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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Resumo História de Cubatão SP

Por..:: Renato Marchesini

Povos dos Sambaquis: Povos que habitavam a costa brasileira entre 2 mil e 8 mil anos atrás (do tupi tamba'kï; literalmente "monte de conchas"), também conhecidos como concheiros, casqueiros, berbigueiros ou até mesmo pelo termo em inglês shell-mountains, são depósitos construídos pelo homem constituídos por materiais orgânicos, calcáreos e que, empilhados ao longo do tempo vem sofrendo a ação de intempérie; acabaram por sofrer uma fossilização química, já que a chuva deforma as estruturas dos moluscos e dos ossos enterrados, difundindo o cálcio em toda a estrutura e petrificando os detritos e ossadas porventura ali existentes.

Em Cubatão além das conchas foram encontrados martelos, machados e facas de pedra. Há claros indícios de cerimônias em enterramentos de integrantes do grupo. Havia, dessa forma, uma intensa movimentação por serem locais referenciais para o homem primitivo.

            Cosipa:  Ilha Santa Helena ou Ilha do Casqueirinho, no Largo do Caneu.
           
            Piaçaguera: Perto do Morro da Tapera (entre o rio Mogi e a área industrial da Cosipa.

Estes dois acima estudados por equipes de pesquisadores renomados do Museu Paulista, Instituto de Pré História da Universidade de São Paulo (USP) e Musée de L'Home, de Paris. Constatou-se que os sambaquis remontam a aproximadamente 5 mil anos.

            Cotia Pará II: Fina do Caminho Dois, próximo ao Rio Paranhos. Está sendo estudado pelo arqueólogo Manoel Mateus Bueno Gonzalez, diretor do Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas (Cerpas).

Em 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso de Souza desembarca na pequena povoação situada na Ilha de Ingá-guaçú (Ilha de São Vicente), e assim funda próximo ao Porto dos Escravos a 1º cidade do Brasil “Célula Mater, para dar início ao projeto de colonização portuguesa no Brasil.

Já habitavam a região os europeus João Ramalho (degredado) e Antônio Rodrigues (sobrevivente de naufrágio). Plenamente adaptados à vida dos indígenas, Ramalho e Rodrigues viviam no alto da serra que se erguia para o interior, Rodrigues na aldeia Ururaí (atual distrito de São Miguel Paulista), comandada pelo cacique Piquerobi, e Ramalho na aldeia Piratininga (na colina junto à foz do córrego Anhangabaú no rio Tamanduateí), comandada pelo cacique Tibiriçá.

Piquerobi e Tibiriçá, além de Caiubí, líder da aldeia Jerubatuba (atual bairro de Santo Amaro), aguardavam Martim Afonso na praia junto com Ramalho e Rodrigues no dia 22 de janeiro de 1532.

Em outubro de 1532, Martim Afonso, alguns de seus homens e João Ramalho subiram a serra até Piratininga por uma antiga trilha aberta pelos tupiniquins, conhecida por Trilha dos Goianases, e que veio a ser a primeira ligação utilizada pelos colonos portugueses de São Vicente e o topo da serra. 

 "Martim Afonso no Porto de Piaçagüera (Cubatão)", quadro original de Benedito Calixto existente no Palácio São Joaquim, no Rio de Janeiro, demonstrando a chegada do Colonizador em terras que viriam a ser as duas primeiras sesmarias brasileiras (Pero Goes e Rui Pinto). Em outubro de 1532 ali foi recebido por João Ramalho, que o conduziu a Piratininga.

Segundo Eduardo Bueno ("Capitães do Brasil"), a trilha tinha início em São Vicente (Tumiaru, para os índios), de onde saía-se em embarcações por um "lagamar de águas salobras" chamado de Morpion. Através dos rios, aportava-se no ancoradouro de Piaçagüera de Baixo, seguindo por uma área alagada em que atualmente se localiza a cidade de Cubatão, até a Piaçagüera de Cima, na raiz da Serra de Paranapiacaba. Iniciava-se então a subida pela Trilha dos Tupiniquins. Serra acima, o trajeto seguia pelo vale dos rios Moji e Quilombo, aproximadamente o mesmo da primeira linha da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, construída no séc.19 pelos ingleses da São Paulo Railway, fato que deu origem ao distrito de Paranapiacaba no atual município de Santo André.

