Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

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domingo, 4 de abril de 2010

Praias São Vicente - Praia São Vicente

Praia do Itararé
Com 2.400 metros de extensão, a Praia do Itararé está situada entre a Ilha Porchat e a Ilha Urubuqueçaba. A maior e uma das mais agitadas praias de São Vicente, ela se transforma no principal local de concentração dos jovens durante o verão, principalmente por suas formações de ondas propícias à prática do surfe. Na orla, existem 46 quiosques, com 92 boxes, que comercializam petiscos e bebidas aos freqüentadores. No local, foi implementado um complexo de lazer, com calçadão, ciclovia, iluminação, jardinagem e quadras de esportes.

Praia dos Milionários
Com 200 metros de extensão, a Praia dos Milionários está situada junto às pedras da Ilha Porchat e é a mais tranquila das praias vicentinas. Sua beleza é realçada pelos rochedos à sua esquerda, que propiciam, além de agradável lugar para a prática da pesca, uma bela vista da baía de São Vicente e da Ponte Pênsil.

Praia do Gonzaguinha
Com 800 metros de extensão, a Praia do Gonzaguinha fica entre o Marco Padrão e a Praia dos Milionários. Situada em uma baía espaçosa e de águas calmas, a praia tem sido muito procurada pelos praticantes de esportes náuticos, como iatismo, windsurf, esqui aquático e jet ski. Sete quiosques com cobertura de piaçava estão instalados ao longo do calçadão, onde também existem espaços verdes, bancos e decks de madeira para acesso à areia.

Praia de Paranapuã ou das Vacas
Com 100 metros de extensão, a Praia Paranapuã está situada no Parque Estadual Xixová-Japuí. Sua beleza é realçada pelos rochedos à sua esquerda, que propiciam, propicia uma bela vista da baía de São Vicente. Não é possível sua visitação pois integra o PEXJ (fechado para visitação pública).

Praia de Itaquitanduva ou Praia dos Surfistas
Distante de todas as praias vicentinas, a Praia de Itaquitanduva tem 300 metros de extensão e fica atrás do Morro do Xixová, abaixo do Pico do Itaipu, também no PEXJ (parque Estadual Xixová-Japuí). Isolada e praticamente deserta, a praia é reduto dos surfistas experientes, já que é conhecida por suas grandes ondas.O acesso à praia é difícil e só pode ser feito a pé (trilha), mas a paisagem quase selvagem, dominada pela Mata Atlântica, compensa a caminhada. A caminhada leva cerca de 40 minutos entre subidas e descidas. Apesar de pequena, a praia se divide naturalmente, por meio de formações de rochedos, em três trechos.


Para Roteiros de Turismo Históricos e Culturais em São Vicente e Região



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Caminho do Peabiru - Caminhos do Peabiru

Por..:: Sandro

Peabiru é o nome pelo qual ficou conhecido, não só um caminho, mas toda uma extensa rede de trilhas que ligava a região dos Andes á costa do Atlântico (de Cuzco, no Peru até São Vicente no litoral paulista e Palhoça no litoral catarinense - passando pelo interior do Paraná).

Há mais de uma tradução para esta palavra assim como muitas hipóteses para sua origem, criadores e o verdadeiro significado desse caminho milenar que ultrapassava 3000 quilômetros, sendo 1200 dentro do território brasileiro.

Descrito desde o século 16 como possuindo cerca de “oito palmos de largura”, algo em torno de 1,40 metros, com uma profundidade de 40 centímetros e forrado por uma grama miúda e macia tão fechada que impedia o crescimento de qualquer outra espécie de vegetal mantendo a passagem sempre livre. O professor Moysés Bertoni, pesquisador da cultura dos índios Guaranis, afirma que a grama foi plantada apenas em alguns trechos, mas as sementes que grudavam nos pés e nas pernas dos viajantes acabaram estendendo o revestimento aos demais trechos.

A misteriosa e hoje quase desconhecida estrada serviu para os conquistadores europeus alcançarem a notável civilização Inca por terra, anos antes de Francisco Pizarro destruí-la quase completamente.

Uma das hipóteses sobre a construção do Peabiru supõe justamente que o caminho tenha sido uma tentativa de expansão do Império Inca, ou de alguma civilização pré-incaica, em tempos muito antigos na direção do Oceano Atlântico. Neste caso, a expressão original Pe-Biru significaria algo como Caminho para o Biru, nome pelo qual os Incas denominavam seu território.

