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quarta-feira, 24 de março de 2010

Personalidades: ANNA PIMENTEL



Considerando as diferença sócio-econômicas entre diferentes classes sociais, mulheres de classes distintas se destacaram nos acontecimentos da Idade Média. Entre as que apoiaram a iniciativa dos colonizadores e as que se comprometeram com os ideais, destas todas, porém, foram relegadas ao esquecimento. Quando ocorria a projeção popular logo lhes eram atribuídas qualidades negativas, como loucura, prostituição ou bruxaria.

Anna Pimentel, mulher de aspecto frágil mas de grande autonomia para sua época, era prima e dama de honra da Rainha Dona Catarina, irmã de Carlos V, Rei da Espanha. Nascida em Salamanca, casou-se cedo, em 1524 com um jovem fidalgo português.

Sabia ler, escrever e contar o que já era suficiente para torna-la uma mulher especial, já que no século XVI, às mulheres cabia a atividade do lar, organizar a cozinha, cuidar das crianças e do pomar, fiar, tecer e rendar.

Um mês após o casamento, Martim Afonso de Sousa, seu marido, foi à guerra com o rei Carlos V. No ano seguinte, transferiu-se com o marido para Portugal, levando a prima, D. Catarina, noiva de D. João III.

Em 1530, Martim Afonso recebe a missão de colonizar o litoral brasileiro e combater os franceses. Após três anos no Brasil, quando fundou a vila de São Vicente e restabeleceu o porto de Cubatão, como passagem entre Santos e São Paulo, em 1533, foi nomeado Capitão-mór do mar da Índia, volta a Portugal em 1534.

Com inúmeros afazeres que o distanciavam das propriedades, nomeou, Martim Afonso, Anna Pimentel como sua procuradora, por conhecer suas vontades e ambições. Sua importância histórica no desenvolvimento da Capitania, que administrou por 10 anos (1534/1544), é algo ímpar que essa nobre espanhola realizou com inteligência, austeridade e modernidade.

Entre uma e outra missão do marido, Anna Pimentel pôde gerar e criar oito filhos. Nunca pisou em terras brasileiras e administrou o quinhão afonsino de além mar, em meio das tarefas de criar os filhos e cuidar do lar.

Abandonou o luxo a que se encontrava acostumada para se dedicar a administração político/administrativa da Capitania de São Vicente, após em 14 de março de 1533, Martim Afonso ter partido de Lisboa para a Índia. Em 19 de março, fez plantar laranjeiras, incentivou o cultivo do arroz e do trigo e à criação de gado, introduzindo a carne na alimentação das crianças e mandando para cá o primeiro gado vindo da Ilha de Cabo Verde.

Por determinação de Anna Pimentel, Gonçalo Monteiro faz descer de Piratininga, Pero Góes, portugueses e índios com ordem de expulsar as forças do reduto de Iguape. Porém a vitória fica com Mestre Cosme Fernandes Pessoa e Mosquera. Animadas, as forças de Iguape, invadem São Vicente, destruindo e queimando tudo, chegando até o antigo porto, ao final da praia do Embaré.

Corria pelos corredores longos e escuros do Palácio Martim Afonso, em Lisboa, que dona Anna Pimentel, de franzina tinha apenas o porte. Além de altiva e dominadora, era fogosa. Falavam à boca pequena que ela, na condição de dama de honra da rainha D. Catarina, contava com privilégios, entre eles de encontrar-se furtivamente com um certo ordenança, bonito como o quê.
As fofocas palacianas eram tão terríveis quanto as atuais globalizadas e dizem que, todas com relação a virtude de dona Anna Pimentel, partiam do injuriado Athayde, cujo único objetivo era atingir Martim Afonso. Fofocas à parte, a história de Anna Pimentel é muito interessante, pois foi uma mulher à frente de seu tempo.

