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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Poluição reduz diversidade de bactérias marinhas no litoral paulista

Por..:: Noêmia Lopes
Agência FAPESP – Quanto menos poluída a água do mar no litoral de São Paulo, maior é a diversidade de bactérias marinhas. Essa foi uma das constatações de um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP), após a coleta de amostras de água do mar e de plâncton na Baixada Santista, em Ubatuba e em São Sebastião.
Eles participaram de uma pesquisa, realizada entre 2010 e 2012 com apoio da FAPESP, cujo objetivo geral era caracterizar comunidades bacterianas do litoral paulista por meio de análises moleculares e genéticas.
O foco estava nos exemplares quitinolíticos – ou seja, nas bactérias que metabolizam a quitina (polissacarídeo presente no exoesqueleto de muitos organismos marinhos) e liberam carbono e nitrogênio (utilizados em processos biológicos, fisiológicos e bioquímicos ao longo de toda a cadeia alimentar).
Após as fases de coleta e análise, foram encontrados 13 gêneros de bactérias quitinolíticas na Baixada Santista, 19 em Ubatuba e 28 em São Sebastião, somando as amostras de água do mar e de plâncton (alguns gêneros foram encontrados tanto em água do mar quanto em plâncton).
Por meio de estudos anteriores realizados pelo próprio ICB/USP, os pesquisadores conheciam os níveis de poluição antrópica (pelo homem) nos três locais: alto na Baixada Santista, médio em São Sebastião e baixo em Ubatuba.
Cruzando os resultados, concluiu-se que a maior diversidade é encontrada onde há poluição baixa ou mediana. “Os microrganismos nativos de um sistema competem com outros que chegam até ele, por meio de esgotos não tratados, por exemplo. E sobrevivem os mais fortes – no caso, aqueles associados aos poluentes”, disse Irma Nelly Gutierrez Rivera, professora e pesquisadora do ICB/USP.
De acordo com Rivera, tal redução na diversidade de bactérias quitinolíticas gera preocupações em ao menos três esferas. A primeira remete aos prejuízos diretos para a cadeia alimentar marinha, que necessita do carbono e do nitrogênio liberados pela metabolização da quitina. A segunda diz respeito a perdas para uma série de processos biotecnológicos nos quais essas bactérias são aplicáveis, como controle de insetos e fungos.
Já a terceira implica em riscos relacionados à perda de biodiversidade nos ecossistemas costeiros do país. “Há espécies desaparecendo antes mesmo de serem catalogadas. Isso é ruim porque devemos saber o que é nosso e o que não é – caso, por exemplo, dos microrganismos que chegam com a água de lastro dos navios e cuja interação com as espécies locais pode dar origem a espécies patogênicas que, por sua vez, podem causar doenças para o homem, para os animais marinhos e para o próprio ecossistema”, disse Rivera.
Metodologias e desenvolvimento
Entre 2007 e 2010, Rivera coordenou uma pesquisa com Auxílio Regular da FAPESP sobre a diversidade de microrganismos marinhos na Baixada Santista, em Ubatuba e em São Sebastião.
A partir de então e até o segundo semestre de 2012, com novo projeto de pesquisa, Rivera passou a coordenar a caracterização das comunidades bacterianas nesses três locais. Ou seja, a equipe focou os estudos nas bactérias – mais especificamente nas quitinolíticas – e buscou identificá-las por meio de análises moleculares e genéticas.
Para tanto, o primeiro passo foram as coletas de amostras de água e plâncton, que duraram 20 meses em São Sebastião e dois verões em Ubatuba e na Baixada Santista. As amostras de água eram coletadas em volumes de cinco litros, dez centímetros abaixo da superfície, em frascos previamente esterilizados. As amostras de plâncton foram coletadas com rede de malha, por arraste, durante cinco minutos, nos mesmos pontos de coleta das amostras de água.
A partir de então, o estudo das bactérias quitinolíticas viáveis (que podem ser cultivadas) foi realizado em meio de cultura que continha apenas quitina como fonte de carbono e alguns sais, de modo que o meio tivesse uma composição próxima à da água do mar. As bactérias quitinolíticas foram identificadas, em nível de gênero, com o método de sequenciamento do gene 16S rRNA.
Além dessa metodologia – chamada dependente de cultivo por exigir um meio em que as bactérias possam crescer – os pesquisadores usaram recursos moleculares e fizeram a construção de bibliotecas genômicas que viabilizam o trabalho a partir dos genes (ao invés do crescimento bacteriano), conhecidos como independentes de cultivo. Para tanto, amostras de água foram filtradas e concentradas, com posterior extração do DNA total.
A construção de bibliotecas genômicas foi realizada com o uso do gene chiA, que codifica as enzimas quitinases que degradam a quitina, e da técnica de clonagem – cada sequência foi analisada por meio de pareamento com sequências disponíveis em banco de dados (GenBank).
De acordo com a pesquisadora, caracterizar comunidades bacterianas com base em análises moleculares e genéticas é importante porque permite ampliar o leque de exemplares descritos, já que nem todos são capazes de crescer nos meio de cultivo dos quais os cientistas dispõem.
No caso do estudo do ICB/USP, as duas metodologias, dependente e independente de cultivo, confirmaram que a maior diversidade de bactérias ocorre em ambientes com nível de poluição baixo ou médio.
Nos três locais estudados, o filo Proteobacteria foi o mais recorrente. Em relação aos gêneros, em amostras de água, Micromonospora predominou em Ubatuba e São Sebastião, enquantoAeromonas prevaleceu na Baixada Santista. Em amostras de plâncton, Ubatuba teve outros gêneros de bactérias, como Streptomyces e Luteimonas, enquanto as Aeromonas foram as mais encontradas em São Sebastião e na Baixada Santista.
“Para chegar ao nível das espécies, é preciso lançar mão de metodologias mais complexas”, afirmou Rivera. “Até hoje, conhecemos pouquíssimas espécies. Estudos apontam que os oceanos são os ambientes mais ricos em diversidade procariótica, com aproximadamente 3,5 x1030espécies de bactérias. Por enquanto, apenas cerca de 6 mil delas estão descritas.”
Os pesquisadores do ICB/USP farão o sequenciamento completo do genoma de ao menos uma das bactérias quitinolíticas coletadas, a fim de identificar a que espécie ela pertence. Outro desdobramento serão estudos sobre as enzimas produzidas por bactérias de ecossistemas marinhos e suas possíveis aplicações biotecnológicas.
“Estamos na etapa final das análises estatísticas e já submetemos um artigo que aguarda publicação – Impact of Anthropogenic Activity on Chitinolytic Bacteria Diversity in the Marine Environment”, disse Rivera. Além dela, duas alunas de pós-doutorado participaram dos estudos: Claudiana Paula de Souza, com bolsa da FAPESP, e Bianca Caetano de Almeida. 
Fonte..:: Agência Fapesp
(recicle suas idéias, papo de biologia)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

VERGONHA: Loteamento político em UCs de São Paulo

Técnicos foram trocados por líderes de partido; presidente de fundação diz que prefere ‘gestor que saiba administrar’

Dentro da comunidade ambientalista, o descontentamento com a atual gestão da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) é crescente, beirando o intolerável. Fontes do próprio governo e da sociedade civil acusam o secretário Bruno Covas (PSDB) de promover um aparelhamento generalizado do sistema ambiental paulista, com a substituição de funcionários técnicos por indicações políticas e enfraquecimento dos mecanismos de controle e monitoramento, em favor de interesses políticos e econômicos da pasta.

