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segunda-feira, 19 de março de 2012

Conselhos Gestores / Comunitários: Gestão Participativa ou Massa de Manobra

Por..:: Renato Marchesini

Uma situação na semana que passou, nos fez refletir sobre a importância dessas organizações para a ampliação da participação da sociedade civil.

Os Conselhos, como mecanismos de participação e de legitimidade social, iniciam-se, no Brasil, como fruto da organização e das lutas sociais, quando o processo constituinte aprofundou a questão colocada pelo movimento social, ao final da década de 1970 e início dos anos 1980, sobre a democratização do Estado e os mecanismos necessários para torná-lo público.

A disseminação desses Conselhos gestores é a mais importante inovação institucional das políticas públicas no Brasil, e os estudos sobre o tema enfatizam a precariedade da participação social nessas novas organizações e sua tão frequente submissão a poderes locais dominantes. Se, muitas vezes, reproduzem um ambiente social diferente à discussão dos assuntos públicos, a sua existência abre possibilidades para que a comunidade mostre-se representada. O fato de essas organizações existirem abre possibilidades para que se amplie o círculo social em que se operam as discussões sobre o uso dos recursos públicos - o que demonstra o reconhecimento do potencial de transformação política que os Conselhos imprimem.

Apesar disso destaco alguns equívocos quando assim criados não legitimam a sociedade.  Assim não representando a dinâmica local e da participação verdadeira da sociedade civil na gestão e do orçamento participativo. 

1) Muitos dos Conselhos são formados estritamente como contrapartida à exigência legal, para a obtenção de recursos públicos.

2) Criam conselho consultivo e não deliberativo.

3) A presidência e diretoria é chapa branca. Os conselhos deveriam ter sempre a gestão da sociedade civil.

5) E um dos maiores erros está no método utilizado para sua composição. Entendo que é estritamente desaconselhável criar conselhos paritários. Ressalto que o Poder Público (Executivo) já possuem sua estância de governança. E quando criam um conselho paritário o Poder Público sufoca e não legitima a Sociedade Civil comprometendo a participação, ampliação e anseios sociais sobre a gestão pública e orçamento público participativo.

Na verdade, estas situações causam náuseas e vergonha, por ser uma atitude rasteira, antidemocrática e totalmente obtusa de quem se coloca como agente de mudanças e defensor da democracia. Enfim, apenas mais uma mentira. Que pena!

Sobre isso, algumas perguntas devem ser colocadas:
Será que os conselhos municipais terão garantindo a sua efetiva participação popular? Será que realmente estamos conseguindo com esta iniciativa a democratização da gestão da coisa pública? Ou será que permanece o clientelismo e fisiologismo de outrora?

Os Conselhos de gestão representam uma conquista do processo de democratização vivido pelo Brasil em sua história recente, que resultou da luta da sociedade civil organizada e dos movimentos populares, que contou a contribuição de técnicos do governo (pesquisadores, educadores, etc.) e parlamentares sensíveis às questões sociais.

Os Conselhos de Gestão, entre eles os Conselhos de Turismo, têm hoje em dia uma atuação decisiva.

Desta forma, com embasamento acadêmico e vivência prática entendo que deveríamos ter um conselho conforme sugere o Governo do Estado de São Paulo que é 1/3 poder público e 2/3 sociedade civil.  

Saiba mais sobre o Guia de Criação e Fortalecimento dos Conselhos Municipais de Turismo AQUI                    
É o que os destinos consolidados sustentáveis e cases do turismo adotam. É o caminho natural.

O reposicionamento da atividade de turismo, em novas bases, não é uma escolha: é uma exigência dos novos tempos.



Parece-me latente os problemas de Gestão Participativa nas cidades.
E este é o maior dos problemas! E é realmente a nossa maior das reivindicações.

É Sempre Importante Escutar as Pessoas!
E ver os seus pontos de vista.
Tenho certeza que podemos crescer com o diálogo!

O Problema hoje é quando fingem que escutam.. Pois a decisão já está pronta. Assim o diálogo é apenas um teatro ou melhor dizendo usam as pessoas para legitimar processos. 

Gostaríamos que realmente os processos fossem de Gestão Participativa!



Reflexão: os conselhos serão espaços que não estilam a participação da sociedade ou ser ão espaços que promovam o desenvolvimento local? Apesar do exposto, não acredito que exista receita para ensinar o segredo do funcionamento "justo e competente" de um Conselho Gestor. Entretanto, tão importante quanto a preocupação com os métodos e a composição do Conselho, é importantíssimo incentivar a participação das pessoas no processo, para que este possa voltar-se ao que ele faz e pode fazer.

Existe a necessidade de os Conselhos se apoiarem em uma forte e representativa base local, por um lado, e a urgência de que eles extrapolem os limites dos municípios, e tenham um olhar de regionalização, para que se tornem unidades efetivas de planejamento.

..:: Gestão Participativa / Compartilhada
Saiba mais AQUI

..:: Os Conselhos não podem ser Massa de Manobra
Massa de manobra se refere ao conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu, onde a sociedade é conduzida por uma ideologia dominante, se anulando enquanto ser histórico e protagonista.

Traduzindo, massa de manobra é um grupo de pessoas que são motivadas por uma opinião ou ideologia pré-formada por um grupo político, mídia, ou de outra forma, para fazer passeatas ou movimentos para defenderem a ideologia sob a qual estão influenciadas. É como se fosse um gado que os vaqueiros conduzem para onde querem.

Isso é a massa de manobra, pessoas que não sabem a que vieram e nem sabem para onde vão. Só sabem que vão ao sabor dos conselhos dos dirigentes dos movimentos e ideologias dos quais participam ou seguem.

A música Admirável Gado Novo (Vida de gado) do Zé Ramalho explicita bem esse ponto de vista:


ADMIRÁVEL GADO NOVO

Eh, ôô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber

E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou

O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, com a cela

Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar


Fontes Consultadas..:: RonaudCalangotango

(recicle suas ideias, turismo)

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