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domingo, 31 de janeiro de 2010

Cigarro faz mal mesmo depois de apagado

Por..:: Juliano Costa

Engana-se quem pensa que o cigarro faz mal apenas a quem fuma ou respira sua fumaça. Animais silvestres e marinhos também sofrem. E muito. Faz parte da triste rotina de um ambientalista encontrar, no estômago de tartarugas marinhas, muitos restos de cigarro (as "bitucas" ou "guimbas", dependendo do local no Brasil em que você estiver) entre o lixo que o animal consome pensando que é comida.

Além disso, as bitucas sujam as areias das praias com mais de 700 substâncias tóxicas que carregam em sua composição. Elas levam até cinco anos para se decompor. A boa notícia é que agora estão começando a ser recicladas.

Universidade recicla restos de cigarro

Na tentativa de conscientizar as pessoas a não jogarem bitucas no chão, especialmente na areia, o ambientalista Marcelo Marinello, da ONG SOS Praias Brasil, criou o personagem "Homem Bituca." Fantasiado, ele percorre as praias de todo o país. "Tento mostrar como essas bitucas são nocivas ao meio-ambiente. Falo principalmente de como é uma grande falta de educação esse hábito de jogar as bitucas no chão, sujando a areia", diz Marinello.
A ideia da fantasia, segundo ele, é mesmo chamar a atenção. "As crianças são quem mais se aproximam para saber e isso é bom. Não dá para evitar que algumas delas acabem se tornando fumantes no futuro, mas dá para conscientizá-las a jogarem as bitucas no lixo."

Marinello e a mulher, Heloisa de Azevedo, percorrem todo o litoral brasileiro num motor-home, divulgando o trabalho da ONG SOS Praias Brasil. Até o Carnaval eles estarão em Ubatuba, litoral norte de São Paulo.

Marinello tenta convencer as pessoas de que, além da poluição em si, o ato de jogar as bitucas no chão é repugnante. "Lembro que, há uns 10 anos, eu estava com uma namorada numa praia do Rio de Janeiro e ela jogou a bituca no chão. Perguntei o motivo e ela disse que, se não houver lixo nas ruas, os garis vão perder os empregos. Fiquei indignado com isso! Garis sempre vão trabalhar, mas a natureza pode não continuar por aí, se continuarmos a poluir o meio-ambiente."

O trabalho de Marinello não se restringe à conscientização das pessoas nas praias. Ele se preocupa também com a quantidade de bitucas atiradas nas ruas. "Esse tipo de poluição aumentou muito depois da lei antifumo em lugares fechados. As pessoas vão para as ruas contrariadas e, sem um cinzeiro por perto, atiram a bituca nas calçadas mesmo. É muito feio!"

Marinello já se fantasiou de Homem Bituca para abordar pessoas no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo. Ele levou uma escultura formada por 15 mil bitucas - que é o quanto uma pessoa que fuma um maço por dia produz em dois anos. "Foi uma experiência difícil, porque as pessoas estavam furiosas com essa lei, mas, mesmo assim, tentei falar da necessidade de não se jogar as bitucas no chão."

Multa
Pouca gente sabe, mas empresas de São Paulo que mandam seus funcionários fumarem fora do prédio e não recolhem as bitucas de cigarro podem ser multadas em R$ 50, conforme determina a lei municipal de limpeza (13.478/05). Quem joga a bituca está sujeito a uma multa dez vezes maior (R$ 500). A punição depende do flagrante - o fiscal da prefeitura precisa ver o fumante sujando a calçada.

Caso não haja uma lixeira fixada pela prefeitura por perto, o recomendado é que a empresa disponha de recipientes portáteis de lixo junto aos locais em que os fumantes se reúnem. Ao final do dia, essas lixeiras devem ser recolhidas pelas próprias empresas.

Outra dica é a popularização do "porta-bituca", pequenos recipientes plásticos que servem para guardar os restos de cigarro. Esse tipo de objeto é comum no Japão - ele é vendido junto com o maço de cigarros. Sua aparência lembra a de uma caixinha de balas e a capacidade chega a até dez bitucas. "Nós distribuímos muitos desses porta-bitucas, mas o ideal seria que as próprias fabricantes de cigarro fizessem esse trabalho", diz Marcelo Marinello, da ONG SOS Praias Brasil.
Ele afirma ter conversado com representantes da Souza Cruz e da Philip Morris, as duas maiores empresas tabagistas que atuam no Brasil. "Mas eles disseram que não poderiam ajudar na nossa campanha, porque, assim, estariam 'passando o recibo' de que poluem o meio-ambiente", diz Marinello.

Procurada pela reportagem do Yahoo!, a assessoria de imprensa da Souza Cruz negou a informação de Marinello. O gerente de Assuntos Corporativos da Philip Morris Brasil, Tommaso Di Giovanni, também negou a versão da ONG e explicou, por e-mail: "Como uma empresa de bens de consumo que atua de maneira responsável, não queremos que nossos produtos, embalagens e outros ítens sejam descartados de forma inapropriada. Apesar de muitos consumidores já descartarem resíduos de maneira adequada, consideramos importante continuar a lembrá-los sobre a necessidade de descartar os resíduos de maneira responsável."

Fonte..:: Yahoo

(recicle suas idéias)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Itanhaém busca melhorias ao meio ambiente através do Projeto Marinas

VISTORIAS – o Projeto é dirigido às marinas, garagens náuticas, iates-clube e outras instalações de apoio náutico

Preservar o meio ambiente, evitando a poluição dos mares e manguezais por meio de produtos refinados como gasolina, diesel, óleo combustível e querosene é o objetivo do Projeto Marinas, executado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente de Itanhaém, após capacitação aplicada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) aos técnicos da Prefeitura.

Nestes locais, que não são sujeitos ao licenciamento ambiental da CETESB, já foram realizadas em Itanhaém identificação das empresas ligadas ao setor, reuniões com proprietários das empresas, cadastramento e conhecimento das exigências técnicas para seu funcionamento. No momento estão sendo feitas vistorias nos estabelecimentos náuticos para averiguação das condições do empreendimento, que terá que se adequar corretamente dentro das normas exigidas pela CETESB.

Os técnicos da Prefeitura prestam esclarecimentos às empresas, que assinam um “Termo de Compromisso”, podendo até mesmo ser conseguida linha de crédito em banco para aplicação dessas adequações. As empresas têm um prazo de 90 dias para se adequar. Após este período, é feita uma nova vistoria.

OBJETIVO – A preocupação de Itanhaém em preservar o meio ambiente é porque este pode demorar décadas para se recuperar de um impacto ambiental. Os produtos liberados pelas embarcações náuticas nos mares são extremamente agressivos para os organismos marinhos, podendo causar morte direta por intoxicação, asfixia pelo recobrimento, perturbações no sistema nervoso, afetar a reprodução e muitos outros danos. A quantidade de petróleo que chega aos oceanos é de cerca de seis milhões de toneladas por ano e as fontes são diversas: drenagens urbanas, vazamentos em portos e terminais, acidentes com navios, afloramentos naturais e até pela atmosfera (chuvas).

