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quinta-feira, 25 de junho de 2020

Papo de Biologia: Flora da Mata Atlântica: Samambaia Açu (Xaxim) (Dicksonia sellowiana).

Nome Popular: Samambaia Açu (Xaxim).
Nome Científico: Dicksonia sellowiana.
Família Botânica: Dicksoniaceae.
Habitat:  Mata Atlântica.
Local de ocorrência: Florestas úmidas do litoral e interior de Mata Atlântica.

Samambaia Açu - Trilha Cabuçu em Santos SP. Foto de: Renato Marchesini (15-01-2020). 

O samambaião ou samambaia-açu  é popularmente conhecido como Xaxim. Muita gente pensa que é só um vaso de planta, é uma espécie antiquíssima, uma planta pré-histórica, de mais de 300 milhões de anos. Na botânica, se diz que o xaxim pertence à divisão das pterydophytas, ou seja, ele é uma samambaia. E as samambaias eram bastante abundantes no período jurássico, mesmo antes do surgimento dos grandes dinossauros. Desde aquela época, o xaxim sempre adorou encostas úmidas e vales sombreados próximos ao leito dos rios. 

Endêmica da Mata Atlântica, o caule é composto por uma espécie de fibra, que na verdade são as raízes externas. Lá no topo, tem a copa, que é formada por uma coroa de folhas que caem chegando a até 5 metros de comprimento. O xaxim pode medir até 10 metros de altura: ele cresce bem devagar, cerca de 5 a 8 centímetros por ano. Para atingir um tamanho bom para o corte, ele demora uns 50 anos. Já imaginou? Para fazer aquele vaso, o xaxim demora, pelo menos, meio século para crescer.

Broto do Xaxim - Trilha Cabuçu em Santos SP. Foto de: Renato Marchesini (06-12-2009). 

A Samambaia Açu não é nem árvore nem raiz nem arbusto. Na verdade, é um feto arborescente. Conhecia? É isso mesmo – ele é um feto, um feto arborescente.

Se engana quem pensa que o xaxim só é usado para jardinagem. Ele tem uso alimentício e farmacêutico. A partir do miolo que é retirado do xaxim, são produzidos biscoitos, xarope, elixir, chá. Mas é mesmo como vaso que ele é mais conhecido. Aquela parte da planta que parece fibrosa, as raízes externas, tem grande capacidade de reter umidade, boa drenagem e é excelente para a conservação das plantas. Mas se a extração do xaxim para fazer vasos continuar continuasse como estava, em poucos anos ele poderia ser extinto.

Samambaia açu - Trilha Cabuçu em Santos SP. Foto de: Renato Marchesini (16-01-2016).

A extração do xaxim é proibida em todo o território nacional desde 1992. No Brasil, o estado onde mais se produz xaxim é o Paraná. Mas, segundo o Ibama, a comercialização só é possível a partir da produção em condições de viveiro. As pessoas que já tinham xaxim em suas propriedades foram obrigadas a fazer um cadastro junto ao Ibama prestando contas de quantos pés de xaxim possuíam e, a partir daí, da movimentação dessa produção. Isso é feito através de um relatório mensal. A não apresentação desse relatório faz com que o produtor esteja sujeito a inspeção do órgão.

Samambaia açu - Trilha Cabuçu em Santos SP. 


Com a proibição pelo Ibama da exploração do xaxim natural, produtores e comerciantes foram obrigados a buscar alternativas. Materiais como a fibra do coco verde reciclada e a casca do pinheiro têm sido algumas dessas alternativas.




Para Roteiros de Ecoturismo na Mata Atlântica


terça-feira, 23 de junho de 2015

Papo de Biologia: Notícias de Biologia

Descoberto fóssil da mais antiga ave brasileira

Um fóssil com 115 milhões de anos, descoberto no interior do Estado do Ceará, revelou-se como a mais antiga ave brasileira e a mais completa de todo o antigo supercontinente Gondwana.

A preservação excepcional deste novo fóssil, com seus frágeis ossos, penas e plumas mostra-se como o mais completo fóssil de uma ave da era mesozoica, de todo o paleocontinente de Gondwana (abrangendo América do Sul, África, Antártica, Índia, Austrália e Madagascar). Sua descoberta revela-se de grande importância para o entendimento da evolução das aves. Uma preciosidade para o conhecimento da diversidade biológica da América do Sul há 115 milhões de anos.

A equipe formada por pesquisadores do Instituto de Geociências – UFRJ, Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia, Fundación de Historia Natural Félix Azara, Geopark Araripe e Departamento Nacional da Produção Mineral apresentará nesta terça-feira (02/06/2015), às onze horas (11:00 hs), os resultados desta importante descoberta científica. Apresentação conjunta pelo grupo Nature, Londres 16:00 horas.


Anvisa: Brasil pode ser o primeiro país do mundo a registrar uma vacina de dengue

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Renato Alencar Porto, anunciou no dia 28/05, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, que o Brasil pode ser o primeiro país do mundo a registrar uma vacina de dengue, o que pode ocorrer até o fim do ano.

A comissão realizou audiência pública sobre as pesquisas para a vacina de dengue. São seis vacinas contra a dengue pesquisadas no mundo. A mais avançada delas no Brasil, desenvolvida pelo laboratório Sanofi-Pasteur, já passou pelas três fases de pesquisa e foi protocolada na Anvisa em março.

Segundo a diretora da empresa para a América Latina, Lucia Bricks, já há estoque para a vacina ser usada no segundo semestre e a capacidade de produção é de 100 milhões de doses por ano. A vacina imuniza contra os quatro tipos de vírus da dengue e foi testada em 40 mil pessoas de 15 países. Reduziu em 60% a dengue sintomática e diminuiu em 95% a doença grave.

Instituto Butantan 
A outra vacina contra a dengue está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan. Segundo o diretor-substituto do instituto, Marcelo de Franco, já está demonstrada a segurança e a extrema potencialidade da vacina. Se as pesquisas do instituto entrarem na fase três antes do registro da vacina da Sanofi, o processo de finalização será mais ágil.

Marcelo de Franco explicou que de acordo com as normativas da Anvisa para medicamentos, se eles conseguirem o registro antes do Butantan ter autorização para a fase três, o instituto terá de fazer um teste de comparação com a deles. “Então nós teríamos que aumentar o nosso número de voluntários em quase quatro vezes, o que praticamente inviabilizaria em termos de custos porque quadruplica o custo necessário para fazer o estudo.”

Os planos originais do Instituto Butantan são testar com até 17 mil voluntários em todo o País e, de preferência, fazer estudos paralelos no exterior, onde o Butantan já tem dois laboratórios parceiros.

Doses da vacina
A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan é em dose única e a da Sanofi-Pasteur prevê três doses com intervalo de seis meses.

