Reconhecer a cultura e diversas fontes de conhecimento
pode melhorar as avaliações
Não importa se você mora em uma
grande metrópole, no litoral ou na zona rural, a natureza é imprescindível para
seu bem-estar! A natureza fornece ao ser humano desde elementos básicos para a
vida (água, alimento, energia, ar puro) até oportunidades para recreação,
inspiração e benefícios psicológicos e espirituais. No jargão científico, esses
são os serviços ecossistêmicos, também conhecidos mais recentemente como
“contribuições da natureza para as pessoas”.
Debater e tomar decisões acerca
da sustentabilidade do meio ambiente pressupõe uma grande negociação e
compartilhamento de valores da natureza. Conflitos emergem quando decisões
sobre um determinado recurso tem valor distinto para os grupos envolvidos. Este
tema, é particularmente importante, delicado e fundamental quando se pretende
construir um conjunto de decisões que sejam equitativas e efetivas.
Um momento importante na difusão
do termo serviços ecossistêmicos ocorreu em 2005, com a publicação do relatório
da Avaliação Ecossistêmica do Milênio (Millenium Ecosystem Assessment),
encomendada pela ONU. O programa avaliou os impactos do ser humano no meio
ambiente e focou nos ecossistemas, na depredação dos recursos naturais e em
formas de conservação e uso sustentável da natureza.
Em um esforço de congregar estas
diferentes visões de mundo, a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e
Serviços Ecossistêmicos (IPBES) lançou uma proposta (2013) de englobar todos
estes sentidos dentro de um conceito único e que buscasse ser o mais inclusivo
e plural possível: Contribuições da Natureza para as Pessoas (Nature’s
Contribution to People).
Um dos elementos-chave mais
recentes de a estrutura conceitual do IPBES é a Noção das Contribuições da Natureza
para as Pessoas (NCP), que se baseia no serviço do ecossistema conceito
popularizado pelo Millennium.
Cabem na Noção das Contribuições
da Natureza para as Pessoas (NCP) tanto as perspectivas utilitaristas, como a
produção de alimentos, quanto as perspectivas sagradas (rituais culturais),
como aquelas que entendem a Terra como um ser vivo venerável. Inclui-se
igualmente neste conceito possíveis aspectos negativos e positivos.
Fonte: Proposta sintética da
Avaliação Ecossistêmica do Milênio (2005).
A expressão “valor” pode ter
inúmeros sentidos, tais como monetário, visão de mundo, contexto cultural,
preferências pessoais, importância, entre outros. Dialogar dentre tantos
significados não é uma tarefa fácil especialmente quando se pretende equacionar
questões relacionadas aos usos de recursos naturais perante inúmeros países,
povos e culturas em escala global.
É importante ressaltar que na prática, as formas como os valores são compreendidos, reconhecidos e abordados são complexas e têm impacto nas decisões que podem afetar os resultados das negociações sobre a conservação e uso sustentável da biodiversidade.
Marco conceitual IPBES. Fonte: BPBES-Diagnóstico brasileiro de biodiversidade e serviços ecossistêmicos (2019).
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