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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O cação "tubarão" que a gente come pode ser de uma espécie ameaçada

O ato aparentemente inocente de comprar algumas postas de cação na peixaria pode piorar ainda mais a situação de espécies brasileiras de tubarões e arraias, dizem biólogos da Unesp.

Análises genéticas conduzidas por eles indicam que animais ameaçados do grupo estão chegando aos mercados sem que se perceba.

Pior ainda, essas espécies também estão alimentando o mercado internacional (basicamente chinês) de barbatanas de tubarão, um dos principais responsáveis pelo declínio populacional desses predadores nos oceanos.

Os dados da equipe da Unesp foram apresentados no 58º Congresso Brasileiro de Genética, realizado recentemente em Foz do Iguaçu.

Fernando Fernandes Mendonça, pesquisador do Laboratório de Biologia e Genética de Peixes da Unesp de Botucatu, diz que a identificação genética é uma ferramenta importante para flagrar esse tipo de transgressão porque, em primeiro lugar, é muito difícil distinguir as espécies apenas visualmente.

Além disso, é comum os pescadores retalharem o bicho ainda em alto-mar, retirando cabeça e nadadeiras, o que dificulta ainda mais o reconhecimento do animal.

Para chegar a uma forma de “RG genético”, Mendonça e seus colegas usaram trechos de um gene presente no DNA das mitocôndrias, as usinas de energia das células.

Conhecido pela sigla COI, ele já está consagrado nos padrões internacionais de “códigos de barra de DNA”, como são chamadas as iniciativas para identificar espécies com base numa análise genética simples.

Seguindo esse padrão, a equipe do laboratório já tem meios de identificar mais de uma dezenas de espécies brasileiras de tubarões e arraias.

Primeiro teste – O primeiro teste dessa ferramenta foi com uma série de carregamentos de barbatanas de tubarão apreendidos pelo Ibama no Pará (uma das bateladas tinha quase 8 toneladas do produto).

Logo de cara, uma malandragem ficou clara. Embora a declaração feita para as autoridades brasileiras afirmasse que as barbatanas eram apenas de tubarão-azul, as embalagens (para exportação) também mencionavam o tubarã-mako e o tubarão-raposa nos carregamentos.

Pior ainda, a análise de DNA demonstrou que a amostra também continha 10% de barbatanas de uma espécie de tubarão-martelo e de tubarão-raposa, ambos animais cuja captura está proibida.
Em estudo publicado neste ano, os biólogos analisaram capturas em portos da Bahia ao Rio Grande do Sul.

O objetivo era saber se a arraia-viola (Rhinobatos horkelii, conhecida assim por causa do formato característico de seu corpo) estava sendo pescada -o bicho está criticamente ameaçado de extinção e só existe no litoral do Brasil e da Argentina.

“Nós íamos a barcos de pesca e mercados e perguntávamos se o pessoal tinha arraia-viola para venda. Em geral, ninguém admitia. A carne era vendida como cação”, diz Mendonça.

Não foi o que o DNA mostrou. Em vários locais, mais da metade da amostra correspondia à arraia, e em Santa Catarina 100% dos espécimes eram da espécie ameaçada.

Num plano de ação para as espécies de tubarões e arraias do país, aprovado neste ano, o Ibama diz que pretende usar os métodos para melhorar a fiscalização, mas ainda não definiu quando fará isso.

Fonte..:: Reinaldo José Lopes/ Folha.com / Ambiente Brasil

(recicle suas idéias, papo de biologia)
 
 

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