Lucia Bricks comentou que é um sonho a vacina em dose única, “que protege 100% pela vida toda”. 

A diretora da Sanofi-Pasteur acrescentou que a maior parte das vacinas utilizadas no Brasil tem mais de uma dose. “A maioria das vacinas não chega a proteger 100% da população, a proteção é variável. Neste momento, a única vacina que demonstrou um programa muito robusto, que cumpriu todas as três etapas de estudos clínicos necessários ao registro é a da Sanofir-Pasteur.”

O diretor da Anvisa explicou que, apesar da possibilidade, não pode prever quando o Brasil terá uma vacina contra a dengue. “A gente não fala em prazo, isso é muito difícil. Como a gente tratou aqui, a complexidade é muito grande. Registrar uma vacina sendo a primeira e com todo esse diferencial, com diversos tipos de vírus, com a quantidade de dados muito grande, a gente não fala em prazo. Nosso compromisso é fazer a avaliação desse dossiê da maneira mais rápida possível, garantindo que essa vacina seja registrada, se assim for, com eficácia, qualidade e segurança comprovadas”, assinalou Renato Alencar.

Ação do SUS
O coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Evelim Coelho, explicou que o ministério vai definir áreas e grupos etários que serão prioritários para a vacinação quando a vacina estiver disponível.

Giovanini Coelho esclareceu que o ministério está apoiando a realização de estudos para preparar o Sistema Único de Saúde (SUS) para receber as vacinas. “Basicamente, esses estudos visam definir áreas e grupos etários que serão prioritários para a vacinação quando essa vacina estiver disponível. Ou seja, nós nos antecipamos exatamente por entender que a vacina de dengue, em um primeiro momento terá pouca oferta e é necessária a priorização nesse processo de vacinação.”

O coordenador afirmou ainda que o Ministério de Saúde tem um programa permanente contra a dengue que repassa recursos para estados e municípios. Essas atividades de prevenção e controle são executadas pelos municípios e, neste ano, além dos recursos de rotina, foram repassados R$ 150 milhões para as secretarias estaduais e municipais de saúde. Já foram registrados neste ano 850 mil casos de dengue, dos quais 430 mil apenas em São Paulo. Nos últimos 50 anos, a incidência de dengue no planeta aumentou 30 vezes.


Fonte..:: CRBio 1, por email

(papo de biologia)




segunda-feira, 30 de março de 2015

Papagaio-de-cara-roxa apresenta melhoria em seu status de conservação

A nova Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção foi divulgada no final de 2014 pelo Ministério do Meio Ambiente e conta, agora, com 1.173 espécies. Apesar do aumento do número total de fauna ameaçada – eram 816 em 2003, a versão atualizada da lista elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)  indica avanços na conservação da biodiversidade nacional. Um exemplo disso é que 170 espécies saíram das três categorias de risco de extinção (criticamente em perigo, em perigo e vulnerável), como o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), que passou da categoria “vulnerável” para “quase ameaçada”.

Créditos imagem..:: Zig Koch

Endêmica da Mata Atlântica, essa ave habita apenas uma estreita faixa litorânea de aproximadamente 285 km entre o sul de São Paulo e o extremo norte de Santa Catarina. Devido ao comércio de animais silvestres e à degradação desses locais onde busca alimento, reproduz-se, faz seu ninho e descansa em dormitórios coletivos, o papagaio-de-cara-roxa se apresentava como vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção.

A reclassificação da espécie demonstra que o trabalho em conservação está gerando frutos e uma das iniciativas que contribuíram para esse resultado foi o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, que é desenvolvido pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e conta com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

O projeto desenvolve, desde 1998, ações de pesquisa e proteção da espécie e seu habitat, como a instalação de ninhos artificiais e a orientação e a sensibilização dos moradores e visitantes da região para a proteção do papagaio-de-cara-roxa. Essas iniciativas contribuíram para elevar a população total dessa espécie, que hoje é estimada em 6.700 indivíduos, sendo que a maior parte – cerca de cinco mil aves – vive no litoral do Paraná.

“A reavaliação dessa espécie deve ser comemorada, pois indica que a principal região onde ocorre, o litoral norte do Paraná, está em bom estado de conservação, o que possibilita a recuperação de uma espécie ameaçada”, afirma a coordenadora do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, Elenise Sipinski. Entretanto, ela destaca: “não significa que a luta está ganha. O trabalho deve continuar”.

A coordenadora do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios da Mata Atlântica/ICMBio (PAN Papagaios), Patricia Serafini, do ICMBio, também ressalta que essas ações de manejo para conservação não podem parar. Segundo ela, sem o trabalho de fornecimento de ninhos artificiais e seu monitoramento, o sucesso reprodutivo poderá ser comprometido em curto prazo, uma vez que o corte seletivo de árvores de grande porte causou a baixa disponibilidade de ocos naturais para ninhos.

“Se as ações de conservação não continuarem, o papagaio-de-cara-roxa pode voltar rapidamente a maiores graus de ameaça no Paraná; além disso, os esforços precisam ser intensificados em São Paulo, onde a estimativa é que existam apenas 1,5 mil indivíduos dessa espécie”, complementa a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes. Ela lembra que, atualmente, a instituição apoia um programa da SPVS para promover ações do papagaio-de-cara-roxa também em território paulista.


(papo de biologia, turismo)





quarta-feira, 11 de março de 2015

Papo de Biologia: Curicaca (Theristicus caudatus)

Características: A curicaca é uma ave da ordem dos Pelecaniformes da família Threskiornithidae.

Seu nome popular é onomatopaico, semelhante ao som do seu canto, composto de gritos fortes. Conhecida também como despertador (Pantanal), carucaca, curicaca-comum, curicaca-branca e curicaca-de-pescoço-branco.

Créditos imagem..:: Renato Marchesini

Distinguível pela coloração clara, asas largas e bico longo e curvo. Apresenta o dorso cinzento-claro, com brilho esverdeado, rêmiges e retrizes pretas; parte das coberteiras superiores das asas é esbranquiçada, formando uma mancha clara no lado superior da asa, visível durante o voo. O macho costuma ser um pouco maior que a fêmea, atingindo 69 cm de comprimento e cerca de 143 cm de envergadura.

Alimentação: Alimenta-se durante o dia e também ao pôr-do-sol. Tem alimentação variada, composta de insetos e larvas, centopeias, pequenos lagartos, ratos, caramujos, insetos, aranhas e outros invertebrados, anfíbios e pequenas cobras, e até mesmo aves menores. Seu bico, longo e curvo, é adaptado para extrair larvas de besouros e outros insetos da terra fofa. É um dos poucos predadores que não se incomodam com as toxinas liberadas pelo sapo (Bufo granulosus), por isso este anfíbio pode fazer parte de sua dieta.