 Trilha dos Tupiniquim (dos Goianases) e o Caminho do Padre Anchieta
Fonte.:: BUENO, Eduardo. Capitães do Brasil

Depois de um dia de marcha, chegava-se às nascentes do rio Tamanduateí no atual município de Mauá. A partir daí seguia-se o curso do rio na direção oeste, passando por terras em que hoje se encontra a cidade de Santo André, e daí até o encontro do Tamanduateí com o córrego Anhangabaú, junto à colina em que se localizava a aldeia Piratininga do índio Tibiriçá. Neste local, em 25 de janeiro de 1554, os jesuítas Manoel da Nóbrega, José de Anchieta, Manuel de Paiva e outros 10 padres, depois de subirem pela Trilha, fundariam o Colégio de São Paulo de Piratininga (hoje o Pátio do Colégio), núcleo inicial da vila que daria origem à cidade de São Paulo.


Perfil da Serra do Mar com as vilas fundadas pelos primeiros colonizadores
Fonte..:: Atlas Histórico Isto É Brasil 500 Anos
 

Martim Afonso faz as primeiras doações de terras (denominadas sesmarias) no Brasil a colonos portugueses, que foram: a primária, concedida a Pero de Góes, em Piratininga, no dia 10 de fevereiro de 1532 e a secundária, dada a Rui Pinto em São Vicente, no dia 10 de fevereiro de 1533. Doações, estas, que coincidem em grande parte com o atual território de Cubatão.

   A Trilha dos Goianases (mais tarde chamada Caminho de Piaçagüera) passava pelo território dos tamoios, inimigos dos tupiniquins e dos portugueses, o que veio a torná-la muito perigosa. Em virtude disso, em 1560 seria aberta pelo padre Anchieta uma nova trilha na serra. Mesmo assim essa via consistiu numa das principais ligações da vila de São Paulo de Piratininga com a Ilha de São Vicente durante o período colonial.

            Todas as mercadorias e pessoas vindas do planalto desciam a serra em lombo de mula ou a pé, depois utilizavam os rios que cortavam a região para chegar ao porto, pois nessa época não havia estrada que ligasse Cubatão a Santos. Cubatão era ponto de passagem obrigatório, devido a sua localização entre o planalto e o porto (litoral). Era o lugar onde tinha início a escalada da Serra do Mar.

            Cubatão funcionava como ponto de transbordo, carga e descarga. Em 1643, os padres jesuítas que aqui habitavam, dominavam grande parte das terras que margeiam o rio Cubatão. Em 1713, já tinham conseguido o arrendamento da Passagem do Cubatão (atual Praça Coronel Joaquim Montenegro), conhecido como Largo do Sapo. Haviam recebido o direito de explorar a baldeação de uma margem à outra. Mas os padres estenderam esse privilégio a toda navegação até Santos e ainda tentaram impedir a concorrência de outros particulares. Assim, ali, funcionou uma espécie de alfândega, sendo obrigatório o pagamento de um pedágio (pessoas e mercadorias), além de alugarem botes e canoas.
         
Isso persistiu até 1759, quando os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas Colônias. Tendo vindo para o Brasil alguns colonos da Ilha dos Açores, estabeleceram-se eles na referida fazenda dos extintos jesuítas e receberam os títulos das respectivas sesmarias. Eram eles: Manuel Antônio (o primeiro a vir, em 1814), Manuel do Conde, Manuel Espínola Bittencourt, Manuel Raposo e Manuel Corrêa.

Como pela Serra de Cubatão era feito o transporte das mercadorias e pessoas que por aqui passavam, faziam-se necessárias melhorias. Assim, devido às más condições de subida da serra, Bernardo José Maria de Lorena, então Governador da Capitania de São Paulo, determina que sejam construídas melhores vias de acesso entre o planalto de Piratininga e o Porto de Santos, inaugurando em 1792 a Calçada do Lorena, toda feita com pedras, sendo considerada a obra mais importante realizada no caminho de São Paulo - Cubatão na Era Colonial.

É importante salientar que toda ação de Bernardo José Maria de Lorena foi orientada no sentido de favorecer os agricultores de serra acima.
 

Cubatão era um pouso de tropeiros em 1825, conforme a gravura de Hercules Florence
Imagem..:: da sua obra Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829

 
Já no século XVII registrou-se o funcionamento do Porto Geral de Cubatão, com alfândega anexa, que teve intensa movimentação comercial por mais de dois séculos, ao lado do qual desenvolveu-se um povoado que passa a ser conhecido pelo nome de Cubatão.

 A tela (80 x 120 cm), pintada em 1922, retrata como seria Cubatão um século antes, em 1826.
Para esses trabalhos, Benedito Calixto costumava se basear em descrições e gravuras da época.