HISTÓRICO – O Projeto Marinas surgiu no litoral norte de São Paulo. A CETESB é a responsável pela gestão corretiva da atividade e por solicitação do Ministério Público Estadual, a Agência Ambiental de Ubatuba iniciou em 2005 uma intensificação da fiscalização e das ações de controle nas áreas do litoral norte.

Considerando a gravidade da situação encontrada, a Agência Ambiental estendeu o programa de fiscalização corretiva a todos os empreendimentos das cidades do Litoral Norte e Baixada Santista. O Projeto está subdividido em cinco módulos: Poluição, Lixo na Rede, Marina Limpa, Educação Ambiental e Certificação

Fonte..:: Prefeitura Itanhaém

terça-feira, 20 de maio de 2014

Itanhaém celebra semana de Anchieta com caminhada e encenação

HOMENAGEM – O evento é uma parceria da Prefeitura de Itanhaém com a Secretaria Estadual de Turismo

Em homenagem a um dos mais ilustres personagens da história do Brasil e de Itanhaém, dia 9 de junho é feriado na Cidade, dedicado a São José de Anchieta. E no primeiro ano considerado oficialmente santo por católicos de todo o mundo, o Município vai celebrar a ‘1ª Semana Passos dos Jesuítas’, com caminhada, exposição fotográfica e encenação.

O evento é uma parceria da Prefeitura de Itanhaém com a Secretaria Estadual de Turismo e terá abertura oficial no dia 1º de junho (domingo), às 9 horas, na Praça Nossa Senhora de Lourdes, na Praia do Sonho, com a realização de missa ecumênica.

No domingo seguinte (8 de junho), a partir das 8 horas, acontece a ‘1ª Caminhada de São José de Anchieta’. O percurso, com 3 km, passará pelos pontos históricos e turísticos ligados a figura do eminente padre jesuíta. A saída será no Pocinho de Anchieta, passando pelo Morro do Paranambuco, Praia do Sonho e segue em direção a região central da Cidade. O final do percurso será na Praça Narciso de Andrade, no Centro Histórico. Haverá missa ecumênica antes da partida e são esperados cerca de 300 participantes para a caminhada.

Encerrando a semana, no dia 9 de junho, às 21 horas, na Cama de Anchieta, será encenada novamente na Cidade a peça ‘Aparição da Virgem ao Padre Anchieta’. É a sétima edição do evento e o espetáculo envolve história, arte e fé, com entrada gratuita. A peça mostra a passagem do padre jesuíta pelo Litoral Paulista, apresenta seus versos, sua relação com Itanhaém e o seu encontro com a Virgem Santíssima.

Como parte da programção, haverá ainda, de 1º a 9 de junho, a exposição fotográfica ‘Caminha SP – Passos dos Jesuítas’, na cidade de Praia Grande, no shopping da Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.511, de segunda a sábado, das 10 às 22 horas, e domingos e feriados, das 14 às 21 horas.

HOMENAGEM – Conhecida como ‘Terra de Anchieta’, Itanhaém mantém viva a memória de um dos mais reverenciados jesuítas da Igreja Católica em todo o mundo. José de Anchieta viveu na segunda cidade mais antiga do país durante o século XVI, entre 1563 e 1595. Monumentos históricos, documento raro, obra sacra, homenagens e diversas histórias vividas pelo padre podem ser lembradas em muitos pontos da Cidade, num misto de religiosidade e história contado por meio de um tour.

Para celebrar este ilustre personagem, dia 9 de junho é feriado na Cidade, instituído pela Lei Municipal nº 3.533, de 02 de julho de 2009, que incluiu a data no calendário oficial de eventos do Município. É a única Cidade do Brasil que celebra um feriado em homenagem ano novo santo.

PASSOS DOS JESUÍTAS – As marcas de Padre Anchieta por Itanhaém fazem parte do roteiro peregrino e de contemplação ‘Passos dos Jesuítas – Anchieta’, da Secretaria Estadual de Turismo, iniciado em 2011. A rota vai de Peruíbe a Ubatuba e envolve 360 Km e 13 municípios. Para participar, basta se inscrever no portal www.caminhasaopaulo.com.br.

Agenda..::

01/06 – Celebração de abertura à 1ª Semana Passos dos Jesuítas
Local: Praça Nossa Senhora de Lourdes
Horário: 9 horas

01/06 – Abertura Exposição Fotográfica Caminha SP – Passos dos Jesuítas
Local: Litoral Plaza Shopping (Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.511 – Praia Grande)
Horário: Das 10 às 22 horas, de segunda a sábado. Domingos e feriados, das 14 às 21 horas

08/06 – 1ª Caminhada de São Anchieta
Local: Saída: Pocinho de Anchieta – Chegada: Praça Narciso de Andrade
Horário: 8 horas

09/06 – Encenação da Aparição da Virgem ao Padre Anchieta
Local: Cama de Anchieta
Horário: 21 horas


A R9 TURISMO realiza/opera Todo Trajeto do Passos dos Jesuítas e Rotas do Anchieta pela Baixada Santista ..:: Saiba Mais ::.. www.r9turismo.com

(turismo, fatos_históricos)




domingo, 17 de outubro de 2010

CALÇADA DO LORENA: Um novo caminho para São Paulo no século XVIII.

Por..:: Denise Mendes*

Sua construção foi motivada pela necessidade de melhorar a comunicação entre São Paulo e o litoral. Desde a segunda metade do século XVIII, o interior paulista vivia momento de expansão agrícola, baseado na lavoura da cana-de-açúcar. A produção era voltada para o comércio de exportação e fazia parte de uma política metropolitana de fortalecimento da Capitania de São Paulo. O melhoramento do caminho para o mar foi peça fundamental da política de fortalecimento econômico paulista, na qual a produção e comércio do açúcar tinham destaque, e marcou a história da transposição da barreira natural da serra.

São Paulo no século XVIII
Na historiografia brasileira sobre o período colonial dificilmente encontramos estudos sobre as atividades econômicas existentes fora do eixo constituído pelas regiões Nordeste -- principal polo de concentração dos engenhos de açúcar -- e Minas Gerais -- região aurífera. Algumas obras abordam a pecuária nas colônias do Sul, mas São Paulo aparece de maneira insignificante, sem despertar interesse, como se pouco tivesse contribuído para o enriquecimento da Metrópole. Essas obras gerais sobre história econômica do Brasil Colônia abordam superficialmente o renascimento agrícola paulista, iniciado com sua restauração administrativa, em 1765, por ordem do secretário de Estado da Guerra e dos Negócios Estrangeiros do rei D. José I de Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras, depois Marquês de Pombal. Já os inúmeros estudos acadêmicos específicos sobre São Paulo no século XVIII evidenciaram a existência de uma polêmica sobre a visão da economia paulista: a Capitania de São Paulo encontrava-se isolada e decadente no século XVIII?

A opinião que predomina nas obras tradicionais é a de que a Capitania de São Paulo estava depauperada, pobre, isolada, despovoada, com uma economia de subsistência; enfim, vivendo um processo de decadência econômica. As diversas pesquisas realizadas nos últimos anos repensaram sua "decadência" e seu "isolamento", relativizando a condição econômica paulista ao defini-la como "uma economia diferenciada" e "voltada para outros mercados".