Reprodução: Costuma pôr de dois a quatro ovos, em ninhos de gravetos nas árvores ou mesmo grandes rochas nos campos. Os ninhos formam colônias numerosas durante o período de reprodução. Habita campos secos e alagados e pastagens.

Hábitos: Vive geralmente em bandos pequenos ou solitária, procurando alimento em campos de gramíneas ou em alagados. É diurna e crepuscular. Anda em pequenos grupos, que à noite se empoleiram nas árvores. Gosta de planar a grandes alturas.

Distribuição Geográfica: Presente em grande parte do Brasil onde haja vegetação aberta e lagoas, campos em solos pantanosos ou periodicamente alagados, como na Ilha de Marajó (Pará), Pantanal e Ceará. Encontrada também no Paraguai, norte de Argentina, norte de Uruguai e parte da Bolívia. No sul de América do Sul é presente outra sp. que não ocorre no Brasil. T. melanopis ocorre no sul da Argentina e Chile.

Fonte..:: Wikiaves

(papo de biologia)


terça-feira, 3 de março de 2015

Papo de Biologia: RATO-DA-MATA (Akodon cursor)

Características: O rato-da-mata (Akodon cursor) é um pequeno roedor que habita as florestas como a Mata Atlântica, e já foi avistado da Paraíba até o Paraná, em quase todo o Brasil, em ambientes como a caatinga, com áreas abertas e fechadas, como também o cerrado.

Créditos imagem: Renato Marchesini

Seu tronco e cabeça medem até 128 milímetros, e sua cauda tem quase a medida de seu corpo até 111 milímetros, pesando aproximadamente entre 16 e 56 gramas.

A sua cor é característica para a espécie com as costas marrom claro ou escuro, com barriga acinzentada e orelhas grandes com pouco pelo, patas pequenas e com pelagem mais clara que o restante do corpo, a cauda quase sem pelos e meio escamosa.

Alimentação: A alimentação desses roedores é variada, já que são animais terrestres, comem o que podem alcançar, como insetos, artrópodes, sementes e até pequenos bichos. Eles costumam sair para caçar ao entardecer, mas obtém sucesso principalmente à noite.

Reprodução: A fêmea tem 08 mamas e o mínimo de três e o máximo de oito filhotes em cada gestação e sempre ficam no mesmo lugar. Durante o período de reprodução, elas têm seu território reduzido, enquanto os machos têm um aumento.

O exemplar em questão foi fotografado pelo Guia de Turismo Renato Marchesini, quando estava com um grupo no atrativo Caminhos do Mar, em São Bernardo do Campo/SP, em 28-02-2015.

Fonte ..:: Cultura Mix

(papo de biologia)



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Declínio de populações de animais é um problema tão sério quanto o desmatamento

Por..:: Reinaldo José Lopes
A divulgação anual dos números do desmatamento é crucial para estimar a ameaça a esses biomas, mas traça um retrato incompleto da situação. Mesmo em áreas não desmatadas, a defaunação – como é conhecida a diminuição acentuada da população de animais – avança a passos largos, representando um problema tão importante e difícil de controlar quanto o desmate, segundo um artigo publicado em julho deste ano na revista Science.
O trabalho, coordenado pelo mexicano Rodolfo Dirzo, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, tem entre seus coautores Mauro Galetti, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, colaborador de longa data da equipe norte-americana. A revisão na Science reforça o que Galetti e seus colegas no Brasil têm demonstrado nos últimos anos, em especial na mata atlântica: o crescente empobrecimento faunístico dos ecossistemas.
 “São áreas não desmatadas que estão vazias de animais, inicialmente por causa da pressão da caça, que continua muito presente, mas também por uma série de outros fatores como o corte do palmito juçara, uma importante fonte de alimento para a fauna”, afirma Galetti. O grupo liderado por Dirzo calcula que, no mundo todo, as espécies de vertebrados tenham perdido, em média, pouco menos de um terço de sua população dos anos 1970 para cá. Alguns vertebrados são atingidos de forma mais severa – mais de 40% das espécies de anfíbios, por exemplo, são consideradas ameaçadas, ante 17% das aves.
É natural que o declínio dos vertebrados seja acompanhado de forma mais assídua tanto pelos pesquisadores quanto pelo público. São, para começar, muito mais visíveis do que a maioria dos invertebrados, e muitos pertencem a espécies consideradas carismáticas, que protagonizam campanhas conservacionistas e acabam se tornando conhecidas. O levantamento publicado na Science, no entanto, reuniu também dados disponíveis sobre invertebrados, chegando à conclusão de que a situação deles provavelmente também inspira preocupação.
Cerca de dois terços dos invertebrados monitorados perderam em média 45% de sua população. “A verdade é que precisamos de mais dados, mas não acho que esse número esteja superestimado”, diz Galetti. “O que acontece é que esses declínios se referem, em geral, a invertebrados que costumavam ser muito abundantes e, por isso, eram acompanhados em trabalhos de campo. O cenário provavelmente seria pior se espécies naturalmente mais raras entrassem na conta.”
Efeito dominó

Além das consequências mais óbvias da escassez de animais, como o risco de extinção, a defaunação preocupa porque pode desencadear uma série de efeitos dominó ecológicos: a perda de espécies-chave tende a afetar diversos outros animais e plantas, com repercussões que podem comprometer tanto o funcionamento normal de um ecossistema quanto os serviços ambientais que ele proporciona aos seres humanos, como a fertilidade do solo ou a abundância de água potável.


