quinta-feira, 11 de março de 2010
R$ 1,5 milhão para recuperação da Plataforma de Pesca de Mongaguá
O local encontra-se fechado desde novembro de 2006, a pedido do Ministério Público, já que o equipamento turístico não oferecia condições de segurança aos usuários.
O anúncio do novo recurso foi na tarde de sexta-feira (26), durante a entrega da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Cidade, dentro do Programa Onda Limpa.
O prefeito agradeceu o empenho do governador e destacou a luta que vem travando, desde que assumiu a Administração Municipal, para reabrir a plataforma, um verdadeiro marco na história de Mongaguá, e que sofreu com a falta de conservação dos governos anteriores, chegando ao estado de interdição. “Também estamos fazendo a nossa parte, dando uma contrapartida de R$ 700 mil para dar rapidez às obras”, informou o chefe do Executivo Municipal.
Este já é o terceiro convênio firmado entre Prefeitura e Governo do Estado, que resulta na destinação de verbas para a reforma do equipamento turístico.
No primeiro deles (firmado em 2003), foram destinados R$ 2,6 milhões para a recuperação de vigas, lajes, guarda-corpo e tratamento protetor dos dois braços situados no final da plataforma. Também foram recuperados 16 vãos.
O segundo convênio foi firmado em 2008, com a liberação de R$ 4 milhões para recuperação de vigas e lajes, além da aplicação de tratamento protetor da passarela principal.
O mais recente (o terceiro), de R$ 1,5 milhão, será utilizado para terminar a parte de vigas, lajes e guarda-corpo. “Além desse R$ 1,5 milhão ficará pendente a liberação de um novo recurso para a recuperação das estacas”, informou o diretor de Planejamento da Prefeitura, Ricardo Ferreira.
De estrutura de concreto armado, a Plataforma de Pesca é a maior da América Latina, avançando 400 metros ao mar, formando um "T", com 200 metros de braço.
Fonte..:: Site PREFEITURA DE MONGAGUÁ - Jornalista Responsável: Carlos Ratton (MTb. 25.636) / Sergio Sanches (MTb. 16.338)Redator: Edinaldo Andrade (MTb 43.590)Repórter Fotográfico: Jonas de Morais (MTb 46.798)
terça-feira, 24 de maio de 2011
Plataforma de Pesca de Mongaguá será entregue no próximo dia 28 de Maio
..:: Para saber mais ::..
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Reveillon Mongaguá 2010 - Shows Verão 2010
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As férias de verão 2010 em Mongaguá prometem ser animadas. A Prefeitura promoverá, entre os dias 31 de dezembro e 30 de janeiro, diversos shows gratuitos e de estilos variados.
O palco das apresentações será a Praça de Eventos Dudu Samba, região central da Cidade. A programação também incluirá shows na área da Plataforma de Pesca, em Agenor de Campos, que serão anunciadas nos próximos dias pela Prefeitura.
A primeira atração do ‘Verão da Gente - Mongaguá é muito mais’, já na virada do ano, será o show de Matheus Minas & Leandro. Os mineiros, que formam uma das duplas sertanejas mais entrosadas do momento, também farão a contagem regressiva da passagem de 2009 para 2010.
E, para celebrar a chegada do ano novo, a Prefeitura preparou um espetáculo de luz e cor, com 15 toneladas de fogos de artifício, distribuídas em dois pontos da orla: Praça Dudu Samba e Plataforma de Pesca (Agenor de Campos). Serão entre 15 e 20 minutos de muita emoção.
No dia seguinte ao show da virada (1º), moradores e turistas terão mais música. Dessa vez, subirá ao palco, a partir das 22 horas, o grupo Sorriso Maroto.