Estudos sobre São Paulo colonial tendiam a definir o período como "decadente", pois o comparam à economia de outras regiões do Brasil, como o Nordeste ou a área aurífera, com padrões de crescimento e características de produção completamente diferentes. São Paulo não teve uma economia pautada na grande lavoura monocultura e escravista, nem na extração mineral, apesar de ter descoberto as primeiras minas de ouro no centro do território brasileiro, no final do século XVII.

A especificidade econômica desenvolvida pelos paulistas se assentava mais na comercialização de produtos do que na produção dos mesmos. A lavoura existente na Capitania era praticada em pequenas propriedades, de policultura, voltada para um abastecimento local e não para exportação. A mão-de-obra escrava não vinha da África: era capturada nos sertões brasileiros, o indígena, e constituía mercadoria de grande lucratividade nos mercados próximos. Assim, esta economia foi criando uma dinâmica singular, considerando as possibilidades e limites que a sua formação lhe oferecia. Talvez um termo mais ajustado para a economia de São Paulo seja o de um desenvolvimento moroso. O que alguns autores viram como obstáculos para o crescimento pode ser considerado condições específicas de uma economia diferenciada.

Um outro conceito que freqüentemente vem associado ao da decadência é o de isolamento da Capitania dentro do Brasil. Dois fatores colaboraram para que esta idéia se difundisse: a falta de estudos sobre os caminhos existentes e a localização de São Paulo no interior brasileiro.

O pesquisador Charles Boxer fez uma crítica aos autores que insistiam em considerar os paulistas isolados do restante do Brasil. "Alguns modernos historiadores brasileiros para os quais a individualidade e integridade de São Paulo é artigo de fé, têm procurado provar que esse primitivo núcleo planaltino era plenamente auto-suficiente. Afirmam que ele era completamente isolado do resto do Brasil, quer culturalmente, quer política e economicamente... Havia, de certo, muitos contrastes entre a Capitania de São Vicente e o resto do Brasil. Ao passo que os colonizadores e os plantadores de cana, localizados na costa, concentravam o seu interesse no tráfico marítimo com Portugal e tinham os olhos fixados no Atlântico, os moradores do planalto tinham os olhos voltados para o sertão inexplorado."

O balanço sobre o debate historiográfico foi fundamental para reavaliar a situação econômica paulista durante o século XVIII e primeira metade do XIX, reposicionando a abordagem da pesquisa sobre a Calçada do Lorena.

A Capitania de São Paulo não se encontrava isolada do restante da Colônia, nem partiu "do zero" em 1765 para seu renascimento agrícola. O que ocorreu foi uma transformação econômica, seguida de várias alterações na infra-estrutura urbana e nas relações sociais da Capitania, que continuaram até a virada para o século XIX.

Questões que antes eram vistas como responsáveis pelo deslocamento de São Paulo no contexto colonial e pela ausência de uma dinâmica econômica, passaram a ser analisadas como elementos importantes para a estruturação de uma economia diferenciada, com especificidades, enfatizando as condições internas para o desenvolvimento. Isto é, a localização de São Paulo, distante do litoral, o obstáculo natural da serra do Mar, a falta de bons caminhos para os portos exportadores, a inexistência de uma economia local lucrativa para a Metrópole - seguindo os moldes do Nordeste e região aurífera -, tudo isto, que foi estudado como entrave para o crescimento econômico de São Paulo, pôde ser analisado sob outro prisma: estes aspectos, na verdade, favoreceram o surgimento de uma economia voltada para os mercados internos do Brasil, baseada na atividade comercial, principalmente, e sustentada por uma extensa rede de caminhos interligando, mesmo que com dificuldades, as várias regiões da Colônia.
Com o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar no interior, ocorreram mudanças na dinâmica econômica paulista, pois a Capitania deixou de se voltar apenas para o interior da Colônia e direcionou o fluxo produtivo também para o comércio externo. A Calçada do Lorena, neste quadro, passou a "simbolizar" esta nova dinâmica voltada para o mercado mundial, pois era a via de escoamento dos produtos de exportação até o porto de Santos.

Fortalecimento econômico da Capitania
Durante seu governo, Bernardo de Lorena deu continuidade à política de fortalecimento da Capitania, implementando vários melhoramentos, beneficiando o interior e a cidade de São Paulo. Ao assumir o governo, ele encontrou a região em estado semelhante ao que haviam encontrado os seus antecessores, necessitando de várias obras e sem verbas suficientes para todas elas.

O porto de Santos e os outros do litoral paulista não faziam parte das principais rotas comerciais da Colônia, sendo muito difícil fazer qualquer negócio com segurança. Os produtores agrícolas do interior não se sentiam estimulados a mandar seus produtos para os portos porque não era certa a sua saída, já que freqüentemente não havia navios interessados em comprá-los. As estradas até o litoral eram péssimas, dificultando o transporte das mercadorias, encarecendo-as e muitas vezes ocasionando sua perda.

O desestímulo ao comércio externo comprometia seriamente o projeto de fortalecimento da Capitania de São Paulo, desejado por Portugal. Era necessário desfazer este nó e proporcionar o crescimento da economia regional.

Nesse sentido, destacam-se duas importantes medidas da administração de Lorena, e que estavam intimamente relacionadas: ele estabeleceu o monopólio comercial do porto de Santos e realizou o calçamento da estrada na serra do Cubatão.

A primeira medida visava fortalecer a Capitania através do comércio direto com a Coroa, o que facilitava as importações e exportações dos produtos do interior, a fiscalização e taxação da produção local, melhorando a arrecadação dos impostos e dificultando o contrabando.

A segunda foi conseqüência imediata da lei do monopólio do porto de Santos: tornando-se a única via de escoamento da crescente produção do planalto, o caminho para o mar não poderia continuar em estado lastimável, dificultando e até impedindo o comércio com o exterior.

Como conseqüência imediata do monopólio do porto de Santos, todo o comércio paulista passou a ser direcionado para aquela região, dependendo de uma única via de escoamento para o litoral, o "caminho do mar" na serra do Cubatão. O caminho entre São Paulo e Santos permaneceu por pouco tempo como via exclusiva de exportação agrícola paulista, mas entre 1789 e 1808 foi a principal artéria de escoamento da economia açucareira. Mesmo após o fim do monopólio santista, a exportação e a importação de produtos continuaram sendo feitas preponderantemente pelo porto de Santos e a Calçada do Lorena permaneceu como principal caminho entre São Paulo e o litoral até metade do século XIX.

Assim, este caminho, que durante três séculos sofrera sucessivos reparos e consertos, teve sua importância ampliada. A necessidade de mantê-lo transitável passou a ter outra dimensão, pois a partir de 1789 tornou-se peça fundamental da política de exportação. Em face da crescente produção agrícola e do monopólio de exportação por Santos, foi necessário realizar obras para assegurar a expansão comercial. O melhoramento desta ligação na serra foi o item de maior repercussão do governo de Bernardo de Lorena, marcando a história das vias de comunicação em São Paulo.

Uma rede de estradas
A Capitania de São Paulo durante o século XVIII possuía uma rede de estradas bem diversificada, o que lhe garantia a comunicação com praticamente todas as regiões economicamente produtivas. Este "centro irradiador de caminhos" mantinha relações comerciais com as capitanias do Centro e do Sul por vias fluviais e terrestres, e com outros locais mais afastados por via marítima, como o Nordeste e Portugal.