O efeito é mais óbvio com predadores do topo da cadeia alimentar, como as onças. Sua presença impede que predadores menores sobrepujem os demais, resultando numa diversidade maior desses “súditos” dos felinos.
Herbívoros de grande e médio porte, por sua vez, são os principais responsáveis por dispersar sementes de frutos grandes (as antas desempenham esse papel com maestria), além de atuar também como “arquitetos”, abrindo clareiras e amassando plantas jovens. Até a abundância de anfíbios depende, em alguma medida, do pisoteio das margens de cursos d’água pelos grandes herbívoros, já que esse processo abre depressões onde rãs e sapos podem se abrigar.
Para qualquer tipo de fauna, porém, a situação na mata atlântica não parece ser das melhores. Num trabalho publicado em julho do ano passado na Biological Conservation, Galetti e colegas mapearam a situação de quatro espécies icônicas do bioma: o maior predador (a onça-pintada), o maior herbívoro (a anta), o maior devorador de sementes (a queixada) e o maior dispersor arbóreo de sementes (o muriqui, maior macaco das Américas). Analisando dados de quase 100 locais diferentes, eles chegaram à conclusão de que em 88% dos remanescentes da floresta não há mais nenhuma dessas espécies, e em 96% dos casos pelo menos uma delas está ausente. O pior é que, de acordo com o grupo da Unesp, menos de 20% dos fragmentos remanescentes da mata seriam adequados para abrigar o quarteto de espécies-chave.
A situação não melhora muito quando se analisa um leque mais amplo de espécies de grande e médio porte. Num estudo publicado em 2012 na PLoS ONE, do qual participaram Gustavo Canale, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido), a equipe avaliou a presença de 18 espécies de mamíferos (incluindo, além dos citados acima, tamanduás, tatus e bugios, entre outros) em quase 200 fragmentos de mata atlântica, espalhados por três estados (Minas Gerais, Bahia e Sergipe). Resultado: só quatro das 18 espécies, em média, ainda ocorrem em fragmentos de até 5 mil hectares. E, mesmo em pedaços de mata com área maior do que isso, só sete espécies costumam ocorrer juntas.
Pequenas grandes mudanças Nos poucos lugares em que esses animais ainda existem, o temor dos biólogos é de que machos e fêmeas teriam dificuldade para encontrar parceiros. A redução da população também aumentaria o risco de cruzamentos entre parentes próximos, gerando filhotes com problemas congênitos ou dificuldade para resistir a doenças. Os dados disponíveis a respeito das onças-pintadas no bioma sugerem um cenário desse tipo, diz o geneticista Eduardo Eizirik, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. “Claramente há uma redução da diversidade, e os fragmentos também vão ficando diferenciados entre si, provavelmente um resultado de intensa deriva genética [perda aleatória de variação]”, afirma (ver Pesquisa FAPESP nº 215).

No caso dos vertebrados pequenos e dos invertebrados, os danos ecológicos da perda de fauna são claros. Um exemplo é o papel de insetos como polinizadores, em especial as muitas espécies de abelhas – não é por acaso que o declínio das colmeias pelo mundo tem sido fonte de preocupação para agricultores.


No caso dos anfíbios, bem vulneráveis a perturbações ambientais, há registros de declínios populacionais dramáticos em regiões como os Andes e a América Central. Nesses casos, dois fatores podem estar atuando numa sinergia perversa: mudanças climáticas, que esquentam os ambientes frescos e úmidos preferidos pelos anfíbios, e o fungo Batrachochytrium dendrobatidis, que se dá bem nessas condições e pode levar muitas dessas espécies ao desaparecimento.
Boa parte da diversidade remanescente dos anfíbios da mata atlântica se concentra em áreas montanhosas e relativamente mais frias, onde o B. dendrobatidis foi identificado na década passada, o que levou os especialistas a temer uma repetição do cenário dos Andes. Por enquanto, contudo, a situação está se revelando mais complexa, diz a zoóloga Vanessa Kruth Verdade, da Universidade Federal do ABC.
“Os resultados indicam que cada espécie responde de maneira diferente às alterações climáticas. Além disso, descobriu-se que a linhagem do fungo no Brasil é antiga, anterior aos declínios, o que levanta questões sobre a sua importância como causador dos declínios em território nacional”, explica. Embora haja dados sobre perdas populacionais de diversas espécies de anfíbios no país, dimensionar o problema e entender suas causas ainda é um desafio pela falta de dados históricos sobre essas populações e de conhecimento de sua variação natural, afirma Vanessa. De qualquer maneira, o que está claro é que a defaunação acaba fortalecendo o círculo vicioso de empobrecimento da mata. “Ela retroalimenta negativamente o sistema por meio da depauperação da vegetação arbórea, como consequência da desestruturação das comunidades ecológicas”, diz ela.
Um exemplo claro desse fenômeno vem de um grupo inusitado de invertebrados, popularmente conhecidos como besouros rola-bostas. Como o nome sugere, eles comem fezes e usam o excremento produzido por grandes mamíferos para seus ninhos. Em outra pesquisa publicada na Biological Conservation em 2013, Galetti e seus colegas mostraram que, em áreas defaunadas da mata atlântica, uma série de mudanças afetam os besouros coprófagos: a diversidade de espécies desses insetos cai, assim como o tamanho dos besouros, enquanto o número absoluto de indivíduos aumenta. Não se trata de mera curiosidade, porque essas alterações podem ter impacto considerável na maneira como a matéria orgânica é reciclada no solo da mata e, portanto, no crescimento das plantas e numa série de outros parâmetros.
Reconstruindo comunidades

Para Galetti, esses resultados deixam claro que é preciso repensar as ações de recuperação ambiental. “Hoje, existem muitos projetos de criação de corredores ecológicos, plantando árvores, mas reconstituir a fauna é imprescindível, porém muito mais difícil”, explica.


O primeiro e óbvio passo é fazer valer a legislação que proíbe a caça, destaca ele, mas igualmente importante talvez fosse considerar reintroduções de animais levando em conta o papel ecológico de cada um deles no bioma. “Os projetos são pensados em termos da ameaça para aquela espécie em particular. Dependendo da situação, porém, talvez outra espécie fosse igualmente interessante. É claro que é importante recuperar a população do mico-leão-dourado, mas em alguns casos talvez reintroduzir outro frugívoro tenha o mesmo efeito”, compara. Seriam, em outras palavras, “pacotes ecológicos”, incluindo um herbívoro de grande porte, outro de médio porte, predadores pequenos e grandes, por exemplo? “Sim, mas isso teria de ser feito passo a passo – os herbívoros primeiro, por exemplo, depois os carnívoros. É um processo lento de refaunação que teremos que fazer.”
..::Projeto
Efeitos de um gradiente de defaunação na herbivoria, predação e dispersão de sementes: uma perspectiva na mata atlântica (nº 2007/03392-6); Pesquisador responsável Mauro Galetti (Unesp); Modalidade Projeto Temático; InvestimentoR$ 692.437,03 (FAPESP).
Artigos científicos
DIRZO, R. et al. Defaunation in the anthropoceneScience. v. 345, n. 6195, p. 401-06, 25 jul. 2014.
CULOT, L. et al. Selective defaunation affects dung beetle communities in continuous Atlantic rainforestBiological Conservation. v. 163, p. 79-89. jul. 2013.
JORGE, M. L. S. P. et al. Mammal defaunation as surrogate of trophic cascades in a biodiversity hotspotBiological Conservation. v. 163, p. 49-57. jul. 2013.
CANALE, G. et al. Pervasive defaunation of forest remnants in a tropical biodiversity hotspotPLoS One, v. 7, n. 8, e41671. 14 ago. 2012.
REINALDO JOSÉ LOPES | Edição 223 - Setembro de 2014


(papo de biologia)

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Você conhece a Taboa? Artesanato com Taboa!

A taboa (Typha domingensis) é uma planta hidrófita (aquática) típica de brejos, manguezais, várzeas e outros espelhos de águas. Mede cerca de dois metros e na época de reprodução apresenta espigas da cor café contendo milhões de sementes que se espalham pelo vento.


