguida segue para uma prensa, onde será retirado o suco venenoso, que chamamos de manipueira.

Da prensa a massa vai para uma peneira e da peneira, para o forno. Esse forno é todo armado em arcos de alvenaria, ele tem de três a quatro metros de diâmetro e é ladrilhado com grandes tijolos sobre os quais se torra a farinha.
A parte mais divertida da confecção da farinha de mandioca é a roda das raspadeiras; dez a quinze mulheres sentadas em círculo raspando a casca da mandioca para depois colocá-la no caititu.

Em torno das raspadeiras ficam as crianças que as acompanham onde quer que vão. E há um terceiro grupo de pessoas que são os chamados 'perus': não tem nada o que fazer ali mas ficam espiando.

Mandioca, farinha de mandioca e azeite de oliva
Existem mais de 100 espécies de mandioca (manihot utilissima), sendo que 80 são brasileiras. O brasileiro decidiu chamar de mandioca do tupi e não yucacomo dizem os espanhóis. Mas manteve a denominação de "farinha" do latim farinae não do nheengatu uí, cuí, uí-puba, uí-atã ou pira-cuí.

Os subprodutos ficaram na língua tupi: beiju, carimã, tapioca, além dos termos macaxeira e aipim.

A partir do Brasil e pelas mãos dos portugueses a mandioca foi exportada. Mas o interessante é que o produto, além de alcançar outras terras, também herdou o jeito de utilizá-la na culinária e, sem dúvida alguma, o azeite é um ingrediente que combina demais com este produto tão brasileiro.

(receitas_culinária)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vereadora de Santos propõe Dia do Caiçara

Objetivo é criar uma identidade cultural

Proposta que visa criar um debate em torno da identidade e da cultura do povo caiçara foi apresentada em (24/9), durante sessão da Câmara de Vereadores de Santos. Este é o objetivo do projeto de lei da vereadora Telma de Souza, líder do PT, criando o Dia do Caiçara.

Como de praxe, a matéria foi encaminhada para as comissões técnicas do Legislativo, para depois retornar ao Plenário para votação.

Em sua justificativa, Telma argumentou que tudo o que se fizer em torno desta data, a fim de homenagear, debater ou discutir, ajudará a definir a identidade caiçara. “A identidade de um povo é condição primordial para que ele saiba seu lugar no tempo e no espaço, para que tenha consciência histórica, com repeito às suas grandezas, sua arte, cultura e modo de vida”, afirmou.

Ela apresentou o requerimento a pedido de artistas e pesquisadores que se debruçam sobre o tema. A data proposta é 18 de setembro, dez dias após as comemorações religiosas pela padroeira da cidade.

Márcio Barreiro, do Instituto Ocanoa, artista e pesquisador da cultura caiçara, é um dos que endossaram a aprovaram a proposta de Telma. Para ele, preservar o patrimônio cultural e histórico brasileiros é um dever de cada um e do poder público. “Valorizar nossa origem e situar sua verdadeira importância para a formação da identidade brasileira é uma tarefa que não podemos mais relegar a um segundo plano. Acredito que ao instituir o Dia do Caiçara o poder público tornará claro o quanto acredita na força de sua história, feita por homens que nasceram em nossa região, homens simples e sábios, guerreiros, pescadores, filhos do mar, dos índios, portugueses, africanos e também italianos, japoneses, espanhóis e alemães.

O caiçara é a síntese do Brasil, rico em miscigenação, em cultura e sabedoria”, afirmou.Ainda segundo ele, o principal objetivo é provocar a produção de uma cultura caiçara contemporânea, uma arte contemporânea na música, no cinema, na fotografia e no teatro.

As pessoas têm dificuldade de olhar para cá e ver como lugar caiçara; às vezes há certa vergonha da cultura local, por achar que o melhor vem de fora, como os primeiros índios, que viram os povos europeus e imaginaram uma cultura superior. Eu sinto falta desta identidade cultural nas produções artísticas. É importante fortalecer este aspecto”, disse.

Assessoria de Imprensa
Gabinete da Vereadora Telma de Souza (PT)
3211 4100 - 3219 3888

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Resgate da Cultura Caiçara

Por..:: Marcello Veríssimo

Cidades do litoral norte unem-se para fortalecer as tradições regionais por meio de núcleos de valorização e fortalecimento das artes populares.

Sensação de encantamento é o que se tem ao ver o barro criar formas. Ofício de mulheres e homens que, em seu cotidiano, botam a mão na massa e moldam a beleza e a praticidade em peças de barro. Assim, dão vida a uma das vertentes mais características da cultura tradicional caiçara de São Sebastião – a fabricação de panelas de barro. Estela Tavolaro, 48, é uma delas. Descobriu há pouco mais de um ano essa terapia que, afirma: "diverte e ocupa a cabeça, proporcionando a chance de criar novidades a cada encontro".

Em outra vertente, temos Josué Fortunato, 71, o "rei do congo", personagem da congada que ele representa com entusiasmo. Totalmente adaptado aos movimentos da dança, diz ser um admirador do universo folclórico caiçara. "Adoro cultura, teatro e, desde que comecei, em 1985, procurei cada vez mais o aperfeiçoamento. No início, relutei. As partituras eram de difícil compreensão, mas aos poucos fui me interessando e consegui".

