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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Principe das Astúrias é o Maior naufrágio da história do Brasil

Por..:: Lyne Santos
 
 Príncipe de Astúria: construído dois anos antes do naufrágio, em 1914, no estaleiroescocês Glasgow.
 
O mundo acompanhou os desdobramentos do naufrágio do navio de passageiros Costa Concordia, na Itália.

Há quase 96 anos, em 5 de março de 1916, o Brasil também acompanhou uma tragédia marítima, mas em sua própria costa. Foi o naufrágio do Princípe de Astúrias, até hoje o maior da história do País. Segundo dados oficiais, 445 pessoas morreram quando o navio afundou após se chocar com rochas em Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo.

Os relatos mostram que os piores acidentes em alto-mar costumam ocorrer à noite. No Concordia, era pouco mais de 21 horas quando a embarcação se chocou com rochas da Ilha de Giglio e o pânico tomou conta da hora do jantar. No Príncipe de Astúrias, os hóspedes tiveram seu sono interrompido às 3h45. Das 558 pessoas a bordo – 365 passageiros e 193 tripulantes –, sobraram poucas para narrar as últimas horas do navio.

O número de passageiros foi registrado quando a embarcação saiu de Las Palmas, nas Ilhas Canárias (Espanha), antes da travessia do Oceano Atlântico em direção ao Brasil. Não há informações sobre a quantidade de pessoas no dia do acidente.

Ao contrário do Concordia, que até ontem estava parcialmente submerso, o Príncipe de Astúrias afundou e rápido, em cerca de cinco minutos. O naufrágio do navio – de 140 metros de comprimento e 17,7 metros de largura – ocorreu em um domingo de Carnaval, em meio à Primeira Guerra Mundial.

A embarcação saiu de Barcelona, na Espanha, no dia 17 de fevereiro e deveria passar por cinco portos antes de chegar a Santos. Mas isso não ocorreu. Em Ilhabela, a proa (frente) do navio colidiu contra pedras da laje da Ponta da Pirabura, no extremo leste da ilha. A área já era conhecida como uma das mais perigosas para a navegação.

Mau tempo prejudicou viagem pela costa de Ilhabela

Um rasgo de aproximadamente 20 metros no lado boreste (direito) da embarcação permitiu que a água do mar invadisse o navio. E impediu que os passageiros tivessem tempo hábil para fugir. O choque da água fria com as caldeiras provocou uma explosão que praticamente partiu o navio ao meio.

Sem os livros de bordo e com a morte dos oficiais, o acidente acabou rodeado de mistérios. Inúmeras perguntas ficaram sem respostas. Um dos segredos, inclusive, se refere à presença de aproximadamente 10 mil toneladas de ouro a bordo, que seriam descarregadas clandestinamente pelo comandante.  

..:: Causas
 Segundo o escritor, especialista em naufrágios e jornalista santista José Carlos Silvares, o acidente foi atribuído a falhas ocasionadas pelas condições climáticas. A forte cerração, a chuva e problemas nos equipamentos de navegação acabaram levando à mudança brusca na rota.

“Houve ainda falta de visibilidade do único farol da região, na Ponta do Boi. Essa somatória de fatos levou o primeiro piloto, que estava na casa de comando, a conduzir o navio na direção das rochas escarpadas que avançavam mar adentro”, detalhou Silvares, que pesquisou o assunto por 25 anos.

Seu trabalho originou o livro Príncipe de Astúrias - O Mistério nas Profundezas, publicado em 2006.

Para o presidente da Praticagem de Santos, Fábio Fontes, a falta de certezas na navegação e a ausência de equipamentos precisos colaboravam para acidentes como o do Príncipe de Astúrias. “Era um acidente típico para a época, quando os navios só tinham duas bússolas magnéticas e um timão manual. A travessia do Atlântico era feita manualmente. Hoje não, é tudo automático”, explicou.

Segundo com Fontes, existiam apenas dois tipos de navegação em 1916.Uma delas era a astronômica, na qual o sol, a lua e até as estrelas determinavam, com bastante precisão, a posição exata do navio. A outra era a dedutiva, utilizada quando o tempo ficava nublado e o comandante tinha de advinhar o local da embarcação. 

 Tragédia foi manchete de A Tribuna de 7 de março de 1916


(fotos_antigas, fatos_históricos)



 

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