Altamente adaptável, encontra-se espalhada por todo o mundo, e em algumas partes é até mesmo considerada uma praga.

A sua fibra, durável e resistente, pode ser utilizada como matéria-prima para papel, cartões, pastas, envelopes, cestas, bolsas, esteiras e outros itens de artesanato.

Olhe aqui algumas possibilidades:



A taboa também é uma depuradora de águas poluídas, absorvendo metais pesados.

Sinônimos: Bucha, capim-de-esteira, erva-de-esteira, espadana, landim, paina, paina-de-flecha, paineira-de-flecha, paineira-do-brejo, paneira-de-brejo, paneira-do-brejo, partasana, pau-de-lagoa, pau-mole, tabebuia, taboinha, tabu, tabua, tabuca, tabuba, tifa, totora. Southern Cat-Tail (inglês). Em Angola tabém é conhecida como chipipa e dá o nome a uma localidade da Província do Huambo.


(papo de biologia, turismo)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Internautas podem colaborar para mapeamento de animais do Pantanal

Já está em operação um sistema online que possibilita qualquer pessoa a contribuir para o inventário da fauna da região de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá).
O projeto está elaborado pela equipe do Projeto Bichos do Pantanal, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Graças ao sistema, denominado Inaturalist e desenvolvido pela Universidade do Kansas, é possível postar pelo celular ou pelas redes sociais (Google +, Flicker, Picasa, Facebook) fotos de animais da região de Cáceres, acompanhadas de indicações precisas da localização do animal obtidas por GPS.
Assim, será possível que os pesquisadores saibam onde circulam as espécies, com qual frequência, se os animais são os mesmos ou são distintos e quais são seus habitats e hábitos.
Basta acessar www.bichosdopantanal.org/georreferenciamento , clicar nos ícones de animais e se logar no sistema via redes sociais ou por intermédio de cadastro do site.
Essas informações, além de outras resultantes do mapeamento de toda a fauna de Cáceres, vão gerarconhecimento científico a ser disponibilizado no site do projeto e transformado em material didático para aeducação ambiental em escolas públicas da região.
O conteúdo também servirá para a sensibilização de turistas, pescadores, moradores das comunidades do entorno e a capacitação de monitores e guias de ecoturismo.
Fonte..:: Midia News / GeoDireito
(papo de biologia)




quarta-feira, 25 de junho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Palmeira MACAÚBA (Acrocomia aculeata)

Ocorrência - do Pará a São Paulo 

Outros nomes - mucajá, mocujá, mocajá, macaíba, macaiúva, bacaiúva, bocaiúva, umbocaiúva, imbocaiá, macaúva, coco de catarro, bacaiuveira, coco de espinho, coco baboso, macacaúba, macajuba, macaibeira, mucaiá, mucajuba 

Características - espécie com até 15 m de altura, com estipe ereto, simples, com 20 a 30 cm de diâmetro, recoberto pelos restos das folhas velhas apresentando muitos espinhos escuros em sua superfície. Folhas em número de 20 a 30 contemporâneas, espinhentas, de 4 a 5 m de comprimento, de coloração verde-escuro. Espécie monóica. Flores agrupadas em cachos de até 80 em de comprimento, pequenas, amareladas. Fruto globoso, liso, de coloração marrom-amarelada quando maduro. Polpa amarelada com uma amêndoa oleaginosa. 

Habitat - floresta latifoliada semidecúdua.

Propagação - sementes.

Utilidade - seu estipe é empregado em construções rústicas e as folhas, além de forrageiras, fornecem fibras têxteis para confecção de redes e linhas de pescar. O fruto com polpa consumida ao natural. A semente fornece óleo comestível de boa qualidade. Devido ao seu valor ornamental, pode ser empregada no paisagismo em geral. È ornamental podendo ser empregada em paisagismo. 

Florescimento - outubro a janeiro 

Frutificação - setembro a janeiro 

Fonte..:: VivaTerra

(papo de biologia)





quarta-feira, 11 de junho de 2014

ONU lança plataforma de compartilhamento sobre crescimento sustentável

Uma plataforma de compartilhamento de informações sobre crescimento sustentável foi lançada com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Banco Mundial. 

O site possui uma biblioteca eletrônica aberta a pesquisas com mais de 600 artigos técnicos e políticos, assim como painéis com dados e políticas para 193 países. 
O lançamento foi feito por um consórcio com mais de 30 instituições e organizações que trabalham em áreas relacionadas ao crescimento verde e à economia verde, com escritório em Genebra, na Suíça, que será administrado em conjunto pelo PNUMA e pelo Instituto Global para o Crescimento Verde.
Para acessar a Plataforma, visite http://www.greengrowthknowledge.org/
(papo de biologia, recicle suas ideias)


A ABES elaborou estudo e uma tabela - A COPA DO SANEAMENTO - na qual são comparadas as realidades do saneamento em cada país participante da Copa do Mundo.

O documento aborda o que já conseguimos realizar, mas também é uma reflexão sobre os muitos desafios que ainda temos em nosso país.

Esperamos que a leitura estimule os profissionais do setor e cidadãos brasileiros em geral a debater, propor e trabalhar para que um dia nosso Brasil seja campeão também no saneamento, na saúde e na qualidade de vida.

Abaixo Artigo - Fonte..:http://abes-dn.org.br/Artigos/b2_artigo22.php


Copa do Mundo x Saneamento Básico: se o critério de classificação do mundial fossem as condições sanitárias, o Brasil seria eliminado na fase de grupos. Alemanha levantaria a taça

LEVANTAMENTO REALIZADO PELA ABES COMPARA OS ÍNDICES DE SANEAMENTO ENTRE TODOS OS PAÍSES QUE PARTICIPARÃO DO TORNEIO.  PARA O PRESIDENTE DA ABES, DANTE RAGAZZI PAULI, GOVERNO FEDERAL, ESTADOS E MUNICÍPIOS PRECISAM SE ACOSTUMAR A TRABALHAR EM EQUIPE, COMO UM TIME DE FUTEBOL.

 Se a Copa do Mundo fosse uma competição que levasse em consideração as condições de saneamento básico, o Brasil não passaria da fase de grupos. Esta é a constatação de um levantamento realizado pela ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, comparando as condições sanitárias entre todos os países que participarão do mundial, a partir de 12 de junho, tal qual estão dispostos na tabela da Copa (veja anexo). O estudo foi feito com base em dados do Programa de Monitoramento Conjunto para o abastecimento de água e saneamento - UNICEF e Organização Mundial da Saúde (OMS) - (Joint Monitoring Programme – JMP - (http://www.wssinfo.org/), dos Objetivos do Milênio (http://www.un.org/millenniumgoals/) e da Organização Mundial da Saúde (http://www.who.int/water_sanitation_health/mdg1/en/).

