Está em São Vicente um espaço aberto para recordar o passado e que também servirá para projetar o futuro do negro. A Casa da Cultura Afro-Brasileira – Memorial ao Escravizado foi reaberta ao público sábado, em comemoração ao 483º aniversário da Cidade.

Com entrada franca, o amplo imóvel localizado no sopé do Voturuá, dentro do Parque Ecológico, é um convite para o passeio. As paredes adornadas por relevos representam cenários da Cidade e personagens da cultura afro-brasileira.

Admirar a beleza na simplicidade da edificação torna-se ainda mais valoroso se pensarmos que por dez anos o espaço ficou abandonado. Por falta de manutenção, sucumbiu aos problemas que a falta de infraestrutura acarreta.

“As paredes estavam caindo, o acervo se perdendo. Até que, em 2012, houve um movimento popular para impedir esse retrocesso”, recorda o secretário de Cultura, Amauri Alves.

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Na época, o local ainda se chamava Museu do Escravo. Foi resgatado após tornar-se patrimônio cultural da Cidade e receber em 2014 verba de R$ 300 mil para a recuperação. O recurso veio do Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias (Dade).

Exposição

Mas no interior da casa está um tesouro e um caminho de volta às origens: o acervo de Geraldo Albertini, artesão que iniciou as atividades em 1976 no imóvel. São 143 peças que retratam a luta do negro, escravizado no Brasil Império.

Boa parte das obras foi confeccionada em argila e algumas em madeira. Antes da reabertura, passaram pela restauração nas mãos voluntárias de Deise Domingues Giannini e Nora Valter.

A Casa da Cultura Afro-Brasileira também contará com mostras itinerantes. Abrindo o espaço, doze artistas colaboraram com sua arte em telas dentro do tema Africanidades. Esse material permanece no Memorial até 31 de março.

“O local é uma vitória para a comunidade negra. Lutamos para que isso acontecesse e agora queremos uma melhor ocupação do espaço, com arte e cultura”, afirma o professor Anguair Gomes dos Santos.

Representante da comunidade negra no Conselho Municipal de Política Cultural, Gomes explica que o Conselho da Comunidade Negra e outras instituições do segmento vão desenvolver ações no museu.

Serviço

A Casa da Cultura Afro-Brasileira - Memorial Escravizado fica no Parque Ecológico Voturuá, na Rua Dona Anita Costa, s/nº. As visitas podem ser feitas das 10 às 17h. A entrada é franca.
Fonte..:: A Tribuna

Gostaria de ressaltar a Importância do Ato da Sociedade Civil que foi o marco para a recuperação do Museu dos Escravos.

Ficou uma grande lição para todos... que unidos somos fortes... todos podem contribuir de alguma forma... se perdemos ou ganhamos temos que estar juntos "como uma unidade".


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