Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

Tradutor:

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Santos SP - A Ilha de 39 Km quadrados

Por..:: Mauri Alexandrino
Trinta e nove quilômetros quadrados. É o que nos toca na Ilha de São Vicente. Claro que Santos tem outros 231 quilômetros quadrados na área continental, mas, convenhamos, eles não contam. Aqui na ilha é onde se concentram 400 mil de seus 418 mil habitantes. Isso significa 10.200 pessoas por cada quilômetro quadrado.

Cifra suficiente para, neste critério, nos colocar como a 19ª cidade mais densamente povoada do mundo. Muito à frente de Tóquio, por exemplo. Na América Latina, apenas Bogotá, capital da Colômbia, e Lima, capital do Peru, empilham mais cidadãos por metro quadrado.

Chegando, este mês, aos 466 anos de idade, Santos registra uma taxa de urbanização que beira os 100%. Sem paralelo por qualquer critério. Quer dizer água, esgoto, coleta de lixo, pavimentação, tudo acima de 95%. Aliás, pavimentação que suporta 226 mil veículos, mais de um para cada dois habitantes, sem considerar os volumosos acréscimos promovidos pela movimentação do porto.

São dois telefones por morador da cidade, mais de um computador para cada um, geladeiras para todos, televisores que sobram nas casas — nestes itens pode-se dizer que atropelamos europeus e norte-americanos. de longe. Empatamos com japoneses e coreanos do sul. Ganhamos de todos quando se avalia, por exemplo, o percentual de habitações com espaço suficiente (92%), habitações com infraestrutura adequada (94%).

A taxa de analfabetismo fica em 3,5%, metade da média estadual, 53% dos habitantes têm ensino superior ou está a caminho de ter.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) já bate perto de 0,9, o que nos coloca ali no clube de Canadá, Austrália, Noruega e EUA.
Como em toda área da vida humana, nada é perfeito. Mas os bolsões de pobreza extrema que ainda restam na Cidade, são perfeitamente superáveis em menos de 20 anos, de acordo com pesquisadores sociais que orientam projetos federais, estaduais e municipais.

A população está estável há duas décadas e se a busca por melhores empregos ainda leva jovens santistas para o planalto, também é verdade que a qualidade da Cidade atrai cada vez mais idosos do Brasil inteiro.

Santos tem a maior taxa de participação relativa na população da faixa de 60 anos ou mais. A Cidade fica mais conservadora de um lado, mais calma e afável de outro. A taxa de poupança cresce e a inadimplência desce.

Santos vive um novo boom econômico e  o maior indício do fato reside no orçamento municipal, em que os recursos oriundos da produção ultrapassam aqueles decorrentes da taxação da propriedade. Isso quer dizer boa saúde econômica em qualquer lugar. A taxa de desemprego, de 5% a 9%, dependendo do critério, é a menor da história.

Não é pouco, considerando que tudo isso foi construído nos últimos cem anos. No início do século passado éramos uma das cidades mais insalubres que se conhecia, “o pior lugar do mundo”, nas palavras do então cônsul britânico, o aventureiro Richard Burton. Ou, como na defesa apaixonada do poeta Vicente de Carvalho, um lugar a ser salvo ou definitivamente abandonado em nome da saúde pública. Temos motivos para otimismo com essa ilhazinha danada de boa.

A baía de Santos é como os braços abertos com que se espera a chegada de visitantes queridos. Sempre foi assim. Sinônimo de abrigo e acolhimento. É a razão de persistir, aos longos desses 466 anos, fonte de nosso progresso e bem-estar. Não foi por acaso que os primeiros colonizadores vieram para cá. Quantos navios cansados de mar aportaram aqui durante esses séculos justificando nossa existência?

Um abraço de montanhas e praias, canais de mar, vegetação abundante, “abrigado de todos os ventos”, como escreveu Martim Afonso de Souza em seu diário, numa época que tornava esse o maior dos atributos positivos aos olhos do navegador. Estão submersas nessa enorme banheira de água salgada as raízes da Cidade e de seu povo. Em torno dela existimos.

A baía de Santos nos abre o Atlântico, o Mar de Atlas. O nome vem do mito do titã grego condenado a sustentar o mundo nas costas. Oceano é palavra posterior. Originalmente designava toda a água da terra. O Oceano Atlântico, quando batizado, dava nome a massa tão imensa que continha mares, que levava a tudo que havia e até ao fim do mundo, numa cachoeira para o nada.


A água que nos toca na baía banha continentes e reina soberana sobre o Mediterrâneo, o Báltico, o Mar do Norte e o das Caraíbas. É nossa fronteira com o mundo e a história.

Um novo ciclo econômico se avizinha, como outros ao longo do tempo. Já foi a cana-de -açúcar, já foi o ouro, já foi o café, especializando-se a Cidade em movimentar cargas. Agora é a vez do petróleo e do gás. Mas seguiremos, antes de tudo, como o porto mais importante do Atlântico Sul. É o que temos sido.

Erguemos uma cidade em torno dessa baía, posterior à vila original, mais adentro no canal. Essa, que hoje muda trocando os poucos espaços que ainda restam por torres enormes, vem de meados do século passado. É recente. Mais fruto do turismo que da atividade que nos deu origem. Entretanto, como antes, dependente da baía, que dá forma à orla adornada pelos melhores edifícios de suas épocas e obras que marcaram fases da arquitetura brasileira.

A cena principal continuará a ser a dos navios transitando pelas águas tranquilas que levam ao porto. A elipse elegante dos prédios e jardins acentuando o aconchego que ela significa para os que vivem no mar.

A baía de Santos é um marco na paisagem. Uma porta aberta aos navios, destino no imemorial oceano.

Fonte..:: Jornal da Orla

(turismo)







Nenhum comentário:

Postar um comentário

A R9 Turismo agradece sua participação!
obs: Os comentários são moderados.

Mantenha contato! Muita Luz ...

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog
Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.