O Brasil, apesar de obter um índice de 81,3% na combinação de fatores que classificam como satisfatórias as condições sanitárias de um país, de acordo com estes órgãos, fica abaixo de dois países do grupo A: Croácia (98,2%) e México (85,3%), só ganhando de Camarões (45,2%.). Por isso, não avança para as oitavas de final. Na Copa do Saneamento, Alemanha levantaria a taça. Em segundo lugar viria a França, em terceiro, a Holanda e em quarto, a Austrália.

O JMP considera satisfatórias as condições de saneamento a partir de um conjunto de itens, como:

Água: ligações domiciliares, Poços Artesianos, Captação, armazenamento e utilização de água da chuva, dentre outros;

E para o Saneamento: a existência de vaso sanitário, sistema de coleta de esgoto (coleta, bombeamento, tratamento e disposição final adequada) e fossa séptica, entre outros.
No Brasil, 93% da população urbana têm acesso à água tratada, mas apenas 56% têm acesso à rede coletora de esgoto. No que se refere ao tratamento de esgoto, apenas 69% do esgoto coletado recebe tratamento (dados do SNIS-2012).

De outra perspectiva dessa situação: 32 milhões de brasileiros não têm acesso adequado ao abastecimento de água (rede geral de abastecimento), 85 milhões de brasileiros não têm acesso adequado ao esgotamento sanitário (rede coletora nas zonas urbanas e rede coletora ou fossa séptica nas zonas rurais), 134 milhões não têm os esgotos de suas casas tratados e 6,6 milhões não têm nem sequer banheiro.

Além disso, a cobertura de saneamento é muito heterogênea no País. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2012), as únicas unidades da federação com mais de 70% dos domicílios urbanos atendidos em coleta de esgotos são Distrito Federal, São Paulo e Minas Gerais. As menores coberturas são Amapá, Pará Rondônia e Piauí.

 “Temos que ressaltar que houve avanços no setor, como a Lei de Saneamento, a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que deixam mais claros os desafios da universalização. Mas há metas estabelecidas difíceis de alcançar e dificuldade dos municípios e estados brasileiros em avançar no saneamento. Por isso é muito importante que estados e municípios reconheçam que têm participação fundamental no avanço do setor no Brasil, tanto quanto o Governo Federal, ou seja, temos que jogar como um time”, afirma o presidente da ABES, Dante Ragazzi Pauli.



Fonte..:http://abes-dn.org.br/Artigos/b2_artigo22.php

(recicle suas idéias, papo de biologia)





terça-feira, 29 de abril de 2014

Caranguejo ARATU (Aratus pisoni)

Características - também conhecido como marinheiro é um caranguejo pequeno, com carapaça quadrada, trapezoidal, de cor acinzentada. 

Habitat - manguezais 

Ocorrência - litoral Atlântico Ocidental 

Hábitos - arborícola. É extremamente ágil em correr entre os galhos das pequenas árvores e arbustos onde se instala. Quando se sente ameaçado, ele foge rapidamente para outro galho, correndo de um lado para outro. Raramente desce até a água. Fazem as tocas em fundos arenosos e lodosos para refugiar-se.  

Alimentação - folhas de mangue 

Ameaças - é apanhado em grande quantidade para alimentação. A apanha, o desmatamento de manguezais e poluição, são as principais ameaças.

Fonte..:: VivaTerra

(papo de biologia)



quinta-feira, 27 de março de 2014

O que são os EQUINODERMOS?

O filo Echinodermata é constituído por cerca de 7.000 espécies distribuídas em seis classes: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea, Holothuroidea e Concentricycloidea. O nome do grupo é derivado de duas palavras gregas: echinos = ouriço, e derma = pele, e se refere às projeções em forma de espinhos ou tubérculos presentes na superfície do corpo.

Trata-se de um grupo muito antigo, filogeneticamente relacionado aos Chordata. Há indícios de um longo histórico pré-cambriano, pois parecem ter sido comuns em alguns habitats já no início do Cambriano, há cerca de 600 milhões de anos. É deste período que datam os primeiros registros fósseis do filo.

Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais.

Em geral, os sexos são separados, sem dimorfismo sexual externo, com exceção dos Concentricycloidea, que apresentam, inclusive, órgão copulatório. Algumas espécies passam por um estágio larval planctônico, enquanto outras são vivíparas. Apesar de raro entre os Echinodermata, o hermafroditismo tem sido relatado em algumas espécies.

O alto poder de regeneração dos integrantes deste filo confere a algumas espécies a capacidade de se reproduzir assexuadamente por fissão, um processo de divisão do corpo que resulta em novos indivíduos completos e funcionais.

Embora a grande maioria das espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra. Podem ser encontrados em todos os oceanos, latitudes e profundidades, da zona entremarés às regiões abissais, sendo mais abundantes na região tropical do que nas águas polares.

São predominantemente bentônicos, ocupando diversos tipos de substrato. Umas poucas espécies são pelágicas. Tendem a apresentar distribuição agregada, sendo encontradas em altas densidades. Em locais onde as condições são favoráveis, o substrato pode ficar totalmente coberto por ouriços-do-mar, ofiuróides ou estrelas-do-mar. Constituem o grupo mais abundante de animais dos fundos marinhos, chegando a compor 90% da biomassa total nas regiões abissais.

Muitos são adaptados para se fixar a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose (associação entre dois organismos, o hospedeiro e o epibionte. Este tipo de associação é muito comum no ambiente marinho de fundo não consolidado onde a disponibilidade de espaço para o estabelecimento de invertebrados sésseis é limitada, levando muitos destes invertebrados a se estabelecerem em um substrato animado, ou seja, o hospedeiro, onde crescem e se reproduzem. Esta interação hospedeiro/epibionte pode ser tanto uma participação facultativa, ou uma íntima relação de parasitismo, comensalismo e mutualismo entre as espécies, ou até mesmo uma relação de predação de uma das espécies. Essa associação pode não afetar as espécies envolvidas, entretanto o hospedeiro e o epibionte podem ter benefícios ou sofrer desvantagens com essa associação).

A estrutura corporal dos equinodermas baseia-se na existência do sistema ambulacrário. Tomando como exemplo a estrela-do-mar, a face do corpo voltada para o solo ou outro substrato é a face oral; a oposta é a face aboral, onde está o ânus e a placa madrepórica. Essa placa é perfurada e permite a entrada de água do mar, que preenche todo o sistema. Pelo canal madrepórico, a água alcança o canal circular, onde existem dilatações chamadas vesículas de Poli. Dessas vesículas, saem cinco canais radiais, que se dirigem para os braços. Ao longo desses canais radiais, há centenas de pequenas bolsas, chamadas ampolas, de onde partem os pés ambulacrários.