Em 19 de fevereiro de 1833 o Governador da Província de São Paulo, Antonio José da Franca e Horta, expediu portaria determinando a fundação da povoação de Cubatão. Esta portaria foi alterada em 18 de junho do mesmo ano, com ordens de se utilizar o lado direito do rio Cubatão para o devido estabelecimento da povoação. Nesse mesmo ano foi publicado um edital pela Câmara de São Vicente, convidando as famílias de Iguape a povoar as novas terras. Nenhuma dessas medidas teve sucesso.

Em 1827 é concluída a construção do Aterrado ligando Cubatão ao Porto de Santos. Havia um interesse muito grande dos comerciantes de São Paulo e de Santos na execução dessa obra, pois com a travessia das mercadorias por rio, muitas vezes eram prejudicados por causa do mau tempo ou devido ao tombamento de canoas.
        
Nos primeiros anos, após a construção do Aterrado e a progressiva diminuição do transporte fluvial, a região, embora inicialmente tenha sido pouca abalada, continuou em rápido progresso. O Aterrado também alterou a função secular de transbordo, fazendo que houvesse o deslocamento do povoado da Vila do Porto Geral, na margem esquerda do rio (atual Praça Coronel Joaquim Montenegro), para o longo desse caminho, atual Avenida Nove de Abril.  Nessa época, Cubatão atingiu seu ponto mais alto de desenvolvimento antes da industrialização, iniciada em fins do séc. XIX.

Em conseqüência, na sessão de 12 de Agosto de 1833, o Senado aprovou a proposta para a elevação de Cubatão à Município. Esta lei, decretada pela Regência, em nome de D. Pedro II,  conhecida por lei nº24, marca uma etapa essencial na consolidação da povoação, que na verdade era muito antiga.

Porém, o progresso cubatense não continuou e o Município não chegou a ser instalado, sendo incorporado à Santos pela Lei Provincial nº167 de 1ºde março de 1841.

Em 1841, é construída a Estrada da Maioridade.

Com a inauguração da São Paulo Railway (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí) em 1866, ferrovia que estabeleceu a primeira ligação férrea do planalto com o litoral, o porto de Cubatão perde movimento, mercadorias que saem do Planalto de Piratininga passavam direto para o porto de Santos e levou a localidade à estagnação. Sua população passou a se dedicar à agricultura.

Cubatão torna-se distrito de Santos em 26 de outubro de 1922.

Em 1925, a Estrada da Maioridade já está completamente asfaltada, recebendo o nome de Caminho do Mar e tornando-se a principal via de acesso à Capital. Esta é a primeira Estrada de Rodagem Brasileira revestida com concreto.

Em 24 de dezembro de 1948, nova divisão territorial foi decretada sob o nº 233. Através dessa lei, Cubatão estava reconhecida como cidade a partir de 1º de janeiro de 1949, porém sob administração do Prefeito de Santos, até assumirem o prefeito e os vereadores do novo município.

Os cidadãos cubatenses não perderam tempo e através de votação direta, ocorrida em 13 de março, elegeram os seus representantes ao Poder Executivo e Legislativo. E em 09 de abril de 1949 instalava-se a primeira administração municipal.

Em 1949 é inaugurada a Via Anchieta.

De 1955 a 1975 foram implantadas e colocadas em funcionamento 18 das 25 indústrias que hoje compõem o Parque Industrial, quase todas situadas na região de Piaçagüera.

Duas das indústrias - Ultrafértil e Cosipa - possuem portos privativos, para recebimento e remessa de matérias primas e produtos acabados. Fora o benefício da geração de empregos, a concentração de indústrias no mesmo território, trouxe resultados surpreendentes, sob o ponto de vista financeiro e fortalecendo a capacidade tributária. A base de produção sustenta a maior parte da arrecadação tributária do município no ICMS, ficando para o IPTU, ISS e outros tributos diretos, uma pequena carga fiscal, se comparados com outros municípios da região da Baixada Santista.

Em 1976 é inauguração da Rodovia dos Imigrantes.

Deve-se observar que o desenvolvimento de Cubatão, sempre esteve ligado às melhores condições de acesso ao planalto.

Década de 80 - Vale da Morte

Vídeo: Jornal Nacional, poluição industrial em Cubatão e na Serra do Mar 1985 (AQUI)
Vídeo: Vila Parisi Cubatão Vale da morte anos 80 (AQUI)
Vídeo: Chuva de Sementes na Serra do Mar (AQUI)

 Década de 90 até dias atuais

Vídeo: Cubatão é exemplo de recuperação ambiental (AQUI)

(fatos_históricos)

Fonte..:: Referências bibliográficas / Apostila Projeto Vida e História de Cubatão 2012, capítulo Cubatão: História e Curiosidades, por Renato Marchesini



Para Roteiros Históricos em Cubatão e Região.

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