‘Verão da Gente Mongaguá é muito mais’
Local: Praça de Eventos Dudu Samba (Centro)
31/12 - 22h - Matheus Minas & Leandro
Meia-noite - queima de fogos 15 toneladas (15 a 20 minutos de duração) distribuídas em dois pontos da orla: Praça de Eventos Dudu Samba (Centro) e Agenor de Campos (Plataforma de Pesca)
1/01 - 22h – Grupo Sorriso Maroto
2/01 - 22h – Edson
8/01 - 22h – Chimarruts
09/01 - 22h – Grupo Doce Encontro
15/01 - 22h – Inimigos da HP
16/01 - 22h – Guilherme & Santiago
22/01 - 21h – Sampa Crew 22h30 - Turma do Pagode
23/01 - 22h - Nuwance
24/01 - 22h - Maria Cecília & Rodolfo
29/01 - 22h – Jeito Moleque
30/01 - 21h – Grupo Pixote 22h30 - Tchê Garotos
Por..:: Carlos Ratton (MTb. 25.636) / Sergio Sanches (MTb. 16.338)
Redator: Edinaldo Andrade (MTb 43.590)
Fonte..:: Site Prefeitura Mongaguá
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Programação Carnaval Mongaguá 2013
Dia 9 de fevereiro (Sábado):
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
ARTIGO: Primeiros Engenhos do Brasil Colonial e o Engenho São Jorge dos Erasmos: Preliminares de uma doce energia
Nas Vilas, nos rústicos casarios e templos, os primeiros colonos destas redondezas sobreviviam da caça, da pesca, da agricultura de subsistência e das poucas e caras manufaturas advindas da metrópole. E a moeda de troca era justamente o açúcar produzido nos engenhos erguidos na região no decorrer do século XVI.
Entre 1532 e 1590, temos notícias de nove engenhos de açúcar que foram instalados na região das ilhas vizinhas:
1 - 1532 – Engenho Madre de Deus: fundado por Pero de Góes (Santos Continental, no Morro das Neves e provavelmente nas imediações do Rio Jurubatuba);
2 - 1533 – Engenho de São João: fundado por José Adorno (em Santos, no bairro do Valongo, atual Rua do Comércio);
3 - 1534 – Engenho do Senhor Governador ou do Trato: mais tarde de “São Jorge dos Erasmos”, fundado por iniciativa de Martim Afonso em parceria com João Veniste, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves (instalado em São Vicente, atualmente na divisa entre São Vicente e Zona Noroeste de Santos);
4 - entre 1534 e 1544 – Engenho dos Aires: que foi construído por Aires da Cunha (Morro do Saboó, em Santos);
5 - 1560 – Nossa Senhora da Apresentação: fundado por Gonçalo Afonso (Ilha de Santo Amaro, às margens do Rio Curumaú);
6 - 1565 – Engenho de Santo Amaro: fundado por Estevão Raposo (na Ilha de Santo Amaro) ;
7 - 1570 – Engenho de Santo Antônio: fundado por Antonio Fernandes junto à igreja de Santo Antonio de Guaibe (Ilha de Santo Amaro, Guarujá, divisa com Bertioga);
8 - 1580 – Engenho Nossa Senhora das Naus, de Jerônimo Leitão: construído junto ao Mar Pequeno, hoje ruínas do chamado Porto das Naus (em São Vicente);
9 - 1590 – Nossa Senhora do Pilar: fundado pela Companhia de Jesus (à margem direita do Rio Itapanhaú).
De todas estas fundações, destaca-se o Engenho dos Erasmos, pois é o que melhor resgata a história do período em questão. Isso se deve ao fato de suas ruínas, por séculos esquecidas, ter-se encontrado em relativo estado de conservação, o que possibilitou à comunidade científica e às diversas autoridades responsáveis, concentrarem esforços num árduo trabalho de reconstituição e preservação de uma dos momentos mais significativos de nossa história.
O Engenho de São Jorge dos Erasmos
Cerca de um ou dois anos após a chegada da esquadra, Martim Afonso e seu irmão Pero Lopes de Sousa realizam um contrato comercial com Johan Van Hiest (João Veniste), Francisco Lobo e o piloto-mor Vicente Gonçalves.
O hoje chamado Engenho dos Erasmos teve uma série de denominações desde sua instalação. Era no início chamado “Engenho do Governador” (1533-34?) e posteriormente “Engenho dos Armadores”, ou “do Trato” (1542). Logo depois, devido aos seus primeiros proprietários terem vendido suas partes ao belga Erasmo Schetz (1544), e mais tarde os filhos deste terem completado a compra de todo o lote original, passou a ser conhecido como “Engenho de São Jorge dos Erasmos”.