As contrações da ampola forçam a água para dentro do pé ambulacrário, que então se distende e projeta-se para fora do corpo através de pequenos orifícios do esqueleto. Quando a ampola relaxa, o pé correspondente contrai e expulsa a água do seu interior, retraindo-se.

A contração e a retração contínuas e coordenadas dos pés ambulacrários permitem que a estrela-do-mar se locomova e use os pés com pequenas ventosas, podendo capturar alimentos, fixar-se a um substrato, abrir conchas de moluscos, etc.

O sistema digestivo é completo. Os ouriços-do-mar possuem, na boca, uma estrutura raspadora chamada lanterna-de-Aristóteles. As estrelas-do-mar são capazes de everter o seu estômato, introduzindo-o no interior de conchas de moluscos, digerido-os ainda vivos.

O sistema circulatório é ausente ou é rudimentar, e a distribuição de materiais faz-se através da cavidade celomática. A excreção é feita diretamente através da água que ocupa o sistema ambulacrário, não havendo nenhuma outra estrutura excretora especializada.

Já o sistema nervoso, é formado por nervo anelar ao redor da faringe e nervos radiais, é rudimentar e não apresenta cefalização. Há células táteis e olfativas em toda a superfície do corpo. As estrelas-do-mar possuem células fotorreceptoras nas extremidades dos braços.

A respiração se dá por difusão, entre a água do mar e a que ocupa o sistema ambulacrário. Nos pepinos-do-mar, há uma série de filamentos ao redor da boca, pelos quais passa o líquido celomático, que funcionam como brânquias. Não há pigmentos transportadores de oxigênio. Os ouriços-do-mar possuem brânquias dérmicas, análogas às brânquias periorais dos pepinos-do-mar e também ocupadas por líquido celomático. Entre as brânquias dérmicas e os numerosos espinhos, os ouriços-do-mar possuem apêndices chamados pedicelárias, dotados de pinças nas extremidades e empregados na limpeza de detritos que se depositam no corpo. Em algumas espécies, essas pedicelárias inoculam veneno.

O esqueleto é interno (endoesqueleto mesodermal), recoberto pela epiderme. O endoesqueleto é constituído por placas calcárias, distribuídas em cinco zonas ambulacrais alternadas com cinco zonas interambulacrais. As zonas ambulacrais possuem numerosos orifícios, por onde se projetam os pés ambulacrais, estruturas relacionadas com a locomoção. Na face dorsal do esqueleto há uma placa central ou disco (onde se abre o ânus), rodeada por cinco placas, cada uma com um orifício genital. Uma dessas placas exibe, além do orifício genital, numerosos poros ligados ao sistema ambulacral: trata-se da placa madrepórica. Assentados sobre as placas estão os espinhos, dotados de mobilidade graças aos músculos presentes em sua base. Entre os espinhos, pequenas estruturas com a extremidade em forma de pinça, as pedicelárias, constituídas por dois ou três artículos, com funções de defesa e limpeza da superfície corporal.

Na reprodução sexuada, os animais são dióicos e de fecundação externa.

A regeneração é muito intensa. Na estrela-do-mar, além de regenerar os braços, se dividida em várias partes, cada parte originará um novo indivíduo e podemos então falar em reprodução assexuada. Os pepinos-do-mar, quando perseguidos, podem eliminar parte de suas vísceras e depois regenerá-las.

O desenvolvimento é indireto, com passagem por estágios larvais, todas de vida livre e nadantes. Por serem móveis, as larvas representam a principal forma de dispersão desses animais, podendo deslocarem-se dos ancestrais e ocuparem locais afastados deles.

O sistema ambulacral é uma exclusividade dos equinodermatas. Este sistema se acha constituído por um conjunto de canais que delimitam espaço celomáticos no interior. Apresentam função de: respiração, locomoção e circulação.

No sistema ambulacrário distinguimos uma abertura parecida com uma peneira denominada placa madrepórica ou madreporito, que fica em contato com o meio exterior, por onde a água pode entrar. Segue-se um canal orientado dorsoventralmente, denominado canal pétreo, que vai se abrir num canal circular ao redor do aparelho digestivo. Desse canal circular saem 5 canais radiais que tomam a direção dos braços do animal terminando nas extremidades do mesmo.

De cada canal radial parte uma sucessão de canais laterais formando nas extremidades os pés ambulacrários, que se apresentam formados por um tubo fechado nas duas extremidades, possuindo internamente uma dilatação, a ampola, e externamente uma formação que funciona como ventosa. Os pés ambulacrários nas estrelas-do-mar servem para prendê-las ao substrato, para locomoção, captura e manuseio de alimentos.

A coordenação dos movimentos dos pés ambulacrais promove o lento deslocamento desses animais sobre os substratos marinhos.

..:: Classe Holothuroidea


Os Holothuroidea são encontrados tanto em praias rasas como em profundidades de até 10.200 m. Apenas algumas espécies da ordem Apodida são habitantes permanentes da meiofauna. A maioria é bentônica, encontrada em fundos não consolidados de areia e argila, mas algumas espécies vivem em substratos constituídos por rochas, seixos, cascalho, ou sobre animais ou vegetais. Algumas espécies de Aspidochirotida são pelágicas.

São conhecidos popularmente como "pepinos-do-mar". Ao contrário dos outros equinodermatas, eles apresentam o corpo cilíndrico e alongado, com tegumento mole abaixo do qual se acham espalhadas placas calcárias microscópicas que funcionam como endoesqueleto. A boca é situada numa das extremidades do corpo e é rodeada por tentáculos ramificados que são modificações dos pés ambulacrários. O ânus situa-se na extremidade oposta.

Na parte posterior do intestino encontramos formações características que são os hidropulmões ou árvore respiratória que se estende para frente da cloaca. Admite-se que exerçam funções respiratórias e excretoras.

Certas espécies de holotúrias, algumas das quais existem no Brasil, quando molestadas, eliminam pela cloaca uma porção de filamentos brancos e viscosos (órgão de Cuvirer) que são segregados por glândulas próximas ao ânus. Esse comportamento representa um meio de defesa.

Nos "pepinos-do-mar" o lado dorsal é representado por duas zonas longitudinais, enquanto que o lado ventral apresenta três zonas longitudinais(pés ambulacrários).

Os adultos alimentam-se de detritos orgânicos ou plâncton que o animal captura em mucos existentes nos tentáculos. 

..:: Classe Echinoidea


Reúne espécies apresentando forma hemisférica globosa, representado pelos ouriços-do-mar, e pelas formas discóides achatadas como a bolacha-do-mar. Distribuem-se desde a região entremarés até cerca de 4.800 m de profundidade. Os ouriços regulares vivem especialmente sobre fundos consolidados, mas ocorrem, também, em fundos não consolidados. Já os irregulares são típicos de fundos não consolidados, existindo, inclusive, algumas espécies que vivem enterradas na areia.

