Em 1584, por ordem de Felipe II, rei da Espanha, ergueu-se na embocadura do estuário de Santos a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. O projeto era de Giovanni Battista Antonelli, arquiteto militar que acompanhava a esquadra espanhola do Almirante Diogo Flores Valdéz.

Um ano antes, precisamente na tarde de 24 de janeiro de 1583, três navios chegaram à Santos sob comando do espanhol Andrés Higino. Eles faziam parte da Invencível Armada Espanhola, esquadra de 16 embarcações de Valdéz. Sua missão era construir um forte no Estreito de Magalhães.

Próximo à Santa Catarina, Valdéz determinou o retorno de três navios, entre eles Santa Maria de Begónia. As embarcações pararam em Santos com a finalidade de abastecer, mas encontraram dois navios ingleses comandados por Edward Fenton, com quem travaram combate. 

Os ingleses também queriam seguir rumo ao Estreito de Magalhães, mas o conflito os obrigou a retornar ao seu país de origem. No entanto, a nau espanhola Santa Maria de Begónia sofreu avarias. 

Assim, Antonelli ficou em Santos juntamente com a tripulação do Begónia, para projetar e dirigir as obras da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.

Surgia, assim, a história daquele que é considerado o mais expressivo conjunto arquitetônico-militar do Estado de São Paulo e baluarte de um complexo de fortificações coloniais erguidas para proteger o Porto de Santos.

A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande defendeu as terras e as águas do estuário santista na Colônia, no Império e na República do Brasil. 

Do século 16 ao século 19, alguns eventos podem ser destacados. Em 1591, protegeu a região contra o corsário inglês Thomas Cavendish; em 1615, contra o corsário holandês Joris van Spilbergen; em 1770, no seu apogeu, dispunha de 28 canhões. E em 1893, cumpriu sua última missão de artilharia, contra o cruzador República, na Revolta da Armada.

“O comando do sistema defensivo do Porto de Santos era na Fortaleza. Do lado de lá (Santos), onde está o Museu de Pesca, ficava o Forte Augusto, que vigiava Guarujá. Se aparecesse um navio suspeito, eles davam um tiro. Aqui (na Fortaleza) davam dois tiros. As demais fortificações disparavam um tiro”, explica o pesquisador e coronel Elcio Rogério Secomandi que, ao lado da professora Clotilde Paul, vai lançar a segunda edição do livro Porto de Santos - Armada no Mar & Bandeiras na Terra

O local ficou ativo até 1905, quando foi substituído pela Fortaleza de Itaipu (Praia Grande). Foi tombado em 1967. Hoje, é administrado pela Prefeitura de Guarujá, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Foi o principal espaço público destinado à realização de atividades comunitárias e sociais desenvolvidas pelo Núcleo de Extensão Comunitária (Necom) da Universidade Católica de Santos (UniSantos), entre 1992 e 2012.

Fonte..:: A Tribuna

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