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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Resumo História de Embu das Artes, antes M'Boy,

Condensar a história de Embu das Artes, este mundialmente conhecido município da Região Metropolitana de São Paulo, não é nossa intenção, mas podemos escrever e refletir, sem tanta pretensão, sobre como essa história começou e como essa terra, chamada de “Terra das Artes”, pôde, com o tempo, reunir uma diversidade cultural e artística que nos remete aos mais longínquos cantos do Brasil e do Mundo. O Embu possui inúmeras galerias de arte, com trabalhos de diversas partes do país e, com artistas que utilizam diversos tipos de materiais para criar e recriar sua Arte. Arte que conta e reconta a própria vida humana, em seus mais diversos aspectos, passados, ou mesmo futuros, pois para a Arte, não há limites.

M´Boy, assim você nasceu...

Estudos históricos afirmam que o município de Embu foi fundado pelos jesuítas que aqui chegaram em 1554, logo após a fundação de São Paulo. E mais surpreendente, em uma de suas cartas, o padre José de Anchieta já revelava ter conhecimento da existência de uma pequena aldeia que seria a “Vila de M´Boy”.

O significado da palavra M´Boy, segundo alguns intérpretes, quer dizer “cobra grande, hostil”, palavra que pode ter sido motivada pela existência de muitas cobras na região.

Outros afirmam que pode significar “coisa montanhosa, penhascos, agrupamento de montes”, em função dos acidentes geográficos da área.

Uma variação do nome M´Boy é Aldeia de Bohi (como era chamada inicialmente), a data de sua fundação mais provável é a de 18 de Julho de 1554.

Os jesuítas tinham a intenção de fazer com que os índios deixassem seus costumes e aceitassem a religião católica e resolveram avançar pelos sertões para chegarem até onde hoje está o Paraguai, e assim trazerem os índios guaranis, que haviam demonstrado docilidade.

Havia ainda a aldeia de Maniçoba, de onde os jesuítas foram expulsos pelos índios tapuias e tupiniquins.
Assim foram obrigados, ao voltar da peregrinação, a se deslocarem à Aldeia de Bohi, como ainda era chamada a Vila de M´Boy.

Havia quem a chamasse ainda de Aldeia dos Reis Magos.

Quando eles chegaram, instalaram a primitiva Igreja Nossa Senhora do Rosário.

No ano de 1624, Fernão Dias e Catarina Camacha fariam uma escritura de doação de sua fazenda “M´Boy” pelo tabelião Simão Borges Cerqueira.

Domingos Luiz Grou aparece como sendo um dos primeiros proprietários de Embu.

Parte destas terras foi passada para Fernão Dias Paes, conhecido como “Moço”, que era sobrinho do bandeirante Fernão Dias, o “Velho Caçador de Esmeraldas”.

Quando Fernão Dias morreu, Catarina Camacha, sua mulher, ratificou essa doação à Companhia de Jesus dizendo que, além das terras entregava também aos jesuítas os índios que trouxe do sertão, para que também fossem evangelizados.

Pediu também aos padres da Igreja de Nossa Senhora do Carmo que desistissem de todas as suas investidas contra a Companhia de Jesus por aquelas terras de M´Boy.

Para os jesuítas foi doada a Fazenda de M´Boy, com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

A história, por vezes, atribuiu ao padre Belchior de Pontes a fundação de Embu, porém, isso não poderia ter havido, uma vez que o padre nasceu em 1644, noventa anos depois dos primeiros jesuítas chegarem à região.

Os primeiros artistas de Embu...

Sem dúvida foram os padres jesuítas e os índios guaranis, suas mãos marcaram para sempre a vocação da cidade, seja na arquitetura da Igreja, na escultura dos santos de madeira, nas pinturas ou no entalhamento.

Começaram a aparecer encomendas de santos aos padres e é provável que essa tradição tenha se mantido entre os poucos habitantes da vila durante o século XIV e o início do século XX.

A tradição que o padre Belchior de Pontes deixou, com a criação da Virgem do Rosário, obra feita por ele, em estilo barroco em 1719, estimulou seus sucessores, os índios, que trabalharam nas imagens de Santo Inácio, Santa Catarina e São Francisco Xavier, além dos ornamentos e entalhes internos da Igreja.

Em 1759, quando o Marquês de Pombal expulsa os jesuítas de todas as colônias portuguesas, chega em Embu o padre Macaré, que esculpe, com a ajuda dos guaranis (carijós), as imagens de Nossa Senhora dos Passos, Nossa Senhora das Dores e Os Doze Apóstolos.

Um atentado à História...

Os 27 anos de administração do Marquês de Pombal no Brasil (1750-1777) aniquilaram a memória e o patrimônio dos jesuítas no Brasil.

Ao decidir expulsar a Companhia de Jesus, em 1759, de Portugal e suas colônias, Pombal ordenou que os documentos e quaisquer registros fossem destruídos. Assim começa a desconstrução da história de Embu, riquíssima, intrigante, extensa e apaixonante. A partir de então M´Boy se resumiu à atividade agrícola, um pequeno comércio e fabricantes de aguardente.

