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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Exposição revela como o comércio do café transformou a cidade de Santos

Com abertura no dia 28 de junho, a mostra em cartaz no Museu do Café evidencia como o comércio do produto foi decisivo para o desenvolvimento urbano, cultural e social da cidade


Ao caminhar pelas ruas de uma cidade, somos muitas vezes convidados a pensar como seria viver ali em sua época áurea, o que teria sobrevivido daqueles tempos, o que teria sido determinante para sua vida cotidiana atual. Santos não foge à regra. A cidade, e mais especificamente seu Centro Histórico, ainda guarda muitas características adquiridas na época em que era a capital mundial dos negócios do café. São as origens dessas marcas que o Museu do Café – instituição da Secretaria de Estado da Cultura – investiga na exposição “Comércio de café e vida urbana na cidade de Santos”, com abertura no dia 28 de junho, quinta-feira, às 19h.

Dividida em quatro módulos, a exposição passeia por mais de mais de cem anos de história – entre os séculos XIX e XX – explorando recortes históricos que ajudam a contextualizar os fatos que levaram Santos ao protagonismo da época áurea do café no Brasil e como essa posição de destaque foi fundamental para seu desenvolvimento ocial, cultural e urbano. A exposição fica em cartaz até o dia 30 de setembro.

De acordo com Marília Bonas, diretora técnica do Museu do Café, a mostra apresenta ao público um panorama da cidade, tendo o comércio do café como fio condutor. “Grande parte da história de Santos foi traçada pelo café.

Seguir sua trajetória significa enxergar não só a mudança estrutural da cidade, mas também as profundas transformações que o café precipitou nas relações sociais e culturais do santista”, explica.
A primeira abordagem da mostra é geográfica, evidenciando como as águas tranquilas e profundas do estuário – favoráveis à atracação de embarcações –, a serra do mar – ligação direta entre litoral e planalto – e a expansão da atividade cafeeira do Vale do Paraíba para o Oeste Paulista – fazendo com que Santos ficasse muito mais próxima das regiões produtoras do que o Rio de Janeiro –, contribuíram fundamentalmente para que a cidade se tornasse a preferida para o escoamento da produção nacional.
O café trouxe consigo toda uma estrutura que foi incorporada ao cotidiano da cidade. Nesse contexto,
proliferaram organizações – como casas comissárias, transportadoras, armazéns, exportadoras, além de instituições como a Associação Comercial de Santos e a Bolsa Oficial de Café – e funções, como comissários, corretores, costureiras de sacas, ensacadores, estivadores, e, por consequência, uma forte organização sindicalista.


O grande movimento dos negócios do café também foi fundamental para a mudança radical na paisagem urbana da cidade. Santos não possuía a infraestrutura necessária às novas demandas, era vítima de frequentes epidemias, seu porto era constituído de poucas e frágeis pontes de madeira, além da evidente carência de ruas e avenidas para a mobilidade urbana. O projeto de saneamento de Saturnino de Brito foi uma das principais conquistas do período. A canalização dos rios e ribeirões que cortavam a região, além do benefício sanitário, marcou esteticamente a cidade.

Por fim a exposição revela como o dinheiro proporcionado pelo café, o progresso urbano e o crescimento populacional impulsionaram o desenvolvimento cultural da cidade. Novos espaços de sociabilidade foram criados, surgiram clubes e agremiações, peças de teatro, concertos e recitais começaram a fazer parte do cotidiano santista. A essa altura, Santos já não lembrava em nada a cidade pequena e insalubre de tempos atrás.

..:: Projeto de Pesquisa
A exposição “Comércio de café e vida urbana na cidade de Santos” é o primeiro produto de um grande projeto de pesquisa do Museu do Café batizado de “Praça de Santos”. O trabalho se baseia no mapeamento de referências patrimoniais do café na cidade, buscando toda a documentação textual, plantas, mapas, fotografias, filmes, objetos, maquinários, mobiliários e edificações relacionadas ao tema. A frente de pesquisa integra a “São Paulo História em Rede”, iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura, que articula projetos de pesquisa das universidades e dos museus voltados à preservação do patrimônio paulista.

Segundo Marília Bonas, como primeiro produto do projeto de pesquisa, a mostra é um ensaio museológico contextual da importância patrimonial dos acervos santistas na história do café. “A cidade de Santos, que já detém o maior porto do café do mundo, torna-se - com as ações de pesquisa, preservação e comunicação do Museu do Café – um novo porto, fundamental, das ações patrimoniais da história de São Paulo e do Brasil”, revela.

..:: Serviço
 O Museu do Café fica à rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça-feira a sábado das 9h às 17h, e aos domingos entre 10h e 17h. Os ingressos para visitação custam R$ 5, estudantes e pessoas com mais de 60 anos pagam meia-entrada. Já a Cafeteria do Museu funciona de segundafeira a sábado das 8h às 18h, e aos domingos entre 10h e 18h. Outras informações estão disponíveis em www.museudocafe.org.br.

Fonte..:: Bolsa Oficial do Café

(evento_programação, turismo)


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