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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

TURISMO TUMULAR: Renato Marchesini continua Inovando no Turismo da Baixada Santista

Interessados pagam até R$ 600 para fazer turismo 'tumular' em SP; entenda
Cidade tem locais históricos que atraem interesse, principalmente, de pesquisadores.

Por..:: Fabrizio Neitzke e Matheus Degásperi Ojea*
Matéria do G1 Santos - de 02/11/2019 09h11.

Renato Marchesini, gestor de projetos turísticos em São Vicente — Foto: Fabrizio Neitzke 

Investindo no conceito dos cemitérios como lugares que guardam, em suas lápides e mausoléus, registros históricos e arquitetônicos preciosos, uma empresa de turismo R9 Turismo de São Vicente tem, entre seus roteiros de passeio pela região, um tour pelos cemitérios santistas. É o que o gestor de projetos da agência, Renato Marchesini, chama de “pacote tumular”.

A proposta é bastante diferente dos outros roteiros oferecidos ao público, já que a empresa investe mais em passeios de ecoturismo. “Tumular” foi a palavra escolhida por Marchesini para vender o pacote, porque, segundo ele, o termo abrange mais do que somente turismo em cemitérios.

Assim, um local como o Pantheon dos Andradas, no Centro de Santos, se encaixa no turismo tumular. Em Santos, o pacote tem cerca de seis horas de duração e atende grupos de 10 a 25 pessoas. O roteiro prevê a visita a quatro cemitérios da cidade: Areia Branca, Filosofia, Paquetá e o Memorial. Desses, Marchesini acredita que os de maior impacto são o do Paquetá, primeiro de Santos e onde estão enterradas diversas personalidades, e o Memorial, presente no livro dos recordes desde 1991, que tem destaque por ser o maior cemitério vertical do mundo.

Roteiro histórico incluir peças arquitetônicas importantes dos cemitérios, 
além dos túmulos de artistas e políticos — Foto: Fabrizio Neitzke

Renato Marchesini acredita que fazem parte do público-alvo do roteiro arquitetos, estudantes dos cursos de História e História da Arte, além de jogadores de RPG. Mesmo admitindo que ainda há pouca procura, o empreendedor entende que esse tipo de passeio tem potencial para crescer.

O pacote nasceu depois de Marchesini ter recebido pedido de uma universidade paulistana para levar uma turma que estudava arte tumular para conhecer os cemitérios de Santos. Para criar o roteiro, ele se aprofundou na história dos lugares, contratou um coveiro para ajudar a guiar o grupo e realizou a excursão. Desde então, o pacote continuou disponível no site da agência R9 TURISMO.

Além de bastante específico, o valor do roteiro também é alto. Uma excursão individual custaria de R$ 500 a R$ 600, em média. Por isso, o ideal é realizar o passeio em grupos, dividindo a quantia entre os participantes.

..:: Importância histórica
O pesquisador e professor de História César Agenor explica que a aparição dos cemitérios públicos no Brasil data de meados do século XIX. Na época, um embate entre o discurso médico e o religioso provocou a discussão sobre o modo de velar e enterrar os mortos, de forma a evitar a proliferação de doenças no Rio de Janeiro.

A Corte Imperial legislou em favor do discurso médico, e diversos cemitérios surgiram em todo o País. “Cemitérios não são lugares mórbidos. São para perpetuar a memória dos mortos que criaram o mundo em que vivemos”, argumenta Agenor. Ele ressalta, ainda, a importância do cemitério do Paquetá, pelos túmulos de personagens importantes, como o ex-governador Mário Covas, o pintor Benedicto Calixto, o ex-prefeito Esmeraldo Tarquínio e o poeta Vicente de Carvalho. “São pessoas que ajudaram a construir o Brasil. Todos os nomes de ruas estão aqui”, comenta.

Rua da entrada principal do cemitério do Paquetá, em Santos — Foto: Fabrizio Neitzke

Renato Marchesini também ressalta a importância dos cemitérios como registros históricos. Por serem lugares que raramente mudam de finalidade, também existem peças arquitetônicas de estilos antigos que não são mais usados.

Dependendo da religião, é possível, ainda, observar como diferentes culturas lidam com a morte. Além da questão histórica, o empresário acredita que os cemitérios e seus entornos também poderiam servir de centros de lazer e entretenimento, como ocorre em outros lugares do mundo, como a França e a Argentina.

“Isso aqui é um paraíso”, diz Thiago Braz, 36 anos, sentado em um banco do lado de fora da capela central do Cemitério do Paquetá, onde é coveiro há dois meses. Além da tranquilidade, um outro atrativo, menos convencional, são as histórias de fantasmas do lugar. Apesar de se dizer cético, ele menciona a história do “fantasma do Paquetá”. Ele explica que a lenda faz referência ao fantasma de uma noiva que sai do túmulo à meia-noite e assombra as redondezas.

Para Braz, apesar de atrair alguns curiosos, a parte histórica é muito mais atraente. Ele conta que o cemitério não tem recebido muitos corpos nos últimos tempos. Caminhando pelas ruas do Paquetá, são raras as lápides contendo anos de mortes ocorridas nesta década.

Túmulo do ex-governador Mário Covas, uma das personalidades sepultadas no Cemitério do Paquetá — Foto: Fabrizio Neitzke

Para o coveiro, apesar da beleza do lugar, o cemitério tem pouca visitação de turistas devido ao entorno. “Você entra aqui e parece que está em um lugar diferente de onde veio”, observa, ressaltando a falta de segurança nas redondezas.

O terreno de 26 mil metros quadrados é vizinho de uma base da Polícia Militar e também do prédio da Coordenadoria de Segurança da Região do Centro Histórico, que faz parte da Guarda Municipal. Apenas o portão principal do cemitério fica aberto, enquanto a entrada pela rua Amador Bueno fica constantemente fechada, com uma caçamba de entulho bloqueando a passagem. Cercas elétricas cobrem todos os muros do local.

Em nota, a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Comunicação, afirmou que não existe projeto turístico para os cemitérios da cidade. A Prefeitura ressalta que o cemitério do Paquetá é considerado patrimônio histórico arquitetônico e cultural de Santos “por sua antiguidade e pelos homens ilustres que estão ali enterrados”.

*Sob supervisão de Alexandre Lopes


Para Roteiros de Turismo tumular em Santos e Região

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