O historiador Luiz Galdino, em seu livro “Peabiru – Os Incas no Brasil” fundamenta que os Peabirus testemunham antigas incursões com o propósito de estender o domínio incaico até onde nasce o Sol - as margens do Atlântico.

Como via de mão dupla, o Peabiru permitiu a chegada dos Guaranis aos Andes. Mesmo sem relações duradouras, as idas e vindas de Guaranis e Incas pelo caminho deixaram vestígios de uma certa influência cultural na astronomia (leitura e uso de manchas da Via Láctea), estatística (semelhança do ainhé, cordão de cipó Guarani com o guipu dos Incas), música (flauta de pã), armamento (semelhança da macaná, borduna Guarani com a maqana incaica), denominação de fauna e flora : sara (espiga, em Guarani; milho em Quêchua); cui (animal roedor, nos dois idiomas); jaguar (felino, nos dois idiomas); mandioca e ioca; iuca, suri (ema, nos dois idiomas).

Outra hipótese aponta na direção dos Guaranis ou povos antecessores, como os Itararés, na construção do Peabiru, entre os anos 1000 e 1300. O termo, então, poderia ser interpretado como Caminho para a Terra Sem Mal, e estas tribos, originárias do território onde hoje fica o Paraguai, teriam construído o Peabiru durante sua migração para o litoral sul do Brasil, em busca de um paraíso, a lendária “Yvy Marã Ey” Terra Sem Mal.

Uma terceira hipótese é que o Peabiru teria sido aberto por ninguém menos que São Tomé, o incrédulo apóstolo de Cristo. Sérgio Buarque de Holanda, um dos mais importantes historiadores brasileiros, diz que a comoção criada no século 16 pela descoberta de um Caminho de São Tomé por pouco não desbancou o célebre Caminho de Santiago de Compostela.

A passagem de Tomé pelo Novo Mundo foi mencionada por índios, padres, autoridades e colonos europeus no século 16. A versão corrente é que um homem branco, barbudo, teria chegado ao litoral brasileiro “andando sobre as águas”. Os indígenas brasileiros o chamavam de Sumé.

Em sua peregrinação, teria ido ao Paraguai, abrindo o Caminho. Ali foi visto e chamado de Pay Sumé. Saindo do Paraguai, a misteriosa figura teria continuado até os Andes. Os pré incas o chamaram de Kuniraya. Mais tarde, o personagem recebeu dos Incas o nome de Viracocha. Após um período no Peru, ele teria ido embora, também “andando sobre as águas”.

O trânsito intenso através do Peabiru chegou a ser proibido, em 1553, por Tomé de Souza. Segundo o então Governador Geral do Brasil, era preciso fechar o caminho milenar e punir quem por ali transitasse com a pena de morte, pois “a fácil comunicação entre a Vila de São Vicente com as colônias castelhanas causavam um grande prejuízo à Alfândega Brasileira, resultado do contrabando”.

Só muito tempo depois, algumas dessas trilhas foram aos poucos sendo reativadas.
Provavelmente é o caso do chamado Caminho Velho, que teria usado uma das antigas ramificações do Peabiru para ligar Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro às Minas Gerais. Com a descoberta de pedras e metais preciosos naquela região do interior do Brasil, o Caminho Velho foi calçado com pedras e passou a ser conhecido como Trilha do Ouro.

Hoje boa parte da Trilha do Ouro pode ser desfrutada em passeios turísticos a partir da cidade histórica de Paraty no litoral sul do Rio de Janeiro.

Ainda hoje, muitos consideram os resquícios do Peabiru como um caminho sagrado, próprio para peregrinações pelo interior do Brasil, a partir de vários pontos do litoral principalmente Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

O Peabiru, também conhecido como “Caminho de Grama Amassada”, foi quase todo destruído pela intensa ocupação humana, restando pouquíssimos vestígios. Os mais importantes deles até o momento localizam-se em Pitanga no Paraná.

