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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Qual a Essência do Ser Sustentável?

O conceito de sustentabilidade ainda é algo relativamente novo em nossa sociedade. Como país de grande tradição extrativista e predatória, com uma população de baixa escolaridade e que vive, em grande parte, na pobreza quase absoluta; fazer essa massa entender que ser sustentável e levar um modo de vida que torne o planeta capaz de suportar os impactos que exercemos nele ao longo de nossas vidas e das gerações que ainda virão; é algo que beira a ficção ou ao idealismo vazio.

Onde há pobreza, fome extrema e ausência quase total de oportunidades para uma vida mais digna; é quase impossível entender que deixar de pescar um determinado peixe na época de sua reprodução; queimar uma área abandonada (ou não) para plantar algo; largar seu lixo por aí e tantas outras coisas é algo errado e que pode prejudicar as futuras gerações. A fome e a desilusão embotam qualquer chance de estabelecer o mínimo diálogo com essas pessoas.

Mas entender a essência do ser sustentável é a chave justamente para reverter esse problema e promover a salvação dessas pessoas, de nosso país e do meio ambiente. Ser sustentável é usar os recursos disponíveis de forma a que eles durem mais tempo. E, para que isso possa ocorrer, todos devem ter oportunidades iguais e condições de compreender os conceitos e idéias por trás dessas palavras.

Como Ser Sustentável?
O primeiro passo do ser sustentável é agir positivamente e em prol da melhoria das condições de vida das comunidades afetadas justamente por esses processos de degradação ambiental.

Somente a partir daí; da criação de oportunidades e do fornecimento de instrução e de educação a esse povo, é que o conceito do que realmente é ser sustentável poderá atingir em cheio os corações e mentes de toda a população e iniciar um processo de melhoria das condições de vida e desacelerar a degradação ambiental e social que experimentamos durante muitos anos.

O fim do mundo está chegando realmente. Talvez quando nosso sol explodir ou se transformar numa super nova daqui a milhares de anos ou muito mais rapidamente quando tivermos esgotado por completo a capacidade de nosso planeta de suportar nossas vidas. Esse lapso de tempo dependerá única e exclusivamente de nós mesmo e da nossa capacidade de entendermos os conceitos por trás do “ser sustentável” e de toda a abrangência que esse termo pode ter.

Viver até que consigamos possuir a tecnologia que nos permita voltar para as estrelas e escapar da destruição de nosso mundo, ou acabarmos numa extinção lenta e dolorosa através de guerras por reservas remanescentes de água ou de outros recursos naturais são os cenários reais e totalmente possíveis que devemos levar sempre em consideração entes de dizer que o “ser sustentável” é uma besteira ou um modismo passageiro.

A resposta para a pergunta título deste artigo é uma só: A essência do ser sustentável é a vida e a sobrevivência da raça humana. Entender e compreender todo o significado disso é a chave para permitir que nosso povo e todos os outros povos compreendam a real necessidade de uma mudança na forma de encarar nosso planeta e a natureza que nos cerca.

Fonte..:: Apartamentos Sustentáveis

(recicle suas idéias)

sábado, 31 de outubro de 2009

A relação da Mídia com a Pauta Ambiental

Por..:: Katarini Miguel

É fato que a pauta ambiental é hoje crescente nos veículos de comunicação. Se é interesse do veículo ou mera demanda mercadológica não se sabe, mas a cobertura sobre as temáticas ambientais toma conta das páginas dos jornais, da televisão, dos sites e se mostra como um importante campo de investigação e produção.

Há quase sete anos pesquisando a relação entre comunicação, mídia e meio ambiente, desde minha iniciação científica, posso sinalizar aqui, ainda que timidamente, para as principais características da imprensa. A minha dissertação de mestrado – “Os paradigmas da imprensa na cobertura das políticas ambientais” - veio para consolidar meus estudos.