Ao que tudo indica, no entorno da Ilha de São Vicente, de início, foi próspera a cultura da cana:
De acordo com a organização normal dos Engenhos, na época, foram designados Rui e Francisco Pinto (pai e filho) e Antonio Rodrigues de Almeida, para fornecedores das canas que deviam ser moídas nele, situando-se suas grandes fazendas em toda a região do atual Cubatão. As canas desses três fidalgos, partidistas (associações na produção), juntavam-se às que eram produzidas no próprio lugar do Engenho (antigo sítio S. Jorge), que abrangia os morros da vizinhança (S. Jorge e Água Branca), e garantiam o fornecimento de todo ano. (SANTOS, 1986, p.349)
Segundo o Prof. Domingos Aulicino (1963, p.108), provavelmente baseado nas médias previstas por Roberto Simonsen, havia uma produção estimada em 33.000 arrobas anuais de açúcar na monta de todos os engenhos daqui, o que nos permite deduzir que comércio entre o primeiro núcleo populacional do Brasil e a metrópole, além de estabelecido, possuía já uma certa intensidade:
Para fomentar o commercio, instituio Martim Affonso uma sociedade mercantil, e aos accionistas d’esta companhia chamavão os senhores do engenho S. Jorge, e que o Donatário era o mais interessado; porque sua mulher D. Ana Pimentel no anno de 1542 constituio Feitor da Fazenda do trato ao Capitão-mór Christovão de Aguiar.
Estes Armadores importavão as drogas da Europa, que se havião de vender aos portuguezes, e elles aos índios: o producto exportavão para o Reino em generos da terra, principalmente em assucar, o qual era a moeda corrente d’este tempo. O dinheiro vinha do Reino, e pouco [...].
Aos índios pagavão com ferramentas, contas de vidro, búzios, e outras bagatellas semelhantes, a que chamavão resgate [...]. (MADRE DE DEUS, 1930, p.172-173)
É muito provável, embora pouco se tenha tratado sobre isso, que estas empresas tenham ajudado a compor uma relevante criação de gado na região, pois só assim se poderia satisfazer as carências do transporte de lenha, açúcar, dentre outros bens: “Segundo Benedito Calixto, pintor e historiador [nascido em Itanhaém, naturalizado] santista, quando Martim Afonso de Sousa deixa o país iniciara-se também a pecuária no Engenho de São Jorge.” (PLATAFORMA SOPHIA, 2004, p.15 ). No entanto, sabemos que as primeiras levas de bovinos só chegariam ao Brasil com expedição de Tomé de Sousa, em 1549, o que nos leva a crer que somente a partir daí este tipo de gado teria vingado. E veja-se também que Brás Cubas, fundador da Vila de Santos, tinha especial preocupação a este respeito:
[...] Implantou-se a indústria do couro, de que diretamente participou Brás Cubas, pois em doação de terras, que fez, impôs a condição de ser confiado ao seu cortume o tratamento das peles do gado que em tais áreas se cultivasse. Quer isso dizer existirem outros cortumes, que com ele poderiam concorrer à preferência dos criadores. (AULICINO, 1963, p.109)
Todo este sucesso inicial era visto com indignação por parte das nações concorrentes de Portugal. Invasões de corsários não eram incomuns, e talvez, justamente por isso, é possível concluir-se a necessidade de se proteger os canaviais nas alturas dos morros da ilha ou em planície adentrada, longe da barra, como é o caso do Engenho Madre de Deus, ao pé da Serra do Mar ou mesmo os engenhos no interior das ilhas. Não nos surpreende os cuidados de fortificação ainda presentes nestas ruínas:
A carta é de 13 de maio de 1548, escrita em Santos, na Ilha de São Vicente .
[...] Esta Fazenda é muito boa mas os feitores passados procuraram demasiadamente sua própria vantagem e deixaram perder-se muita terra entre as mãos dos moradores.
Quanto ao casario todo êle que temos aqui é muito bom e forte para os contrários (Os contrários podiam ser os índios ou os franceses). Porque Pedro Rouzée fez muito, a saber uma casa muito grande de 6 lances, e uma senzala com uma ferraria, tôdas provindas com baluartes, e ainda 2 casas cobertas de telhas muito boas e fortes, tais como fêz Brás da Rocha. Tôdas estas casas se erguem numa altura e tôdas juntas e próximas de maneira que nenhuma fazenda seja tão forte para os contrários, nem tenha melhores casas em todos êstes engenhos. Daí que se pode defendê-lo fàcilmente com 3 ou 4 berços (pequena artilharia). Quanto ao engenho, é velho e está para cair e deve ser refeito neste primeiro ano. (RELATÓRIO 24.22, 1971, p.7-8)
Nos primeiros engenhos do século XVI, com uma população de 9.000 pessoas em toda capitania, dos quais, 3.000 eram escravos em 1548 (MEURS, 1995, p.26 ), a mão-de-obra indígena era certa. Através do trecho a seguir, é possível constatar em números acerca dos trabalhadores neste engenho: “[...] Quanto às escravarias que temos aqui são muito boas e de aproximadamente 130 peças, tanto de machos como de fêmeas, das quais a metade não trabalha pois são crianças e velhos que não são aproveitáveis ” (RELATÓRIO 24.22, 1971, p.7-8).