Vários técnicos de carreira, com grande experiência na área, foram demitidos ou afastados de suas funções nos últimos dois anos. Os gerentes de quase todas as unidades de conservação foram trocados (alguns deles várias vezes) e, em vários casos, substituídos por técnicos de pouca experiência ou por pessoas sem qualificação na área.

“A impressão é que a secretaria foi transformada num comitê eleitoral”, diz o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani. 

A SMA disse que a afirmação lhe causava “profunda estranheza”, e rebateu as críticas de aparelhamento por escrito, dizendo: “É possível que, com a mudança de alguns gestores, interesses tenham sido feridos e, desse modo sim, desfeito um ‘comitê’ dirigido a interesses de grupos minoritários ou de pessoas”.

O gestor indicado pela secretaria para o Parque Estadual Furnas do Bom Jesus, por exemplo, é o dentista Carlos Scandiuzzi, um político da região ligado ao PSDB. O gestor do Parque Estadual de Campos do Jordão e gerente regional para o Vale do Paraíba é o publicitário Fabiano Vanone, candidato a deputado estadual pelo PSDB em 2006 e ex-presidente da Juventude do partido em Taubaté, na região do parque. O gestor do Parque Estadual da Ilha Anchieta, Luiz Bitetti da Silva, é um advogado criminal da cidade de Cruzeiro, onde já foi duas vezes candidato a prefeito e uma, a vereador. 

“São todos cargos de confiança e que atendem aos requisitos que a gente entende necessários de conhecimento técnico e de confiança”, justificou Covas, em entrevista ao Estado. Sobre o fato de alguns deles não terem experiência em gestão ambiental, ele destacou que a secretaria publicou recentemente o Manual do Gestor, um livreto de 130 páginas, “com todas as informações necessárias, caso haja alguma dúvida”.

No caso mais recente, o engenheiro florestal João Paulo Villani, que cuidava há 25 anos do núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, foi retirado do cargo na terça-feira. No lugar dele, entrou o analista de sistemas Valdir Martimiano Dias, que dois meses antes havia sido nomeado para gerir simultaneamente três Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e o Monumento Natural da Pedra do Baú. Dias foi candidato a vereador de São José dos Campos pelo PSDB em 2000.

No início do mês, o gestor da APA Marinha do Litoral Centro, o oceanógrafo Marcos Campolim – considerado um dos técnicos mais experientes da Fundação Florestal –, foi demitido e substituído por André Alvino Guimarães Caetano, um ex-diretor de finanças do Sindicato de Supervisores do Magistério no Estado de São Paulo e membro do Conselho Estadual de Educação. O diretor executivo da Fundação Florestal (FF), Olavo Reino Francisco, disse que Caetano é um “biólogo muito conceituado na área” e está capacitado para gerir a APA Marinha.

Questionada pelo Estado sobre a justificativa para as diversas indicações, a SMA destacou que a função de gestor abrange uma grande diversidade de tarefas, “que impõe a necessidade de um conhecimento multidisciplinar”. “Assim, a diversidade na formação profissional ao invés de ser empecilho, se mostra, em verdade, uma possibilidade de troca de experiências e soma à equipe, que passa a ter uma visão multidisciplinar dos problemas”, afirma a secretaria.

Repercussão. A saída de Campolim repercutiu negativamente na área ambiental e um abaixo-assinado foi lançado na internet para reinstituí-lo. Para a bióloga Ingrid Oberg, chefe do Ibama na Baixada Santista durante dez anos e ex-membro do Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro, a troca é mais um exemplo do loteamento de cargos que vem sendo praticado na atual gestão. “Claro que influência política sempre existe em qualquer administração, mas no último um ano e meio houve um retrocesso muito grande. A coisa piorou muito”, disse Ingrid ao Estado. Campolim foi procurado, mas não quis se manifestar.

O diretor da FF defendeu as escolhas de gestores feitas durante sua gestão. “Prefiro muito mais um gestor que entenda de administração do que um técnico”, afirmou Francisco, argumentando que é mais fácil dar suporte técnico a um administrador do que ensinar um técnico a administrar. “Há unidades de conservação onde não adianta nada colocar um técnico.”

O cenário se reflete na própria cúpula da SMA, que, a exemplo de Covas, é toda formada por advogados. O secretário adjunto da pasta, Rubens Naman Rizek Junior, é um ex-presidente da Corregedoria Geral da Administração (CGA), o órgão de controle interno e apuração de irregularidades administrativas do Estado. O chefe de gabinete, Antonio Vagner Pereira, também é advogado.

Na Fundação Florestal, Francisco é delegado de polícia, também com passagem pela CGA. Abaixo dele, o atual diretor para o Litoral Sul e região do Paranapanema, Cesaltino Silva Júnior, é advogado e corretor de imóveis.

Só no ano passado, com um único decreto (número 58.234/2012), o governo estadual criou 40 cargos comissionados na FF, incluindo 26 para chefes de UCs e 14, para assessores. Com isso, o número de cargos de confiança na fundação aumentou para 105, enquanto que o de cargos concursados manteve-se inalterado, em 408. Segundo a secretaria, a criação das vagas deve-se ao aumento no número de unidades geridas pela FF, “o que implica, necessariamente, num aumento da demanda de trabalho e a necessidade de funcionários”.

“Esse aparelhamento político do sistema é o que mais preocupa”, diz o ambientalista Beto Francine, membro do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e candidato a vereador pelo PV em Ubatuba, em 2012. “Enquanto isso, as unidades de conservação estão jogadas às traças. Os palmiteiros e caçadores estão fazendo a festa.”

“A situação das UCs do Estado está tão ruim que, de coração, eu tenho vontade de chorar. Só não saio porque quem ficar no meu lugar pode não ter essa mesma preocupação. Fico para segurar o pau da barraca”, desabafa um gestor. 

Fonte..:: Estadão 





quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Projeto Litoral Sustentável promove a participação da sociedade civil por meio de consultas participativas na Baixada Santista

Encontros na Baixada Santista começam no dia 12, em Itanhaém e Peruíbe, e seguem até o final do mês em Santos.

O projeto Litoral Sustentável – Desenvolvimento com Inclusão Social, iniciativa do Instituto Pólis com apoio da Petrobras, realiza em agosto Consultas Participativas nos nove municípios da Baixada Santista. Nesta fase, o projeto oferece mais uma oportunidade de participação à sociedade civil, organizações sociais e poder público, de extrema importância para a consolidação das Agendas Municipais e da Agenda Regional de Desenvolvimento Sustentável.

As consultas terão como foco a discussão das diretrizes e ações estratégicas dos três eixos que compõem as Agendas: “Desenvolvimento Sustentável e Includente”, “Uso Sustentável das Áreas Protegidas” e “Democratização do Território”. Os conteúdos já estão sendo pactuados com a sociedade civil e poder público.

A série de encontros tem início no dia 12, com duas consultas a partir das 17h30: uma em Itanhaém, na ETEC, na Avenida José Batista Campos, 1431, Anchieta, e outra em Peruíbe, no Centro de Convenções, na Avenida São João, 545, Centro. 

No dia 13, no mesmo horário, a consulta acontece em São Vicente, na Etec Drª Ruth Cardoso, na Praça Coronel Lopes, 387, Centro. No dia 15 é a vez de Guarujá, na Faculdade Uniesp - Av. Adhemar de Barros, 820 - Vila Santo Antonio e Bertioga, no Hotel 27 – Av. Thomé de Sousa, 825 - Praia da Enseada, também às 17h30.

