Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Pescador Artesanal - O Caiçara

É um homem paciente, envolto na solidão do trabalho. No mar, espera em silêncio; não canta nem conversa ou o peixe foge. Depois o silêncio no mar se compensa na vivacidade da terra. Na sua história, durante a escravatura, o pescador foi tido como um simpatizante do abolicionismo. Muitos escravos fugidos eram transportados nas embarcações e, mesmo que o governo oferecesse recompensa a quem os entregasse, o pescador guardava o segredo como se fosse ouro. Ainda hoje ele mantém o espírito de solidariedade. Já foi bem mais ligado aos aspectos míticos e supersticiosos do que o é agora. Talvez a secura do dia-a-dia e a poluição tenham afastado Iemanjá e as sereias, talvez a modernidade tenha sido racional em demasia.

Final de tarde. Os pescadores empurram suas canoas coloridas para o alto mar. É hora de preparar a rede do dia seguinte- “rede de pesca de espera”- entrar no mar, deixá-la armada durante a madrugada e só então voltar a terra. Quando raia um novo dia, já nas primeiras nuances da aurora, o homem volta para buscar sua rede, na esperança de um bom pescado. Muitas vezes, o barco volta só com a esperança... Outras tantas, traz peixes que são expostos nas próprias embarcações e vendidos diretamente aos moradores, restaurantes ou peixarias.

Além da rede de espera, os pescadores se utilizam também da pesca de arrastão, feita com o auxílio de toda a comunidade. A olho nu, os pescadores localizam o cardume de peixes, cercam-no com as embarcações e jogam a rede fazendo a recolha.
A história do Brasil começa nas rotas oceânicas. O pescador é seu personagem nato. Sobrevivendo às incertezas do tempo, vai amargando sua poesia poluída pela falta de escrúpulos da sociedade que agride o ambiente no qual ele vive.Foto Créditos..:: Renato Marchesini

O pescador é sempre assim: simples, solitário e vivendo do mar.

Fonte..:: Tese Pós-graduação em Ecoturismo - Tema : ECOTURISMO EM ESTUÁRIO E MANGUEZAL: UMA ALTERNATIVA PARA O PESCADOR ARTESANAL By Renato Marchesini, 2005.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Resgate da Cultura Caiçara

Por..:: Marcello Veríssimo

Cidades do litoral norte unem-se para fortalecer as tradições regionais por meio de núcleos de valorização e fortalecimento das artes populares.

Sensação de encantamento é o que se tem ao ver o barro criar formas. Ofício de mulheres e homens que, em seu cotidiano, botam a mão na massa e moldam a beleza e a praticidade em peças de barro. Assim, dão vida a uma das vertentes mais características da cultura tradicional caiçara de São Sebastião – a fabricação de panelas de barro. Estela Tavolaro, 48, é uma delas. Descobriu há pouco mais de um ano essa terapia que, afirma: "diverte e ocupa a cabeça, proporcionando a chance de criar novidades a cada encontro".

Em outra vertente, temos Josué Fortunato, 71, o "rei do congo", personagem da congada que ele representa com entusiasmo. Totalmente adaptado aos movimentos da dança, diz ser um admirador do universo folclórico caiçara. "Adoro cultura, teatro e, desde que comecei, em 1985, procurei cada vez mais o aperfeiçoamento. No início, relutei. As partituras eram de difícil compreensão, mas aos poucos fui me interessando e consegui".

Dona Estela e José Fortunato, caiçaras sebastianenses de nascimento, são exemplos de uma série de vidas que se cruzam para manter vivas modalidades artísticas genuinamente regionais que ultrapassam gerações. São peças fundamentais no processo de fortalecimento da cultura tradicional caiçara, que ganhou novo fôlego no mês passado com o 1° Encontro para o Fortalecimento das Culturas Tradicionais do Litoral Norte, realizado em Ilhabela.
Durante o encontro, com a participação de representantes de grupos folclóricos das cidades da região, oficializou-se o núcleo regional "Canoa de Voga", formado pela união dos núcleos municipais de quatro cidades: núcleo Panela de Barro (São Sebastião), Marimba (Ilhabela), Tamoios (Caraguatatuba) e Azul Marinho (Ubatuba). Os núcleos desenvolvem oficinas para ensinar aos interessados de qualquer idade modalidades artísticas, que ultrapassam gerações. São aulas de queima de panela de barro, congada, folia de reis, dança originárias das culturas indígenas e africanas e artesanatos com recursos naturais como caxeta, taboa, fibras de bananeiras, entre outros.