Sobre a escravidão, tem pairado uma dúvida entre os pesquisadores de nosso tempo: “quando se iniciou o uso da mão-de-obra advinda da África nas capitanias do sul?”.
Em 2001, em trabalho de prospecção realizado pela Universidade de São Paulo e coordenado pelo arqueólogo Dr. José Luiz de Morais, foi localizado um cemitério indígena nas ruínas do Engenho dos Erasmos. As evidências arqueológicas indicam ser este cemitério remanescente do século XVI onde, entre os 19 esqueletos dos indivíduos encontrados, verificou-se um crânio de características negróides. Embora a informação seja correta, não podemos supor o tráfico generalizado nestes tempos, mas apenas a presença inconteste de africanos. A contextualização deste evento ainda dependerá de avanços da arqueologia de campo em nossa região.
O trabalho dos engenhos vicentinos acompanhava a tecnologia disseminada em todos os engenhos que se seguiram por nossas costas, e apesar de aparentemente rústico aos nossos olhos, consistia no que de mais avançado em termos de tecnologia se aplicava à época, visto que das ilhas do Atlântico fora importada aqueles movidos pelas forças da água: os “engenhos reais”. Assim, reconhece-se o Engenho dos Erasmos talvez o único exemplar que restou deste gênero – o açoreano –, remanescente do século XVI, em todo o Brasil.
Há também uma questão interessante acerca do pioneirismo das lavouras e que julgo merecer aqui um adendo: é bem possível que, ao mesmo tempo que a indústria de açúcar despontava na Capitania de São Vicente, também Pernambuco realizasse já suas primeiras experiências com o produto:
No Brasil, não se justifica, nos primeiros tempos, o plantio de um artigo já em superprodução nos mercados portugueses. Com a melhoria dos preços, que se foi verificando a partir da segunda metade do século XVI, incrementaram os portugueses a produção das ilhas e parece que, na terceira década, se plantou cana junto à feitoria de Pernambuco.
Consta que Pedro Capico ali instalara um pequeno engenho e Varhagen refere que, em 1526, já figuravam na Alfândega de Lisboa direitos sobre o açúcar de Pernambuco. (SIMONSEN, 1967, p.96)
Seja lá onde verdadeiramente tudo começou, apesar do sucesso inicial e de uma relativa expansão dos engenhos no sul, dois fatos certamente acarretaram sua suspensão enquanto carro-chefe econômico:
A preferência de interiorização da população do núcleo inicial de São Vicente , rumo ao planalto, serra acima, e;
a melhor sorte dos engenhos de Pernambuco e Bahia, pois como é correntemente sabido, apresentavam melhores condições à produção da cana e estavam bem mais próximos da metrópole portuguesa, o que baratearia o frete e, consequentemente, o preço final do produto:
A maior proximidade em relação ao continente europeu e as vantagens do meio natural, explicam o desenvolvimento extraordinário da grande lavoura no litoral do Nordeste brasileiro, desde os meados do século XVI. Durante grande parte do período colonial, outras razões econômicas de modo a fazer do litoral do Nordeste, sobretudo das áreas de Salvador e Recife, os centros de gravitação da vida colonial. Além do Nordeste, vamos encontrar também no Maranhão e no Rio de Janeiro outras áreas de grande importância econômica, baseada na grande lavoura. (HOLANDA, 1960, p.202)
Atualmente ainda há especulações sobre quais as verdadeiras razões para a decadência da lavoura açucareira na capitania de São Vicente. Apesar do consenso sobre o clima favorável e a proximidade do Nordeste em relação à Europa, alguns defendem várias outras razões, mas mesmo assim, trata-se de uma incógnita porque foi uma ruptura muito marcante:
Nem as condições favoráveis de Pernambuco, nem a ocupação do planalto, nem mesmo o espaço limitado de São Vicente ou talvez a qualidade inferior da cana-de-açúcar vicentina, todavia, explicam completamente porque os campos e engenhos em São Vicente foram abandonados em uma época em que os preços do açúcar estavam extremamente elevados. (MEURS, 1995, p.28)
A partir daí, a evolução da produção e das exportações do açúcar do Nordeste, suplantou definitivamente a produção sulina. Foi uma época em que os paulistas, por exemplo, se lançaram com a força à procura de novas fontes de riqueza, buscando metais preciosos pelos rincões do sertão, mas, principalmente, lançando-se ao apresamento dos indígenas para o trabalho escravo, que apesar de oficialmente proibido por D. Sebastião em 1570, acabou como uma lei que na prática não vingou.