Nas margens do rio Três Barras e da baía da Babitonga (Joinvile - SC) começavam as ramificações do Peabiru conhecidas como Caminho Velho, Caminho de Três Barras, Caminho dos Ambrósios, Caminho de São Tomé, Caminho dos Jesuítas e Caminho de Monte Crista e se estendia por mais de duzentas léguas até à cidade de Cuzco no Peru. No Caminho de Monte Crista, que é apenas uma pequena parte da milenar trilha existem algumas obras de engenharia simplesmente admiráveis. A peculiar técnica de construção das canalizações d’água, como a da escadaria de pedra, faz lembrar as antigas obras de engenharia que se encontram na região andina, feitas por civilizações incas e pré-incaicas.

Ainda não é possível saber a rota exata do Caminho, mas, é possível traçar um roteiro aproximado.

O tronco paulista, que começava em São Vicente e Cananéia seguia a direção do Rio Tietê - município de Itu - Rio Paranapanema – Rio Itararé – nascente do Rio Ribeira do Iguape.

Entrando no Paraná percorria Doutor Ulisses – Cerro Azul – Castro – Tibagi – Reserva – Cândido de Abreu – Pitanga – Palmital – Guaraniaçu – Corbélia – Nova Aurora – Tupãssi – Assis Chateubriand – Palotina – Guaíra.

O tronco principal catarinense iniciava-se no Massiambu (Palhoça), seguindo por Florianópolis – litoral norte – Rio Itapocu – Guaramirim – São Bento – Mafra. Entrava no Paraná por Rio Negro – Campo do Tenente – Lapa – Porto Amazonas – Palmeira – Castro (trecho usado depois pelos tropeiros).

O Peabiru deixava o estado do Paraná por Guaíra. Havia outra passagem por Foz do Iguaçu – usada por Alvar Núñez Cabeza de Vaca em 1542.

O Peabiru então seguia ao norte até a Serra de Santa Luzia perto de Corumbá – Mato Grosso do Sul. Em Puerto Suarez penetrava na Bolívia, passava por Cochabamba – Sucre – Potosí. Nesses locais existiam caminhos Incas com várias opções para alcançar o Pacífico, as mais próximas eram Tacna, Montegua e Arequipa.

O geógrafo Olavo Raul Quant, em seu livro “Peabiru – O Caminho Velho” esclarece que depois de os portugueses e espanhóis chegarem à América do Sul, o Peabiru foi trilhado pelos padres jesuítas, por viajantes que vinham da Espanha e não queriam passar pelo Rio da Prata. Registros documentais das épocas indicam que Aleixo Garcia, Alvar Núñez Cabeza de Vaca e Fernando de Tejo y Sanábria, fizeram suas expedições por esses mesmos caminhos.

O português Aleixo Garcia utilizando o Peabiru foi o primeiro europeu a fazer contato com os Incas e a penetrar o interior do Brasil e do Paraguai em busca de um acesso às riquezas desse povo, no ano de 1524 a partir do litoral de Santa Catarina e rumando para oeste seguindo o caminho traçado pelos índios, chegou à região de Assunção, no Paraguai. Depois de diversas peripécias e confrontos com inúmeras tribos uma pequena parte de sua expedição retornou com peças de ouro e prata tomadas dos Incas.

O trajeto percorrido por Aleixo Garcia iniciou-se em Florianópolis no oceano Atlântico e foi até Potosí na Bolívia, pegando depois as estradas dos Incas e indo terminar no oceano Pacífico. Ou seja, é um caminho transcontinental pré-colombiano.

O “Caminho do Aleixo” – talvez o mais importante de todos – não é na direção norte-sul e nem leste-oeste, mas sim “inclinado”. Ele vai aproximadamente de sudeste para noroeste.

Ao notar essa inclinação a primeira pergunta que se coloca é a seguinte: por que os primeiros índios escolheram essa direção ao abrir a trilha? E como eles se orientaram para percorrer esse caminho?

É espantoso constatar que os Guaranis de Florianópolis falaram para o Aleixo Garcia que conheciam Potosí nos Andes. Que sabiam como ir e como voltar. Isso tudo a pé, em 1524, mais de 2000 quilômetros em linha reta – naturalmente seguiam os acidentes naturais, rios e tudo o mais – mas a direção inicial/final era Sudeste - Noroeste.