A pesquisa teve como corpus o ano de 2007, que arrisco denominar como o boom da preocupação ambiental, por conta das publicações dos relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), Prêmio Nobel entregue aos cientistas do Painel e Oscar de melhor documentário para “Uma verdade inconveniente”, que aborda as causas conseqüências do aquecimento global.

Só para dar alguns exemplos . O que fiz foi avaliar a cobertura diretamente relacionada à política ambiental do Brasil, a partir de um estudo quantitativo e qualitativo de um jornal de grande circulação, no caso, O Estado de S.Paulo.

A pesquisa primou pela abrangência no período de 10 meses, fevereiro a novembro de 2007, o que possibilitou identificar, com mais rigor, as características da cobertura ambiental do jornal e sinalizar para conclusões sobre os paradigmas predominantes.

A primeira constatação importante foi referente à quantidade de matérias e o espaço que a temática ocupou no período da dissertação. Foram, no total, 774 publicações, o que representa uma média de três matérias por dia, sem contar os cadernos especiais e suplementos semanais que não fizeram parte da amostra.

Os textos foram enquadrados em todas as editorias do jornal, com exceção de Esportes, o que evidencia a interdisciplinaridade do tema, as diferentes facetas dadas à questão, mas não representa a pluralidade de abordagens. As matérias ambientais tiveram destaque significativo – 20% delas contaram com chamada de capa, e mais de 56% trouxeram elementos externos ao texto como fotos, ilustrações e infográficos.

A quantidade de publicações e o espaço conquistado em diferentes seções do jornal são fatores positivos para uma temática antes marginalizada, que hoje ganha centralidade. É certo que a questão ambiental é impulsionada em datas especiais, publicações de relatórios, divulgação de números e dados de desmatamento, e ainda não consegue transitar de modo adequado pelas diversas pautas do cotidiano.

Ficou evidente, a partir da análise quantitativa que O Estado de S.Paulo incorporou o discurso da preocupação ambiental, desenvolvimento sustentável e energia limpa, mas deixou a desejar na abordagem informativa, como foi possível notar com mais clareza nas análises qualitativas.

A temática mais presente na cobertura foi Mudanças Climáticas/ Aquecimento Global, mas também a que teve tratamento mais sensacionalista, catastrófico e antropocêntrico, frisando os desastres ambientais a cada grau de aumento na temperatura, com fotos chocantes e referências hipotéticas, sempre evidenciando os piores cenários.

Foi possível avaliar o enquadramento conflituoso da cobertura, ressaltando embates ao invés de explicar o assunto para seu leitor, colocando em primeiro lugar, por exemplo, o conflito entre países ricos e pobres sobre as responsabilidades pelo aquecimento global, ao invés de discutir com afinco as causas e conseqüências do problema e meios de mitigação e adaptação.

Outra pauta constante, os Biocombustíveis, foram enquadrados de forma estritamente econômica, utilizando a chancela da preservação ambiental (por conta de não emitir CO2), mas não questionando o modelo de produção e a utilização de áreas nativas para plantio de cana-de-açúcar, por exemplo. Valores de investimentos e nomes de empresas foram centrais.

No âmbito do assunto Mudanças Climáticas, as abordagens também estiveram centradas nos custos do aquecimento global para grandes nações, sem focar nas conseqüências para as minorias e setores específicos da sociedade.

Com relação às fontes de informação, com era esperado, o jornal traz uma perspectiva totalmente oficialista, colocando em evidência fontes do governo e especialistas. Grupos minoritários e alternativos foram ouvidos apenas para confirmar os argumentos já colocados ou mesmo para revelar embates, e aparentar um discurso democrático, que não acrescenta informações para o leitor.

As pessoas que vivenciam diretamente as problemáticas ambientais como comunidades, ribeirinhos e indígenas não tiveram espaço na cobertura, o que permite afirmar que o jornal sofre da Síndrome Lattes, como denomina o professor Wilson Bueno (2007), uma vez que só dá espaço para fontes que dispõem de currículo acadêmico, ou àquelas com efeito de decisão ou de conhecimento, sob a justificativa da neutralidade e objetividade, minimizando o debate político.