Acompanhemos a evolução das exportações no gráfico adaptado a partir dos estudos de Vera Lúcia Amaral Ferlini:
Podemos observar números de exportação significativos em 1570, com cerca de 60 engenhos de açúcar instalados por todo o Brasil, produzindo um total de 180.000 arrobas e lideradas, sobretudo, por Pernambuco, que neste ano já possuía 5 vezes mais engenhos de açúcar em relação ao sul. Mas a explosão acontece na virada do século XVI pára o XVII, sofrendo em seguida uma abrupta queda na terceira década, que apesar de contar os cerca de 400 engenhos ao todo, é explicado devido ao achamento dos metais preciosos entre 1695 e 1730 em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia, além da gradual evolução de outros produtos.
As ruínas do engenho e os esforços de preservação
Em 1952, a Professora Maria Regina Rodrigues, então aluna do 2º ano de História na Universidade de São Paulo, quando em trilha ecológica com seu grupo de bandeirantes, se deparou com as ruínas do Engenho dos Erasmos. Sem perder tempo, contatou o especialista do IPHAN Luís Saya, mas o tombamento acabou por se completar somente em 1963 . Posteriormente, foi também tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), em 1973, e pelo CONDEPASA (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos), em 1990 .
O terreno com as ruínas pertencia a Edgard de Toledo, que possuía parte da firma N. R. Santos e Cia. Em 1943, a área foi adquirida por Octávio Ribeiro de Araújo, que a loteou com o nome de Vila São Jorge. Este terreno estava bem na divisa entre as cidades de Santos e São Vicente.
Octávio Ribeiro, ouvindo os técnicos do CONDEPHAAT, resolveu prestar auxílio à preservação do lugar e, em 31 de janeiro de 1958, acabou por doar o lote com as ruínas à Universidade de São Paulo.
O monumento permaneceu intocado até 1982, quando a Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) mostrou interesse, junto com outros órgãos, de consolidar as ruínas. Um ano depois, a Ciesp, a Prefeitura de Santos e a Prodesan (Progresso e Desenvolvimento de Santos) se propuseram a assinar um convênio para sua recuperação.
Após este momento, é possível constatar-se uma série de chamadas nos jornais de Santos. Manchetes e denúncias visavam chamar a atenção das autoridades e da comunidade em geral sobre o abandono do monumento.
Após uma ação judicial envolvendo a Pratex Empreendimentos Imobiliários, impedida de construir no local pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), esta acabou por entrar em acordo com a Prefeitura de Santos, doando, em 1987, os cerca de 41 mil metros quadrados do entorno aos 3.200 m² onde estavam as ruínas em si.
Por fim, em 1988, a Universidade de São Paulo formou uma comissão de estudos e promoveu um seminário sobre o Engenho dos Erasmos. Os trabalhos de recuperação do bem histórico teriam se iniciado.
Em 1990, foi contratado pela USP o arquiteto holandês Paul Meurs para analisar o conjunto histórico e propor meios de viabilizá-lo. Pretendia-se investir em pesquisas arqueológicas e transformar o local em um atrativo turístico.
No dia 15 de abril de 1992, USP e Prefeitura de Santos assinaram um termo de cooperação técnico-administrativa visando sua recuperação. Depois disso, dois trabalhos de prospecção arqueológica foram realizados com base nas informações da existência de um cemitério fotografado, em 1957. pelo historiador santista Jaime Caldas.
