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(Baixada Santista)
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Artigo: Transformação ambiental e paisagística na Baixada Santista, SP

Por..:: Cintia Maria Afonso


 No estado de São Paulo, a Serra do Mar se constitui em divisor natural entre a drenagem atlântica e o sistema hidrográfico do planalto, configurando uma zona costeira estreita, com pequena planície sedimentar só alargada ao sul, no vale do rio Ribeira de Iguape.

Essa configuração e a baixa adequação das terras à agricultura fizeram com que a zona costeira paulista fosse superada pelo planalto para os assentamentos urbanos coloniais. As vilas fundadas no início da colonização européia permaneceram funcionando como ligações entre o interior produtivo e Portugal. Subsistiam por conta de seus portos, principal conexão de pessoas e mercadorias entre Brasil e Europa.

 Urbanização da Baixada Santista: Fonte..:: Aerofotogrametria, 1994

Essa organização urbana em pequenos núcleos portuários modificou-se com a construção da ferrovia São Paulo Railway, no final do século XIX, que uniu São Paulo a Santos (a melhor e mais próxima saída portuária para a cidade de São Paulo), favorecendo economicamente toda a Baixada Santista. A partir de então esta região se urbanizou de modo intimamente ligado ao desenvolvimento da cidade de São Paulo e interior, inicialmente com o incremento de atividades portuárias e comerciais ligadas à cultura cafeeira e, posteriormente, complementando o parque industrial paulista com o complexo petroquímico e siderúrgico de Cubatão. Esse processo, vinculado à melhoria dos meios de transporte, favoreceu a Baixada Santista em detrimento do restante do litoral que permaneceu à margem do processo de urbanização até que a busca das praias para o lazer modificasse esse quadro. 

A partir da década de 1950, um intenso processo de parcelamento do solo e construção de segundas residências, associado à expansão da rede rodoviária estadual, urbanizou a planície litorânea próxima ao mar, transformando dunas e restingas em um contínuo urbano linear que se estende por muitos quilômetros nas praias, só interrompido por obstáculos geográficos como morros e manguezais. As classes de baixa renda se situaram nos setores urbanos pouco valorizados, geralmente distantes do centro urbano ou sobre áreas legalmente protegidas. Nesses locais se instalam e continuamente expandem-se bairros residenciais pobres, carentes de infra-estrutura como arruamento, água e esgoto, constituídos por subhabitações.

Assim, na Baixada Santista a distribuição da urbanização está diretamente vinculada ao processo de valorização da terra urbana e de sua distribuição pelos diferentes segmentos da sociedade. No entanto, a configuração física regional permitiu que extensas áreas florestadas fossem mantidas, situadas nas áreas mais desfavoráveis à urbanização, como as encostas íngremes da Serra do Mar, os manguezais situados no estuário e as áreas cobertas por vegetação de restinga as quais estão distantes das praias. 

O padrão de parcelamento do solo predominante é constituído por malha viária regular, com quadras totalmente parceladas em lotes de dimensões, apenas suficientes para a construção de residências unifamiliares ou pequenos edifícios, e pela ausência ou escassez de praças e espaços livres públicos que não sejam aqueles necessários à circulação. 

A partir desses fatores predomina um padrão de urbanização extensivo, pouco verticalizado, por meio do qual são supridas as necessidades espaciais básicas de circulação, acesso, moradia, comércio e serviços, ao mesmo tempo em que são maximizados os lucros, já que todos os espaços não-voltados à circulação são comercializáveis. Como esses padrões de urbanização são incompatíveis com a manutenção da vegetação nativa, a cobertura vegetal preexistente é completamente eliminada e os padrões de drenagem são alterados, desconsiderando totalmente as condições locais e levando à transformação radical da dinâmica natural e da paisagem.

Para ver o Artigo Completo AQUI

(publicação_consulta)
 

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