Por..::
Celso Machado
Toda relação de confiança pressupõe uma fiança mútua. Uma fiança
em que cada uma das partes se compromete com a outra. Em que combina
condições que vão estabelecer os parâmetros seja de relacionamento, seja
de atuação, de convívio. Então, quando isso não acontece, surge uma
ruptura. A parte que confiou, que acreditou na outra baseada na conduta
de lealdade que adota, quando não recebe reciprocidade se sente traída.
Quando alguém pela razão que for, tiver que alterar uma relação
baseada em confiança, seja por se sentir prejudicada ou razão qualquer
for deveria compartilhar isso com a outra. É uma questão de coerência,
de respeito não apenas com o outro, mas consigo próprio. Quem
desrespeita aquilo que ficou estabelecido não desrespeita apenas o
outro, desrespeita a si mesmo, porque perde uma das coisas mais valiosas
para o ser humano, a coerência.
Muitas vezes por circunstâncias diversas da vida, por questões mal
resolvidas, uma pessoa que durante muito tempo viveu uma situação
baseada em confiança, volta-se contra a outra. Nessa hora usa os mais
diferentes argumentos tentando fundamentar um gesto que no fundo deveria
ser considerado como uma traição.
Sem ser radical penso que isto vale tanto para as relações pessoais e
sociais quanto para as profissionais. Até porque toda relação
profissional tem sempre uma relação pessoal. Empresa não fala, não age
por si, todas se expressam e se comportam por meio de pessoas. De suas
regras, atitudes e gestos. De seus procedimentos e decisões.
Sem entrar nos aspectos legais, mas ficando nos morais, quem
estabelece e aceita as condições, deveria cumpri-las. Antigamente se
chamava isso de fio de bigode.
Palavra dada era compromisso assumido. Ou para usar um dito popular, o que combinado não sai caro.
Porque toda vez que acontece uma quebra de confiança, o estrago não
fica restrito às partes. O desdobramento vai muito além e o que é pior,
quase sempre vai atingir quem nada tem a ver com isso.
Como o gato escaldado que fica com medo de água fria aquele que não
teve a reciprocidade e que se sente traído, passa a desconfiar de todos.
Porque ao não receber o tratamento que ofereceu, o que ficou combinado,
o que foi estabelecido e ajustado quase sempre o temor, a dúvida, a
insegurança passam a predominar sobre a confiança.
As marcas dessa decepção criam uma resistência e quando dos novos
relacionamentos, aquele que não tem nada a ver com o anterior, sofre as
conseqüências da decepção que o outro provocou. É a laranja podre que
vai contaminando as sadias que estão na cesta.
Se quem quebra uma relação de confiança tivesse consciência com
certeza nunca faria isso. Primeiro porque respeitaria aquilo que
estabeleceu e segundo porque nunca permitiria cobrar de alguém uma
dívida que não é dela. Nunca negaria a quem não fez nada a chance de ter
o mesmo direito que a vida lhe proporcionou.
Fonte..:: Correio de Uberlândia
Combinar = Comprometimento
(recicle suas idéias)
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