Com uma economia voltada para o mercado interno, a existência desses caminhos ligando as regiões potencialmente consumidoras e produtoras era de fundamental importância. Mesmo com a determinação legal metropolitana de não se abrirem estradas no interior do Brasil, São Paulo se comunicava com as mais diferentes regiões, algumas a grandes distâncias, beirando as fronteiras da América espanhola.

Durante o século XVII, pouquíssimas vias tinham sido abertas e nenhuma apresentava boas condições de trânsito, dificultando a comunicação entre as capitanias do Brasil colonial. Tanto os rios, usados basicamente no comércio das monções, quanto as vias terrestres ocasionavam perdas e desgastes para os que se aventuravam a cruzar o território da Colônia.

Até o primeiro quartel do Setecentos, mesmo precariamente, os caminhos existentes entre São Paulo e outras vilas exerceram sua função de estabelecer comunicação e intercâmbio entre os núcleos. A Capitania mantinha freqüente comércio com outros centros econômicos, mesmo sem ter um produto voltado para o mercado externo. Com o Sul era feito o comércio das tropas de muares, o que acabou consolidando um intenso trânsito entre a região sulina e o interior paulista, centro "de distribuição" dos muares para a região das minas e outras capitanias.

As características econômicas paulistas começaram a se modificar a partir do "renascimento agrícola", que se iniciou na segunda metade do século XVIII, com uma agricultura voltada para o mercado externo. O comércio interno continuou a ser importante para a economia de São Paulo até o início do século seguinte; mas a lavoura da cana foi crescendo e ganhando espaço na geração de riqueza.

O açúcar só surgiu como um produto de exportação importante para a Capitania quando o interior paulista começou a produzir quantidade suficiente para atingir o comércio externo. A partir de 1765, a atividade passou a ser um empreendimento voltado ao mercado mundial, permanecendo como fonte principal da economia paulista por mais três quartos de século.

Para o escoamento da crescente produção açucareira do interior era fundamental a existência de caminhos entre o planalto e o litoral. Após a restauração da Capitania, a conservação das estradas passou a ter um significado maior, isto é, de atendimento aos interesses expansionistas de Portugal em relação ao sul do continente.

A historiadora Maria Thereza Petrone, em seu clássico estudo sobre a lavoura canavieira paulista, afirmou que o sistema viário de "serra acima" já estava esboçado antes do surto açucareiro, pois a região do "quadrilátero" era povoada e fazia parte das rotas comerciais com o interior da Colônia. A economia açucareira apropriou-se destas vias para a sua exportação.

Era necessário estimular o crescimento da economia regional. Foi o que pretendeu Bernardo de Lorena. Através de lei, em 1789, o governador proibiu que os moradores de vilas portuárias como Ubatuba e São Sebastião comercializassem livremente em seus portos, obrigando toda a produção da Capitania a sair exclusivamente pelo porto de Santos, que ficou com o monopólio do comércio com a Metrópole.

Até 1789, todos os portos do litoral paulista comercializavam exclusivamente com a Metrópole, seguindo a linha mercantilista do pacto colonial. Lorena implantou o monopólio do porto de Santos a fim de incrementar o comércio da Capitania com Portugal.

O governador Bernardo de Lorena, para a execução das várias obras públicas que fez, contou com profissionais competentes, entre os quais destacou-se o engenheiro-militar João da Costa Ferreira. Português, formado em matemática pela Real Academia Militar, desenvolveu vários serviços na reconstrução de Lisboa, como levantamentos, arruamentos e construção de palácios, hospitais e colégios. Veio para o Brasil em 1788 acompanhando Bernardo de Lorena, como sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros de Portugal, destacado para trabalhar na Capitania de São Paulo. Participou de planos urbanísticos e erigiu vários edifícios públicos. A mais conhecida de suas obras foi a Calçada do Lorena.

O nome Calçada do Lorena só passou a ser usado bem depois de sua construção, provavelmente a partir do século XX. Em nenhum documento do século XVIII e XIX encontramos tal denominação; continuaram a chamar esta via de Caminho do Mar, Caminho para Santos, Caminho da Serra do Cubatão, Caminho do Paranapiacaba, entre outros. Aqui adotamos o nome Calçada do Lorena para nos referirmos ao caminho a partir de 1790. para distingui-lo dos outros existentes e dos posteriores.

Ferreira foi o responsável pelas obras executadas na serra do Mar, juntamente com o ajudante engenheiro Antônio Rodrigues Montezinhos. Este, formado pela Aula Militar do Rio de Janeiro, colaborou não só na Calçada do Lorena, mas também no levantamento cartográfico da Capitania, feito na mesma época.

Iniciados em 1790, os trabalhos visavam à construção de uma estrada que, de forma duradoura, facilitasse o escoamento para o porto de Santos de produtos agrícolas do interior paulista, como algodão, tabaco e, principalmente, o açúcar. Lá deveriam embarcar rumo à Metrópole, que comercializava os produtos no mercado europeu. Parte importante de uma política exportacionista, esta via de comunicação, que até então recebera apenas consertos, sofreu profundas intervenções e tornou-se "a mais notável" estrada do Brasil Colonial.

Vários relatos de viajantes estrangeiros que cruzaram a Serra do Mar rumo à cidade de São Paulo demonstram espanto em encontrar tal obra no Brasil Colônia. Em 1792, Frei Gaspar da Madre de Deus escreveu ao governador Lorena elogiando as obras realizadas:

"Uma ladeira espaçosa, calçada de pedras por onde se sobe com pouca fadiga, e se desce com segurança. Evitou-se a aspereza do caminho com engenhosos rodeios, e com muros fabricados juntos aos despenhadeiros se desvaneceu a contingência de algum precipício. Por meio de canais se preveniu o estrago, que costumavam fazer as enxurradas; e foram abatidas as árvores que impediam o ingresso do sol, para se conservar a estrada sempre enxuta, na qual em conseqüência destes benefícios já se não vêem atoleiros, não há lama, e se acabaram aqueles degraus terríveis."

John Mawe registrou nos relatos de sua viagem a São Paulo, em 1807, a surpresa que teve ao subir um caminho com tais características construtivas:

"Depois de descansar por uns vinte minutos, tornamos a montar e reiniciamos a subida. A estrada apresentava, acima de nós, num só golpe de vista, quatro ou cinco zig-zags, proporcionando-nos justo motivo de espanto, pela realização de uma obra tão cheia de dificuldades. Os milhões de coroas despendidos em derrubar as matas, perfurar as rochas por distâncias consideráveis, assim como pavimentá-la, de um lado, em toda a extensão, dão não pequena idéia do espírito empreendedor dos brasileiros. Poucas obras públicas, mesmo na Europa, lhes são superiores e, se considerarmos que a região por onde passa é quase desabitada, encarecendo, portanto, muito mais, o trabalho, não encontraremos nenhuma, em país algum, tão perfeita, tendo em vista tais desvantagens."

Mesmo contra as regras da Metrópole de não se abrir caminhos no Brasil, em fins do século XVIII e início do XIX ocorreu a consolidação de um sistema relativamente satisfatório de vias de circulação em São Paulo, voltadas para o atendimento da exportação do açúcar. Neste período também foi melhorado o caminho entre São Paulo e as vilas da região canavieira do interior, conforme pedido dos fazendeiros e tropeiros.