No dia 21, os encontros ocorrem em Cubatão e Praia Grande e os locais serão definidos em breve. A última consulta ocorre em Santos, no final do mês com local também a ser definido. Nos municípios do Litoral Norte, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, os encontros aconteceram em julho.  
Além das consultas participativas, o público em geral pode dar suas contribuições por meio do site do projeto até o dia 10 de setembro, através do link: http://litoralsustentavel.org.br/agenda/contribua-com-a-agenda/ 

Chamada Pública - O projeto abriu uma chamada pública para levantamento das ações e projetos para a melhoria das condições sociais, econômicas e ambientais da Baixada Santista e do Litoral Norte do Estado de São Paulo. Ao promover a participação de pessoas e da sociedade civil, a iniciativa tem o objetivo de fazer um levantamento de projetos realizados ou em andamento, tanto por iniciativa da sociedade civil como do poder público, que também serão incluídos nas Agendas.

As iniciativas devem ser inscritas até o dia 20 de agosto, através do link: http://litoralsustentavel.org.br/chamadapublica/.

Agendas - A Agenda Regional de Desenvolvimento Sustentável e as Agendas de Desenvolvimento Sustentável para cada um dos municípios do Litoral Norte e da Baixada Santista estão sendo construídas conjuntamente a partir dos diagnósticos elaborados na primeira fase do projeto Litoral Sustentável, (disponíveis para download aqui).

Esta Agenda pretende contribuir para a atuação do Poder Público,das organizações da sociedade civil e do setor privado para o planejamento integrado das políticas públicas com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida de toda a população, de forma equilibrada com o meio ambiente.

Para conhecer mais sobre o projeto, assista ao vídeo:


Confira as datas das consultas públicas do projeto Litoral Sustentável 

Itanhaém 
Data: 12/08 às 17h30
Endereço: ETEC - Avenida José Batista Campos, 1431, Anchieta

Peruíbe
Data: 12/08 às 17h30
Endereço no Centro de Convenções - na Avenida São João, 545, Centro.

São Vicente 
Data: 13/08 às 17h30
Endereço: Etec Drª Ruth Cardoso - Praça Coronel Lopes, 387, Centro.

Guarujá 
Data: 15/08 às 17h30
Endereço - Faculdade Uniesp - Av. Adhemar de Barros, 820 - Vila Santo Antonio

Bertioga
Data: 15/08 às 17h30
Endereço - Hotel 27 – Av. Thomé de Sousa, 825 - Praia da Enseada

(evento_programação, papo de biologia, recicle suas idéias)



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Festa de São Pedro Pescador 2013 - Ubatuba SP com a Tradicional Corrida de Canoas Caiçaras!!!


Festa de São Pedro Pescador terá mais de 20 apresentações musicais e Vila Caiçara
Começa nesta quarta-feira, 26 de junho, a 90ª Festa de São Pedro Pescador de Ubatuba, a mais tradicional da cidade. Completando 90 anos de história e tradição popular, o evento terá uma vasta programação de atrações, incluindo a novidade chamada “Vila Caiçara” aonde o público terá uma pequena mostra do que é a vida cultural na região.
Durante os cinco dias de festa se apresentarão seis grupos tradicionais – incluindo Baile de Fandango Caiçara, 15 bandas locais e uma apresentação principal, com Gabriel Sater. Além das atrações musicais, a Festa terá a tradicional Procissão Marítima, a eleição da Rainha dos Pescadores e a conhecida Corrida de Canoas.
A estrutura do evento conta ainda com uma Praça de Alimentação, onde os visitantes poderão saborear a famosa Tainha Assada. O destaque neste ano ficará por conta da redução de R$ 17,00 no preço do prato mais tradicional da Festa. “Foi um pedido do prefeito Maurício que o prato da Tainha tivesse um preço acessível a todos os turistas e, principalmente, moradores da cidade. Foi um trabalho de um mês junto com funcionários da colônia e fornecedores, para que conseguíssemos reduzir em 30% o valor cobrado pelo prato mais tradicional do evento, na comparação com o ano passado”, ressaltou o Secretário de Pesca, Maurici Romeo.
Para garantir a participação de toda população de Ubatuba, a Fundart também conseguiu junto à empresa de ônibus um aumento no número de ônibus e de horários nos dias do evento. A partir de hoje (26) até o próximo domingo, serão reservadas linhas especiais até à 1h30, garantindo o retorno da Festa para as Regiões Sul, Norte e Oeste da cidade.

Acompanhe abaixo a programação da Empresa Verde Bus para a Festa de São Pedro Pescador
Dias 26 e 27 de junho – Saindo do Terminal, da Rua Conceição.
·  01h30min. – Região Norte – Picinguaba divisa via Vila dos Pescadores
·  01h30min. – Região Sul – Tabatinga via Sertão da Quina
·  01h30min. -Região Oeste – Horto via Ipiranguinha
Dias 28, 29 e 30 de junho – Saindo do Terminal, da Rua Conceição.
Região Norte
·  01h30min. – Bairros do Puruba, Sertão do Ubatumirim e Almada.
·  01h40min. – Picinguaba Divisa via Vila dos Pescadores
Região Sul
·  01h30min. – Bairros do Rio Escuro, Corcovado e Fortaleza.
·  01h40min. – Tabatinga viaSertão da Quina
Região Oeste
·  01h30min. – Ipiranguinha
·  01h40min. – Horto via Ipiranguinha

