"Aprendi com a primavera a me deixar cortar.
E a voltar sempre inteira"
A sensibilidade da escritora Cecília Meireles sintetiza o espírito da Primavera, que começa na sexta-feira (23), às 06h04. Depois da poda, a restauração. É a fase do renascimento, quando o cenário cinzento do inverno vai se transmutando em uma paisagem colorida, alegre e cheirosa. E em Santos, com 5.335 metros de jardim à beira-mar - o maior do mundo nesta categoria pelo Guiness Book -, a chegada da estação das flores tem um encantamento especial.
Créditos imagem..:: Renato Marchesini
São 218.800 m² que acompanham toda a extensão da praia, tomados por gramados, alamedas de palmeiras, arbustos isolados e 815 canteiros, com mais de 80 espécies de plantas ornamentais. Os destaques ficam para os biris vermelhos, crisântemos brancos, amarelos e mesclados, lírios amarelos e brancos, dracena (folhagem de vermelho intenso), agapanto, íris leopardo, jasmim, tamareira (encontrada na Fonte do Sapo) e a cica (arbusto que se assemelha a uma palmeira).
São mais de 1.700 árvores ao longo da orla, dentre elas 943 palmeiras de pequeno e médio porte, de 21 espécies diferentes. Das outras 803 árvores restantes, 90% são chapéus-de-sol (Terminalia catappa), que, como o nome insinua, funcionam como sombreiros e alcançam o ápice do florescimento no verão. Além de mais de 600 coqueiros ao longo da faixa de areia, há espécies de grande porte que estão sendo utilizadas na arborização do emissário submarino, no José Menino.
"O jardim é um grande celeiro de informação, cores e cheiros", traduz o engenheiro agrônomo João Cirilo Fernandes Wendler, chefe do Departamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura de Santos. "A maioria das pessoas não percebe, mas o chapéu-de-sol produz uma flor que deixa o ambiente mais adocicado", exemplica.
Os cuidados vão muito além de plantar, podar e regar. Há todo um planejamento usando técnicas de paisagismo e muita observação. Há as plantas mais resistentes e outras mais sensíveis ao ambiente - que se mostra agressivo devido à salinidade, vento, sol e areia da praia. Outras requerem meia sombra ou sombra total, como a barriga-de-sapo, que fica escondida aos pés dos chapéus-de-sol.
"Sinto muito orgulho pelo jardim, escolhido como cartão-postal oficial de Santos. Se as pessoas gostam é porque estamos cuidando bem", diz João Cirilo, que comanda uma equipe de 50 funcionários que tratam de cerca de 200 praças e mais de 35 mil árvores existentes na Cidade. Quinze deles ficam a serviço exclusivamente do jardim da praia. A equipe conta com dois tratores e um terceiro, mais moderno, está em processo de compra. Com ele, será possível fazer o corte da grama do jardim em dois dias, tarefa que hoje toma até 4 dias.
"Sinto muito orgulho pelo jardim, escolhido como cartão-postal oficial de Santos. Se as pessoas gostam é porque estamos cuidando bem", diz João Cirilo, que comanda uma equipe de 50 funcionários que tratam de cerca de 200 praças e mais de 35 mil árvores existentes na Cidade. Quinze deles ficam a serviço exclusivamente do jardim da praia. A equipe conta com dois tratores e um terceiro, mais moderno, está em processo de compra. Com ele, será possível fazer o corte da grama do jardim em dois dias, tarefa que hoje toma até 4 dias.
Planejamento paisagístico
Quem está acostumado a caminhar pelo jardim não perde o encantamento, mas normalmente não percebe a logística que envolve tanta beleza à sua frente. "O planejamento visa causar impacto visual e dar movimento ao jardim, que não pode ser estático, por isso trabalhamos com contraste de cores, formatos e alturas", conta o agrônomo.
Uma das técnicas do paisagismo é mexer com a perspectiva dentro do próprio jardim, daí a mudança de altura no mesmo canteiro e entre canteiros vizinhos. A falta de simetria dá a sensação de movimento.
A localização das plantas também é fundamental. As mais resistentes são colocadas próximo à faixa de areia e formam uma barreira que protege os canteiros internos, onde estão as espécies mais sensíveis, como o pingo-de-ouro plantado ao lado de minirrosas, encontradas perto da ciclovia.
Outra preocupação é recuperar as características originais dos canteiros. "Estamos devolvendo as formas sinuosas neoclássicas dos canteiros, acompanhando o formato das alamedas. É que, com o passar do tempo, eles foram ganhando formatos geométricos", informa o chefe do departamento.
A fertilização da terra é feita com adubo orgânico, composto que reutiliza material de poda de árvore, fezes de cavalo, serragem e terra, misturados e fermentados. João Cirilo explica que de tempos em tempos, conforme a necessidade, é aplicado adubo químico para suprir algumas substâncias ausentes no material orgânico, como ferro e zinco.
Tempo de restauração
São mais de 35 mil árvores de cerca de 100 espécies, que proporcionam sombra, redução da temperatura e da poluição. O ingá é a mais comum, mas tem também o manacá-da-serra, quaresmeira, ipê de várias cores, aroeira, alecrim-de-campinas, entre outras. A poda promove o rejuvenescimento das plantas e é intensificada no inverno, quando as temperaturas baixas tornam mais lento o crescimento das árvores e plantas.
No meio urbano, o crescimento das árvores sofre várias influências: da impermeabilização do solo, com sua concretização, ao trânsito de pessoas e tráfego de veículos nas pistas, redes aéreas de telefonia e eletricidade, redes subterrâneas de canalizações e caixas, fachadas e marquises, sinalização de trânsito, iluminação pública.
Créditos imagem..:: Renato Marchesini
"A árvore precisa de água para viver e se não encontrar, ao seu redor, vai tentar buscar em algum lugar, expandindo suas raízes. Por isso é que, às vezes, se encontra raiz dentro de caixa- d´agua, a planta busca a umidade em alguma rachadura na caixa para chegar à água", diz João Cirilo.
Créditos imagem..:: Renato Marchesini
"A árvore precisa de água para viver e se não encontrar, ao seu redor, vai tentar buscar em algum lugar, expandindo suas raízes. Por isso é que, às vezes, se encontra raiz dentro de caixa- d´agua, a planta busca a umidade em alguma rachadura na caixa para chegar à água", diz João Cirilo.
Como começou
Idealizado pelo engenheiro Saturnino de Brito em 1914, o jardim da orla santista começou a tomar corpo em 1920, próximo aos hotéis tradicionais da Cidade. Movimento encabeçado pelo poeta Vicente de Carvalho e o prefeito da época, Joaquim Montenegro, conseguiu a cessão da área para o município, em 1922.
Experimente olhar para a copa das árvores fincadas no jardim da Praia do Gonzaga, entre o Canal 3 e a av. Ana Costa. As casinhas do joão-de-barro (grandes diante do tamanho da ave) aparecem equilibradas nos galhos, com as portas sabiamente voltadas para a avenida. É a sabedoria do pássaro para não receber de frente o vento que sopra do mar. Dizem que quando é traído pela fêmea, ele a aprisiona na casinha, fechando a sua porta.
Fonte..:: Jornal da Orla
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