Além de ser o "caminho do açúcar", a Calçada do Lorena foi também um "caminho de tropeiros". Bem antes do seu calçamento, passavam pela serra, desde 1777, rumo aos portos do Cubatão e de Santos, algumas tropas de mulas carregadas com os produtos agrícolas do interior paulista. Mesmo sofrendo taxação sobre suas tropas e cargas, com o objetivo de "contribuir" com o pagamento da obra, os tropeiros foram os maiores beneficiados com o calçamento, pois passaram a cruzar a serra com maior rapidez e segurança.

A partir da segunda metade do século XVIII, a figura do tropeiro começou a ganhar cada vez mais destaque na economia paulista. Com uma agricultura limitada, São Paulo ganhou destaque na economia colonial com o comércio de muares, realizado principalmente nas feiras de Sorocaba. O comércio inter-regional das tropas de muares dinamizou a economia paulista. Com o desenvolvimento da economia açucareira, o uso das tropas se disseminou. Elas deixaram de ser apenas "objetos de negócios" para assumir papel fundamental nesta economia agroexportadora.

O número de tropas aumentou gradualmente até as primeiras décadas do século XIX. Os autores falam em mais de 200 mil mulas por ano percorrendo este caminho, chegando a um tráfego diário de aproximadamente quinhentos exemplares.

O comércio da crescente produção açucareira do interior foi feita por tropas, pelas estradas do planalto, descendo a serra, passando por Cubatão e chegando a Santos. Toneladas de açúcar e milhares de mulas: foi este o binônio que deu vida à Calçada do Lorena por mais de meio século.

Dentro do quadro geral da Capitania de São Paulo, podemos dizer que a pavimentação da estrada da serra de Cubatão foi, inegavelmente, um agente facilitador do comércio entre o interior e o porto de exportação.

Com a transformação da economia paulista, que deixou de voltar-se para o mercado interno, com bases na lavoura de subsistência, para uma agricultura de exportação, ocorreram várias alterações nas infra-estruturas urbana e viária e nas relações sociais de São Paulo. A Capitania deixou de ser um entreposto comercial, abastecedor de outras regiões do Brasil, e passou a ser produtora, voltada para o mercado externo.

O melhoramento do caminho para o mar, no final do século XVIII, significou sobretudo a consolidação de uma dinâmica econômica, iniciada três décadas antes, baseada em produção agrícola que privilegiava o comércio externo.

Este processo agrícola redefinira o papel da Capitania de São Paulo dentro do cenário do Brasil Colonial, pois ela deixara de ter um significado geopolítico, na medida em que não era mais fronteira dos territórios portugueses, e passara a ser uma região com capacidade de gerar riquezas para a Metrópole.

Foi no final do século XVIII que o processo econômico paulista teve seu percurso consolidado, com a determinação do monopólio comercial do porto de Santos e a construção da Calçada do Lorena. O governador Bernardo de Lorena, ao tomar tais atitudes, assegurara a continuidade das atividades agrícolas e o fortalecimento do comércio da Capitania. São Paulo incorporara definitivamente o elemento que passaria a definir sua economia nos próximos tempos, a agricultura de exportação.

Neste cenário econômico, a Calçada pode ser analisada como um símbolo da transformação econômica da Capitania de São Paulo.

Via de escoamento da produção açucareira, a Calçada do Lorena foi o caminho para o desenvolvimento da economia paulista. Antes dela, o esforço para a estruturação de uma agricultura exportadora; depois dela, o desenvolvimento de uma economia voltada para os mercados externos. O caminho da serra não ligava apenas o litoral à cidade de São Paulo e seu interior, mas conectava este ao mundo europeu.

*Denise Mendes Mestre em História Social pela USP, comentarista do programa Sala de Professor da TV Escola/MEC e professora da rede particular em São Paulo. Participou da restauração da "calçada do Lorena" em 1992, quando de seus 200 anos.

Fonte..:: História Net

(fatos_históricos)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Entenda o Brasil dos Índios: Índios do litoral brasileiro - Esta Terra tinha dono!

Por ..:: Antonio Carlos Olivieri*

Ao chegarem ao Brasil, os portugueses encontraram um território povoado. Seus habitantes, porém, desconheciam a escrita e não deixaram documentos sobre o próprio passado. O conhecimento que temos sobre os índios brasileiros do século 16 baseia-se principalmente em relatos e descrições dos viajantes europeus que aqui estiveram, na época. Particularmente, os livros do alemão Hans Staden e do francês Jean de Lery, que conviveram com os índios por volta de 1550.

Os dois apresentam detalhadamente o modo de vida indígena, relacionando aspectos que vão dos mais triviais, como as vestes e adornos, aos mais complexos, como as crenças religiosas. Sobre as épocas anteriores à chegada dos portugueses, os estudos históricos contam com a contribuição da antropologia e da arqueologia, que permitiram traçar um panorama abrangente, apesar da existência de lacunas.

O povoamento da América do Sul teve início por volta de 20.000 a.C., segundo a maioria dos pesquisadores. Existem indícios de seres humanos no Brasil datados de 16.000 a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C., encontrados nas escavações arqueológicas de Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS). A dispersão da espécie por todo o território nacional aconteceu em cerca de 9000 a.C., quando o número de homens aumentou muito.

Quadro de Albert Eckhout (Séc. 17) tematiza dança indígena

Tupis e Guaranis
Ao longo desse processo, teria ocorrido a diferenciação lingüística e social que deu origem aos troncos indígenas Macro-Jê e Macro-Tupi. Deste último, entre os séculos 8 e 9, originaram-se as nações Tupi e Guarani. São as que mais se destacam nos últimos 500 anos da História do Brasil, justamente porque tiveram um contato mais próximo com o homem branco.

Na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, estima-se que os índios brasileiros fossem entre um e cinco milhões. Os tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará a Cananéia (SP). Os guaranis espalhavam-se pelo litoral Sul do país e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná e Paraguai. Em outras regiões, encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua.

Apesar da divisão geográfica, as sociedades tupis e guaranis eram bastante semelhantes entre si, nos aspectos lingüísticos e culturais. Os grupos se formavam e se mantinham unidos principalmente pelos laços de parentesco, que também articulavam o relacionamento desses mesmos grupos entre si. Agrupamentos menores, as aldeias ligavam-se através do parentesco com unidades maiores, as tribos.

Modo de vida dos índios
Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém, servia para ligá-los permanentemente a um único território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis, onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar por cerca de quatro anos. Depois de esgotados os recursos naturais do local, migravam para outra região, num regime semi-sedentário.

Imagem..:: Hans Staden - gravura do século 16.


Suas tabas (aldeias) abrigavam entre 600 e 700 habitantes. Levando em conta as possibilidades de abastecimento e as condições de segurança da área, um conselho de chefes determinava o local onde eram erguidas. As aldeias eram formadas por ocas (cabanas), habitações coletivas que apresentavam formas e dimensões variadas. Em geral, as ocas eram retangulares, com o comprimento variando entre 40 m e 160 m e a largura entre 10 m e 16 m. Abrigavam entre 85 e 140 moradores. Suas paredes eram de madeira trançada com cipó e recobertas com sapé desde a cobertura.