Ao olhar para o céu, em condições propícias, vemos a Via Láctea, que é chamada pelos Guaranis de Caminho da Anta (Tapirapé), ou Morada dos Deuses.É natural supor que o caminho da Terra Sem Mal, para eles era aquele caminho que estava lá em cima, no Céu. Que é o Caminho dos Deuses, dos espíritos, é a própria Via Láctea.

Não são só os nossos índios que viam assim. Pesquisando na História notamos que egípcios, os gregos, os indianos, todos viam a Via Láctea como um caminho. Os antigos nos falavam que havia um tesouro no fim e outro no começo do arco-íris. E a gente vivia sonhando em encontrar o começo e o fim dele. Fazendo uma comparação, os índios brasileiros e também os peruanos, queriam saber onde começava ou terminava o arco-íris celeste, ou seja, a Via Láctea.

Seguindo a Via Láctea, por terra, viam que o fim do Caminho ia dar no mar, no oceano Atlântico. E a Terra Sem Mal ficava “ali”, ou “lá”, em algum lugar. Por isso é que os índios foram à direção do mar. Por isso é que na maioria dos mitos indígenas, o profeta, o Sumé, vem do mar. Porque ele vem daquela ponta da Via Láctea à qual o índio não tem acesso.

Muito bem, pensa o índio, mas e do lado contrário do Caminho da Anta, o que existe? O índio não sabe. Então ele vai procurando na terra, seguindo a Via Láctea. E acaba chegando ao outro lado, que também não tem fim, chega num outro mar, o Oceano Pacífico.

Então a idéia básica é essa. O Caminho que nosso índio percorreu é aquele da Via Láctea, quando está mais alta no céu. E que é também, aproximadamente o caminho que liga as posições do nascer-do-sol no verão com o pôr-do-sol no inverno. Ou, Sudeste - Noroeste.

Segundo o historiador Eduardo Bueno, depois da jornada de Aleixo Garcia, o Peabiru se tornou um caminho bastante conhecido e muito percorrido. Por ele seguiria, em 1531, a malfadada expedição de Pero Lobo, um dos capitães de Martim Afonso de Sousa.

Também pelo Peabiru passaram Alvar Nuñes Cabeza de Vaca em 1541 e Ulrich Schmidel em 1553, jesuítas como Pedro Lozano e Ruiz de Montoya também o percorreram em suas missões de catequese aos Guaranis. Um século mais tarde, seria também pela via do Peabiru que Raposo Tavares e outros bandeirantes paulistas seguiriam para realizar seus devastadores ataques às missões do Guairá, no atual estado do Paraná.

Segundo Jaime Cortesão, foi pelo Peabiru que a civilização européia adentrou a oeste e subiu aos Andes. E para expressar a velocidade da penetração, basta assinalar que o gado, introduzido em 1502 em Cananéia, aparecia já em 1513 na Corte Incaica. Esta rapidez na disseminação de um elemento cultural prova quanto eram rápidas e ativas as comunicações através do continente.

Ainda no século XVI, o Peabiru foi o caminho usado para a fundação de Assunção, no Paraguai, para a criação de três ou quatro cidades espanholas no atual Estado do Paraná, para a implantação de 15 reduções jesuítas e até para a descoberta da maior mina de prata do mundo em Potosi, Bolívia.

Cortesão relata que, se julgamos tal caminho merecedor de tantas referências, é porque não somente foi o mais importante da face atlântica da América Latina, mas também o maior varadouro cultural e civilizador desta parte do mundo.

Depois de 1630, quando os bandeirantes entraram no Paraná e destruíram as cidades espanholas e as missões dos jesuítas, o Peabiru foi praticamente abandonado. O caminho ainda conseguiu retomar vida no século XIX, quando serviu, mais uma vez, para entrada de uma nova leva de homens brancos, os colonizadores pioneiros do interior do Paraná.

É notória a importância que o Caminho de Peabiru possui seja pelo traçado que cortava o continente, seja pelas personagens que por ele transitavam, pois é através dele que a verdadeira história e cultura de nossos antepassados são transmitidas nos dias de hoje, apesar da colonização européia que, utilizando do Peabiru adentrou na nossa região a fim de explorar o povo e a grandiosa riqueza natural aqui encontrada.

O Peabiru é um caminho de importância inquestionável e deve ser resgatado para que as raízes do nosso povo sejam mantidas vivas entre o maior número de cidadãos e não apenas na memória de poucos estudiosos.