Dona Estela e José Fortunato, caiçaras sebastianenses de nascimento, são exemplos de uma série de vidas que se cruzam para manter vivas modalidades artísticas genuinamente regionais que ultrapassam gerações. São peças fundamentais no processo de fortalecimento da cultura tradicional caiçara, que ganhou novo fôlego no mês passado com o 1° Encontro para o Fortalecimento das Culturas Tradicionais do Litoral Norte, realizado em Ilhabela.
Durante o encontro, com a participação de representantes de grupos folclóricos das cidades da região, oficializou-se o núcleo regional "Canoa de Voga", formado pela união dos núcleos municipais de quatro cidades: núcleo Panela de Barro (São Sebastião), Marimba (Ilhabela), Tamoios (Caraguatatuba) e Azul Marinho (Ubatuba). Os núcleos desenvolvem oficinas para ensinar aos interessados de qualquer idade modalidades artísticas, que ultrapassam gerações. São aulas de queima de panela de barro, congada, folia de reis, dança originárias das culturas indígenas e africanas e artesanatos com recursos naturais como caxeta, taboa, fibras de bananeiras, entre outros.

A iniciativa conta com apoio da Comissão Paulista de Folclore, para obtenção de recursos para execução de projetos por meio de intercâmbios entre grupos, organização de simpósios, congressos e publicações sobre o assunto. Para a diretora de Turismo de São Sebastião Ana Maria Araújo, o trabalho pelo resgate da cultura tradicional caiçara é de extrema importância, já que destaca outros atrativos para o turismo regional, além das belezas naturais. "A cultura tradicional caiçara e a história ainda presente nos patrimônios arquitetônicos do Centro Histórico são nossos diferenciais turísticos que os turistas, principalmente os estrangeiros, desejam conhecer", ressalta.

Fonte..:: Beach e Co

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Foto da Semana 19 – Canoa Caiçara – Ilha do Cardoso, Cananéia / SP

Foto de ..:: Renato Marchesini 

 Nada combina mais com essa paisagem do que uma canoa caiçara. Branca, azul, amarela, vermelha, verde... coloridas seguem as canoas calmamente serpenteando os manguezais, cortando o azul do mar...
Ela faz parte da natureza, do litoral, da cultura do povo caiçara. É seu meio de transporte mais primitivo e companheira de trabalho.

Esta canoa foi clicada em uma prainha da Ilha do Cardoso, pertencente ao município de Cananéia / SP. Descansando à beira da praia, aguardava seu dono para mais um dia de pescaria... 

  Caiçaras: Um povo anfíbio, entre a terra e a água...


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

População Tradicional Caiçara - Cultura Caiçara

Este texto tem o objetivo de apresentar um pequeno panorama da cultura caiçara que viveu quase um século em parcial isolamento e hoje passa a travar contatos, cada vez maiores, com o universo urbano.

A cultura litorânea é resultante da trajetória histórica peculiar do País, é, em termos gerais, caracterizada pelo modo de vida "caiçara", ligado às atividades econômicas, pesca e agricultura.

Foto de..: Renato Marchesini

A importância das viagens marítimas, como meio de deslocamento mais acessível em grandes distâncias, para fins comerciais, religiosos, políticos e sociais, exigiam colaboração e companheirismo entre os elementos viajantes, pois sendo a canoa de voga o meio de transporte, era árdua a viagem, pois esta era feita na velocidade de remadas e as distâncias deveriam ser percorridas no menor tempo possível, pois os perigos do mar também são muitos... As idas à 'cidade' (termo ainda atualmente usado pela população local), distrito sede, eram por causa de casamentos, batismos, festas, comércio, reivindicações e outras razões.

A população tradicional caiçara é hoje um dos últimos traços visíveis do momento da criação do povo brasileiro. Fazendo parte das culturas litorâneas brasileiras, os caiçaras representam um forte elo entre o homem e seus recursos naturais, gerando um raro exemplo de comunidade harmônica com o seu ambiente.

Segundo Geistdoerfer (1989, apud in Diegues 2001), os homens do mar souberam colocar em prática sistemas sociais, econômicos e religiosos destinados a ocupar, explorar, gerir e imaginar o mar e os seus recursos.

Mapa do território Caiçara por Diegues (2005): Enciclopédia Caiçara, Vol. 4, pg 320.


Origem Caiçara:
Os caiçaras não são tipicamente índios, são mestiços do período colonial, frutos da fusão entre os índios, europeus e negros (MUSSOLINI, 1980). Os caiçaras são um exemplo vivo desta combinação, índio/negro/colono, terra/mar - que se estabeleceram nos costões rochosos, restingas, estuários, mangues e encostas da mata atlântica.

A termo caa-içara é de origem tupi-guarani. Separadas, as duas palavras sugerem uma definição: caa significa galhos, paus, "mato", enquanto que içara significa armadilha. A idéia provinda desta junção seria, à primeira vista, uma armadilha de galhos (cerca), cuja função era proteger dos ataques de nações ou outros grupos indígenas inimigos, como era relatado pelos pioneiros na exploração do território no séc. XVI e XVII (MARCÍLIO, 1986). Também, posteriormente, foi um termo comum usado para designar pessoas familiares entre os indígenas integrados a povoados portugueses as comunidades de pescadores tradicionais dos Estados de São Paulo, Paraná e sul do Rio de Janeiro (Id).

(fatos_históricos)


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Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.