As várias aldeias se ligavam entre si através de trilhas, que uniam também o litoral ao interior. Algumas eram muito extensas como a do Peabiru, que unia a região da atual Assunção, no Paraguai, com o planalto de Piratininga, onde se situa a cidade de São Paulo. Descobrimentos arqueológicos confirmam contatos entre os tupis-guaranis e os incas do Peru: objetos de cobre dos Andes foram desenterrados em escavações, no Rio Grande do Sul e no Estado de São Paulo.

Alimentação: mandioca, peixe e mariscos
A alimentação dos índios do Brasil se compunha basicamente de farinha de mandioca, peixe, mariscos e carne. Conheciam-se os temperos e a fermentação de bebidas alcoólicas. Com as fibras nativas dos campos e florestas, fabricavam-se cordas, cestos, peneiras, esteiras, redes, abanos de fogo; moldavam-se em barro diversos tipos de potes, vasos e urnas funerárias, pois enterravam seus mortos.

Na taba, vigorava a divisão do trabalho. Aos homens cabiam as tarefas de esforço intenso, como o preparo da terra para o cultivo, a construção das ocas e a caça. Além destas, havia a atividade que consideravam mais gloriosa - a guerra. As mulheres, além do trabalho natural de dar a luz e cuidar das crianças, semeavam, colhiam, modelavam, teciam, faziam bebidas e cozinhavam.

Os casamentos serviam para estabelecer alianças entre aldeias e reforçar os laços de parentesco. A importância da família se contava pelo número de seus homens. As grandes famílias tinham um líder e as aldeias tinham um chefe, o morubixaba. Em torno dele, reunia-se um conselho da taba, formado pelos líderes e o pajé ou xamã, que desempenhava um papel mágico e religioso. As crenças religiosas dos índios possuíam papel ativo na vida da tribo. Praticavam-se diversos rituais mágico-sagrados, relacionados ao plantio, à caça, à guerra, ao casamento, ao luto e à antropofagia.

Antropofagia (canibalismo) e vida após a morte
 Basicamente, os tupi-guaranis acreditavam em duas entidades supremas - Monan e Maíra - identificados com a origem do universo. Ao lado das divindades criadoras, figurava também uma entidade - Tupã - associada à destruição do mundo, que os índios consideravam inevitável no futuro, além de ter ocorrido em passado remoto. Acreditavam também na vida após a morte, quando o espírito do morto iniciava uma viagem para o Guajupiá, um paraíso onde se encontraria com seus ancestrais e viveria eternamente. A prática da antropofagia talvez estivesse especialmente ligada a essa viagem sobrenatural, sendo uma espécie de ritual preparatório para ela, segundo alguns estudiosos.

Imagem..:: Hans Staden entre os canibais em gravura do século 16.


Para outros, o ritual antropofágico servia para reverenciar os espíritos dos antepassados e vingar os membros da aldeia mortos em combate. Após as batalhas contra tribos inimigas, a antropofagia tinha caráter apoteótico, mobilizando todos os membros da aldeia numa sucessão de danças e encenações que terminavam com a matança de prisioneiros e o devoramento de seus corpos.

Imagem..:: Hans Staden entre os canibais em gravura do século 16.


Na organização política de uma aldeia, destacava-se a figura do chefe, o morubixaba, mas este só exercia efetivamente o poder em tempos de guerra. Ainda assim não podia impor a sua vontade, devendo convencer um conselho da aldeia, por meio de discursos. A guerra era uma atividade epidêmica. Acontecia por razões materiais, como conquistar terras privilegiadas; morais e sentimentais, como a vingança da morte de parentes ou amigos por grupos adversários; ou ainda religiosas, vinculadas à antropofagia.

Povos guerreiros
O caráter beligerante das sociedades indígenas brasileiras desmentem a versão da história segundo a qual os índios se limitaram a assistir à ocupação da terra pelos europeus, sofrendo os efeitos da colonização passivamente. Ao contrário, nos limites das suas possibilidades resistiram à ocupação territorial, lutando bravamente por sua segurança e liberdade. Entretanto, o contato inicial entre índios e brancos não chegou a ser predominantemente conflituoso. Como os europeus estivessem em pequeno número, podiam ser incorporados à vida social do índio, sem afetar a unidade e a autonomia das sociedades tribais.

Isso favoreceu o intercâmbio comercial pacífico, as trocas de produtos entre os brancos e os índios, principalmente enquanto os interesses dos europeus se limitaram ao extrativismo do pau-brasil. Em geral, nas três primeiras décadas de colonização, os brancos se incorporavam às aldeias, totalmente sujeitos à vontade dos nativos. Mesmo em suas feitorias, os europeus dependiam de articular alianças com os indígenas, para garantir a alimentação e segurança.

Posteriormente, quando o processo de colonização promoveu a substituição do extrativismo pela agricultura como principal atividade econômica, o padrão de convivência entre os dois grupos raciais sofreu uma profunda alteração: o índio passou a ser encarado pelo branco como um obstáculo à posse da terra e uma fonte de mão-de-obra barata. A necessidade de terras e de trabalhadores para a lavoura levaram os portugueses a promover a expulsão dos índios de seu território, assim como a sua escravização. Assim, a nova sociedade que se erguia no Brasil impunha ao índio uma posição subordinada e dependente.

Confederação dos tamoios
Contra essa ordem, a reação indígena assumiu muitas vezes caráter violento, como a guerra dos Tamoios, que se estendeu por três anos, a partir de 1560. Incentivados por invasores franceses estabelecidos na Baía da Guanabara, vários grupos desses índios uniram-se numa confederação para enfrentar os portugueses, ao longo do litoral entre os atuais estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A atuação dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta resultou num acordo de paz, realizado em Iperoígue, uma aldeia situada onde hoje se localizam os municípios paulistas de São Sebastião e Ubatuba.

Outra possibilidade de reação indígena ao avanço português era a submissão, assumida sob a condição de "aliados" ou escravos. Essa forma de convivência "pacífica" foi obtida particularmente graças ao trabalho dos padres missionários que, promovendo a cristianização dos índios, combatiam sua cultura e tradições religiosas, além de redistribuí-los territorialmente, em geral de acordo com os interesses dos colonizadores.

Índios sobreviventes
Finalmente, para preservar a unidade e a integridade de seu modo de vida, os índios optaram também pela migração para as áreas interioranas, cujo acesso difícil tornava o contato com o branco improvável ou impossibilitava a este exercer seu domínio. Essa alternativa, porém, teve um preço alto para as tribos indígenas, forçando-as a adaptar-se a regiões mais pobres ou inóspitas.

Ainda assim, em relação ao enfrentamento ou à submissão, o isolamento foi o que permitiu parcialmente aos índios preservarem sua herança biológica, social e cultural. Dos cinco milhões de índios da época do descobrimento, existem atualmente cerca de 460 mil, segundo a Funai - Fundação Nacional do Índio.

*Antonio Carlos Olivieri é escritor, jornalista e diretor da Página 3 Pedagogia & Comunicação.


