Por Suely Piedade Santos
* Festa, 1934 - (Brasil, 1867-1949)- óleo sobre tela, 26 x 36 cm - Coleção Particular.
* Procissão 1940 - Emygdio de Souza - Doação Carlo Tamagni - Pintura Acervo do MAM.
* Praia de Itanhaém 1947 - Emygdio de Souza - óleo sobre tela, 30 x 49,5 cm.
* Centro de Itanhaém 1949 - Emygdio de Souza - óleo sobre tela - 32 x 49 cm.
* Procissão 1940 - Emygdio de Souza - Doação Carlo Tamagni - Pintura Acervo do MAM.
* Praia de Itanhaém 1947 - Emygdio de Souza - óleo sobre tela, 30 x 49,5 cm.
* Centro de Itanhaém 1949 - Emygdio de Souza - óleo sobre tela - 32 x 49 cm.
Biografia
Vários biógrafos e historiadores citam Emydio de Souza como um artista que retratou os costumes, as festas e a vida dos caiçaras de Itanhaém, contribuindo para a perpetuação das tradições.
Também se referem a sua personalidade e trajetória , iniciada em 21 de maio de 1867, data do seu nascimento, enfatizando suas raízes e origem humilde, responsáveis pela simplicidade e verdade do seu trabalho e pontuam o fato dele ter sido um autodidata, cabendo ao esforço próprio e ao talento nato sedimentarem uma carreira brilhante e livre de influências.
Sua obra não foi vasta, mas intensa e ele um artista talvez mal compreendida na sua época desabafou o sobrinho E.J. em publicação (imagem) por ocasião de sua morte.
Os registros históricos ainda documentam que Emydio viveu muitos anos no sítio dos avós, localizado às margens do Rio Itanhaém. na fralda do Morro Sapucaitava, lugar onde constituiu família, tendo vivido ainda na Casa da Estrada de ferro por força do trabalho e finalmente na Rua Doutor Henrique da Cunha Moreira nº. 49, no centro de Itanhaém.
Contam também que foi um homem dotado de inúmeras habilidades, fato comprovado nos escritos de Ernesto Zwarg e outros pesquisadores, que enumeram suas inúmeras facetas:
Emydio poeta,
Emydio contista,
Emydio folclorista,
Emydio músico,
Emydio professor,
Emydio teatrólogo,
Exerceu vários cargos públicos: agente do Correio de Itanhaém, professor público na 'Escola do Sexo Masculino', vereador, Intendente, Primeiro Suplente do Subdelegado de Polícia, Secretário da Prefeitura, Chefe de Estação Ferroviária de Peruíbe (na ocasião ainda pertencente a Itanhaém).
Literatura
Na atividade literária, a partir de 1915, incentivado por amigos, publicou cerca de 21 contos "Os Contos da Roça" no jornal Correio do Litoral.Clique aqui para ler a coletânea de 24 contos, só disponível na versão digitalizada dos quais 21 foram originalmente publicados no Jornal Correio do Litoral

Tal relíquia, só agora trazida a público com autorização de sua bisneta Renata Luz Leite de Oliveira, depositária da inédita obra, documenta a faceta de escritor do talentoso itanhaense. Esta obra ficará em exposição no Museu da Conceição de Itanhaém, localizado no prédio histórico da Casa de Câmara e Cadeia.
Música
De 1919 a 1921 escreveu diversas peças encenadas, juntamente com a filha Clarisse de Souza Mariano no Gabinete de Leitura, assim como anos mais tarde (1938/39) compôs algumas canções, resgatadas da memória de sua neta Elvira, que as cantarolou para o historiador José Carlos Só e vão aqui copiadas.
Título não lembrado
Quem vem lá da roça
à nossa cidade, busca a felicidade
em Itanhaém.
Talvez não saiba, que uma hora passada
é uma hora marcada.
Num grãozinho de areia...
Ouve-se ao longe o apito do trem
lá na estação
hora da partida, hora da despedida
de uma ilusão.
