Projeto organiza catálogo das árvores em Santos / SP

Por..:: Felipe Pupo


Santos vem ganhando novos contornos com o plantio de árvores pelos bairros da cidade. Por ano, a Prefeitura coloca, em média, 1.500 mudas em calçadas, ruas, canteiros e praças. Conforme o levantamento da Secretaria de Meio Ambiente, existem cerca de 30 mil árvores espalhadas pelas diversas regiões do município. No entanto, poucas pessoas conhecem a identidade e a origem desses recursos naturais. Com a correria do dia-a-dia, muitos moradores caminham pelas ruas e não percebem que a cidade possui mais de 100 espécies diferentes.



Foi pensando em mudar essa realidade que o Rotary Club Santos-Boqueirão desenvolveu o projeto "Nossa Árvore", com o intuito de conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação ambiental.


O projeto se consiste na identificação das espécies espalhadas pelas ruas do bairro por meio de placas. A iniciativa é realizada em parceria com a Prefeitura de Santos, que cuida da parte técnica. O poder público faz o levantamento no bairro, localiza as espécies, identifica as origens e repassa as informações para o Rotary. Com os dados em mãos, os rotarianos cuidam da criação das placas, que são feitas por um material de PVC, resistente à chuva e ao sol. As placas informam o nome científico, popular, origem e outras características das árvores. "As pessoas só preservam aquilo que conhecem de fato. Por isso, o nosso desejo é sensibilizar os moradores para a preservação da área verde no município. Quem visualizar uma arvore identificada poderá compreender que ali existe uma fonte de vida e cada espécie precisa de proteção", destaca Marinilza Monteiro Pereira, coordenadora da Comissão de Meio Ambiente do Rotary Club Santos-Boqueirão.


No dia 26 de setembro, os rotarianos identificaram mais de 173 árvores pelas ruas do Boqueirão. A jornada contou com o apoio dos escoteiros do Grupo Morvan Dias Figueiredo, voluntários, técnicos da Prefeitura e do secretário de Meio Ambiente Flávio Rodrigues Correa. Durante o passeio, eles encontraram as espécies ipê-rosa, ipê-roxo, jambolão, pata-de-vaca, sibipiruna, quaresmeira, ingá, guanandi, saboneteiro e chapéu-de-sol.a maioria dessas árvores apresenta um porte pequeno, com galhos e troncos menos densos e pouca folhagem. Essas características são fundamentais para a manutenção dessas espécies em calçadas estreitas. "A previsão do Rotary é expandir esse projeto para os demais bairros da cidade. Afinal, a pessoa começa a cuidar do meio ambiente a partir do momento em que se familiariza com as espécies. Nesse sentido, a identificação é um instrumento utilizado pelo homem para estreitar laços entre o homem e o meio ambiente" declara Nanci Loureiro, presidente Construtora do R.C. Santos-Boqueirão.


Os benefícios da arborização

A área verde não é importante apenas para enriquecer a paisagem do município. A arborização proporciona inúmeros benefícios para a qualidade de vida da população.


Entre as principais vantagens, pode-se destacar a redução da temperatura, da poluição atmosférica e da poluição sonora. As árvores podem minimizar em até 10 decibéis a intensidade do som no ouvido humano. Além disso, a área verde garante uma durabilidade do asfalto das vias públicas. "A árvore funciona como um filtro de raios solares. No caso do asfalto, por exemplo, ela absorve a radiação que poderia causar dilatação no concreto e provocar rachaduras", comenta João Cirilo Wendler, chefe do Departamento de Áreas Verdes e Parques do município. Cirilo também ressaltou que as riquezas naturais podem contribuir para o tratamento de doenças. "Alguns estudos mostram que um ambiente bem arborizado pode ser extremamente útil para as pessoas que sofrem de doenças. Há um ganho psicossocial. Por isso, muitos médicos recomendam o contato com a natureza, para que o paciente possa encontrar paz e tranquilidade e, dessa forma, superar as dificuldades", comenta.


Mas se alguém deseja plantar árvores no bairro ou na calçada da casa deve procurar a Ouvidoria Pública. Após a solicitação, a Prefeitura vai fazer um levantamento no local, verificar a melhor espécie para a área e realizar o plantio. Fiação, largura da calçada, marquise e encanamentos são elementos decisivos na escolha da planta adequada. A Ouvidoria Pública fica na Praça Mauá, s/nº - no piso térreo da Prefeitura. O telefone é 0800-112056.


