Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Internautas podem colaborar para mapeamento de animais do Pantanal

Já está em operação um sistema online que possibilita qualquer pessoa a contribuir para o inventário da fauna da região de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá).
O projeto está elaborado pela equipe do Projeto Bichos do Pantanal, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Graças ao sistema, denominado Inaturalist e desenvolvido pela Universidade do Kansas, é possível postar pelo celular ou pelas redes sociais (Google +, Flicker, Picasa, Facebook) fotos de animais da região de Cáceres, acompanhadas de indicações precisas da localização do animal obtidas por GPS.
Assim, será possível que os pesquisadores saibam onde circulam as espécies, com qual frequência, se os animais são os mesmos ou são distintos e quais são seus habitats e hábitos.
Basta acessar www.bichosdopantanal.org/georreferenciamento , clicar nos ícones de animais e se logar no sistema via redes sociais ou por intermédio de cadastro do site.
Essas informações, além de outras resultantes do mapeamento de toda a fauna de Cáceres, vão gerarconhecimento científico a ser disponibilizado no site do projeto e transformado em material didático para aeducação ambiental em escolas públicas da região.
O conteúdo também servirá para a sensibilização de turistas, pescadores, moradores das comunidades do entorno e a capacitação de monitores e guias de ecoturismo.
Fonte..:: Midia News / GeoDireito
(papo de biologia)




[Petição Pública] Estabelecimento de critérios técnicos para a nomeação dos Delegados Regionais de Turismo do Estado de São Paulo

Ao Banco de Projetos Assembleia Legislativa Estado de São Paulo 

Gostaria de sugerir modificação do instrumento que determina as atribuições das Delegacias Regionais de Turismo, organismos vinculados a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, e, sobretudo, quanto ao estabelecimento de critérios técnicos para a nomeação dos respectivos Delegados Regionais de Turismo e o estabelecimento de instrumentos de monitoramento e avaliação do trabalho desses profissionais. 

O Decreto n. 3.193, de 10 de janeiro de 1974, que “Cria, a título experimental, Delegacias Regionais de Turismo”, tendo em vista as atribuições de tais órgãos, cujo Artigo 2° (modificado pelo Decreto n. 3.578, de 22 de abril de 1974), encontra-se desalinhado a Lei Federal nº 12.591, de 18 de janeiro de 2012, que “Reconhece a profissão de Turismólogo e disciplina o seu exercício”. 

Conforme o Decreto n. 3.193, de 10 de janeiro de 1974 (modificado pelo Decreto n. 3.578, de 22 de abril de 1974), uma das atribuições das Delegacias Regionais de Turismo é “I - realizar levantamentos, pesquisas de turismo no âmbito de sua região”, por exemplo. Ocorre que a Lei Federal nº 12.591, de 18 de janeiro de 2012, considera atividade do Turismólogo “XVIII - coordenar e orientar levantamentos, estudos e pesquisas relativamente a instituições, empresas e estabelecimentos privados que atendam ao setor turístico”. 

Outro exemplo: o referido Decreto determina que a Delegacia deva “II - elaborar normas relativas à preparação, análise controle e avaliação dos planos de turismo de sua região”. A citada Lei, entretanto, considera que o Turismólogo deve “II - coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de interesse turístico, visando ao adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais, de acordo com sua natureza geográfica, histórica, artística e cultural, bem como realizar estudos de viabilidade econômica ou técnica”; III - atuar como responsável técnico em empreendimentos que tenham o turismo e o lazer como seu objetivo social ou estatutário; IV - diagnosticar as potencialidades e as deficiências para o desenvolvimento do turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação; V - formular e implantar prognósticos e proposições para o desenvolvimento do turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação; VI - criar e implantar roteiros e rotas turísticas; e, ainda, VIII - analisar estudos relativos a levantamentos socioeconômicos e culturais, na área de turismo ou em outras áreas que tenham influência sobre as atividades e serviços de turismo. 