Créditos
Sandro
Livro: Peabiru - Os Incas no Brasil - Autor: Luíz Galdino
Livro: Peabiru - O Caminho Velho - Autor: Olavo Raul Quandt
Livro: Peaberu - O Sagrado Caminho de Thomé - Autor: Wille Bathke Junior
Livro: Sumé e Peabiru - Autor: Hernani Donato
Livro: Cabeza de Vaca e o Peabiru - Autor: Olavo Raul Quandt
- Trecho da palestra do astrônomo Germano Bruno Afonso, no 1º Encontro Nacional dos Estudiosos do Caminho do Peabiru, em Pitanga / PR, em novembro de 2003.
http://www.caminhodepeabiru.com.br/


O CAMINHO DO PEABIRU: uma trilha transcontinental conectando a América do Sul muito antes da colonização.

A criação de São Paulo está diretamente ligada ao Peabiru. A pequena população de portugueses que já habitava a região de São Vicente sabia pelos índios da existência do caminho que ia até “montanhas cobertas de gelo” dominadas por um “Rei Branco” cheio de ouro e prata (era Potosi, e o rei era Inca). Ao tomar conta disso, Martim Afonso de Sousa achou pertinente criar ali uma base para futuras explorações. Os jesuítas vieram na sequência, com planos bem diferentes para aquelas entradas. Os religiosos sonhavam em usar estas trilhas como eixo de expansão da catequese no interior da América do Sul e São Paulo era uma dessas primeiras missões. O intercâmbio ao longo do que os padres chamavam de “Caminho de São Tomé” era tão intenso que em 1553 Tomé de Souza decidiu proibir seu percurso, sob forte protesto dos jesuítas, por medo da influência dos espanhóis que faziam avanços ao longo de sua extensão. O fechamento precoce do caminho é o maior desafio para se estabelecer sua localização, dependendo dos poucos relatos contemporâneos.

Alguns historiadores acreditam que em certos trechos a trilha chegava a ser pavimentada com pedra e documentos de época mencionam um caminho de oito palmos de largura coberto por uma certa erva rasteira mágica que resistia até o fogo e mantinha o contorno do caminho impedindo outras plantas maiores de crescer no lugar. Outros, como Sérgio Buarque de Holanda, sequer pensam que o Peabiru foi uma única via e sim um conjunto de caminhos e instruções de movimentação pelo território sul-americano. Independente de origem e aspecto, o Caminho do Peabiru partia de (ou terminava em) Cusco, passava por Potosí, Assunção do Paraguai e na região do Guayrá (interior do Paraná) se dividia em três ramais que alçavam a costa Brasileira. O primeiro chegava em Santa Catarina, próximo a Florianópolis, o do meio encontrava o mar em Cananéia e o mais ao norte descia a Serra do Mar até se deparar com o manguezal costeiro da atual Cubatão.

Pouco se sabe sobre essas rotas, já que a história oficial do Brasil até hoje é muito centrada nos feitos dos colonizadores. Segundo o mito, os Bandeirantes teriam desbravado o interior no país, até então selvagem e desconectado. Mas a verdade é que, muito antes dos europeus chegarem aqui, já existia uma comunicação transcontinental entre as diversas culturas ameríndias e o principal duto dessa integração era o Peabiru. Nas últimas décadas tem havido um esforço coletivo para tentar compreender a perspectiva indígena e re-escrever a narrativa da ocupação do território americano. 

(fatos_históricos, ecoturismo)

Para Roteiros de Turismo Históricos e Culturais


Sete bebidas tipicamente brasileiras

Uma seleção de refrigerantes e outras composições regionais. No Maranhão, o Guaraná Jesus é mais popular do que a Coca-Cola.

Por..:: Larissa Januário

Pelas ruas de São Luis, no Maranhão, o refrigerante cor-de-rosa com notas de canela é mais popular do que a Coca-Cola. É o Guaraná Jesus. No Paraná, um refresco gasoso à base de gengibre foi batizado de Gengibirra. E tem a Cajuína, cristalina, em Teresina.

