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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O Cemitério de Père Lachese (Paris): História e Curiosidades

Poucas estratégias de marketing foram mais bem sucedidas do que a importação de cadáveres. No início do século 19, Paris lidava com a falta de cemitérios e com o risco de epidemias causadas pelos túmulos na área central da cidade. Para evitar o aumento da fila dos mortos em busca de tumbas, uma das soluções foi construir o cemitério de Père Lachaise, no 20th arrondissement. Ou seja, longe pra caramba, pelo menos naquela época.

O Père Lachaise foi inaugurado em 1804, alguns anos depois da Revolução Francesa e quando Napoleão governava o país. Lá não faltava espaço para os mortos. Só que ninguém queria ser enterrado ali. A distância do centro e o fato de não ser uma área indicada pela Igreja fez com que os primeiros meses do Père Lachaise fossem um tremendo fracasso. Até que alguém teve uma ideia: levar gente famosa para o novo cemitério. Quer dizer, gente morta famosa.

Os restos mortais de Molière e La Fontaine, mortos mais de 100 anos antes, foram desenterrados e levados ao Père Lachaise, tudo com muita divulgação, claro e, de repente, o Père Lachaise ficou pop transformando-se numa das principais atrações turísticas de Paris – por lá passam dois milhões de visitantes todos os anos, uma multidão que vai em busca de tumbas de pessoas famosas, que podem ser contadas nas centenas:

  • Jim Morrison (1943-1971)
  • Frédéric Chopin (1810-1849)
  • Auguste Comte (1798-1857)
  • Oscar Wilde (1854-1900)
  • Édit Piaf (1915-1963)
  • Marcel Proust (1871-1922)
  • Allan Kardec (1804-1869)
  • Honoré de Balzac (1799-1850)
  • Georges Méliès (1861 – 1939)
Vizinhança gente boa, né?


..:: As histórias do Père Lachaise

A morte fez de Victor Noir um cara famoso. E mulherengo. O jornalista morreu em 1870, ao levar um tiro durante uma briga com o príncipe Pierre Bonaparte. A morte causou comoção em Paris, mas não tanto quanto a estátua que foi colocada na tumba do jornalista.

A estátua de bronze mostra Victor Noir morto. A boca meio aberta e a cartola jogada ao lado do corpo ajudam a compor o cenário macabro, mas nada causou mais impacto na opinião pública do que a calça da estátua. Ou melhor, o monte abaixo da calça, que mostra uma ereção pós-morte e tornou Victor Noir uma lenda. Em busca de fertilidade, mulheres passaram a colocar uma flor no chapéu da estátua, beijá-la nos lábios e, não menos importante, dar um esfregadinha na genital da estátua, que a essa altura do campeonato já está até desgastada de tantos esfregões.

E essa não é a única história bizarra envolvendo as tumbas do Père Lachaise. A do Oscar Wilde, autor de O Retrato de Dorian Gray, também gera visitas mais, digamos, participativas. Virou costume das fãs beijar a tumba, deixando marcas de batom na pedra. Há alguns anos o túmulo estava coberto de marcas de batom, a ponto de um vidro ter sido instalado para evitar a prática.

Talvez a única tumba que concorra com a do Oscar Wilde no número de peregrinos é a de Jim Morrison. Só que os fãs do vocalista do The Doors são bem mais barulhentos, a ponto do túmulo já ter sido encarado como um problema pela direção do cemitério e gerado reclamações por parte das famílias donas das tumbas ao redor.

Além das tumbas famosas, vale a pena prestar atenção nas obras de arte espalhadas por todo o cemitério, que é um dos maiores jardins de Paris. Só não deixe o clima calmo te enganar: o Père Lachaise também já viu a guerra. Em 1871, revolucionários da Comuna de Paris foram perseguidos e fizeram as tumbas do cemitério de trincheiras. Após uma luta violenta, 147 combatentes morreram ali, aumentando ainda mais o valor histórico do Père Lachaise.


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