A Festa de São Pedro Pescador
Histórico
A comemoração ao santo padroeiro dos pescadores, em Ubatuba, teve inicio no dia 29 de junho de 1923, às 10:00 horas. Foi numa sexta-feira ensolarada, quando o padre caiçara, Francisco dos Passos, celebrou a missa em altar improvisado sobre balsa confeccionada a partir de seis canoas amarradas umas às outras.
As embarcações, todas de propriedade do Senhor Antonio Atanásio, tinham os nomes de: Corcovado, Carona, Guarandí, Madalena, Flor do Mar e Guapuruvu. O improvisado altar foi fundeado a trinta metros da praia do Cruzeiro em frente ao Casarão do Senhor Gabriel Costa, onde é hoje a Praça Capricórnio (em frente ao Aeroporto “Gastão Madeira”).
Não havia, na época a imagem de São Pedro. Após 19 anos, em 1942, foi doada pelo padre alemão Hans Beil.
Antecedentes
Antes, as comemorações de S. Pedro eram realizadas nas várias praias ao longo da costa. Na cidade ocorria a novena, rezava-se durante 9 noites até o dia de São Pedro, 29 de junho. Não faltava a “alvorada”, procissão pelas ruas, com pessoas conduzindo o “fiofó” ou “fifó”, presa a um bambu, embebida com azeite de nogueira.
Após a “Alvorada”, era levantado o mastro de São Pedro, diante de uma fogueira, onde a criançada lançava galhos verdes de abricoeiro possibilitando uma sequência de estalos.
Entre os fogos, havia o “rojão de rabo”, utilizando flechas de guapuruvu. Jango Teixeira, avô do compositor e cantor Renato Teixeira, era quem detinha a arte de confeccionar esses rojões.
Após a missa, o povo se juntava ao lado da Igreja Matriz para o leilão, com as prendas doadas pela comunidade: caixa de goiabada, litro de vinho, bolo de mandioca, doces, frangos, patos, tainhas, etc.
“Até o inicio dos anos 60, a louvação a São Pedro acontecia também em frente aos ranchos de canoas”, segundo o Sr. Manoel Hilário Filho, pescador nascido em 1908.
Os pescadores, ao cercarem as tainhas, retiravam de cada cento uma “tara” (tainha maior) e doavam ao Santo. No final da tarefa era feito um pequeno leilão e com o resultado compravam rojões e no dia 29, ao meio dia, o sino da Igreja Matriz e das capelas dos bairros repicavam e espocavam rojões na frente dos ranchos, com canoas e tralhas de pesca do lado de fora pra para saudar São Pedro Pescador.
A Procissão Marítima
A Procissão Marítima, teve inicio em 29 de junho de 1954, com poucos barcos mas número grande de canoas. Novidade, o povo se aglomerou na barra do Rio Grande, acenando com lenços brancos, enquanto o foguetório anunciava a saída do andor de São Pedro conduzido pelo barco Iara, do Senhor Freitas.
Com barcos todos enfeitados com folhas de bambu, coco “pindova” e com bastante bandeiras de papel colorido a procissão se firmou. Hoje, o dia 29 de junho é feriado municipal e São Pedro é conduzido em procissão da Igreja Matriz até a barra do Rio Grande, onde, o santo é colocado no barco que lidera o cortejo marítimo, baía de Ubatuba afora, com a Bênção dos Anjóis, realizada pelo pároco, pedindo ao Santo, pescaria farta naquele ano. É momento alto da procissão.
Rainha Dos Pescadores
A partir de 1962 foi agregado à festa, o concurso da Rainha dos Pescadores, as barraquinhas, dança de quadrilha, etc. O concurso, desde seu primeiro momento, ganhou logo prestígio.
Barraca da Tainha
Em 1977 foi criada a chamada Barraca da Tainha, chegaram as entidades filantrópicas (com comidas típicas) mais apresentações de grupos de congada, xiba, música sertaneja, etc.,com palco para esses “shows”.
Ponto alto foi a Procissão Marítima que reuniu mais de 80 embarcações e a 1º Missa Campal, no morro da Prainha, celebrada pelo Frei Alberto Bissoli.

A Festa de São Pedro Pescador
Foi realizada nos locais: Ilha dos Pescadores, na Praça da Matriz, Praça de Esportes (antiga) na Av. Iperoig, junto ao Cruzeiro; na Praia do Perequê-Açú (1968) e Aeroporto. Desde 2007 a festa passou a ocupar a Praça de Eventos na Av. Iperoig, ganhando maior espaço e conforto. Em 2009 reuniu público de mais de 50 mil pessoas em seus cinco dias de realização.
Com a criação da FUNDART – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba, em 1987, a instituição passou a organizar a festa, promovendo inclusive a corrida de canoas entre os pescadores e o levantamento de mastro com efígie de São Pedro, na hora da missa.
(evento_programação)


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Diagnóstico Urbano e Socioambiental Participativo - Litoral Sustentável


Texto de ..:: Nanci Corbioli 

Desenvolvido pelo Instituto Pólis e abraçado pela Petrobrás, o projeto Litoral Sustentável - Desenvolvimento com Inclusão Social tem por objetivo inicial produzir um diagnóstico urbano e socioambiental participativo dos 13 municípios da Baixada Santista e do litoral norte de São Paulo, que somam 2 milhões de habitantes e PIB superior a 45 bilhões de reais.

Áreas de monitoramento da expansão urbana
Fontes: Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, 2010; Ibama, 2011; Mosaico SRTM, 2011; Google Earth, 2012


O mapeamento servirá de base para a segunda etapa da iniciativa, que prevê a participação do Instituto Pólis, dos governos municipais e da sociedade civil organizada na elaboração de propostas de desenvolvimento sustentável para cada cidade e um programa integrado para a região, para a qual está previsto grande aumento populacional nos próximos anos.

Esses programas devem implicar ações estruturantes, como a criação de um centro tecnológico para a qualificação de mão de obra ligada à cadeia de gás e petróleo, ou ainda um plano de manejo de parques, especialmente o da serra do Mar, para possibilitar atividades de turismo sustentável e de subsistência para as comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas e caiçaras).

A motivação do projeto vem na esteira de transformações em curso ou previstas para essa área do litoral paulista, tais como a exploração do pré-sal, a ampliação do porto de Santos ou a implantação do VLT na região central da Baixada Santista. “Não estamos pensando no impacto que isso terá, mas nas dinâmicas decorrentes de todos esses processos”, esclarece a arquiteta Danielle Klintowitz, coordenadora da área de urbanismo e meio ambiente do Litoral Sustentável.

Iniciado em outubro de 2011, o levantamento de dados já foi concluído. Segundo a coordenadora, o próximo passo é aprofundar as discussões para elaborar propostas de desenvolvimento regional e municipais e uma agenda comum para as cidades, o que implica o compromisso de longo prazo por parte dos governantes.

“É a primeira vez que se pensa a região como um todo. As ações anteriores vieram de cima para baixo e os municípios não se reconhecem nelas. De Peruíbe a Ubatuba, há processos e leis muito diferentes. Bertioga, por exemplo, está situada na Baixada Santista, mas suas dinâmicas são muito mais parecidas com as do litoral norte”, diz Danielle.

O diagnóstico focou aspectos variados, como urbanismo e ocupação do território, demandas e políticas habitacionais, legislação e desenvolvimento econômico, entre várias outras frentes.

A leitura dos indicadores aponta diferentes problemas e demandas a serem enfrentados pelos municípios e as expectativas da população no que que diz respeito a uso sustentável das áreas ambientalmente protegidas, dependência do veranismo, ampliação do porto e extração de gás em São Sebastião, pesca artesanal, ampliação do porto de Santos, extração do pré-sal, mobilidade regional e o tratamento dado aos resíduos sólidos.

Os resultados mostram que o litoral norte tem hoje a mesma dinâmica da Baixada Santista da década de 1970 e isso permite antecipar fatores decorrentes do crescimento.

“Existem janelas de oportunidade que devem ser aproveitadas, como novos prefeitos iniciando mandatos e planos diretores municipais em revisão. É o momento para juntar esses planos, buscar contradições entre eles e identificar os pontos em que um pode ajudar o outro”, afirma Danielle.
A análise dos dados detectou que muitos dos problemas locais apresentam origem regional e podem ter soluções nesse âmbito, tais como deficiências de mobilidade ou de segurança pública e oferta de formação especializada para trabalhadores.

“Em Cubatão, existe um polo petroquímico com mais de 20 empresas que necessitam de trabalhadores de alta qualificação, ao mesmo tempo que 40% da população da cidade está desempregada por falta de formação profissional”, comenta Danielle.

Também foram apontadas áreas sem serviços de água e esgoto e a ausência generalizada de locais para destinação do lixo, que precisa subir a serra de caminhão para ser descartado em cidades da Região Metropolitana de São Paulo e do vale do Paraíba.

Outro aspecto identificado pelo diagnóstico é que, na média, 64,23% do território da região está dentro de áreas de preservação ambiental. Ao mesmo tempo, as altas taxas de crescimento populacional vêm causando impactos imobiliários e levando a urbanização cada vez para mais perto dos locais a serem preservados.