O antropólogo Raul Lody anota que, como ocorre com as comidas típicas, as bebidas regionais do Brasil são influenciadas pelo clima, a vegetação e os costumes locais. E são várias. Lody classifica esses produtos por situações. “Existem as bebidas de cotidiano (refrigerantes, refrescos e licores), as de festa (quentões, batidas), que envolvem rituais culturais, e as de partilha”, explica.
“O chimarrão é assim. As pessoas se reúnem e todos partilham a mesma cuia.” Entre as artesanais, feitas em casa, o aluá é um refresco à base de casca de abacaxi ou farelo de milho muito consumido no norte e no nordeste do País.

Veja a seguir uma relação dos produtos regionais mais populares, seus ingredientes, influências e histórias.

Aluá
É um refresco de origem indígena e baixa dosagem alcoólica obtido da fermentação de casca de abacaxi, milho triturado ou arroz. Muito popular em diversas regiões do Brasil a receita artesanal tem variações no preparo e tipos de ingredientes de acordo com a localidade, mas é mesmo mais comum no norte e nordeste.

No Acre e na Amazônia é comum usar o milho triturado ou a farinha de milho, já em Belém do Pará usam cascas de frutas como o abacaxi, a raiz de gengibre (esmagada ou ralada), o açúcar (ou o caldo de cana) e o sumo do limão.

O antropólogo Raul Lody tem uma receita de aluá: coloque num pote de barro milho seco maduro, rapadura, gengibre e água. Deixe descansar por três dias. Coe e sirva bem gelado. Outra versão descrita pelo escritor é a feita com casacas de abacaxi, açúcar e água. “Coloque tudo em uma garrafa e enterre-a por três dias. Também toma-se gelado”.

Cajuína
A abundância do caju no estado do Piauí originou a bebida mais popular da região. Cantada por Caetano Veloso, nos versos de Cajuína, é símbolo cultural da capital Teresina. O refresco não é alcoólico e é obtido de forma artesanal a partir do suco do caju, filtrado, clarificado e esterilizado. A cor amarelo-âmbar se deve à caramelização dos açúcares naturais da fruta. A cajuína é consumida gelada.

Chibé
Muito popular entre os caboclos paraenses, é considerada comida por muitos devido ao seu valor energético, semelhante ao da gemada. É feita com água e farinha de mandioca processada. Na cuia, coloca-se a farinha e em seguida a água e, depois, tradicionalmente, se movimenta tudo da esquerda para a direita. Os nativos tomam o chibé duas a três vezes ao dia e acreditam que ele ajuda a vencer as dificuldades da vida e a repor as energias. Às crianças costumam adicionar açúcar, mel ou rapadura.

Chimarrão e Tereré
Provenientes da erva mate, tanto o chimarrão quanto o tereré são típicas bebidas de partilha com algumas peculiaridades. O chimarrão do Rio Grande do Sul é como um chá feito da erva torrada e servido quente na cuia. Já o tereré, do Mato Grosso do Sul, é feito da erva verde seca.

Foto: David Santos Jr./Foto Arena
Tereré do restaurante Sobaria, em São Paulo: a bebida é feita da erva verde seca. É bebida gelada em uma guampa (recipiente feito de chifre de boi)


É bebido gelado em uma guampa (recipiente feito de chifre de boi). Ambos usam a bomba (canudo de metal com uma base redonda fechada e pequenos furos que filtram a erva). O hábito de tomar o chimarrão e o tereré tem estreita ligação com os países vizinhos Paraguai e Uruguai. E o ritual que envolve a bebida também é parecido nos dois estados. As pessoas se reúnem em torno da cuia ou da guampa para saborear a bebida. No Mato Grosso do Sul, o pantaneiro costuma tomar o tereré no início da manhã e no início da tarde.

Extrato de Açaí
O açaí vem de uma palmeira muito comum no estado do Pará. Ela dá, sobretudo durante a seca, coquinhos do tamanho de uma cereja. O fruto de cor violeta-escura, quase negra, é escolhido e amassado para se tornar a bebida mais tradicional da região: o extrato de açaí, uma verdadeira paixão belenense. “É tomado com ou sem açúcar, com farinha d’água, farinha seca ou farinha de tapioca. Na forma de sorvete ou em mingaus, como se fosse leite, um leite vermelho misturado na papa de arroz, farinha de mandioca ou mandioca-puba”, explica Guta Chaves.