Fonte..:: Jornal da Orla

( papo de biologia )

Seminário debate o papel do biólogo na área ambiental

O óvulo em fecundação, símbolo da profissão, exemplifica a abrangência da atuação do biólogo.

Formular e elaborar estudos, projetos e pesquisas relacionados à preservação, saneamento e melhoramento do meio ambiente é o papel do profissional graduado em biologia conforme a lei federal nº 6684, de 03/09/1979, que regulamenta o exercício da profissão. A partir da publicação da lei, a data ficou marcada como o dia do biólogo. No entanto, a atuação do biólogo tem ido além do que especifica a lei com o aumento da pressão da atividade humana sobre o meio ambiente.

Diante deste cenário, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, juntamente com o Conselho Regional de Biologia da Primeira Região CRBio 01, promoveram, em 02.09, o seminário “O papel do biólogo na área ambiental”. O objetivo do encontro foi apresentar e divulgar as atividades, experiências e responsabilidades do biólogo enquanto profissional atuante na área ambiental.

A abertura do evento contou com a participação do presidente da CETESB em exercício, Edson Tomaz de Lima Filho, e do presidente do CRBio 01, Wlademir João Tadei. “A questão ambiental hoje exige uma visão muito mais holística do que cartesiana e o biólogo, por sua formação, tem essa visão de análise do conjunto das questões existentes”, apontou Edson. Já, o presidente do CRBio 01 parafraseou o pai da teoria da evolução para demonstrar o dinamismo que o biólogo deve adquirir. “Como disse Darwin, não são os animais mais fortes que sobrevivem, mas os que apresentam maior capacidade de adaptação” - declarou. De acordo com Wlademir, o estado de São Paulo conta atualmente com 18.000 biólogos.

A palestra inicial foi ministrada por Aristides Almeida Rocha, primeiro biólogo da CETESB, quando a companhia chamava Centro Tecnológico de Saneamento Básico, na qual destacou o papel do profissional como parte de uma equipe multidisciplinar. “A CETESB surgiu com pouco mais de seis técnicos e eu era o único biólogo. O número do meu crachá era 007”, contou em tom de brincadeira. Durante a palestra, Aristides, que é professor titular e ex-diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, consultor assessor das Organizações Pan-Americana e Mundial de Saúde OPA/OMS e presidente do conselho consultivo do Instituto Samuel Murgel Branco, contou o histórico dos biólogos na CETESB. “Tudo começou com o laboratório do prédio cinco. Na época, o governador Abreu Sodré vinha para a inauguração e as vidrarias ainda não tinham sido entregues. Pegamos emprestados alguns beckers da Comissão Intermunicipal de Controle das Águas e do Ar – CICPAA, que atuava na região do ABC, e fizemos algumas soluções coloridas apenas pra ficar com cara de laboratório”, relatou.

De acordo com Aristides, o biólogo é importante para participar das decisões de planejamento, não só nas análises laboratoriais. Para ele, o maior patrimônio da CETESB é o corpo de funcionários. “Me orgulho muito de ter começado aqui”, declarou.

O seminário abordou em três mesas redondas as diversas áreas nas quais o biólogo tem atuação dentro do sistema estadual de meio ambiente. As mesas discutiram o trabalho em monitoramento e diagnósticos ambientais, licenciamento ambiental, fiscalização, emergências ambientais e educação ambiental. Para a farmacêutica bioquímica Rosana Maria de Macedo Borges, do setor de áreas contaminadas da CETESB, o biólogo pode atuar em qualquer área, desde que tenha conhecimento técnico. “Temos estagiários em biologia que puderam escolher onde trabalhar, com duas propostas de consultoria”, afirmou.

A bióloga Júlia de Lima Krahenbuhl, que trabalha na Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente – SMA destacou a transversalidade exigida quando o tema é educação ambiental. “Para explicar a um professor o que é fotossíntese ou ciclo hidrológico em curso de capacitação, facilita se o profissional for um biólogo para esclarecer tais conceitos”, enfatizou.

O encerramento do seminário contou com a palestra “Mudanças Climáticas e Biodiversidade”, apresentada por Carlos Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e coordenador do programa de Pesquisa em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Biota/Fapesp.

..:: Texto: Valeria Duarte ::..

Fonte: Cetesb

( papo de biologia, evento_programação)