A precariedade habitacional também é um ponto crítico, e o déficit regional é de mais de 94 mil domicílios. Há grande concentração de habitações de uso ocasional, aproximadamente 50% do total.


Normalmente elas estão junto à orla e dispõem de maior cobertura de infraestrutura urbana, enquanto os domicílios de uso permanente são mais interiorizados e carentes de serviços.

Para mais informações, acesse www.litoralsustentavel.org.br.


Fonte..:: Publicada originalmente em PROJETODESIGN (Edição 396 Fevereiro de 2013) / ArcoWeb

(recicle suas idéias, turismo)







quarta-feira, 1 de maio de 2013

Reportagem Revista Beach Co - Caminhos de Anchieta com a Renato Marchesini


Rota de fé, contemplação e cultura

A rica história da colonização revivida em cores e imagens deslumbrantes durante o percurso dos Caminhos de Anchieta pelo litoral norte paulista

Por..:: Rosangela Falato

Escultura de padre José de Anchieta, na Praça do Aquário, em Santos. A rota é inspirada nos caminhos percorridos pelo apóstolo ao longo da costa paulista (Foto Belissa Barga)

“Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê, em todo o ano, árvores nem erva seca. Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura, grossura e variedade de espécies. Muitos dão bons frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedade”. Assim descreve nossa floresta e sua rica biodiversidade o “Apóstolo do Brasil”, o jesuíta José de Anchieta, no documento Informação da Província do Brasil para nosso Padre, em 1585.

O documento tornou-se a primeira descrição detalhada da Mata Atlântica, de acordo com publicação do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera, que propôs 27 de maio como Dia Nacional da Mata Atlântica em homenagem à floresta e à padre Anchieta nas comemorações dos 400 anos de seu falecimento.

Resgatar essa cultura, a história, e ainda mostrar a importância da preservação do meio ambiente de uma região riquíssima por seu patrimônio natural, levou o governo paulista a lançar, em 2011, a rota Passos dos Jesuítas – Anchieta, inspirada nos caminhos percorridos pelo apóstolo, autor da primeira gramática em língua tupi, publicada em Coimbra, em 1595.

O roteiro contemplativo envolve 370 km, a pé, por 13 municípios desde Peruíbe, na Baixada Santista, até Ubatuba, no litoral norte, palco, em 1563, para o Armistício de Iperoig, o primeiro tratado de paz das Américas, só possível pela intervenção e dedicação de Nóbrega e Anchieta, que selaram a paz entre índios e colonizadores.

A determinação, os conhecimentos e o respeito ao “Apóstolo do Brasil”, que ficou refém dos tupinambás (tamoios) entre maio e setembro de 1563, foram fundamentais para conseguir apaziguar os tupinambás (aliados dos franceses) que pretendiam atacar os tupiniquins (aliados dos portugueses) em um massacre sem precedentes na história. A saga de um dos fatos mais marcantes da história do Brasil é relembrada na encenação Paz de Iperoig, realizada pela prefeitura de Ubatuba desde 2001, entre os meses de outubro e novembro, como parte do programa Passos dos Jesuítas.

Praça dos Canhões, em Ilhabela. Ao centro, o convento Nossa Senhora do Amparo, em São Sebastião (Fotos Rosangela Falato) e, abaixo, o Mirante do Cruzeiro, em Ubatuba (Foto Adriane Ciluzzo)

Quem se aventura a pé pelos 370 quilômetros da rota principal pode levar até 15 dias para percorrer os principais pontos dos caminhos dos jesuítas. A saída é do marco zero, no mercado de peixes, em Peruíbe. Nos 12 municípios seguintes há pontos para descanso, hotéis e pousadas, locais para refeições e toda estrutura necessária. Mas, alguns trechos são mais complicados e merecem maior cuidado. Para se ter uma ideia da extensão, somente as quatro cidades do litoral norte totalizam 191 km dos 370 km de todo o trajeto.

Das 13 cidades do litoral paulista, o trecho de São Sebastião é o maior, com 84 km de caminhada, com subidas pela serra e algumas praias mais desertas. Por isso, é necessária atenção redobrada, até porque, parte do trajeto é realizada na rodovia Manoel Hipólito do Rego (Rio-Santos), que não conta com acostamento na maior parte dos 7 km da serra de Maresias. Aliás, esse trecho exige muita resistência não só de caminhantes como também dos que se aventuram em bikes pela rota.

No litoral norte, o caminho começa pela faixa de areia da praia de Boraceia, costa sul de São Sebastião, divisa com o município de Bertioga. São 84 km até a avenida Emílio Granato, praia da Enseada, divisa com Caraguatatuba. É aconselhável evitar caminhadas à noite, principalmente nesses trechos de rodovia. Um dos pontos mais complicados é na serra de Maresias, pois são 7 km só de estrada, sem qualquer local para parar, e cerca de mais 2 km até chegar ao centro comercial para descansar e lanchar.

Igreja Matriz de Ilhabela (Foto Rosangela Falato). Abaixo, o guia Renato Marchesini e caminhantes na trilha da praia das Toninhas, em Ubatuba (Fotos Frank Constâncio)

A rota também inclui ruas dos bairros de Paúba e Guaecá, incluindo toda a extensão dessa linda praia e também de Barequeçaba, até chegar ao centro de São Sebastião com seus casarões coloniais, que formam o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade. Depois, continua pela praia do Pontal, o charmoso bairro São Francisco, a 6 km da região central, com seu tradicional núcleo de pescadores, casas à beira-mar, e onde está instalado desde 1664, pela Ordem Franciscana, o convento Nossa Senhora do Amparo, com uma capela linda. O local é visita obrigatória na Rota da Fé. Os peregrinos ainda passam por trechos da praia das Cigarras até a Enseada.

..:: Caminhos por Ilhabela

Em uma de suas cartas, José de Anchieta relata sua passagem pela região: “Com bom vento, que, porém, logo mudou, mas, ajudando-nos Nosso Senhor, chegamos a uma ilha chamada São Sebastião, despovoada, mas cheia de muitos tigres”. A historiadora e arqueóloga Cintia Bendazzoli, de Ilhabela, descreve em seu blog, que a primeira passagem dos jesuítas teria ocorrido quando navegavam em direção a Iperoig (Ubatuba) para negociar a paz entre os tupinambás e tupiniquins. Eles não teriam percebido a presença dos índios que habitavam a ilha, mas observaram os felinos de grande porte que chamaram de “tigres”. Na ilha, padre Manoel da Nóbrega teria rezado uma missa na praia de Ponta das Canas, ao norte do arquipélago, como informa o próprio Portal do Caminhante, da Secretaria de Turismo do estado de São Paulo. Apesar dos poucos relatos da passagem dos jesuítas, Ilhabela é um convite natural para caminhadas impressionantes.

A rota da peregrinação na cidade começa na travessia da balsa São Sebastião/Ilhabela. São 27 km desde a avenida Princesa Isabel – praia da Balsa, seguindo pelas praias do Perequê, Saco da Capela, Santa Tereza e praia do Viana. Continua pela avenida Leonardo Real, e passa pelas praias Velho Barreiro, Siriúba e Garapocaia, conhecida como Pedra do Sino, cheia de mistérios e lendas. Em direção à vila, na região central, o caminhante encontra o único pórtico instalado no arquipélago, que fica na praça do Píer. A rota prossegue pela praia Saco da Capela, praça das Esculturas, Perequê até retornar à balsa.