Gengibirra
O nome batiza alguns tipos de bebidas a base de gengibre. No Paraná, popular mesmo é a Cini Gengibirra. No processo industrial de fabricação do refrigerante a raiz descansa por um ano em decantação antes de entrar na receita.

Os locais costumam creditar à bebida efeitos de expectorante e até mesmo de afrodisíaco. Existe uma versão caseira que, além de gengibre, leva água e açúcar, fermento biológico e claras em neve para dar o efeito gasoso à bebida.

Foto: David Santos Jr./Foto Arena
Gengibirra, refrigerante à base de gengibre muito popular no Paraná. No Amapá, existe uma receita artesanal e alcoólica


No Amapá, a Gengibirra já não é assim tão inocente. Servida nas rodas de batuque, leva gengibre ralado, fervido em um litro e meio de água com cravos da índia e açúcar caramelado. Depois de fervida a mistura, adiciona-se cachaça a gosto. Todas as versões são consumidas geladas.

Guaraná Jesus
No Maranhão, o Guaraná Jesus é carinhosamente conhecido como o “sonho cor de rosa”. É um raro fenômeno de resistência regional às grandes marcas globais de refrigerantes. A jornalista e pesquisadora Guta Chaves conta que a fórmula da bebida é a mesma criada em 1920 num laboratório de fundo de quintal, em São Luís, pelo farmacêutico Jesus Norberto Gomes. Na época, ele tinha acabado de importar uma máquina de gaseificação.

Gomes queria produzir uma espécie de magnésia fluída, mas não deu certo e ele resolveu fazer uma bebida para os netos a partir de 17 ingredientes básicos, entre eles ervas e produtos que descobria em suas viagens pela Amazônia.

Foto: David Santos Jr./Foto Arena
Guaraná Jesus, o sonho cor-de-rosa do Maranhão


O gostinho de canela adocicada e a cor diferente agradaram a molecada de toda a vizinhança e, com o tempo, a bebida caiu no gosto popular.

A história do Guaraná Jesus confunde-se com a de seu criador. Tanto que quando lhe foi exigido o registro formal do produto já conhecido informalmente por “Guaraná de Jesus”, assim permaneceu. “O refrigerante, que tem a mesma fórmula há 80, foi comprado recentemente pela Coca Cola Brasil e talvez por isso o nome tenha mudado para Cola-Guaraná Jesus”, explica a pesquisadora.

Fonte..:: IG

(receitas culinária)

Cães e gatos vão ganhar passaporte internacional

Cães e gatos que acompanharem seus donos em viagens para outros países vão ganhar passaporte internacional. É o que determina um decreto publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União. O documento vai poder substituir os atuais certificado sanitário internacional e atestado de saúde para trânsito de cães e gatos - caberá ao dono decidir se prefere aderir ao passaporte ou não.

A expedição do Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos ficará por conta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo o decreto, o documento deverá ter informações de identificação do dono (nome completo e endereço), do animal (nome, espécie, raça, sexo e data de nascimento), da vacinação antirrábica e de exames exigidos pelos países de destino.

O Ministério da Agricultura informou que está elaborando uma instrução normativa para definir detalhes sobre o passaporte e a aplicação dos microchips, uma forma de identificação eletrônica. O microchip já é obrigatório para a entrada de cães e gatos na União Europeia e no Japão.

Em nota, o Ministério diz que "o documento dará mais rapidez ao processo, já que o mesmo passaporte poderá ser utilizado para a viagem de ida e retorno de cães e gatos ao Brasil".

As regras para viagem internacional variam de acordo com a região - a União Europeia, por exemplo, permite ingresso do animal após três meses da realização do teste de anticorpos contra raiva; no Japão, a espera é de seis meses, informa o ministério.

"Hoje, qualquer cão que sai do Brasil para a União Europeia precisa ter o microchip, mas em países como os Estados Unidos, ainda é possível entrar sem ele", afirma o médico veterinário Marcelo Bauer. A clínica dele, no bairro do Morumbi, em São Paulo, implanta cerca de 60 microchips mensalmente, por R$ 75. O aparelho, revestido em capa de polipropileno, tem o tamanho de um grão de arroz. É implantado em menos de trinta segundos, na base do pescoço do animal.

Fonte..:: Yahoo

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog

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Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.