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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

ECONOMIA SOLIDÁRIA: O que são Empreendimentos Econômicos Solidários e sua história no Brasil

A Economia Solidária surgiu como uma alternativa de geração de trabalho e renda, a fim de combater a exclusão social, principal fator que influenciou a criação dos Empreendimentos Solidários.

Segundo Paul Singer (2008), “o trabalho é uma forma de aprender, de crescer, de amadurecer, e essas oportunidades a Economia Solidária oferece a todos, sem distinção”. Do ponto de vista econômico-social, a Economia Solidária tem uma carga de responsabilidade muito grande, por contemplar todas as pessoas, sem distinção, oferecendo a elas um meio alternativo de sustento, em que o trabalho coletivo é mais importante que o individual e a valorização do trabalho humano é referência no setor. Essa característica acaba sendo o diferencial para os envolvidos, melhorando a qualidade de vida dos integrantes de forma sustentável, contribuindo também com o meio ambiente.

A importância da Economia Solidária está em sua finalidade multidimensional direcionada às áreas de atuação de aspecto social, econômico, político, ecológico e cultural.

Assim, observa-se que primeiramente ela adota o princípio de fortalecer a capacidade de ação dos empobrecidos e afasta-se da lógica dominante de produção de bens e de reprodução social ao eliminar a divisão entre trabalhadores e meios de produção, entre produção e apropriação dos frutos do trabalho.

Conclui-se então que, a Economia Solidária é muito mais que um meio de geração de renda para seus participantes, mas também é um educador social, diminuindo as  desigualdades, destacando as relações sociais e ambientais e moldando uma nova sociedade: mais justa, igualitária e ecologicamente correta.

..:: Empreendimentos Econômicos Solidários

Podemos definir como Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) àquelas Organizações de cunho solidário, tais como cooperativas e associações, empresas autogestionárias, grupos de produção, clubes de trocas entre outros. Essas Organizações podem exercer atividades das mais diversas, desde prestação de serviço, comércio, produção de bens e até financiar crédito de forma colaborativa e solidária.

Como já se sabe, os Empreendimentos Econômicos Solidários desempenham importante papel de nivelação social, de obtenção de renda e, em última instância, de consolidação dos direitos da classe trabalhadora. Segundo estudo realizado pelo doutor em economia Leandro Pereira Morais (2013), os Empreendimentos Econômicos Solidários podem ser uma alternativa viável para inserção dos chamados “grupos-problema” (analfabetos, analfabetos funcionais, pessoas sem nenhuma qualificação) no mercado de trabalho, garantindo-lhes sustento e dignidade. Morais (2013) ressalta ainda que tal modalidade de empreendimento pode contribuir para que a sociedade repense o atual
modelo de desenvolvimento econômico.

As origens históricas da Economia Solidária no Brasil e, por conseguinte, dos Empreendimentos Solidários, remontam ao final do século XX, sendo o primeiro formato dessa modalidade, o cooperativismo popular, nascendo como resposta à exploração do trabalho e aos abusos do capitalismo industrial. O aprofundamento da crise da estrutura de trabalho, onde os trabalhadores eram obrigados a enfrentar longas jornadas de trabalho subumano e o deterioramento dos direitos humanos básicos, abriram espaços para o surgimento de uma nova forma de Organização do trabalho, mais solidária, humana, sustentável e digna.

Isso nos remete à algumas das características principais dos Empreendimentos Solidários: a inclusão independentemente de classe social e a autogestão (s.f. Administração de uma empresa por seus empregados / Na economia socialista, sistema de gestão coletiva). No entanto, o fato de não terem a maioria dos benefícios que em outras Organizações está assegurado ao final do mês - como salário, FGTS, vale-transporte e dentre outros - impede que tenham alguma “segurança”, já que toda a renda vem das atividades e venda dos seus produtos, ou seja, esses empreendimentos buscam por meio dos
trabalhos realizados se autosustentar e gerar a renda para seus associados e suas famílias.

Dos valores arrecadados com os produtos vendidos, separa-se o dinheiro para cobrir os custos de produção e manutenção dos equipamentos e o restante é dividido entre os participantes de forma igualitária. A forma de divisão do dinheiro arrecadado varia de acordo com o método de trabalho que cada Organização adota, por exemplo, há empreendimentos onde o valor arrecadado é proporcional ao trabalho realizado, mas ainda sim, a divisão busca sempre ser de maneira justa e igualitária. E isso é o que chama mais atenção nesses empreendimentos, a união de todos os envolvidos trabalhando em conjunto a fim de alcançar o objetivo proposto.

Atualmente, a Economia Solidária, bem como os Empreendimentos Solidários, tem se modificado e, a partir de Instituições e Organizações que apoiam as iniciativas solidárias, desenvolveu-se uma rede solidária sólida com ciclos de produção e comercialização, feiras de cooperativas e fóruns locais. Hoje, segundo estimativa do Ministério do Trabalho e Emprego, são 27 fóruns estaduais que tratam da Economia Solidária, além do Fórum Brasileiro. Com o crescimento exponencial dessa nova forma de fazer economia, os incentivos governamentais cresceram, dando subsídio para os bancos populares, profissionalização aos agentes solidários (cooperados, associados, etc) e apoiando os centros populares de comercialização. Em 2003, o Governo Federal criou um programa inédito para a história da Economia Solidária no Brasil, a Secretaria Nacional de Economia Solidária, o qual implementa o Programa Economia Solidária em Desenvolvimento, o intuito desse programa é o de fortalecer e divulgar os produtos oriundos da ES, desenvolvendo assim, geração de trabalho, renda e inclusão social. 

..:: Referências:
SINGER, Paul. Economia Solidária: entrevista com Paul Singer. ESTUDOS AVANÇADOS, São Paulo, v.22, n.62, p. 289 – 314, Jan./Abr 2008. Entrevista concedida a Paulo de Salles Oliveira.

GAIGER, Luiz I. A Economia Solidária diante das desigualdades. Revista Dados.v. 50, n. 3, 2007.

AUTOGESTÃO in: DICIONÁRIO do Aurélio Online. [s.n.t.]. Disponível em: . Acesso em: 03 de out. 2013.

Disponível em: .
Acesso em 24 set. 2013, 08:56.

Disponível em: < http://www.unicamp.br/unicamp/ju/571/empreendimentos-solidariostem-papel-na-insercao-social-de-grupos-marginalizados> . Acesso em 1 de out. 2013,12:03.

Disponível em: . Acesso em 24 set. 2013, 09:58.

LECHAT, Noëlle Marie Paule. As Raízes Históricas da Economia Solidária e seu Aparecimento no Brasil. II seminário de incubadoras tecnológicas de cooperativas populares dia da UNICAMP, 2002.



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