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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Porto de Santos - Praça da República 1910

Por..:: Mauri Alexandrino - Imagem do acervo do jornalista José Carlos SilvaresNo início de 1910, exatos cem anos atrás, ainda se comemorava a conclusão do novo porto, os 4.726 metros de cais linear do projeto, permitindo a atracação de navios desde o Valongo até Outeirinhos.

A última pedra de cantaria da muralha que colocava Santos entre os portos modernos foi assentada, solenemente, em 6 de novembro de 1909. O balanço da Companhia Docas de Santos (CDS) registrou, com júbilo, ao final do ano, a conclusão da obra: “Em 27 de dezembro de 1909, dirigimo-nos ao Governo mostrando que o Porto de Santos está agora aparelhado para, durante muitos anos, oferecer ao comércio e à navegação um cais perfeito e suficiente.”

Comemorava-se mais.

A começar pelo recorde absoluto na exportação de café, com 13,4 milhões de sacas, o equivalente a 807 mil toneladas, depois pelo aumento da exportações de outros produtos, o que ocorria pela primeira vez com intensidade, e, por fim, somadas as importações, fizeram o ano encerrar com a cifra estonteante para a época de 1 milhão 537 mil toneladas de cargas.

Na imagem acima, está a Praça da República, nos fundos da antiga Alfândega, num dia de domingo. Era ali que desembarcavam os passageiros dos navios, que, no ano que acaba de terminar, havia movimentado 279 mil viajantes, também número recorde.

Fonte..:: Jornal da Orla - 31/01/2010

Mais fotos..:: Antigas Baixada Santista - aqui

(fotos_antigas, fatos_históricos)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um pouco de História e Fotos Antigas do Porto de Santos SP





















Por..:: Mauri Alexandrino
Foto..::  Na foto, o cais do Valongo em 1905. Acervo de José Carlos Silvares. 

Portos não têm o nome das cidades que os abrigam por acaso. Em geral, é em torno deles que elas cresceram. Portos sempre fazem parte da paisagem urbana, com seus mastros e velames, carroças, chaminés, máquinas a vapor, seus motores e lâmpadas, caminhões, guindastes, uma paisagem que muda com o tempo e a invenção humana.

Portos e cidades ligam-se, apoiam-se, dependem um do outro desde que existem as trocas comerciais. Sempre surgiram em bons pontos na costa, protegidos de ventos, em áreas com demanda de transporte de produtos.

Alguns desapareceram enquanto outros progrediram ao sabor das mudanças na produção do que é necessário à vida ou à acumulação de riquezas. Iguape, por exemplo, já teve um porto mais importante que o de Santos e esta, por sua vez, menos cidade que embarcadouro, já foi apenas o Porto da Vila de São Vicente.

Não se comemora, agora, exatamente, o aniversário do Porto de Santos. Ele é tão velho quanto o primeiro povoamento, antes da chegada de Martim Afonso de Souza. Não há uma data certa.

No dia 2 de fevereiro rememoramos a atracação do navio inglês Nasmith no primeiro trecho do cais moderno - o início do atual Porto de Santos, em 1892.

Atrás do porto há uma cidade. Essa era condição decisiva para quem chegava do mar. Era promessa de descanso, de obtenção de produtos de consumo frescos, de alguma vida em terra firme mesmo que só por algum tempo.

Mas Santos, em 1890, não era flor que se cheirasse. A cidade fedia e infernizava 15.605 habitantes, moradores de 2.167 habitações, a maioria coletivas, debatendo-se entre febres, varíola, cólera, infecções de todo tipo, "o lugar mais terrivelmente nauseabundo em que já estive", disse Richard Burton, aventureiro inglês que, por essa época, tornou-se cônsul britânico por aqui.

Navios não desembarcavam passageiros nem tripulantes, ou ficariam de quarentena.A cidade atrás do porto tinha um aspecto terrível quando se construía o novo cais. Era tipicamente colonial, de vielas tortuosas, ruas estreitas, não alinhadas e de escasso calçamento, que se tornavam lagos lamacentos em dias de chuva.
Prédios precários, à beira da rua, sem uma clara distinção de espaços públicos e privados, onde empilhavam-se cargas misturadas às "casas de pasto", os periculosos fast food dos trabalhadores de então, ao lado de cocheiras fétidas.

Oitenta por cento da população era de trabalhadores da construção do cais e da ferrovia, estivadores e carregadores, carroceiros que moravam em cortiços da pior espécie, mas que eram baratos e mais próximos do trabalho.