Já em Caraguá, são 31 km desde a avenida José Herculano, na barra do rio Juqueriquerê, passando pelas praias do Porto Novo e Aruan até o centro da cidade onde fica o único pórtico da Secretaria de Turismo do estado de São Paulo, na praça Diógenes de Lima. De lá, segue-se até a praia Martim de Sá, depois por ruas da região até a faixa de areia da praia de Massaguaçu. O caminho inclui as praias da Cocanha e Tabatinga até a divisa de Ubatuba. No século XVI, a chamada Vila de Santo Antonio de Caraguatatuba era habitada pelos tupinambás e guaramomis. O local era conhecido como terra abundante em caraguatás, espécie de bromélia cujas fibras eram utilizadas pelos jesuítas na confecção de sandálias. Daí a origem do nome Caraguatatuba, cidade que também oferece muitas opções de passeios aos peregrinos como o mirante do morro de Santo Antônio, de onde se tem um visual incrível da região, a lagoa Azul, na praia do Capricórnio, a ilhota da Cocanha, núcleo de cerâmica Terramar e a fazenda de mexilhões, considerada a maior do estado de São Paulo.

Personagens de Cunhambebe e Padre Anchieta, em encenação do Armistício de Iperoig, em Ubatuba (Foto Adriane Ciluzzo)

O trecho de Ubatuba poderia se chamar “Caminho da Paz”, em alusão ao principal fato histórico, o Armistício de Iperoig, primeiro tratado de paz das Américas. Para chegar ao ponto final da peregrinação, na famosa praia do Cruzeiro, são 49 km de caminhada desde a praia de Tabatinga, na rodovia Rio-Santos. O primeiro pórtico fica no início do trajeto, na praia de Maranduba. Depois segue pela praia da Lagoinha, na rua José Reis Dores. Nesse local, é preciso atravessar a ponte e virar na trilha, à direita, ao lado de uma cerca de condomínio. São 8 km de trilha para as praias do Bonete, Cedro e Fortaleza. De lá, segue para as praias Dura, do Lázaro, Perequê Mirim, Enseada e Toninhas, seguindo pela faixa de areia até chegar a uma escadaria que dá acesso à rodovia Manoel Hipólito do Rego e à praia Grande. De lá, o caminhante prossegue para as praias do Tenório, Itaguá, Iperoig, na rua Nove de Julho, praia do Cruzeiro, na avenida do Cruzeiro, onde, finalmente, está o 20º e último pórtico, encerrando a Rota da Fé.

..:: Roteiro alternativo

Proporcionar a oportunidade para que pessoas de todas as idades possam ter a experiência de conhecer a importância da região na história do Brasil, percorrer trilhas e se encantar com um cenário que foi tão bem descrito por Anchieta. Essa é a proposta do Sesc Santos que concluiu um roteiro alternativo, bem mais tranquilo, mas não menos emocionante e repleto de novidades. Em parceria com Renato Marchesini, guia de turismo, um grupo de 40 pessoas participou da rota da peregrinação pelos 13 municípios.

Foram 12 etapas, uma por mês, sempre aos domingos, de Peruíbe a Ubatuba, com média de 8k a16 km por caminhada, dependendo das particularidades de cada local, o que envolvia fatores históricos, culturais, arquitetônicos, atrativos e níveis de dificuldade.

Renato Marchesini explica que “são poucas as pessoas que possuem vários dias disponíveis para realizar o percurso direto. Desta forma, conseguimos fazer com que o roteiro atendesse uma diversidade de perfis, de jovens à melhor idade”.

Aos 63 anos, o sonho da santista Regina Célia Guerra Azevedo é fazer o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Enquanto isso, resolveu embarcar na aventura de conhecer um pouco mais sobre o passado da região. “Conheço muito a minha região, mas sabia pouquíssimo sobre a guerra dos tamoios, a vida dos tupinambás e tupiniquins, a história de Hans Staden e comecei a imaginá-los fazendo essas caminhadas naquela época”, disse Regina.

“Achei as caminhadas maravilhosas. É um tremendo programa, uma aula de história e ainda ajuda muito na saúde da gente”, disse Julio Fernandes, que se sente melhor do que muito jovem, no auge de seus 68 anos. Para Adilson Barbierine Simões, 71 anos, o trajeto pelo litoral norte trouxe lembranças da infância: “Minha família tem origem em São Sebastião e Ilhabela. Para mim, foi uma volta ao passado, além de ter sido gratificante conhecer fatos curiosos da história.”

Praça da Paz de Iperoig, na praia do Cruzeiro, em Ubatuba (Foto Adriane Ciluzzo)

..:: Percurso
O roteiro turístico Passos dos Jesuítas – Anchieta tem início em Peruíbe, no litoral sul, e término em Ubatuba, no litoral norte. A caminhada passa por 13 cidades (Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Cubatão, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba), num percurso de 360 quilômetros. O percurso foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e já atrai grande número de peregrinos. O Guia do Caminhante pode ser retirado junto com o Cartão do Caminhante em um dos postos de emissão indicados no portal www.caminhasaopaulo.com.br. É possível realizar todo o percurso pela praia a partir das setas existentes em toda a rota, mas o ideal é aproveitar as belezas e as atrações turísticas e históricas de cada uma das cidades contempladas pelo roteiro.

Peregrinos na praia das Toninhas, em Ubatuba (Foto Frank Constâncio)


Para Acompanhamento de Grupos com o Guia Renato Marchesini


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Reportagem Revista Beach & Co - Caminhos de Anchieta / Passos do Jesuítas - by Renato Marchesini

A Rota Caminhos de Anchieta / Passos dos Jesuítas é uma oportunidade espetacular de se conhecer a história, cultura, paisagens, arquitetura e fazer amigos. A rota  possuem 13 cidades do litoral de São Paulo (Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Ilha Bela, Caraguatatuba e Ubatuba).

Gestor de Projetos e Guia de Turismo Renato Marchesini acompanhou o maior grupo organizado (40 pessoas)  a realizar toda a rota.

..:: Roteiro alternativo: Proporcionar a oportunidade para que pessoas de todas as idades possam ter a experiência de conhecer a importância da região na história do Brasil, percorrer trilhas e se encantar com um cenário que foi tão bem descrito por Anchieta. Essa é a proposta do Sesc Santos que concluiu um roteiro alternativo, bem mais tranquilo, mas não menos emocionante e repleto de novidades. Em parceria com Renato Marchesini, guia de turismo, um grupo de 40 pessoas participou da rota da peregrinação pelos 13 municípios.

Foram 12 etapas, uma por mês, sempre aos domingos, de Peruíbe a Ubatuba, com média de 8k a16 km por caminhada, dependendo das particularidades de cada local, o que envolvia fatores históricos, culturais, arquitetônicos, atrativos e níveis de dificuldade.

Renato Marchesini explica que “são poucas as pessoas que possuem vários dias disponíveis para realizar o percurso direto. Desta forma, conseguimos fazer com que o roteiro atendesse uma diversidade de perfis, de jovens à melhor idade”.

Aos 63 anos, o sonho da santista Regina Célia Guerra Azevedo é fazer o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Enquanto isso, resolveu embarcar na aventura de conhecer um pouco mais sobre o passado da região. “Conheço muito a minha região, mas sabia pouquíssimo sobre a guerra dos tamoios, a vida dos tupinambás e tupiniquins, a história de Hans Staden e comecei a imaginá-los fazendo essas caminhadas naquela época”, disse Regina.