Em uma parceria entre USP, através da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Universidade Católica de Santos (UniSantos), Prefeitura Municipal de Santos (pelo CONDEPASA), CONDEPHAAT e IPHAN teve início a primeira prospecção arqueológica e, entre 1996 e 1997, foi desenvolvido o “Projeto de Pesquisa Interdisciplinar Engenho São Jorge dos Erasmos”, sob a coordenação da Dra. Margarida Davina Andreatta, arqueóloga do Museu Paulista. Mais tarde, de 2002 a 2003, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), coordenado pelo Prof. José Luiz de Morais, novas escavações arqueológicas foram desenvolvidas, e desta vez, com especial atenção ao antigo cemitério do engenho.
Uma das questões polêmicas que envolvia o processo, era sobre deixar as ruínas intocadas tais como eram, ou se poderia ser viável uma intervenção direta sobre as estruturas que restavam. Após um longo debate envolvendo autoridades acadêmicas e opinião pública, a Universidade de São Paulo iniciou algumas obras de restauração e consolidação sobre parte do que restou do engenho a partir de 2004. Os trabalhos de monitoramento das obras foram acompanhados por equipes de arqueologia. Em todos eles (prospecções e monitoramento), contou-se com a participação efetiva do Instituto de Pesquisas em Arqueologia (IPARQ), então órgão de pesquisas arqueológicas da Universidade Católica de Santos, sob a direção da arqueóloga Dra. Eliete Pythágoras Britto Maximino.
Nas duas fases mais recentes, entre 2006 e 2008, a Universidade de São Paulo instalou uma base de estudos avançados, contando hoje com sala de aulas e multi-meios, auditório, biblioteca, laboratório de arqueologia e uma reserva técnica, bem como a colaboração de dois educadores que coordenam as ações educativas no espaço.
Hoje, a ênfase dada à educação da comunidade escolar da região, é um diferencial do que vem sendo desenvolvido atualmente pela Universidade de São Paulo. Estudantes de várias escolas públicas e particulares visitam diariamente este museu ao ar livre. Assistem palestras, fazem pesquisas, dinâmicas e outras atividades específicas. Além dos estudantes, em sua maioria das cidades de Santos e São Vicente, outros grupos agendam passeios, inclusive vindas do interior do Estado de São Paulo. Segundo o Prof. Dr. Rodrigo Christofoletti, há uma preocupação muito especial com questões sócio-históricas e ambientais junto aos estudantes.
..:: BIBLIOGRAFIA
AB'SABER, Aziz Nacib; HOLANDA, Sergio Buarque de. A época colonial, volume 1: do descobrimento à expansão territorial. 7ed. São Paulo: Difel, 1985. (Col. História geral da civilização brasileira)
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ANJOS, Fernanda Maria Felipe dos. Engenho São Jorge dos Erasmos: uma abordagem interdisciplinar do documento na Arqueologia Histórica. Dissertação de Mestrado, USP. São Paulo: 1998.
AULICINO, Domingos. Santos “Porta Aberta ao Mar”. São Paulo: IMPRES, 1963.
BUENO, Eduardo. Náufragos, traficantes e degredados: as primeiras expedições ao Brasil 1500-1531. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Col. Terra brasilis (Objetiva), v. 2).
FERLINI, Vera Lúcia Amaral. A civilização do açúcar – séculos XVI e XVIII. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Col. Tudo é história, v.88)
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 34ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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MADRE DE DEUS, Frei Gaspar da. Memórias para a história da Capitania de São Vicente, hoje chamada de São Paulo e notícias dos annos em que se descobrio o Brazil. 3ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Wiszflog Irmãos, 1920.
MEURS, Paul. Engenho dos Erasmos – vestígios de uma primeira multinacional. In: Leopoldianum, v. XVIII, n.49, Santos, abr.1991, p.85-91.
_____. Engenho São Jorge dos Erasmos: estudos de preservação. In: Cadernos de pesquisa do LAP/USP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Série Preservação e Restauro), São Paulo, n.07, jul./ago.1995.
MORAIS, José Luiz de (coord.). Relatório “Arqueologia dos Erasmos”. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002.
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VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História geral do Brasil: antes da sua separação e independência de Portugal. 8ed. São Paulo: Melhoramentos, 1975, 5t.