Em 1930 instalaram-se no Distrito de M´Boy os primeiros integrantes de uma numerosa colônia japonesa. Através do Instituto Prático Agrícola, eles davam suporte para os agricultores do bairro da Ressaca e foram, mais tarde, responsáveis pela tradição do cultivo de plantas e flores em Embu.
Em 1938, Mário de Andrade, aproveitando-se da nomeação pelo Ministério da Educação, para Delegado do Estado de São Paulo, tratou de adiantar o processo de tombamento da obra jesuítica em Embu, um dos primeiros do território paulista.

Caminhando para a Emancipação de Embu

No início do século XIX, a Aldeia de M´Boy vivia um período de franca decadência, visível no vaivém de denominações oficiais que ocorreram entre 1779 e 1880. Em 1779, passou a ser “Freguesia”, ou seja tinha uma capela administrada em caráter permanente por um pároco que era mantido graças aos donativos dos moradores. No entanto, volta a ser “Aldeia” por um Decreto de 1832. Nova lei lhe devolve a condição de “Freguesia” em 1841. Logo perde essa condição, que recupera em 1869.

Volta, porém à condição de “Aldeia” e recupera em definitivo a denominação de “Freguesia” em 1880, tornando-se Distrito de M´Boy novamente em 1939.

M´Boy vira Embu

Um Distrito de paz, assim foi M´Boy de 1939 até 1943. Um Decreto-lei muda o seu nome de M´Boy para Embu (sem acento no “u”, que aliás muitos ainda insistem em apregoar), seguindo as regras de acentuação da língua portuguesa.

Dom Duarte de Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo, determinou a primeira recuperação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Nos anos de 1939 a 1940, o conjunto jesuítico, que compreende a Igreja e a residência dos jesuítas, foi considerado Patrimônio Nacional e restaurado pelo SPHAN que hoje é denominado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Para que Embu fosse uma cidade “livre”, com direito a ser governado independentemente, desligando-se de Itapecerica, nossa “cidade-mãe”, foi criada a Associação Cívica de Embu.

Embu se desliga de Itapecerica

Em 17 de março de 1958, na casa do Dr. Carlos Koch, na Rua Projetada (hoje Rua da Emancipação, 125), reuniram-se, além dele, Horácio Wolf, Gastão Santana de Moraes Gonçalves, João Salvador Silva, Hideo Degaki, Hélio Santana, Pedro Cândido dos Santos, João de Moraes, Antônio Batista Medina, João Batista Medina Filho, Manoel Batista Medina (Sr. Néi), Joaquim Salvador Silva, Annis Neme Bassith, Indalécio do Espírito Santo Gonçalves, Isaltino Victor de Moraes, Afonso Carpi, José Marreiro, Agostinho Marreiro, Alberto dos Santos Jacob e Heliodora Pescuma Koch, para formalizar a emancipação.

A Associação Cívica de Embu inicia uma forte campanha pela emancipação com apoio e orientação do Professor Doutor Cândido Motta Filho.

É realizado o plebiscito no dia 21 de novembro de 1958. Annis Neme Bassith, Raphael Games Cadenete, Santiago Games Robles e Dr. Carlos Koch tudo fizeram para que o plebiscito fosse um sucesso. A emancipação é apoiada pela maioria dos embuenses.

Em 18 de fevereiro de 1959, é criado o município de Embu, desmembrado de Itapecerica e Cotia.
Em 1964, o bairro de Itatuba, até então pertencente ao município de Cotia, é anexado a Embu.
Embu hoje tem cerca de 250 mil habitantes constituídos de uma vasta miscigenação entre índios, brancos e negros. Aqui também se instalaram muitos imigrantes vindo de várias partes do mundo, Japão, Alemanha, África. Além de muitas pessoas vindas de outros estados, sobretudo, dos estados do Nordeste brasileiro.

Como em todo o país, é possível notar também ainda muitos problemas, a existência de “dois Embus”, um está na parte periférica da cidade, e outro, mais ao centro, ambos refletem ainda a grande desigualdade social de nosso Brasil e que devemos ajudar a mudar a cada dia.

Mas para Embu, que tem em sua história tantas lutas, batalhas e conquistas esse também é um grande desafio: uma vida melhor para todos.

Foram prefeitos de Embu, a partir de sua emancipação:

• Annis Nemes Bassith
por dois mandatos, 1960-1963, voltando em 1969-1972;
• Joaquim Mathias de Moraes por três mandatos, 1964—1968, 1977-1982 e 1989-1992;
• Oscar Yazbek, por duas vezes, 1973-1976 e 1997-2000;
• Nivaldo Orlandi, foi prefeito de 1983-1988;
• Geraldo Puccini, 1993-1996;
• Geraldo Leite da Cruz
por dois mandatos, 2000-2004, voltando em 2005-2008;

Conteúdo pesquisado nos livros:
“Embu - Terra das Artes, Berço de Tradições”, de Moacyr de Faria Jordão, 1972 e “Embu – Aldeia de M´Boy”, de Raquel Trindade, 2003 e adaptado pela redação de www.diariodeembu.com.br




Para Conhecer Embu das Artes
Excursões com a R9 TURISMO com saídas da Baixada Santista


(fatos_históricos, turismo)


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