Fonte..:: Uol Educação



 
(fatos_históricos)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

VERGONHA: Loteamento político em UCs de São Paulo

Técnicos foram trocados por líderes de partido; presidente de fundação diz que prefere ‘gestor que saiba administrar’

Dentro da comunidade ambientalista, o descontentamento com a atual gestão da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) é crescente, beirando o intolerável. Fontes do próprio governo e da sociedade civil acusam o secretário Bruno Covas (PSDB) de promover um aparelhamento generalizado do sistema ambiental paulista, com a substituição de funcionários técnicos por indicações políticas e enfraquecimento dos mecanismos de controle e monitoramento, em favor de interesses políticos e econômicos da pasta.

Vários técnicos de carreira, com grande experiência na área, foram demitidos ou afastados de suas funções nos últimos dois anos. Os gerentes de quase todas as unidades de conservação foram trocados (alguns deles várias vezes) e, em vários casos, substituídos por técnicos de pouca experiência ou por pessoas sem qualificação na área.

“A impressão é que a secretaria foi transformada num comitê eleitoral”, diz o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani. 

A SMA disse que a afirmação lhe causava “profunda estranheza”, e rebateu as críticas de aparelhamento por escrito, dizendo: “É possível que, com a mudança de alguns gestores, interesses tenham sido feridos e, desse modo sim, desfeito um ‘comitê’ dirigido a interesses de grupos minoritários ou de pessoas”.

O gestor indicado pela secretaria para o Parque Estadual Furnas do Bom Jesus, por exemplo, é o dentista Carlos Scandiuzzi, um político da região ligado ao PSDB. O gestor do Parque Estadual de Campos do Jordão e gerente regional para o Vale do Paraíba é o publicitário Fabiano Vanone, candidato a deputado estadual pelo PSDB em 2006 e ex-presidente da Juventude do partido em Taubaté, na região do parque. O gestor do Parque Estadual da Ilha Anchieta, Luiz Bitetti da Silva, é um advogado criminal da cidade de Cruzeiro, onde já foi duas vezes candidato a prefeito e uma, a vereador. 

“São todos cargos de confiança e que atendem aos requisitos que a gente entende necessários de conhecimento técnico e de confiança”, justificou Covas, em entrevista ao Estado. Sobre o fato de alguns deles não terem experiência em gestão ambiental, ele destacou que a secretaria publicou recentemente o Manual do Gestor, um livreto de 130 páginas, “com todas as informações necessárias, caso haja alguma dúvida”.

No caso mais recente, o engenheiro florestal João Paulo Villani, que cuidava há 25 anos do núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, foi retirado do cargo na terça-feira. No lugar dele, entrou o analista de sistemas Valdir Martimiano Dias, que dois meses antes havia sido nomeado para gerir simultaneamente três Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e o Monumento Natural da Pedra do Baú. Dias foi candidato a vereador de São José dos Campos pelo PSDB em 2000.

No início do mês, o gestor da APA Marinha do Litoral Centro, o oceanógrafo Marcos Campolim – considerado um dos técnicos mais experientes da Fundação Florestal –, foi demitido e substituído por André Alvino Guimarães Caetano, um ex-diretor de finanças do Sindicato de Supervisores do Magistério no Estado de São Paulo e membro do Conselho Estadual de Educação. O diretor executivo da Fundação Florestal (FF), Olavo Reino Francisco, disse que Caetano é um “biólogo muito conceituado na área” e está capacitado para gerir a APA Marinha.

Questionada pelo Estado sobre a justificativa para as diversas indicações, a SMA destacou que a função de gestor abrange uma grande diversidade de tarefas, “que impõe a necessidade de um conhecimento multidisciplinar”. “Assim, a diversidade na formação profissional ao invés de ser empecilho, se mostra, em verdade, uma possibilidade de troca de experiências e soma à equipe, que passa a ter uma visão multidisciplinar dos problemas”, afirma a secretaria.

Repercussão. A saída de Campolim repercutiu negativamente na área ambiental e um abaixo-assinado foi lançado na internet para reinstituí-lo. Para a bióloga Ingrid Oberg, chefe do Ibama na Baixada Santista durante dez anos e ex-membro do Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro, a troca é mais um exemplo do loteamento de cargos que vem sendo praticado na atual gestão. “Claro que influência política sempre existe em qualquer administração, mas no último um ano e meio houve um retrocesso muito grande. A coisa piorou muito”, disse Ingrid ao Estado. Campolim foi procurado, mas não quis se manifestar.

O diretor da FF defendeu as escolhas de gestores feitas durante sua gestão. “Prefiro muito mais um gestor que entenda de administração do que um técnico”, afirmou Francisco, argumentando que é mais fácil dar suporte técnico a um administrador do que ensinar um técnico a administrar. “Há unidades de conservação onde não adianta nada colocar um técnico.”

O cenário se reflete na própria cúpula da SMA, que, a exemplo de Covas, é toda formada por advogados. O secretário adjunto da pasta, Rubens Naman Rizek Junior, é um ex-presidente da Corregedoria Geral da Administração (CGA), o órgão de controle interno e apuração de irregularidades administrativas do Estado. O chefe de gabinete, Antonio Vagner Pereira, também é advogado.

Na Fundação Florestal, Francisco é delegado de polícia, também com passagem pela CGA. Abaixo dele, o atual diretor para o Litoral Sul e região do Paranapanema, Cesaltino Silva Júnior, é advogado e corretor de imóveis.

Só no ano passado, com um único decreto (número 58.234/2012), o governo estadual criou 40 cargos comissionados na FF, incluindo 26 para chefes de UCs e 14, para assessores. Com isso, o número de cargos de confiança na fundação aumentou para 105, enquanto que o de cargos concursados manteve-se inalterado, em 408. Segundo a secretaria, a criação das vagas deve-se ao aumento no número de unidades geridas pela FF, “o que implica, necessariamente, num aumento da demanda de trabalho e a necessidade de funcionários”.

“Esse aparelhamento político do sistema é o que mais preocupa”, diz o ambientalista Beto Francine, membro do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e candidato a vereador pelo PV em Ubatuba, em 2012. “Enquanto isso, as unidades de conservação estão jogadas às traças. Os palmiteiros e caçadores estão fazendo a festa.”

“A situação das UCs do Estado está tão ruim que, de coração, eu tenho vontade de chorar. Só não saio porque quem ficar no meu lugar pode não ter essa mesma preocupação. Fico para segurar o pau da barraca”, desabafa um gestor. 

Fonte..:: Estadão 





terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A História e Fotos Antigas da Cidade Ocian na Praia Grande SP


Foto aérea da Praia Grande na década de 50

Até o início da década de 50, o atual município de Praia Grande era apenas uma vila da desenvolvida cidade de São Vicente.

 Comparada à Praia Grande, São Vicente era uma cidade desenvolvida na década de 50 (Foto de 1955).

A partir do Boqueirão, tinha início uma  faixa contínua de areia que continuava a perder de vista, onde bois ainda ajudavam no arrasto das redes dos pescadores que buscavam seu sustento.

Bois ajudando a recolher redes de arrasto na Praia Grande, na década de 40

Desde 1914 a Ponte Pênsil atravessava o Canal do Mar Pequeno, facilitando o acesso terrestre à Praia Grande, mas curiosamente, o objetivo principal da Ponte não era simplificar o acesso de turistas, e sim transportar o esgoto coletado em São Vicente e Santos até a então longínqua Ponta de Itaipu, onde seria despejado no mar.