“Achei as caminhadas maravilhosas. É um tremendo programa, uma aula de história e ainda ajuda muito na saúde da gente”, disse Julio Fernandes, que se sente melhor do que muito jovem, no auge de seus 68 anos.

Para Adilson Barbierine Simões, 71 anos, o trajeto pelo litoral norte trouxe lembranças da infância: “Minha família tem origem em São Sebastião e Ilhabela. Para mim, foi uma volta ao passado, além de ter sido gratificante conhecer fatos curiosos da história.”

Fonte..:: Revista Beach Co









(turismo, ecoturismo, fatos_histórico, turismo melhor idade)

Para Fazer o Caminhos de Anchieta / Passos dos Jesuítas 
Com o Guia de Turismo Peregrino Especializado Renato Marchesini. 


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Seminário Temático: Desenvolvimento com Inclusão Social - dias 10 e 11/04 - Unimes - Santos/SP


Seminário em Santos propõe a elaboração coletiva de agendas de desenvolvimento sustentável para o Litoral Paulista
Encontro promovido pelo Instituto Pólis, por meio do Projeto Litoral Sustentável –  Desenvolvimento com Inclusão Social,  acontece nos dias 10 e 11/04, na Unimes

Com a participação de representantes dos governos municipal, estadual e federal,  organizações da sociedade civil, Instituto Pólis, Petrobras e moradores da Baixada Santista, acontece nos dias 10 e 11/04, na Unimes, o Seminário Temático da Baixada Santista, organizado pelo projeto Litoral Sustentável - Desenvolvimento com Inclusão Social, iniciativa do Instituto Pólis com apoio da Petrobras. 

Ao longo dos dois dias serão realizados debates, grupos de trabalho e oficinas temáticas com o objetivo de dar início à produção de uma Agenda de Desenvolvimento Sustentável para os municípios de Santos, Bertioga, Guarujá, São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá e uma agenda integrada para a região litorânea de São Paulo que abrange a Baixada e o Litoral Norte.

Litoral Sustentável - O objetivo do Projeto Litoral Sustentável é construir com o poder público e as comunidades locais um programa de desenvolvimento sustentável para os municípios da Baixada Santista e Litoral Norte.  Para tanto, em 2012, foram produzidos diagnósticos urbanos e socioambientais em 13 municípios das duas regiões – Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. 

O documento mapeou a economia dos municípios, fragilidades e potencialidades, o processo de ocupação do território e suas contradições – habitação, acesso à infraestrutura urbana, condições de mobilidade local e regional, questões relativas às áreas ambientais protegidas, às possiblidades de crescimento e adensamento urbano e a legislação sobre gestão e ordenamento do território. 

Os estudos (disponíveis em  www.litoralsustentavel.org.br) apontam que o crescimento populacional e econômico significativo do Litoral Paulista tende a se intensificar nos próximos anos em consequência das grandes transformações em curso: o início da exploração do petróleo e do gás na camada pré-sal, a ampliação dos portos de Santos e de São Sebastião e as obras logísticas de suporte, com destaque para a duplicação da Rodovia dos Tamoios e a construção de anéis viários. Segundo o coordenador do Projeto Litoral Sustentável, Nelson Saule Jr., a solução dos problemas passa por uma estratégia regional, com articulação intermunicipal e utilização de recursos federais e estaduais.

Serviço..::
Seminário Temático da Baixada Santista
Dias: 10 e 11 de abril, das 08h30 às 18h
Local: Unimes – Av. Conselheiro Nébias, nº 536 (auditório do 3º andar).
www.litoralsustentavel.org.br

Fonte..:: Érika Freire - Cais das Letras Comunicação
Telefones:. (13)9730-7998 - (13) 9776-7998      
erika@caisdasletras.com.br
www.caisdasletras.com.br

(evento_programação)





sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Análises revelam impacto da poluição em tartarugas marinhas.

A influência de pesticidas organoclorados e bifenilos policlorados (PCBs) no desenvolvimento da fibropapilomatose, doença que atinge as tartarugas-verdes é pesquisada no Laboratório de Ecotoxicologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba. A doença, que leva a formação de tumores, pode alterar a sobrevivência da espécie, que está ameaçada de extinção. O estudo identificou traços das substâncias nas tartarugas e os pontos do litoral brasileiro em que os animais apresentam casos de fibroapapilomatose.



Fibropapilomatose pode alterar a sobrevivência de tartarugas-verdes.

“A tartaruga-verde está distribuída por todos os oceanos, nas zonas de águas tropicais e subtropicais, porém a espécie consta na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que é o inventário mais detalhado do mundo sobre o estado de conservação mundial de várias espécies vivas”, afirma a colombiana Angélica María Sánchez Sarmiento, mestranda do programa de Patologia Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária (FMVZ) da USP, que participa da pesquisa. Além disso, a espécie também está classificada na lista vermelha da fauna brasileira ameaçada de extinção.

Angélica e a bióloga Silmara Rossi, doutoranda em Ecologia Aplicada no programa de pós-graduação interunidades entre o Cena e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, levantam dados sobre tartarugas-verdes acometidas pela fibropapilomatose, tipo de doença tumoral benigna cuja causa é multifatorial e que pode alterar a sobrevivência dessa espécie marinha.

“A pesquisa busca determinar a presença dos pesticidas e PCBs nos tecidos de tartarugas-verdes afetadas ou não pela moléstia, comparando os resultados em áreas com diferentes taxas de prevalência da doença e estabelecendo uma possível relação com a fibropapilomatose”, aponta Angélica.

..:: Monitoramento
As tartarugas-verdes estudadas foram resgatadas ou capturadas durante o monitoramento pelas bases dos projetos “Tamar-ICMBio” de Vitória (ES), Ubatuba (SP), Almofala (CE), Florianópolis (SC) e Fernando de Noronha (PE) e “Biopesca”, localizado na Praia Grande (SP). O trabalho é supervisionado pela professora Eliana Reiko Matushima, do Cena, e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Por meio do equipamento de cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons existente no Cena, foi possível detectar a presença de PCBs, compostos considerados carcinogênicos, possivelmente associados à formação dos tumores”, aponta Silmara.

Outro dado relevante levantado pelas pesquisadoras é que as tartarugas-verdes estudadas em Florianópolis e Fernando de Noronha não acusaram registro da doença, enquanto que em Almofala, Ubatuba e Vitória existem muitos casos. “A análise envolve tartarugas provenientes de diversas localidades da costa brasileira, com e sem fibropapilomas”, explica a bióloga. “Qualquer mal relacionado à poluição é um fator relevante para a redução populacional desses animais e para o desequilíbrio dos ecossistemas.”

O Laboratório de Ecotoxicologia do Cena é especializado em avaliações de comportamento de pesticidas em solos, água e plantas. “O conhecimento acumulado nas pesquisas sobre o monitoramento dessas substâncias poderá fornecer uma grande contribuição para os resultados do estudo”, destaca o professsor Valdemar Luiz Tornisielo, coordenador do Laboratório.


(papo de biologia, recicle suas idéias)

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A História e Fotos Antigas da Cidade Ocian na Praia Grande SP


Foto aérea da Praia Grande na década de 50

Até o início da década de 50, o atual município de Praia Grande era apenas uma vila da desenvolvida cidade de São Vicente.

 Comparada à Praia Grande, São Vicente era uma cidade desenvolvida na década de 50 (Foto de 1955).