Convém destacar o discurso ecológico reproduzido pelo jornal, que se vale de uma “linguagem universal” para denominar de forma generalizada e pretensamente conhecida termos como Desenvolvimento Sustentável, Biodiversidade, Ecossistema e Ecologia que, banalizados, acabam formando a tipologia do discurso ecológico contemporâneo, como muito bem coloca outro professor pesquisador – Manuel Sena Dutra (2005).

Os argumentos sobre os prejuízos ao meio ambiente também não entraram no mérito científico da questão e as explicações superficiais e fragmentadas evidenciaram uma idéia, por ora, utilitarista de natureza, com os tais “usos sustentáveis”, e ora reforçavam um caráter punitivo, cobrando ações de comando e controle. A matéria na editoria de economia também desconsiderou questões técnicas, para evidenciar, por exemplo, os dados financeiros e incentivar a construção de usinas que comprovadamente causam prejuízos ao meio ambiente.

O que se pode concluir é que a pauta sobre meio ambiente é constante e obrigatória atualmente nos veículos de comunicação, mas ainda não é abordada de maneira adequada, contextualizada, englobando a complexidade do tema.

Avaliou-se que reproduz sim ideais positivistas, antropocêntricos e, por vezes, sensacionalistas. Ao colocar o homem como centro da questão e não como parte dela - o homem é a vítima e/ou o culpado das mazelas ambientais, e mesmo quando representa o meio ambiente apenas enquanto fauna e flora, a cobertura feita pelo jornal vai ao encontro de um paradigma antropocêntrico, que triunfou no século XVII e resiste até hoje, deixando dúvidas sobre o real compromisso do jornalismo contemporâneo.

O jornal não apresenta apenas um paradigma predominante, mas vários que convergem para o mesmo caminho de representar a questão ambiental de forma isolada, fragmentada, prejudicando o leitor na compreensão da temática.

Existe sim, e sabemos disso, uma real dificuldade em abordar uma questão tão abrangente como a ambiental, por conta da indefinição do objeto, sua complexidade e interdisciplinaridade, que envolvem organizações, cientistas, comunidades locais, movimentos sociais e aspectos políticos, econômicos e sociais.

A prática do jornalismo, as rotinas produtivas e outras questões que poderiam ser discutidas, não permitem especializações no âmbito da profissão. Também é fácil concluir que a abordagem catastrófica e sensacionalista compensa pelo impacto a primeira vista, gerando teoricamente mais interesse no leitor/espectador, mas não formando opiniões e conceitos claros e necessários para se compreender a dinâmica da política ambiental.

Com estas observações colocadas, podemos concluir que é necessário um jornalismo que explique os assuntos para seu leitor, compreenda o meio ambiente de forma integrada e revolucionária e estimule uma verdadeira militância na cobertura das políticas ambientais que implique em “dominar os conceitos básicos, estar comprometido com uma perspectiva crítica, contextualizar as questões ambientais, politizar o debate” , como explica o professor Bueno (2007, p.21).

O mesmo autor vai além e revela que “o jornalismo ambiental precisa ter um caráter revolucionário, comprometido com a mudança de paradigmas, deve enxergar além das aparências e não ser complacente com aqueles que se apropriam da temática para formar ou reforçar imagem”. É justamente esta mudança de paradigmas que buscamos com as pesquisas, com novas produções na área do jornalismo ambiental, com novos olhares para a temática.

Espero, sinceramente, ter contribuído ao menos um pouco para essa antiga nova empreitada.

Katarini Miguel, jornalista, assessora de Comunicação do Instituto Ambiental Vidágua , mestre em Comunicação midiática pela Unesp/Bauru.

Fonte..:: Portal do Meio Ambiente

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