Conforme o Decreto, as Delegacias devem “III - promover a articulação das entidades de turismo existentes nas regiões em que atuam, incentivando-as no que se fizer necessário; e IV - promover a criação de sociedades civis, comissões municipais e centros municipais de turismo”. Mas, de acordo com o reconhecimento da atividade profissional dos Turismólogos, é atividade desses profissionais “XIV - planejar, organizar, controlar, implantar, gerir e operacionalizar empresas turísticas de todas as esferas, em conjunto com outros profissionais afins, como agências de viagens e turismo, transportadoras e terminais turísticos, organizadoras de eventos, serviços de animação, parques temáticos, hotelaria e demais empreendimentos do setor”. 

Historicamente, na Região Metropolitana da Baixada Santista, esse organismo tem sido “liderado” por profissionais oriundos de outras áreas de formação, nomeados exclusivamente por meio de critérios políticos-eleitorais e que tampouco parecem comprometidos com o verdadeiro desenvolvimento do turismo em nível regional. 

Permito-me retornar ao caput do Artigo 2° do Decreto que cria as Delegacias Regionais de Turismo, o qual afirma que “As Delegacias Regionais de Turismo, coordenadas pelo Departamento de Promoção do Turismo, que lhes proporcionará a assistência técnica indispensável ao seu funcionamento”. Não parece, então, haver real compromisso com a nomeação de profissionais minimamente habilitados para a investidura nesses cargos – claramente técnicos –, tampouco com o monitoramento dos resultados – quantitativos ou qualitativos – obtidos a partir do trabalho empreendido por esses colaboradores. 

Torna-se essencial citar a Lei n° 392, de 29 de agosto de 1974, que "Cria cargos no Quadro da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo (...)". O dispositivo aponta que para a investidura aos "cargos de Coordenador e de Delegado Regional (...) será exigida habilitação profissional de nível superior", entretanto, sem determinar qualquer área de estudo. O "turismo" à ocasião era um diminuto campo de estudos vinculado a programas de Administração de Empresa. Ocorre que esse segmento evoluiu e esse pequeno campo experimentou crescimento exponencial tanto em qualidade quanto em quantidade. 

Não há, em minha região, qualquer estudo, pesquisa ou projeto de turismo permanente e de amplitude regional em andamento – ou de histórico bem sucedido. Há ações positivas, sim, no que compete a sinalização turística nos municípios e investimentos locais, provenientes das administrações públicas municipais. 

É essencial citar, entretanto, recentes programas como a “Roda SP” e “Turismo do Saber” como exemplos. Essas iniciativas são excelentes, mas configuram-se como paliativas e pontuais, não fomentando o desenvolvimento da atividade turística em nível regional – já que, por exemplo, há ampla contratação de “monitores de turismo” – sem critérios claros e técnicos estabelecidos para sua contratação – ao invés de “Guias de Turismo”, credenciados pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), profissionais estes vinculados a regulamentação sindical; não há contratação de Agências de Viagens locais, habilitadas e comprometidas com a operação de roteiros de turismo receptivo; ou, ainda, o fomento a permanência dos visitantes em cada uma das localidades visitadas. 

Acredito firmemente que o estabelecimento de critérios claros e técnicos para orientar a nomeação dos Delegados Regionais de Turismo poderá fomentar um amplo processo de mobilização e articulação entre iniciativa privada, poder público e terceiro setor, gerando emprego e renda por meio do turismo e captando investidores de outras regiões e mesmo países, por exemplo, pela captação de eventos para nossos municípios. 

Assim, agradeço pela oportunidade de postular essa sugestão ao Banco de Projetos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na expectativa de sua apreciação e contribuição para o incremento e profissionalização do turismo na Região Metropolitana da Baixada Santista e todo Estado. 

Cordialmente, 

Aristides Faria Lopes dos Santos - Bacharel em Turismo


Contamos com sua participação!

..:: Acesse: http://goo.gl/xPhhqb

Um forte abraço!
Sucesso sempre,

(turismo)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Projetos Literários - Ciclo de Poesia falada 2014 - Santos SP

clique na imagem para ampliar

(evento_programação)

Projeto Emcena Brasil – Circuito Paulista chega em SÃO VICENTE /SP



A Caravana do Emcena Brasil chega ao município de São Vicente com seu teatro móvel nos dias 30 e 31 de Agosto de 2014. O projeto é um contêiner com uma grande tenda adaptada e que será montado no Estacionamento do Bolsão do Itararé – Praia do Itararé  e irá realizar durante dois dias oficinas, contação de histórias , apresentações de espetáculos teatrais para crianças e adultos, além de circo, show de música, sessão de cinema e muito mais. A programação começa sempre a partir das 15h e vai até às 22h. 

