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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Butão inova ao criar a Felicidade Interna Bruta (FIB)

O Butão, país da Ásia entre a Índia e o Tibet, criou uma visão alternativa para medir as riquezas de um país na década de 1970. Em vez de somente medir as riquezas materiais, passou a medir também a felicidade, o bem-estar da população e o desenvolvimento sustentável. Criou então o índice Felicidade Interna Bruta (FIB), pois o Produto Interno Bruto (PIB) não dava mais conta desses conceitos. A conta é simples: quando um país vende seus recursos naturais, por exemplo, o resultado final é tido como crescimento, mas os danos ambientais e sociais podem ser irreversíveis. 


O cálculo do FIB inclui o padrão de vida econômica, educação de qualidade, saúde, expectativa de vida e longevidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, bons critérios de governança, gerenciamento equilibrado e bem-estar psicológico. Para o economista da Pontifícia Universidade Católica  de São Paulo (PUCSP) Ladislau Dowbor, a principal defasagem do PIB é não  contabilizar os estoques de recursos naturais. “Se um país exporta petróleo, corta suas florestas, na verdade está reduzindo o estoque de riquezas”, afirma. 

O QUE É FIB?

            FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia,  país da Ásia entre a Índia e o Tibet. O conceito nasceu em 1972, elaborado pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), começou a colocar esse conceito em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.

             FIB é baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual – sempre em harmonia com a Terra. 

            As nove dimensões do FIB são: 

1) BEM-ESTAR PSICOLÓGICO

            Avalia o grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem a prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam a auto-estima, sensação de competência, estresse, e atividades espirituais. 

2) SAÚDE

            Mede a eficacia das políticas de saúde, com critérios como auto-avaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercício, sono, nutrição, etc. 

3) USO DO TEMPO

            O uso do tempo é um dos mais significativos fatores na qualidade de vida, especialmente o tempo para lazer e socialização com família e amigos. A gestão equilibrada do tempo é avaliada, incluindo tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais, etc. 

4) VITALIDADE COMUNITÁRIA

            Foca nos relacionamentos e interações nas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, a prática de doação e de voluntariado. 

5) EDUCAÇÃO

            Leva em conta vários fatores como participação em educação formal e informal, competências, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, educação ambiental, etc. 

6) CULTURA

            Avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares, partipação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades artísticas, e discriminação por causa de religião, raça ou gênero. 

7) MEIO AMBIENTE

            Mede a percepção das cidadãos quanto a qualidade da água, do ar, do solo, e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo, etc. 

8) GOVERNANÇA

            Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eletoral, e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos. 

9) PADRÃO DE VIDA

            Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.


Pesquisas dão pistas de como encontrar o bem-estar 
Não há receita pronta, mas pesquisadores dão pistas do que ouvem nos consultórios e vêem nas pesquisas.

Eis algumas: a felicidade não está ligada a qualquer meio externo e sim ao estado de espírito. Dedique grande parte do tempo à família e amigos, estimulando e desfrutando dessas relações. 

Expresse gratidão pelo que tem. Faça voluntariado, ajude amigos, colegas de trabalho e estranhos. Seja otimista ao imaginar o futuro. Saboreie a vida, prazeres e tente viver o momento presente. Valorize as pequenas coisas e não só os grandes acontecimentos. Faça exercício físico. Encontre seu lado espiritual ou religioso. 

A antropóloga Susan Andrews lembra que o PIB dos Estados Unidos triplicou desde 1950, mas hoje uma em quatro pessoas é infeliz ou deprimida, o número de divórcios duplicou, o de crimes violentos quadruplicou e a população carcerária está cinco vezes maior. “Os americanos aumentaram sua riqueza, mas no processo perderam algo muito mais precioso – seu sentido de comunidade”, explica. Na opinião de Susan, o FIB pode ser facilmente aplicado no Brasil. Os butaneses, com ajuda de economistas da Europa, EUA e Canadá, desenvolveram indicadores quantitativos sofisticados para medir a felicidade. Eles se baseiam em pesquisas psicológicas sobre fatores que aumentam o bem- estar subjetivo. 

O Butão tinha uma política isolacionista até rei Jigme Singye Wangchuck abrir as fronteiras na década de 1980. Em 2006 ele abdicou ao trono em favor do filho e implantou a democracia no país. Antes, já havia revolucionado com a ideia de criar o índice Felicidade Interna Bruta (FIB). Hoje o país é visto como exemplo a ser seguido. Mais de 70% do território tem cobertura vegetal original e há investimentos na área de turismo ecológico. Em 1982, a expectativa de vida era de 43 anos, hoje é 65. A mortalidade infantil caiu de 163 por mil nascidos vivos para 52 por mil. Apesar disso, há problemas: a televisão só chegou ao país em 1999 e há conflitos étnicos com os vizinhos nepaleses.

Apesar de ser usado mundialmente para medir o desempenho econômico dos  países, o Produto Interno Bruto (PIB) é um índice capenga. Destruir a Amazônia e transformá-la em móveis, pasto e plantação de soja, por exemplo, parece um bom negócio. Isso faz aumentar o PIB, pois ele só leva em conta a  riqueza gerada pelos produtos, ignorando a perda dos recursos naturais e os desastres sociais que essas atividades provocam. 

Há várias tentativas em todo o mundo de criar índices que possam medir o  quanto uma sociedade está evoluindo, de maneira sustentável, na direção de proporcionar uma vida digna e confortável a todos os seus integrantes. Um deles é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), usado pela Organização das Nações Unidas, que leva em conta o PIB per capita, a longevidade das pessoas e sua educação (avaliada pelo índice de analfabetismo e pelas taxas de matrícula nos vários níveis de ensino). O IDH foi criado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq (1934-1998), que foi diretor de Planejamento de Políticas do Banco Mundial e organizador do primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, e pelo indiano Amartya Sen, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1998. 

Mas foi no minúsculo Butão, país encravado na Ásia aos pés da Cordilheira do Himalaia, que surgiu,  o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB).

Para Dasho Ura, "a felicidade das pessoas deve ser o objetivo das políticas públicas do governo". Também presente no congresso, Susan Andrews, psicóloga e antropóloga americana radicada no Brasil, apresentou exemplos de como a busca pelo crescimento puro e simples pode ser uma boa escolha para os números da economia, mas um péssimo caminho na vida dos cidadãos. 

"Nos Estados Unidos, desde 1950, o PIB aumentou três vezes", contou. "Nesse período, o índice de crimes violentos quadruplicou e aumentou o número de pessoas deprimidas e de suicídio entre adolescentes", comparou. "Várias pesquisas mostram que o ápice da felicidade, nos Estados Unidos, foi durante a década de 1950. De lá para cá, houve degradação não no plano material, mas no imaterial". 



(recicle suas idéias)








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