SITES
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http://www.blogcaicara.com/2011/01/engenhos-coloniais-de-cana-de-acucar.html
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http://www.novomilenio.inf.br/
Acessado em abr. 2011.
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em:
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Acessado em abr. 2011.
Universidade de São Paulo – Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
Disponível em: http://www.usp.br/prc/engenho/
Acessado em abr. 2011.
JORNAIS E REVISTAS
A TRIBUNA. Arquiteto holandês apresenta plano para recuperar Engenho dos Erasmos. Santos, 09 de abril de 1991, p.19.
A TRIBUNA. Martim Afonso começou agroindústria em 1532. Santos, 29 de outubro de 1995, p.A-16.
A TRIBUNA. USP autoriza construção no Engenho dos Erasmos. Santos, 29 de agosto de 1989, p.30.
INFORMATIVO UNISANTOS. O Iparq no desenvolvimento da pesquisa arqueológica regional. Santos, fev./mar. 2000, p.8.
INFORMATIVO UNISANTOS. Ossadas podem revelar um cemitério indígena. Santos, jun./jul. 2003, p.8.
INFORMATIVO UNISANTOS. UniSantos e USP assinam convênio inédito para estágio no Engenho dos Erasmos. Santos, ago./set. 2010, p.4.
INFORMATIVO UNISANTOS. UniSantos e USP firmam convênio para pesquisas. Santos, jun./jul. 1999, p.8.
ISTO É BRASIL 500 ANOS. São Paulo: Editora Três, 1998.
MORENO, Leila Kiyomura. Ruínas resgatam a vida no Brasil quinhentista. Jornal da USP, ano XII, n.367, 21 a 27 de outubro de 1996, p.
TOMAZ, Arylce Cardoso. Restaurado, Engenho dos Erasmos pode ser nova atração turística. Jornal Cidade de Santos, 24 de junho de 1985.
Fonte..:: Letras Polivalentes
Obs: Autorizado publicação pelo autor por email no dia 27 novembro de 2012.
(publicação_consulta, fatos_históricos)
Saiba mais..::
Engenhos Coloniais de Cana-de-Açúcar Baixada Santista - AQUI
domingo, 30 de dezembro de 2012
Reveillon Baixada Santista 2013 - Ano Novo Baixada Santista 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Programação Shows Verão Mongaguá 2014
(evento_programação)
sábado, 18 de setembro de 2010
Papo de Biologia: 2010 supera recorde de encalhe de baleias jubarte
Programa de Resgate
Ligações a cobrar também são recebidas.
Praia do Forte: 71-3676-1463 e 71-8154-2131 / Caravelas: 73-3297-1340 e 73-8802-1874
(Envolverde/Instituto Baleia Jubarte)
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Fonte imagem e texto..:: Envolverde
(papo de biologia)
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
53º aniversário de Mongaguá 2013: Grandes shows e eventos esportivos
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Turismo> Denúncia > Plataforma de Pesca de Mongaguá – São Paulo / SP
Passei por Mongaguá esses dias e me deparei com a Plataforma de Pesca completamente esquecida… me deu uma pena tão grande, ela poderia ser realmente muito bonita, se não fosse o descaso dos governantes.
A única notícia mais recente que encontrei sobre a reforma da Plataforma foi esta: Clique aqui, vamos ver de fato quando ela vai ficar pronta.
Por isso, venho aqui postar as fotos que fiz do Local, e, quem sabe, futuramente, poder olhar e ver que melhorou. Porque do jeito que está, realmente não tem como ficar. Uma pena mesmo para o Turismo de Mongaguá!


quinta-feira, 19 de agosto de 2010
São Vicente realiza semana do Patrimônio Histórico
Neste domingo (22/08) é celebrado o Dia do Patrimônio Histórico de São Vicente, e para comemorar, a Cidade realiza uma semana de atividades com muita história e cultura.
A programação tem início no próprio domingo (22/08), com uma Caminhada Histórica. A concentração será às 9 horas no Porto das Naus (Avenida Tupiniquins, a 50 metros da Ponte Pênsil) e a saída está prevista para 10 horas.
Os participantes terão uma aula de história ao livre, passando por pontos turísticos e históricos da Cidade como Ponte Pênsil, Plataforma de Pesca, Marco Padrão, Biquinha de Anchieta, Praça 22 de Janeiro, Casa Martim Afonso, Igreja Matriz e Mercado Municipal.