Nos últimos cinco anos, o Projeto Emcena Brasil já percorreu mais de 200 cidades em todo o País, atendendo mais de 500 mil pessoas.  Com uma estrutura moderna, que inclui som, iluminação, tela de cinema, 400 banquetas e uma grande tenda para abrigar a plateia, a caravana apresentará uma variada programação a todos os presentes sem distinção, com a mesma qualidade de salas convencionais de teatro, porém com a vantagem de ser totalmente gratuito. O projeto é realizado por meio da lei de Incentivo  ProAc  ICMS,  com patrocínio  da Comgás, e conta com o apoio da prefeitura de São Vicente, da Secretaria  Municipal de Cultura e realização da Cia Abareteatro.

A Cia Abaréteatro vem capitaneando o projeto desde 2007 e traz na programação quatro  renomados grupos de teatro, mamulengos,  música e circo, que se apresentarão com os  seus principais espetáculos do vasto repertório. Todos trazem na bagagem mais de 20 anos de experiência, além de um excelente currículo, com diversas premiações tanto nos principais centros culturais do País, como participações importantes em Festivais  de Teatro e Cultura no  Brasil e no exterior. 

Ao todo serão mais de 30 artistas e técnicos que desfilarão suas habilidades em dois dias de eventos. O excelente nível artístico e a interação com a plateia, aliado à tecnologia de luz e som proporcionarão aos espectadores um excelente divertimento, num evento único, valorizando a cultura popular, o artista nacional e garantindo boas gargalhadas e um ótimo dia de lazer para toda a família. 

Segundo Orlando Moreno, criador e idealizador do projeto, “esses últimos  anos de circulação nas mais variadas regiões de norte a sul de País estão sendo muito gratificantes,  tanto pela troca de experiências como também pela absorção de conhecimento das tradições e da rica cultura de cada localidade”, conclui. “Depois de milhares de  quilômetros rodados, nós estamos, de fato, levando a cultura onde o povo está. E o mais importante é que estamos consolidando um verdadeiro projeto de congraçamento,  confraternização e reencontro do povo com sua própria cultura, numa mostra efetiva de que ao contrário do que dizem, o brasileiro adora o bom teatro, a boa música e aprecia a arte como um todo . Temos notado que crianças, adolescentes  e adultos  se divertem com o gracejo do palhaço, se emocionam com a história bem contada e como gente grande, sem pudor e nem preconceito, são capazes de gestos de carinho ao reviver a criança que existe dentro de cada um. E sempre ao final, agradecidos  retribuem aplaudindo entusiasticamente todos os eventos  ”.

A iniciativa tem patrocínio da Comgás.

Confira abaixo os detalhes da programação:
1º DIA 
15h
Contação de Histórias – A RATINHA COR-DE-ROSA - Cia Mão Livre
Oficina de Desenho Livre - Cia Mão Livre

17h
Teatro para crianças – A MOÇA DA JANELA – Cia Anima Lenda

18h
Sessão de Cinema -  CINE CURTA BRASIL

19h
Espetáculo de Mamulengo – A  FESTA DA ROSINHA BOCA MOLE  - Mamulengo da Folia

20h
Espetáculo para Adultos  -  VILLA DUS BISURDO  - Cia Abaréteatro  

2º DIA
15h
Contação de histórias - O MOSQUITO FANIQUITO DO SIRICUTICO  -  Cia Mão Livre 
Oficina de Dobraduras - Cia Mão Livre 