Nos ouriços do mar, o corpo é formado externamente por uma grande carapaça dividida em uma parte central, denominada roseta apical, situada no dorso do animal, e a corona que compreende o resto da carapaça.

A roseta apical é formada por numerosas placas organizadas, distinguindo-se uma central onde se abre o ânus do animal, e cinco placas genitais onde se abre o orifício externo de cada gônada. Uma dessas placas é mais desenvolvida constituindo a placa madrepórica que corresponde à abertura externa do sistema ambulacrário.

Por entre as placas genitais, existem 5 pequenas placas intergenitais. De cada placa da roseta apical, parte perfeitamente delimitada que caminhando pela corona, vai terminar na face ventral, junto à boca.

Essas áreas são divididas em dois tipos de zonas: temos 5 zonas ambulacrais, cada partindo de uma placa intergenital; nessas zonas se localizam os chamados pés ambulacrários. De cada placa genital parte uma zona inter-ambulacraia, onde se acham localizados os espinhos do animal.

A boca dos equinóides está situada na superfície ventral e é circundada por dentes de vértices voltados para baixo. Estes dentes são suportados por uma estrutura muscular complexa de cinco lados dentro da carapaça, que é conhecida como "Lanterna de Aristóteles".

Os ouriços vivem em rochas, cavando-as através de um desgaste provocado por um contínuo movimento rotatório dos espinhos. Podem ainda ser encontrados no lado das praias e no fundo do mar, alimentando-se de plantas marinhas, matéria animal morta e matéria orgânica contida na areia.

Os ouriços fornecem o material preferido para experiências embriológicas, pois o desenvolvimento desses animais podem ser facilmente acompanhados desde a forma do ovo até a fase de larva.

..:: Classe Ophiuroidea


Os Ophiuroidea ocorrem desde as regiões rasas, até as regiões abissais. Algumas espécies vivem em regiões estuarinas. Vivem abrigados em fendas de rochas, ou sob elas, sobre algas, ou no interior de estruturas animais, como esponjas e tubos de poliquetos. A maioria das espécies, entretanto, é encontrada em areia, lodo e algas, podendo ocorrer, também, em cascalho biodetrítico e corais. 

Animais conhecidos como serpentes-do-mar, apresentam o corpo estrelado, mas diferem dos asteróides, por apresentarem o disco central bem diferenciado dos braços. Estes, em número de 5, são cilíndricos, delgados, simples ou ramificados. Quando vivos, apresentam movimentos serpenteantes, dai o seu nome.

Não possuem pedicelas, e seu sistema digestivo é incompleto, faltando reto e ânus. Os resto de alimentos, depois da absorção e assimilação são eliminados através da própria boca porque o intestino, sempre muito curto e rudimentar, é fechado na extremidade posterior.

São carnívoros, alimentando-se de pequenos animais marinhos como crustáceos, vermes e restos de outros alimentos.

..:: Classe Crinoidea


Os Crinoidea ocorrem do Ártico à Antártica, e em todas as profundidades. As espécies não pedunculadas vivem sobre substrato consolidado, ou são epibiontes de antozoários e algas, por exemplo. Já os pedunculados podem ser encontrados em todos os tipos de substrato.

Nessa classe encontramos animais conhecidos vulgarmente como "lírios-do-mar". Possuem o corpo caliciforme, munido ou não de pedúnculo. As formas pedunculadas, possuem uma haste com a qual se fixam a um suporte qualquer. No topo do pedúnculo encontram-se peças calcárias formando o cálice no interior do qual abrigam-se as partes moles do animal. Das margens do cálice partem os braços com numerosas ramificações laterais, chamadas pínulas que se estendem por todo o comprimento do braço. Boca e ânus estão na superfície superior do disco, o ânus freqüentemente em um cone elevado.

Os crinóides não pedunculados são de movimentação livre isto é, são capazes de nadar. O alimento é constituído principalmente de plâncton, colhidos pelos tentáculos e dirigidos pelos cílios à boca.

Essa classe é considerada a mais primitiva dos Echinodermatas. Embora atualmente existam poucas espécies, fora muito abundante em eras geológicas remotas.

..:: Classe Asteroidea


Os Asteroidea ocorrem em quase todas as latitudes e profundidades, podendo atingir os 9.100 m. Ocupam uma grande variedade de substratos, como rochas, algas, cascalho, sedimento arenoso ou recifes de coral. Ocorrem, também, em ambientes caracterizados por um alto estresse ambiental, como poças de maré, o limite superior da região entremarés e praias e costões sujeitos a um alto hidrodinamismo.

Enquadram-se nessa classe, os animais conhecidos como estrelas-do-mar. Geralmente possuem 5 braços, mas existem algumas espécies com um número maior, porém, sempre múltiplo de cinco.

No dorso, distingue-se uma parte central denominada disco, do qual partem cinco prolongamentos idênticos denominados braços.

Mais ou menos no centro do disco e ainda na superfície dorsal, aparece o ânus, e na sua proximidade distinguimos o madreporito que constitui a abertura externa do sistema ambulacrário.

A superfície do disco e braços é densamente revestida por pequenos espinhos, e irregularmente distribuídos. Apenas na linha mediana dos braços aparecem espinhos dispostos em fileiras longitudinais.

Entre os espinhos encontram-se as pápulas (com função de respiração e excreção) e as pedicelas que são formações constituídas por duas lâminas que se dispõem como pinças móveis, mantendo a superfície do corpo livre de detritos e auxiliando na captura de pequenos organismos.

Na extremidade de cada braço, encontra-se um tentáculo com função sensitiva.

Na face ventral, abre-se a boca colocada no centro do disco, de onde partem 5 sulcos denominados canais ambulacrários que tomam a mesma direção dos braços. Lateralmente a estes canais, ocorrem numerosos pés ambulacrários.

A fecundação na estrela-do-mar é externa. Os adultos são carnívoros, alimentando-se principalmente de crustáceos, vermes tubícolas e moluscos, causando nesse caso, grandes danos a ostreicultura.

Sua capacidade de regeneração é bastante grande, podendo um fragmento de braço produzir um novo indivíduo completo.

..:: Classe Concentricycloidea

A classe Concentricycloidea, descrita em 1986, ainda é pouco conhecida. Os primeiros espécimes foram descobertos no início da década de 80, em madeira submersa, entre 1.058 e 1.208 m de profundidade, ao largo da Nova Zelândia, e a cerca de 2.000 m de profundidade ao largo da Ilha Andros, no Caribe. Aparentemente, a distribuição é cosmopolita, ligada à madeira submersa encharcada, o único hábitat onde foram encontradas as duas espécies descritas até o momento.

Fonte..:: VivaTerra

(papo de biologia)






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