Título não lembrado
Oh Itanhaém, oh Itanhaém
quem te conhece
te quer muito bem, oh Itanhaém
Tuas praias formosas e lindas
Com que tanto carinho acolheis
Tuas areias tão brancas e finas
e o poma que Anchieta escreveu
Oh Itanhaém , oh Itanhaém
quem te conhece
te quer muito bem, oh Itanhaém
Tuas praias formosas e lindas
Com que tanto carinho acolheis
Tuas areias tão brancas e finas
e o poma que Anchieta escreveu
Oh Itanhaém, oh Itanhaém
quem te conhece
te quer muito bem, oh Itanhaém
Quem vem lá da roça
à nossa cidade, busca a felicidade
em Itanhaém.
Talvez não saiba, que uma hora passada
é uma hora marcada.
Num grãozinho de areia...
Ouve-se ao longe o apito do trem
lá na estação
hora da partida, hora da despedida
de uma ilusão.
Título não lembrado
Oh Itanhaém, oh Itanhaém
quem te conhece
te quer muito bem, oh Itanhaém
Tuas praias formosas e lindas
Com que tanto carinho acolheis
Tuas areias tão brancas e finas
e o poma que Anchieta escreveu
Oh Itanhaém , oh Itanhaém
quem te conhece
te quer muito bem, oh Itanhaém
Tuas praias formosas e lindas
Com que tanto carinho acolheis
Tuas areias tão brancas e finas
e o poma que Anchieta escreveu
Oh Itanhaém, oh Itanhaém
quem te conhece
te quer muito bem, oh Itanhaém
Pintura
Dentre tantas artes, a pintura foi sabidamente o que mais preencheu a vida de Emydio e lhe rendeu reconhecimento mesmo que tardiamente.
Sua obra consta de aproximadamente 40 quadros, muitas dos quais encontradas em coleções particulares e retrataram as tradições populares da Festa do Divino às cenas do cotidiano da gente da terra, detalhando a paisagem e as construções de Itanhém, deixando às futuras gerações um registro precioso de sua época.
Há detalhes da sua trajetória como pintor, como o fato que desde rapaz Emydio tinha por hábito observar a técnica do grande pintor Benedito Calixto, outro ilustre homem de Itanhaém, de quem se tornou ajudante e aluno e com quem aprendeu alguns segredos da arte.
Foi no inicio do ano de 1949, ano de sua morte, que Sergio Milliet, critico e pintor, o levou a realizar uma mostra individual de marinhas e paisagens em São Paulo, na conceituada Galeria Domus, consagrando seu talento.
Na pintura Emydio teve ainda outro grande incentivador, o pintor Alfredo Volpi a quem conheceu nos final dos anos 30.
Consta no livro Histórias e Estórias de José Carlos Só. que Volpi o ajudava na obtenção de material como cavaletes, pincéis e telas além de sobras de tintas . E que , além de amigo e admirador, se encarregava da venda das telas de Emydio a quem considerava o primeiro pintor primitivo do Brasil.
Acima da postagem o Slide com algumas imagens das obras de Emydio de Souza
Curiosidades
É interessante observar que Emydio foi pai apenas de mulheres, justamente as meninas que o rodeavam na mesa de jantar da casa da família para ouvir histórias, segundo sua neta mais velha, dona Martha Valente que define o avô como um homem voltado para família, observador dos costumes religiosos e cultivador das tradições.
Como homem voltado para a religião, colaborou, nos idos dos anos 40, na recuperação de imagens sacras pertencentes ao Convento de Itanhaém, indicando sua possível localização, visto saber que as mesmas haviam sido enterradas por um antigo vigário da cidade.
Outro fato ocorrido em Itanhaém em 1946 está documentado no manuscrito abaixo, guardado até hoje pela família.
Seu falecimento aconteceu em Santos no dia 19 de setembro de 1949, aos 82 anos e o sepultamento em Itanhaém.
Homenagem prestada por ocasião do 11º aniversário da sua morte. Publicação - A Tribuna, Santos - Nov.1960
Em 1998 a Logos Engenharia patrocinou a publicação do calendário do MAC resgatando a obra do pintor primitivo Emygdio Emiliano de Souza
(fatos_históricos, fotos_antigas)
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