17 h
Teatro para crianças – - EM BUSCA DO SEGREDO ESQUECIDO   -  Cia Abaréteatro

19h
 Convidado local

20h
Espetáculo Circense - VERSÃO BRASILEIRA  - Los Circo Los  

Serviço:  EMCENA BRASIL – UM SHOW DE CULTURA PERTINHO DE VOCÊ
Local:     BOLSÃO DO ITARARÉ – ESTACIONAMENTO – PRAIA DO ITARARÉ
Dias:  30 e 31 de  AGOSTO
Horário: 15 às 21h
Entrada: GRATUITA
Classificação: LIVRE

Sobre a Cia Abaréteatro 
Cia Abareteatro  Fundada em 1995  pelo Ator e Diretor Orlando Moreno. Em menos de  20 anos de existência já acumulou mais  de 120 prêmios de Mérito Cultural, prêmios técnicos e artísticos nos mais importantes Festivais de Teatro do país  e no exterior. Participa da Carvana Nacional de Leitura, projeto Leia Brasil, desenvolvendo o Teatro Educativo e se especializandao em Teatro para espaços alternativo. A partir daí, empreende uma pesquisa para desenvolver um equipamento de difusão inovador e que propicie um verdadeiro projeto de democratização popular, assim, nasceu o Emcena Brasil.

(evento_programação)



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Unidades de Conservação no Brasil: A contribuição do uso público para o desenvolvimento socioeconômico

Qual a receita potencial (direta ou indireta) que pode ser esperada do aproveitamento turístico dentro de uma UC com uso público?


Com esta publicação o Instituto SEMEIA busca responder a essa pergunta, dimensionando a ordem de grandeza da perda que o Brasil tem por não valorizar o aproveitamento turístico desses espaços e seus potenciais  benefícios para a sociedade e para o meio ambiente.

Sabemos que o fato de o Brasil não aproveitar eficientemente o potencial de uso público das suas unidades de conservação (UC) impede a geração de recursos que seriam extremamente úteis aos  objetivos de conservação da biodiversidade e desenvolvimento socioeconômico do entorno dessas áreas. Os brasileiros, por meio das UC, preservam o equivalente ao território de três Franças. E apesar de  figurar em primeiro lugar no quesito “recursos naturais” em um ranking mundial de competitividade do turismo, a atividade no Brasil ocupa a 51ª posição em um conjunto de 140 países.

Para a elaboração deste estudo, dois cenários foram considerados: o primeiro é aderente à realidade existente no País em que as unidades de conservação menos eficazes se espelhariam em práticas  adotadas hoje nas UC mais eficazes. Já o segundo, contempla um cenário potencial, em que o Brasil desenvolveria as ações necessárias para se equiparar às práticas de países desenvolvidos e que são  referência no assunto.

Com esses cenários é prudente tratar os números finais como ordens de grandeza ao invés de provisões pontuais. Estima-se que as melhorias na infraestrutura e gestão nas UC sejam capazes de  aumentar a visitação em parques brasileiros, sendo capazes de gerar uma receita de R$ 168 bilhões em 10 anos. Levando em conta padrões internacionais de concentração da atividade  turística em parques e supondo que 70% da receita adicional desses 168 bilhões sejam concentrados em 20% dos municípios, o impacto médio sobre o PIB dessas regiões pode ser bem expressivo, da  ordem de 3,5%.

INFORMAÇÕES GERAIS:
Título: Unidades de Conservação no Brasil: A contribuição do uso público para o desenvolvimento socioeconômico
Número de páginas: 53
Ano de publicação: 2014
Distribuição: online - Faça o download aqui .
Perguntas Frequentes: Leia aqui .

SAIBA MAIS:
‘Negócios nos parques’ , matéria do jornal Folha de S.Paulo analisa o resultado de estudo realizado pelo Semeia sobre o potencial econômico das unidades de conservação brasileiras.

Fonte..:: SEMEIA

(turismo, ecoturismo, recicle suas idéias)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Praia do Góes, e os piratas em Santos SP

Quem visita hoje a pequena praia do Góes provavelmente nem desconfia que um muro de pedras ali quase despercebido já foi parte de um fortim, destinado a proteger a Baía de Santos - que domina a paisagem, no horizonte - do ataque de piratas e outros inimigos. Essa história foi contada pelo pesquisador J.Muniz Jr. no antigo jornal Cidade de Santos, cerca de 1980 (data não citada no recorte), em matéria com programação visual de José Coriolano Carrião Garcia:

A Armada Cabotina, com a bandeira de Castela, foi a primeira a fundear nas águas da pequena praia da antiga Ilha do Sol Imagem publicada com a matéria

Ao lado da Fortaleza de Santo Amaro ou da Barra Grande possuía o antigo fortim da praia do Góes, que era uma extensão da mesma, e que dava o seu apoio tático pelo lado da praia.

