
Benedicto Calixto de Jesus, um dos maiores pintores de nossa história, nasceu em 1853, na cidade de Itanhaém. Foi autodidata e desde menino, revelou decidida vocação para a arte. Aos 18 anos, expunha em São Paulo seus primeiros quadros no Salão Nobre do jornal Correio Paulistano, com sucesso de crítica.
Muda-se, então, para Santos onde executa pinturas na decoração do Teatro Guarani. Consagrado por essa obra, recebe o convite para estudar na Europa. Em 1883, parte para Paris e freqüenta o atelier de Jean François Raffaelli e depois, a Academia Julien.
Retornando da Europa, reside em Santos e posteriormente, na Capital. Em 1894, volta ao litoral, para a cidade de São Vicente, onde monta atelier e produz obras de inspiração religiosa e histórica, paisagens, marinhas e cenas de costumes. Além da arte, foi amante da ciência e da história.
Foi autor de numerosa obra literária. Professor emérito de diversos pintores, em 1924, foi agraciado por Sua Santidade, o Papa Pio XI, com a Ordem da Cruz de São Silvestre, em gratidão pelo conjunto de sua obra pictórica de caráter religioso. Benedicto Calixto faleceu em São Paulo, em 1927. Obras de sua autoria encontram-se em todos os principais museus brasileiros. Importância de Calixto no cenário estadual.
As pinturas de Calixto são testemunho de um momento de transição – a passagem do século XIX ao XX, quando no Estado de São Paulo, tem início o processo de modernização, gerador de transformações radicais nas cidades, no campo e no litoral.
Calixto consegue documentar a mudança de uma paisagem de traços coloniais, derivada de uma economia essencialmente agrícola, para uma maior concentração urbana, fruto da industrialização nascente.
Considerado “pintor-historiador” ou “historiador-pintor”, sabiamente interpretava os assuntos perante documentos criteriosamente estudados e em harmonia com o local e a paisagem.
Além da obra pictórica, publicou estudos e ensaios históricos entre os quais:
“Capitanias Paulistas” (1895);
“A Vila de Itanhaém” (1895);
“Relíquias de São Vicente”;
“Bartolomeu de Gusmão e seu tempo”;
“Os Primitivos Índios de Nosso Litoral” (1905);
“A Fortaleza de Santa Catarina” (1908);
“A Vila de Santo André da Borda do Campo” (1908-10);
“A Igreja e o Convento de Itanhaém” (1915);
“Costumes de minha terra”.
Benedicto Calixto procurou sempre traduzir, em suas obras, paisagens e fatos históricos ocorridos durante sua existência, ou antes dela. De acordo com a pesquisadora Maria Alice Milliet de Oliveira, “sua precisão no registro de traços arquitetônicos, panorâmicas das cidades e arredores, marinhas, nos levam ao passado, revelando paisagens hoje quase irreconhecíveis.”
Fonte.: Pinacoteca Benedicto Calixto
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