EXMO. SR. CLÁUDIO VALVERDE – Secretário de Turismo do Estado
de São Paulo
..:: Livre Circulação para as Agências de Turismo Receptivo Regional
Histórico
Entre as
décadas de 60 e 70, as cidades recebiam o turista de um dia, os chamados
“farofeiros”, que vinham à praia apenas para se divertir no mar - “sol e praia”.
Para atendê-los, existiam desde cabines de banho até maiôs que podiam ser
alugados. O comércio procurava atender o gosto deste tipo de turista. Vários
ônibus chegavam e ficavam estacionados ao longo da faixa de areia. As famílias
traziam o que comer e não se importavam com o lixo que produziam. A areia, o
mar, as ruas e as praças ficavam muito sujas.
Este fluxo de
turismo desordenado aliado à falta de infra-estrutura e consciência dos
visitantes gerou uma série de problemas para as cidades.
Com tal fato
as prefeituras começaram a se organizar para evitar transtornos: reurbanização
da orla (estacionamento, comércio, sanitários, lixeiras, áreas de lazer...).
Também geraram mecanismos para autorização de circulação de veículos de turismo
(van, micro-ônibus e ônibus). Tais medidas controlam hoje este perfil de
visitante com êxito.
Hoje (Realidade)
É uma
verdadeira jornada conseguir tais autorizações de circulação, sendo muitas
vezes até inviável devido a taxas cobradas para Agências de Turismo Receptivo Regional.
Algo que
desestimula, e faz com que o visitante de grupos organizados opte por realizar
passeios e movimentar a economia em outros locais.
Cada cidade
possui suas regras/políticas/leis (órgãos/departamentos, taxas....) para a
questão de circulação de veículos de turismo. Umas possuem órgão específico
para o assunto, outras para cada tipo de perfil (terceira idade, esporte,
social, turismo...).
Vamos dar um
exemplo: estamos com um grupo organizado em uma das cidades da região, e temos
que ficar pagando taxas e batalhando atrás de cada departamento responsável das
cidades vizinhas para que possamos levar os grupos a fazer um circuito
turístico regional. Situação esta que torna difícil a formação e
operacionalização de um produto turístico regional integrado.
Muitos dos
circuitos de turismo no Brasil possuem esta metodologia de circulação de
veículos para circuito turístico, ex: Serras Gaúchas, Circuito Histórico em Minas Gerais e outros
destinos. O grupo fica hospedado em uma cidade do pólo regional, e a cada dia
destina-se a uma cidade ou atrativo nas imediações.
Outro exemplo:
muitas escolas vêm à região realizar seus estudos históricos, culturais e
estudo do meio, será que estes estudantes não possuem o direito de conhecer e
aprender com a nossa história, cultura e belezas naturais?
Vale lembrar
que o projeto do Estado Roda São Paulo consegue circular pela região
tranquilamente! As Agências de Turismo Receptivo Regional devem ter o mesmo
benefício.
..:: Políticas para o Futuro
Muito se
comenta e discute sobre a falta de produtos turísticos regionais (roteirização).
E como tornar
o turismo regional um produto de consumo responsável? Como fomentar isso?
A ideia seria
a criação de uma Lei ou acordo entre as cidades que compõem a Região
Metropolitana da Baixada Santista – como um SELO Metropolitano, e ou
CERTIFICADO que estabelece livre circulação (sem taxas e burocracias) para as Agências
de Turismo Receptivo Regional. Um órgão regulador único é mais uma sugestão.
Uma outra
forma é um sistema on-line que integre as cidades. Como por exemplo o SISTUR –
Sistema de Gerenciamento do Turismo de 1 dia, que é realizado pela prefeitura
da Cidade de Santos, o qual os representantes do setor possuem interesse em
desenvolver e administrar o sistema de âmbito regional. O SISTUR se torna uma
grande ferramenta de gerenciamento e estatística.
Seriam contempladas
as Agências de Turismo Receptivo Regional devidamente constituídas nos
municípios da região, e que possuam o cadastro e certificado (CADASTUR) no
Ministério do Turismo. As mesmas seriam responsáveis pelo grupo e obrigadas a
possuir nestes grupos organizados um Guia de Turismo devidamente cadastrado no
Ministério do Turismo, podendo inclusive se criar e formalizar códigos de conduta.
As Agências de
Turismo Receptivo Regional ficam responsáveis pela comercialização e operação
dos roteiros e programas turísticos em nossa região, para venda direta ao
consumidor final (turista, empresas, instituições de ensino e outros) e/ou
intermediários, como outras agências de turismo.
As excursões
e/ou grupos organizados que vierem com veículo de turismo contratam uma agência
de turismo receptivo regional OU pagam as taxas de circulação.
..: O Momento chegou!
Isto mesmo,
chegou a hora dos municípios da Baixada Santista “descobrirem” que promover e
movimentar o turismo é maneira eficaz de distribuir renda e incentivar o
desenvolvimento e posicionar-se como Circuito Turístico.
É um desafio.
Vencê-lo é provocar o desenvolvimento do Circuito Turístico Regional da Baixada
Santista.
Atenciosamente,
Renato Marchesini – minimo_impacto@yahoo.com.br
Turismólogo e Gestor de Projetos
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