A partir do Boqueirão, tinha início uma  faixa contínua de areia que continuava a perder de vista, onde bois ainda ajudavam no arrasto das redes dos pescadores que buscavam seu sustento.

Bois ajudando a recolher redes de arrasto na Praia Grande, na década de 40

Desde 1914 a Ponte Pênsil atravessava o Canal do Mar Pequeno, facilitando o acesso terrestre à Praia Grande, mas curiosamente, o objetivo principal da Ponte não era simplificar o acesso de turistas, e sim transportar o esgoto coletado em São Vicente e Santos até a então longínqua Ponta de Itaipu, onde seria despejado no mar.

Ponte Pênsil, uma das mais emblemáticas obras de Engenharia brasileira do início do século XX

Conheça a interessante história da Ponte Pênsil AQUI

Com exceção do Boqueirão, onde havia algum movimento, apenas os mais aventureiros arriscavam-se com suas famílias em direção ao sul, por precárias estradas de terra ou pelas traiçoeiras areias da praia.

Foto do Hotel dos Alemães, ponto de encontro principal da Praia Grande durante as décadas de 20 e 30.

Restaurante Lagostas, em foto da década de 50. 
A sofisticação finalmente chegava à Praia Grande

Porém, jovem construtor Roberto Andraus foi o primeiro a perceber o potencial da região, e antecipando o desenvolvimento que fatalmente viria nos anos posteriores, idealizou a construção de uma cidade ao sul da vila de Praia Grande, numa área pantanosa conhecida como Sítio Ubatuba, que havia sido herdada desde a época anterior à Abolição da Escravatura.

A Praia Grande e seus grandes espaços durante a década de 50 - Bairro Flórida

Irrealizável e impossível eram apenas alguns dos adjetivos que seus críticos comumente usavam para descrever o projeto de Roberto, que contra tudo e todos cercou-se de bons profissionais para idealizar um moderno e organizado conjunto de 22 prédios, com completa infraestrutura.  

Foto aérea da Cidade Ocian, década de 50.
Vale observar os automóveis na faixa de areia

Da abreviação do nome de sua empresa, a Organização Construtora e Incorporadra Andraus Ltda, surgiu o sugestivo nome do empreendimento, CIDADE OCIAN.

Caixa d'Água da Cidade Ocian na época de sua inauguração
A água era captada nos rios que passavam pela região

Foi necessário 1 ano para que as lagoas onde se pescavam traíras fossem aterradas, e em 1954, tapumes à beira da praia anunciavam a venda de modernos apartamentos. Uma eficiente campanha de marketing despertou o interesse de uma multidão que dirigia-se como podia ao local para realizar o sonho de uma "casa de praia" com um nível de conforto só possível nas grandes cidades. Pela primeira vez uma campanha deste tipo era veiculada no rádio, revistas e jornais.

A linha de ônibus que ia de São Vicente até a Cidade Ocian, também na década de 50

Logo foi necessário expandir o precário serviço de ônibus que ia até o "Campo de Aviação", e uma linha regular foi instalada saindo de São Vicente a cada duas horas. O itinerário muitas vezes era alterado durante a maré alta, atrasando ainda mais a viagem. Era muito comum que os tratores de Andraus tivessem que interromper as atividades para resgatar motoristas atolados nas areias da praia, torcendo pelo salvamento antes que seus veículos fossem levados pela maré.

Foto da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

Finalmente, em 27 de maio de 1956, era inaugurada com a presença de várias autoridades, a Cidade Ocian. Um churrasco foi servido para mais de 6.000 moradores dos 1.600 apartamentos, que eram inaugurados com água, esgoto, eletricidade, serviço de incineração de lixo, policiamento e comércio básico instalado.

Foto Antiga Praia Grande SP: (1956) Cidade Ocian no dia da sua inauguração.

A tranquilidade da Cidade Ocian em Cartão Postal do início da década de 60

Durante quase cinco anos, a Cidade Ocian foi considerada a mais moderna e arrojada cidade brasileira, título perdido apenas em 1960, com a inauguração de Brasília, a nova capital federal.

Helicóptero da Incorporadora Andraus chamando atenção na Cidade Ocians (década de 70).

O sucesso do Cidade Ocian, que na época era chamada de "Sereia do Atlântico" incentivou a especulação imobiliária em toda a Praia Grande, trazendo uma série de empreendimentos por toda a costa, desde o Boqueirão até Mongaguá, transformando para sempre o litoral sul paulista, para o bem e para o mal.

Os mesmos prédios da Cidade Ocian hoje. Google Maps

Hoje, os 22 edifícios originais da Cidade Ocian escondem-se na intrincada paisagem urbana da Praia Grande, mas 60 anos depois ainda permanecem por ali, observados por Netuno, testemunha muda de décadas dos altos e baixos desta região, presente na memória afetiva de uma grande parte dos paulistas.

 Os prédios originais da Cidade Ocian continuam por lá...


Roberto Andraus, a curiosa história do empreendedor marcado por uma tragédia, que construiu uma cidade no litoral paulista

A noite do dia 24 de fevereiro de 1972 foi muito triste para todos os paulistanos, especialmente para o construtor Roberto Andraus. Depois de dar várias entrevistas, em uma cidade às escuras e com um onipresente odor de fumaça, tentava entender a extensão da tragédia que se abatera no Edifício que levava o nome de sua família, o Andraus.

O Edifício Andraus durante o incêndio de 1972 e em foto mais recente 40 anos depois, várias repartições municipais e federais funcionam em suas dependências.

Construído em 1962, foi consumido pelas chamas em poucas horas, mas graças à sua estrutura central de concreto e o Heliporto localizado na cobertura, muitas vidas puderam ser salvas pelos corajosos profissionais que arriscaram suas vidas para salvar centenas de pessoas.

Muitas pessoas foram salvas pelos bravos pilotos de helicópteros que arriscaram suas vidas.
Na época, a frota de Helicópteros era de apenas 20 aeronaves, mas mesmo assim foi a maior operação de resgate aéreo protagonizada por pilotos civis da história

Porém, o construtor que teve o sobrenome marcado por uma das maiores tragédias que a cidade de São Paulo já presenciou, mereceria ter seu nome associado ao seu empreendimento mais arriscado e bem sucedido, que mudou para sempre o perfil do litoral sul do Estado de São Paulo: a CIDADE OCIAN.

Fonte..:: RioBlog

Foto Antiga Praia Grande SP: (Início anos 1950) em Cidade Ocian.

Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).


Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).


 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).


Foto Antiga Praia Grande entrada Cidade Praia Ocian.

Imagem Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.)


Foto Antiga Praia Grande SP: (1956) na Cidade Ocian.

Foto Antiga Praia Grande SP:  A Cidade Ocian nos anos 1950.

Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

Fotografia Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

Fotografia Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

 Foto Antiga Praia Grande SP: Obras da Cidade Ocian (s.d.).

Foto Antiga Praia Grande SP (1956) Cidade Ocian.

Foto Antiga Praia Grande SP: Propaganda Incorporadora Andraus Cidade Ocian

Foto Antiga Praia Grande SP: 1º Aniversário da Cidade Ocian (1957).

Fotografia Antiga Praia Grande (anos 60) Bairro Ocian e Av.Vicente de Carvalho em construção.


Foto Antiga Praia Grande SP: Início dos anos de 1960 na Cidade Ocian e com o Ocian Praia Clube.

Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.). 


Para Passeios Roteiros de Turismo em Praia Grande e Região

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog

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Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.