Mas, para podermos entrar na história daquela trincheira, faz-se mister retroceder a um passado bem distante, na época pré-afonsina, pois, segundo rezam antigas documentações, embora pequena - com cerca de duzentos metros de extensão - a praia do Góes é um verdadeiro recanto histórico. Isso não só pelo fato de ter sido sede de uma fortificação, mas também por ter servido de ancoradouro de antigos navegadores que por aqui aportaram em épocas remotas.

As antigas crônicas e documentos publicados, que relatam a passagem de expedições marítimas por essa parte da costa do Atlântico, revelam que antes da chegada do donatário Martim Afonso de Souza, por aqui estiveram inúmeras expedições clandestinas, e houve inclusive naufrágios, cujos sobreviventes se juntaram aos primeiros habitantes brancos do nosso litoral.

Sabe-se que o cosmógrafo Alonso de Santa Cruz, que fazia parte da Armada de Sebastião Caboto, narrou no seu Islario General de todas as islas del mundo aspectos do povoado existente em São Vicente, antes mesmo da chegada da Armada afonsina.

Procedente do Rio da Prata em 1530 (para onde fora em 1526) e a caminho da Espanha, a expedição cabotina esteve no primitivo porto vicentino, episódio que levou o cosmógrafo oficial do reino ibérico [a] tratá-lo detalhadamente no seu comentário, que diz num dos trechos: "Dentro do porto de S. Vicente há duas ilhas grandes habitadas de índios; e na mais oriental, na parte ocidental dela, estivemos mais de um mês surtos..."

"Tal ocorria em 1530 - relata o comandante Eugênio de Castro em A Expedição de Martin Afonso de Sousa - única vez que passava por essas paragens Alonso de Santa Cruz". E por suas palavras, como pelas Probanzas e demais documentos transcritos por Turíbio Medina, se poderá concluir que a força naval de Caboto demandou a abra do porto de São Vicente (barra e baía de Santos), antes da armada colonizadora, e veio procurando fundo junto à atual ilha de Santo Amaro: "na parte ocidental dela, tomou um fundeadouro em que permaneceu um mês e o que certamente, para a sua segurança, era abrigado dos ventos que ali cursam com maior intensidade - provável fundeadouro que vai por nós assinalado no pama II, montada a ponta da Capetuba ou dos Limões já em águas remansosas que banham a atual praia do Góes".

Segundo o Diário de Pero Lopes de Sousa, quando a expedição chefiada por Martin Afonso aqui chegou a 20 de janeiro de 1532, de volta do Rio da Prata, em sua nau Nossa Senhora das Candêas, devido aos fortes ventos do Itaipu, e a menos de duas milhas daquele ponto lançou âncoras, isso por volta do meio-dia. À tarde, diante de uma imprevista tormenta, afastou-se do local, indo abrigar dos ventos ao Oeste e ao Sudoeste da Ilha do Sol (atual Santo Amaro), bem perto de uma ilhota, hoje chamada de Ilha das Palmas, onde chegaram de madrugada.

E com o raiar do dia (21 de janeiro), a nau suspendeu novamente e veio finalmente fundear junto de uma pequena praia, bem no local "assinalado por Alonso de Santa Cruz para fundeadouro de Caboto em 1530", conforme observou o comandante Eugênio de Castro numa conferência, realizada a 20 de janeiro de 1932, no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em comemoração ao IV Centenário da fundação de São Vicente.