Não era raro que pessoas doentes fossem deixadas na rua, onde morriam e putrefavam até que o serviço municipal recolhesse o corpo. Tetos baixos, com beirais largos que se projetavam para a rua, diminuindo um pouco o calor intenso das horas mais quentes, mesmo com umidade pegajosa, eram o máximo em comodidade urbana. Era onde acumulavam-se detritos de toda espécie, considerado o espaço de todos e, por isso, de ninguém.

O conceito de moradia e rua como espaços distintos é posterior a esse período na cidade. Quem podia morar em São Paulo, o fazia, mesmo tendo seus negócios em Santos ou dependendo do movimento do porto."Um poço de infecções que, ou bem se saneia ou se abandona em nome da saúde pública", escreveu o poeta Vicente de Carvalho sobre sua própria cidade, quando ocupava o cargo de secretário de Obras do Estado.

As doenças santistas começavam a subir a serra nesta época e ninguém mais estava seguro, nem os mais ricos. Limitação crescente ao comércio, especialmente do café, razão da construção da ferrovia e de um porto moderno, as doenças punham tudo sob risco.

Era tão grave a situação que, em 1886, nada menos que 2 mil estrangeiros e brasileiros de outras regiões, trazidos para as obras do porto, simplesmente haviam fugido. Entre 1890 e 1900 morreram 22.588 pessoas nas epidemias, metade da população inteira.

Os santistas eram abastecidos principalmente pelas canoas, que traziam peixe e bananas das cidades em torno e também as cargas que chegavam a Cubatão em tropas de burros, especialmente o toucinho, o feijão e a farinha. E esse era parte do problema da cidade com o porto.

O mercado era o ponto de parada das canoas. Durante a construção do cais, ninguém sabia onde estaria o mercado na semana seguinte, mudando de lugar empurrado pela Companhia Docas de Santos.

Os trapicheiros, que eram a elite local, resistiam à Companhia. Os armazéns e pontes de embarque, mesmo precários, lhes rendiam bom dinheiro. No ano em que se inaugurou o cais novo, por exemplo, a Câmara Municipal aprovou todos os pedidos de construção de novas pontes e trapiches, buscando afrontar a nova ordem que lhe tirava poder e riqueza.

Houve até mesmo sabotagens conhecidas ao plano de saneamento da cidade, que realocava espaços e eliminava cortiços desalojando moradores não raramente com violência. Foi nesse período que Santos começou a tomar a forma e a identidade que tem hoje.

Fonte..:: Jornal da Orla

Foto Antiga Santos SP: Porto de Santos (Meados de 1900).


CARREGADORES DE CAFÉ (1902). Olha eles aí, fazendo pose para o famoso fotógrafo José Marques Pereira, na virada dos séculos 19 para o 20. O Jacinto, o conhecido Sansão do Cais Santista, está na imagem (é o sexto, contado da esquerda para a direita. Até que ele pegou leve nesta imagem, uma vez que este estivador era tido como o mais forte do porto. Ao fundo, a velha Alfândega, demolida nos anos 1930. para dar lugar à atual. Fonte: Memória Santista.

Cartão Postal Antigo Santos SP: Porto de Santos (Foto do início do séc. XX ou final do XIX). E circulou como postal em 1906.


Cartão Postal Antigo Santos SP: Docas Embarque de Café e Imigrantes (24-09-1907).
Postal: José Marques Pereira.

Cartão Postal Antigo Santos SP Docas Vapor Nacional Guasca (05-12-1907).
Postal: José Marques Pereira.

Foto Antiga Santos SP: (1912) Porto de Santos

Imigrantes Porto de Santos - anos 20.


Foto Antiga Porto de Santos: (final década de 20). Coleção Laire Giraud.

Foto Antiga Santos SP: Docas Embarque de Café (s.d.).
Postal: José Marques Pereira.


Foto Antiga Santos SP: Docas Embarque de Café (s.d.).
Postal: José Marques Pereira.

Imigrantes Japoneses desembarcando no Porto de Santos (1930) - Foto Theodor Preising

Fotografia Antiga Porto de Santos SP


Foto Antiga Porto de Santos SP

Cartão Postal Panorama do Porto Santos anos 50.

Cartão Postal Panorama do Porto Santos anos 50.


Foto Antiga Porto de Santos - Chegada do 1º ônibus Viação Cometa (1954). O lendário GM Coach PD 4104 prefixo 502, que hoje se encontra no acervo particular do amigo Enferrujado Arthur Mascioli, filho do Patriarca da Cometa Tito Mascioli.

Para Roteiros de Turismo Históricos e Culturais em Santos e Região
www.r9turismo.com


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