Ponte Pênsil, uma das mais emblemáticas obras de Engenharia brasileira do início do século XX

Conheça a interessante história da Ponte Pênsil AQUI

Com exceção do Boqueirão, onde havia algum movimento, apenas os mais aventureiros arriscavam-se com suas famílias em direção ao sul, por precárias estradas de terra ou pelas traiçoeiras areias da praia.

Foto do Hotel dos Alemães, ponto de encontro principal da Praia Grande durante as décadas de 20 e 30.

Restaurante Lagostas, em foto da década de 50. 
A sofisticação finalmente chegava à Praia Grande

Porém, jovem construtor Roberto Andraus foi o primeiro a perceber o potencial da região, e antecipando o desenvolvimento que fatalmente viria nos anos posteriores, idealizou a construção de uma cidade ao sul da vila de Praia Grande, numa área pantanosa conhecida como Sítio Ubatuba, que havia sido herdada desde a época anterior à Abolição da Escravatura.

A Praia Grande e seus grandes espaços durante a década de 50 - Bairro Flórida

Irrealizável e impossível eram apenas alguns dos adjetivos que seus críticos comumente usavam para descrever o projeto de Roberto, que contra tudo e todos cercou-se de bons profissionais para idealizar um moderno e organizado conjunto de 22 prédios, com completa infraestrutura.  

Foto aérea da Cidade Ocian, década de 50.
Vale observar os automóveis na faixa de areia

Da abreviação do nome de sua empresa, a Organização Construtora e Incorporadra Andraus Ltda, surgiu o sugestivo nome do empreendimento, CIDADE OCIAN.

Caixa d'Água da Cidade Ocian na época de sua inauguração
A água era captada nos rios que passavam pela região

Foi necessário 1 ano para que as lagoas onde se pescavam traíras fossem aterradas, e em 1954, tapumes à beira da praia anunciavam a venda de modernos apartamentos. Uma eficiente campanha de marketing despertou o interesse de uma multidão que dirigia-se como podia ao local para realizar o sonho de uma "casa de praia" com um nível de conforto só possível nas grandes cidades. Pela primeira vez uma campanha deste tipo era veiculada no rádio, revistas e jornais.

A linha de ônibus que ia de São Vicente até a Cidade Ocian, também na década de 50

Logo foi necessário expandir o precário serviço de ônibus que ia até o "Campo de Aviação", e uma linha regular foi instalada saindo de São Vicente a cada duas horas. O itinerário muitas vezes era alterado durante a maré alta, atrasando ainda mais a viagem. Era muito comum que os tratores de Andraus tivessem que interromper as atividades para resgatar motoristas atolados nas areias da praia, torcendo pelo salvamento antes que seus veículos fossem levados pela maré.

Foto da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

Finalmente, em 27 de maio de 1956, era inaugurada com a presença de várias autoridades, a Cidade Ocian. Um churrasco foi servido para mais de 6.000 moradores dos 1.600 apartamentos, que eram inaugurados com água, esgoto, eletricidade, serviço de incineração de lixo, policiamento e comércio básico instalado.

Foto Antiga Praia Grande SP: (1956) Cidade Ocian no dia da sua inauguração.

A tranquilidade da Cidade Ocian em Cartão Postal do início da década de 60

Durante quase cinco anos, a Cidade Ocian foi considerada a mais moderna e arrojada cidade brasileira, título perdido apenas em 1960, com a inauguração de Brasília, a nova capital federal.

Helicóptero da Incorporadora Andraus chamando atenção na Cidade Ocians (década de 70).

O sucesso do Cidade Ocian, que na época era chamada de "Sereia do Atlântico" incentivou a especulação imobiliária em toda a Praia Grande, trazendo uma série de empreendimentos por toda a costa, desde o Boqueirão até Mongaguá, transformando para sempre o litoral sul paulista, para o bem e para o mal.

Os mesmos prédios da Cidade Ocian hoje. Google Maps

Hoje, os 22 edifícios originais da Cidade Ocian escondem-se na intrincada paisagem urbana da Praia Grande, mas 60 anos depois ainda permanecem por ali, observados por Netuno, testemunha muda de décadas dos altos e baixos desta região, presente na memória afetiva de uma grande parte dos paulistas.

 Os prédios originais da Cidade Ocian continuam por lá...


Roberto Andraus, a curiosa história do empreendedor marcado por uma tragédia, que construiu uma cidade no litoral paulista

A noite do dia 24 de fevereiro de 1972 foi muito triste para todos os paulistanos, especialmente para o construtor Roberto Andraus. Depois de dar várias entrevistas, em uma cidade às escuras e com um onipresente odor de fumaça, tentava entender a extensão da tragédia que se abatera no Edifício que levava o nome de sua família, o Andraus.

O Edifício Andraus durante o incêndio de 1972 e em foto mais recente 40 anos depois, várias repartições municipais e federais funcionam em suas dependências.

Construído em 1962, foi consumido pelas chamas em poucas horas, mas graças à sua estrutura central de concreto e o Heliporto localizado na cobertura, muitas vidas puderam ser salvas pelos corajosos profissionais que arriscaram suas vidas para salvar centenas de pessoas.

Muitas pessoas foram salvas pelos bravos pilotos de helicópteros que arriscaram suas vidas.
Na época, a frota de Helicópteros era de apenas 20 aeronaves, mas mesmo assim foi a maior operação de resgate aéreo protagonizada por pilotos civis da história

Porém, o construtor que teve o sobrenome marcado por uma das maiores tragédias que a cidade de São Paulo já presenciou, mereceria ter seu nome associado ao seu empreendimento mais arriscado e bem sucedido, que mudou para sempre o perfil do litoral sul do Estado de São Paulo: a CIDADE OCIAN.

Fonte..:: RioBlog

Foto Antiga Praia Grande SP: (Início anos 1950) em Cidade Ocian.

Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).


Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).


 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto dia da inauguração da Cidade Ocian, com Roberto Andraus e autoridades paulistas (27-05-1956).

 Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).


Foto Antiga Praia Grande entrada Cidade Praia Ocian.

Imagem Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.)


Foto Antiga Praia Grande SP: (1956) na Cidade Ocian.

Foto Antiga Praia Grande SP:  A Cidade Ocian nos anos 1950.

Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

Fotografia Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

Fotografia Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

 Foto Antiga Praia Grande SP: Obras da Cidade Ocian (s.d.).

Foto Antiga Praia Grande SP (1956) Cidade Ocian.

Foto Antiga Praia Grande SP: Propaganda Incorporadora Andraus Cidade Ocian

Foto Antiga Praia Grande SP: 1º Aniversário da Cidade Ocian (1957).

Fotografia Antiga Praia Grande (anos 60) Bairro Ocian e Av.Vicente de Carvalho em construção.


Foto Antiga Praia Grande SP: Início dos anos de 1960 na Cidade Ocian e com o Ocian Praia Clube.

Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.).

Foto Antiga Praia Grande SP: Cidade Ocian (s.d.). 


Para Passeios Roteiros de Turismo em Praia Grande e Região

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