O passeio termina no Parque Cultural Vila de São Vicente (Praça João Pessoa, s/nº - Centro), onde o grupo musical Percutindo Mundos , que faz um estilo caiçara contemporâneo, se apresenta aos participantes da caminhada.
A programação se estende até terça-feira (24/08), reunindo profissionais da área histórica, arqueológica e cultural para participarem de palestras e debates no Centro Cultural da Imagem e do Som (Praça 22 de Janeiro, s/n – Centro).
Data - A criação do Dia do Patrimônio Histórico de São Vicente foi uma proposta do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Cultural e Turístico da Cidade (Condephasv).
A data foi escolhida por ser o dia da primeira eleição das Três Américas, da qual consta em registros ter ocorrido em 22 de agosto 1532. Neste dia, Martim Afonso de Sousa elegeu entre os “Homens Bons” presentes na recém-fundada Vila de São Vicente, os componentes da Primeira Câmara do Novo Mundo.
Confira a programação completa da Semana do patrimônio Histórico:
Segunda-feira (23/08)
8h30: Retirada de material sobre o evento
9 horas: Abertura dos trabalhos
9h30: Palestra - O potencial arqueológico da Baixada Santista. Com professor Dr. Manoel Mateus González.
10 horas: Debate
10h30: Café
11 horas: Palestra – A situação das comunidades indígenas do litoral paulista. Antropóloga Maria Lúcia Branti - Funai
11h30: Debate
12 às 14 horas: Pausa para o almoço
14 horas: Retorno das atividades
14h30: Palestra: O papel do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) no processo de preservação do Patrimônio Cultural - Dra. Suzana Sampaio, representante do Conselho
15 horas: Debate
15h30: Café
16 horas: Palestra: A importância do acervo do Museu Paulista - Historiador Adilson José de Almeida - Museu Paulista
16h30: Debate
17 horas: Encerramento
Terça-feira (24/08)
8h30: Retirada de material sobre o evento
9 horas: Palestra - Os tombamentos nas cidades do litoral paulista - Arquiteto Victor Hugo Mori – representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
9h30: Debate10 horas: Café
10h30: Palestra - O Porto das Naus - Arquiteto Marco Antônio Lanza (Condephaat)
11 horas: Debate
12 às 14 horas: Pausa para o almoço
14 horas: Retorno das atividades
14h30: Palestra: O papel dos Conselhos Municipais na preservação do Patrimônio do Litoral Paulista. Participação dos Conselhos: - Condepasa (Santos): Presidente José Manoel Costa Alves - Condepac (Cubatão): Presidente Welinton Ribeiro Borges - Condephasv (São Vicente): Presidente Marcos Atanásio Braga
16 horas: Debate
17 horas: Encerramento
Fonte..:: Prefeitura São Vicente
(evento_programação)
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Conheça as Aves: ALBATROZ GIGANTE - Diomedea exulans
Habitat - pelágico (mar aberto, longe da costa), acidentalmente ocorre nas costas
Hábitos - os jovens permanecem no oceano por cinco anos antes de retornar à sua colônia natal, exibindo alto grau de filopatria. Cerca de 50% dos jovens sobrevivem até essa idade, enquanto adultos entre têm uma expectativa anual de sobrevivência de 94%. Durante o verão as fêmeas utilizam a margem da plataforma continental da América do Sul (norte até c. 32°S) e os machos as águas fora da Península Antártica; durante o inverno os machos se juntam às fêmeas. As viagens de alimentação para as águas do norte da Argentina e sul do Brasil cobrem mais de 9.500 km e duram c. 15 dias. A espécie realiza movimentos de grande escala, e indivíduos que nidificam no Atlântico parecem realizar uma migração circumpolar para leste que os leva à costa sul da Austrália e através do Pacífico antes de retornarem às colônias de reprodução nas ilhas subantárticas do grupo das South Georgias. Aves anilhadas desta população tem sido recapturadas na costa sul do Brasil (notadamente por espinheleiros operando fora do Rio Grande do Sul e Santa Catarina), África do Sul e sul da Austrália e Nova Zelândia.
Ameaças - a pesca com espinhéis (espinheleiros) e a poluição contribuem para a diminuição da população. A espécie é considerada globalmente vulnerável.
Fonte..:: VivaTerra
Conheça o Projeto Albatroz - AQUI
(papo de biologia)