Anna Pimentel teve oito filhos com Martim Afonso, dos quais temos os nomes a saber:
1 – Pero Lopes de Sousa
2 - Antonio de Sousa (Bispo de Viseu)
3- Rodrigo Afonso de Sousa
4- Gonçalo de Sousa
5 – Inês Pimentel
6 – Brites Pimentel
7 – Catarina de Sousa
8 – Lopo Ruiz de Sousa

Braz Cubas é nomeado loco-tenente Donatário, elevando o povoado de Santos à categoria de Vila. Anna Pimentel, ao permitir que os moradores da Vila de São Vicente tivessem livre acesso ao planalto, o que lhes era vedado, propiciou o desenvolvimento do interior.

Anna Pimentel, juntamente com Martim Afonso, fez construir uma capela de família, no Convento de São Francisco, em Lisboa. Durante a ausência do seu marido (1542/1545), quando governava a Índia, mandou erguer duas belas e grandes casas em Lisboa. Uma delas foi transformada no Palácio Martim Afonso.

Faleceu em Portugal no ano de 1571.

Fonte..:: Boletim do IHGSV / São Vicente Alternativa

(fatos_históricos)

sábado, 3 de outubro de 2009

Colonização Brasileira - Expedição Marítima - Grandes Navegações


Expedição passou quase um ano no mar antes de chegar a São Vicente

Depois das expedições exploradoras de 1502 e 1503, o Brasil passou quase 20 anos esquecido por Portugal. A Corte mandava para cá apenas alguns capitães que, a pretexto de guardar a terra, só se preocupavam em recolher o que podiam para si próprios, deixando livre o tráfico em todo o litoral, especialmente pelos estrangeiros.

Houve apenas duas tentativas de se realizar o reconhecimento formal da terra: em 1516 e 1528, com a nomeação, respectivamente, de Pero Capico e Antonio Ribeiro, como Capitães da Capitania de São Vicente.

Em 1521 morre o rei D. Manuel e assume D. João III, que volta sua atenção para o Brasil, na esperança de que a nova terra pudesse gerar riquezas que diminuíssem as dívidas da Coroa. Em 1526, D. João manda reforçar a vigilância da Costa brasileira por uma esquadrilha de seis navios, sob o comando de Cristóvão Jaques, que já conhecia estas terras desde 1516. O navegador chega à Bahia no final desse ano e, a partir daí, percorre toda a costa, até o Rio da Prata. Na volta, afunda três navios franceses perto da Bahia.

Esse fato alarmou a Corte portuguesa, que decidiu iniciar a colonização oficial das novas terras.

D. João III mandou com urgência preparar uma expedição e chamou para comandá-la seu amigo de infância, Martim Afonso de Sousa. Foram preparados cinco embarcações e 400 homens, tendo, como piloto principal e imediato do comandante, Pero Lopes de Sousa, irmão de Martim Afonso e navegador afamado.

Segundo documentos consultados pelo historiador Rocha Pombo, Martim Afonso de Sousa recebeu o título de capitão-mor, "com jurisdição e alçada, tanto no crime como no cível", o que lhe dava a autoridade de um verdadeiro representante do rei.

A flotilha partiu de Lisboa no dia 3 de dezembro de 1530.

Martim Afonso de Sousa não veio diretamente para São Vicente. Em janeiro de 1531, ele chegou a Pernambuco. Dali mandou de volta João de Sousa com informações para o rei e seguiu para o sul, aportando na Bahia, onde se encontrou com Caramuru.

No dia 30 de abril de 1531, ao meio-dia, ele entrou na baía da Guanabara, onde mandou construir uma casa forte e instalar uma ferraria para reparo das naus. A 1º de agosto a expedição continuou seu caminho, chegando, no dia 12, a baía de Cananéia, onde encontrou portugueses e castelhanos.

Nessa viagem pelas costas brasileiras, durante quase um ano, enfrentaram tempestades, o naufrágio da nau capitânea e um combate com navios franceses que faziam contrabando de pau-brasil. No dia 20 de janeiro de 1532, o comandante vê surgir a ilha de São Vicente.

O mau tempo, porém, impediu a entrada dos navios na barra, o que só ocorreu no dia 22. Coincidentemente, no mesmo dia em que, 30 anos antes, a expedição de Gaspar de Lemos havia dado nome à terra.

(fatos_históricos)

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