A iniciativa conta com apoio da Comissão Paulista de Folclore, para obtenção de recursos para execução de projetos por meio de intercâmbios entre grupos, organização de simpósios, congressos e publicações sobre o assunto. Para a diretora de Turismo de São Sebastião Ana Maria Araújo, o trabalho pelo resgate da cultura tradicional caiçara é de extrema importância, já que destaca outros atrativos para o turismo regional, além das belezas naturais. "A cultura tradicional caiçara e a história ainda presente nos patrimônios arquitetônicos do Centro Histórico são nossos diferenciais turísticos que os turistas, principalmente os estrangeiros, desejam conhecer", ressalta.

Fonte..:: Beach e Co

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

População Tradicional Caiçara - Cultura Caiçara

Este texto tem o objetivo de apresentar um pequeno panorama da cultura caiçara que viveu quase um século em parcial isolamento e hoje passa a travar contatos, cada vez maiores, com o universo urbano.

A cultura litorânea é resultante da trajetória histórica peculiar do País, é, em termos gerais, caracterizada pelo modo de vida "caiçara", ligado às atividades econômicas, pesca e agricultura.

Foto de..: Renato Marchesini

A importância das viagens marítimas, como meio de deslocamento mais acessível em grandes distâncias, para fins comerciais, religiosos, políticos e sociais, exigiam colaboração e companheirismo entre os elementos viajantes, pois sendo a canoa de voga o meio de transporte, era árdua a viagem, pois esta era feita na velocidade de remadas e as distâncias deveriam ser percorridas no menor tempo possível, pois os perigos do mar também são muitos... As idas à 'cidade' (termo ainda atualmente usado pela população local), distrito sede, eram por causa de casamentos, batismos, festas, comércio, reivindicações e outras razões.

A população tradicional caiçara é hoje um dos últimos traços visíveis do momento da criação do povo brasileiro. Fazendo parte das culturas litorâneas brasileiras, os caiçaras representam um forte elo entre o homem e seus recursos naturais, gerando um raro exemplo de comunidade harmônica com o seu ambiente.

Segundo Geistdoerfer (1989, apud in Diegues 2001), os homens do mar souberam colocar em prática sistemas sociais, econômicos e religiosos destinados a ocupar, explorar, gerir e imaginar o mar e os seus recursos.

Mapa do território Caiçara por Diegues (2005): Enciclopédia Caiçara, Vol. 4, pg 320.


Origem Caiçara:
Os caiçaras não são tipicamente índios, são mestiços do período colonial, frutos da fusão entre os índios, europeus e negros (MUSSOLINI, 1980). Os caiçaras são um exemplo vivo desta combinação, índio/negro/colono, terra/mar - que se estabeleceram nos costões rochosos, restingas, estuários, mangues e encostas da mata atlântica.

A termo caa-içara é de origem tupi-guarani. Separadas, as duas palavras sugerem uma definição: caa significa galhos, paus, "mato", enquanto que içara significa armadilha. A idéia provinda desta junção seria, à primeira vista, uma armadilha de galhos (cerca), cuja função era proteger dos ataques de nações ou outros grupos indígenas inimigos, como era relatado pelos pioneiros na exploração do território no séc. XVI e XVII (MARCÍLIO, 1986). Também, posteriormente, foi um termo comum usado para designar pessoas familiares entre os indígenas integrados a povoados portugueses as comunidades de pescadores tradicionais dos Estados de São Paulo, Paraná e sul do Rio de Janeiro (Id).

(fatos_históricos)


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Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.