A escalada social das classes C e D, ocorrida nos últimos 10 anos, impulsionou não somente a venda de alimentos e bens duráveis. O turismo foi beneficiado diretamente por essa melhora no padrão de vida do brasileiro.
Janeiro deste ano foi recorde para a aviação, 5,6 milhões de desembarques domésticos, resultado que só foi possível, segundo o Ministério do Turismo, em função desses novos consumidores. Todo o potencial dessa população faz os empresários do setor projetarem aumento de 14,6% no faturamento para 2010 frente a 2009.
Esse montante a mais de dinheiro nos caixas significa, também, ampliação da demanda e, consequentemente, mais postos de trabalho. A projeção do setor é de que a mão de obra aumente, em média, 5%.A maioria das vagas estará na hotelaria, que tende a expandir a força de trabalho em 7,8%, além do turismo receptivo, com uma previsão de alta de 11%, e do turismo de eventos, com indicação de elevação de 6,8%.
Os dados são da Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica, realizada pelo Ministério do Turismo e pela Fundação Getulio Vargas (FGV). “Tudo isso só é possível graças à boa imagem que o Brasil tem no contexto econômico mundial.
A potencialidade do nosso mercado interno também foi determinante, nos últimos anos foram mais de 20 milhões de pessoas saindo da miséria”, afirmou o ministro do Turismo, Luiz Barreto.
“O crédito é o terceiro pilar desse crescimento. Ele aumentou muito e as promoções estão mais agressivas em busca do consumidor. Existem mais opções de financiamento”, emendou.Para Barreto, o segmento de destaque em 2010 será o de eventos, principalmente em São Paulo. “O Brasil está se consolidando em turismo business. É o sétimo no mundo que mais capta eventos de negócios e em geral. São Paulo é a 12ª cidade do mundo que mais atrai feiras, convenções e seminários. Esse segmento já representa mais de 30% do turismo no Brasil”, disse o ministro.
Custos
De acordo com a pesquisa, a indústria do turismo começa 2010 mais otimista. No transporte aéreo, 100% das empresas esperam aumentar o faturamento. Situação que se repete para os segmentos de turismo receptivo, operadoras de viagens, locadoras de automóveis e feiras.
Já em relação aos preços, quase todos os segmentos são unânimes em prever altas. Apenas as agências de viagens estimam uma queda média de 0,4%. O consumidor será mais pressionado por custos. As empresas preveem aumentos em preços de transporte aéreo (9,2%), de transporte rodoviário (5,2%) e de hospedagem (4%).
Já o ministro do turismo acredita que os valores se tornaram mais acessíveis. “A gente vem caminhando na direção de preços melhores com a incorporação das classe C e D no mercado consumidor. O exemplo são os cruzeiros, que entre 2008 e 2009 possuíam 500 mil leitos. Agora, vão para quase 850 mil. Os preços são muito favoráveis e também existem opções de financiamento.
Na aviação, o aumento da concorrência, com a chegada de novas empresas, vem favorecendo os preços”, explicou Luiz Barreto.
Fonte..:: Correio Braziliense