Ainda sobre a pitoresca prainha que serviu de ancoradouro para os primeiros navegadores, o historiador Francisco Martins dos Santos revela o seguinte na sua História de Santos: "...o nome desta praia prende-se à chegada da Armada de Martin Afonso de Sousa que a ela aportou no dia 21 de janeiro de 1532, e na qual vinham os notáveis fidalgos, Pedro, Luiz, Gabriel e Scipião de Góes, de quem procede o referido nome por algum motivo particular que nos foge. Isso dizemos, porque a denominação Praia do Góes é antiguíssima, como se vê na carta de D. Luiz Antônio de Souza ao Vice-Rei do Brasil, em 1767. Esta praia é a mesma praia da Ilha do Sol a que refere o Diário da Navegação de Pedro Lopes de Souza..."

Projeto da Fortaleza de Santo Amaro no século XVIII, que passou a contar com o apoio do fortim do Góes.
Imagem publicada com a matéria, reproduzida do livro Os Andradas

O Forte do Góes - Construído nos idos de 1766 e 1767, ao lado da Fortaleza da Barra Grande, o forte da Praia do Góes - que nunca chegou a ter uma denominação oficial, embora tenha sido também chamado de Santo Antônio - não passava de uma simples trincheira ou fortim. Era dotado de uma bateria para proteger a retaguarda da aludida fortaleza.

E sabido que a ereção do Fortim do Góes ocorreu durante o governo do capitão-general D. Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão, que em carta endereçada ao vice-rei do Brasil em janeiro de 1767 (Documentos Interessantes, volume XXVIII), dizia num dos trechos da mesma: "...já posso dizer a V. Exa. que fica acabado o Forte que mandei fazer na Barra Grande da Vila de Santos na Praia chamada Do Góes, porque até o fim deste mez se lhe completa o parapeito, e as guaritas que só lhe falta. Este Forte é muito necessário para impedir os desembarques que podem haver naquela praia, que tem fundo, e podem chegar a ela as embarcações sem serem vistas da Fortaleza de Santo Amaro e desembarcando gentes, e ganhando o morro sem impedimento, ficam enfiando do alto, sem nenhum obstáculo, com os mosquetes, todos que andarem dentro da dita Fortaleza de Santo Amaro, que se descobre toda, e por conseqüência é logo tomada".

"O Forte consta de uma cortina de dois ângulos abertos de 213 palmos de comprimento, e de 20 de alto, a qual forma três faces, uma virada para a praia, que defende o desembarque, e as duas para o mar, da parte de trás e pegada no morro. Levará dezoito peças, foi feito com muita comodidade na despeza, parece que andará por três mil cruzados...".

Como se pode observar pelo relato acima, o governador da Capitania de São Paulo e Minas, seguindo recomendações do Vice-Rei, além de guarnecer as fortificações marítimas, ordenou que fosse levantado um pequeno forte na praia do Góes, visando impedir uma incursão de desembarque do inimigo naquela faixa de areia, e que dali pudesse subir o morro e tomar facilmente a fortaleza pela retaguarda, sem despertar a atenção das sentinelas daquela Praça Fortificada ou mesmo em combate.

Mas, anteriormente, o Conde de Sarzedas, na qualidade de Governador da Capitania, já havia informado tal falha ao Rei D. João V, e solicitando inclusive que aquela praia fosse fortificada para evitar possíveis ataques de surpresa à Fortaleza da Barra.

Dessa maneira, já em princípios do ano de 1767, a pequena fortificação da praia do Góes estava quase concluída, mesmo a sua cortina de pedra e cal, e que foi assim descrita pelo professor Francisco Meira no seu Santos Histórico e Tradicional: "Consta de um parapeito de pedras e argamassa muito espesso e de 100 passos de extensão. Duas muralhas laterais penetram até o morro, formando assim um ângulo obtuso à direita e outro à esquerda. A grande muralha fica frente ao mar coroada por um sólido parapeito. Interiormente uma barbeta fortemente lageada avança até o morro que lhe fica revez. O fortim batia a Ponta dos Limões, toda a praia, cruzava fogos com o Forte Augusto e defendia a Fortaleza..."

Em princípios do século passado (século XIX), contava o fortim da praia do Góes com oito peças de artilharia, quatro das quais montadas e algumas sem condições de serem utilizadas em combate. O certo é que, com o correr do tempo, a trincheira do Góes foi perdendo toda a sua utilidade, entrando então em decadência.

Decadência e Armação - Num antigo manuscrito (Documentos Interessantes, volume 44), dirigido ao capitão-general da Capitania, provavelmente entre fins do século XVII e princípios do século XIX, encontrado entre as documentaçoes do marechal José Arouche de Toledo Rendon, consta um amplo relato das fortificações marítimas da Praça de Santos, com a seguinte referência ao fortim do Góes:

"No forte do Góes se acham oito peças, quatro montadas e quatro desmontadas e muito mal tratadas, de sorte que algumas já estão em estado de não poder dar fogo. Este forte defende o único desembarque que há desde a barra até a fortaleza e este desembarque deve ser bem defendido. O forte se acha em boa posição, porém se o inimigo consegue pôr o pé em terra com facilidade toma o dito forte e, por conseqüência, a fortaleza da Barra Grande. Este forte tem capacidade para se lhe fazerem um telheiro, onde se guarda a artilharia afim de a ter em bom estado quando a ocasião o pedir servir-se dela..."

Um relatório apresentado na Assembléia Legislativa em janeiro de 1897 dava conta que continuava desarmado e desorganizado, pois anteriormente já havia até servido de sede-sul da Armação de Baleias a Bertioga (extinta por volta de 1830), onde funcionava uma indústria de óleo de baleia que alimentava toda a iluminação da região, época em que ficou conhecido como Armação da Praia do Góes.

No seu Santos Noutros Tempos, o historiador Costa e Silva Sobrinho transcreve o Aviso Régio nº 125, de 1817, referente à Armação da Praia do Góes: "...Setecentas braças de testada, e trezentas de fundo, água vertente para a entrada da Barra Grande: parte de um lado com terras da Fortaleza de Santo Amaro, e do outro com terras de Icanhema e Issangaba, pertencentes a Ana Luísa da Silva. Este terreno pertence ao Real Contrato de Pescaria de Baleias, e é ocupado no tempo das pescarias pelos que ocupam neste exercício; tem dois agregados com suas famílias, e dois escravos que servem de zeladores e guardam a casa do mesmo contrato".

Informa ainda o mesmo historiador que, em 1834, foi requerida a venda das lanchas existentes nas Armações de Bertioga e da praia do Góes. E que, a 18 de janeiro de 1850, a casa existente naquela praia foi avaliada por ordem do inspetor de Tesouraria da Providência, a fim de ser posta em leilão público.

Apesar da ação demolidora do tempo e do efeito das marés, durante um certo tempo ainda podia-se avistar a murada e as guaritas do fortim do Góes, mas tudo foi desmoronando pouco a pouco e só restou ruínas num dos cantos da praia. Não sabemos ao certo se até os dias atuais existe qualquer vestígio daquela antiga fortificação.

No entanto, o erguimento de tal praça fortificada naquele histórico recanto representa um marco a mais na nossa história  militar, devido ao seu sentido estratégico, que foi o de interceptar o desembarque do inimigo, tendo contribuído assim para o fortalecimento da defesa da barra e do porto de Santos.

No local do antigo fortim da praia do Góes poderia ser erguido um monumento ou mesmo um marco com dizeres alusivos ao que representou outrora, pois uma vez que nada restou de suas muralhas, alguma coisa deveria registrar a importância daquele reduto, por ter participado de nossa história como ancoradouro no século XVI e posteriormente como posto avançado da Fortaleza da Barra Grande.

(Pesquisa e texto de J. Muniz Jr.) Fonte..:: Novo Milênio

 Cartão Postal Antigo Santos SP:  Provavelmente Caminho da Praia do Góes??? (s.d.).

Cartão Postal Antigo Santos SP:  Provavelmente Caminho da Praia do Góes??? (s.d.).


Para Roteiros Históricos e Culturais em Santos e Região

O Melhor Plano de Governo!


O tempo passa e os problemas continuam.

(recicle suas idéias)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Grupo luta pela História de São Vicente SP

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Fonte..:: A Tribuna, 22 de Agosto de 2014.

(fatos_históricos, turismo)

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