Turismo Consciente na
Costa da Mata Atlântica
(Baixada Santista)
BLOG CAIÇARA

Tradutor:

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

“CUÍCA NO VELÓRIO” conta “CAUSOS” de uma Santos que ficou para traz

O livro de crônicas de Renê Ruas, Editora Realejo, será lançado na próxima 6ª feira, dia 03, no Ouro Verde

Falar da vida de gente comum sem cair nas armadilhas da fofoca, pode parecer fácil, mas não é. Esse jogo de cintura é uma prerrogativa de poucos. É preciso ser um mestre da palavra para contar “causos” sem ferir ou interferir na vida dos personagens. Esse é o diferencial de Renê Ruas, que no próximo dia 3 de dezembro (2ª feira), lança o livro de crônicas “Cuíca no Velório – Samba de Arrelia e Arrabaldes”, pela Editora Realejo.

Se valendo de um texto prazeroso, recheado de um linguajar peculiar, que prende a atenção do leitor, Renê faz um passeio pelo dia-a-dia dos habitantes de uma Santos que já não existe mais, contando casos hilários que não devem se perder no tempo. Os personagens são figuras reais ou “meio reais”, como define o próprio autor, que transitam entre a conduta exemplar e a malandragem, entre a comunhão de um casamento perfeito e a traição, entre a verdade e a mentira, mas, sempre sem perder o humor.

O bairro do Marapé é o cenário dessas histórias contadas por quem, de fato, enxerga o que vê. Costumes, sentimentos e vivências, se misturam com a batida marcante do samba de raiz e o embalo do chorinho que nunca abandonaram a vida desses personagens.
Cuíca no Velório conta com ilustrações do cartunista Lauro Freitas e prefácio do jornalista Julinho Bittencourt que capta com sensibilidade o que Renê Ruas descreve em 25 crônicas.

Sobre o autor
Renê Rivaldo Ruas nasceu em 1949, no bairro do Marapé, em uma família de sete irmãos. Viveu sua infância brincando nas calçadas e ruas do bairro e cresceu ouvindo Choro e Chorões nas varandas e quintais. Como qualquer jovem da década de 60 viu o tempo passar nos famosos blocos de carnaval de Santos, nas concorridas festas juninas que não existem mais em todas as comemorações que antigamente eram sinônimo de reunião familiar. Apaixonado pelas palavras, pelos livros, pela música e, em especial, pela cidade, foi levando a vida.

Há 38 anos casado com Dona Adelaide, é pai de Maira e André e avô orgulhoso de Eduardo.

Sonhou sem ser Glauber Rocha, em ser Mestre Pastinha, fundando a Academia de Capoeira Senzala com o internacionalmente reconhecido Mestre Sombra. Foi passista da Império do Samba, baliza da Embaixada de Santa Tereza, fez parte da bateria do Bloco do Boi, foi integrante do grupo de choro Regional Varandas, formado por jovens amantes do Choro. Desde 1986 toca cavaquinho e solta a voz na roda de samba e choro do tradicional Ouro Verde e diretor do Clube do Choro.

Segue entrevista com o autor
Desde quando se interessou por escrever? Como começou esse processo?
Renê: O interesse pela palavra começou bem cedo. Jovem ainda escrevia poemas. Um pior que o outro. Desde sempre me dei muito bem com os livros e gibis. Aos quinze anos já era colaborador do Jornal “Juvenil de São Paulo”. Em 2007, a convite do jornalista José Lousada, editor do site Trupe da Terra, comecei a publicar algumas crônicas na coluna “Toca o Bonde”.

Os textos estão datados de 2008. Por que só agora o livro sai do forno?
Renê: Nesse momento, 2008, não havia ainda nenhum projeto para publicação de livro. No início de 2009 é que o escritor Carlos Bittencourt apresentou a idéia para o Zé Luis Tahan, da Editora Realejo que gostou e, a partir daí é que começamos efetivamente o projeto, convidando o cartunista Lauro Freire para fazer as ilustrações dando o formato final.

Você fala de gente comum, dessas que a gente encontra em cada esquina, em cada bar, em toda casa de família. Todas essas histórias narradas no “Cuíca no Velório” são reais? Inclusive as de traição?
Renê: Algumas histórias são reais, outras nem tanto, inclusive as de traição. O contador de história, na realidade, mente algumas vezes e em outras, esconde a verdade. Alguns personagens existiram por inteiro, outros existiram pela metade. Com referência a traição, quem não conhece uma história parecida?

A idéia original era deixar registrada, para as futuras gerações, parte da história de uma Santos que não existe mais?
Renê: Esse é o ponto. Pode parecer pretensão demais. Que seja! A intenção é essa mesmo, deixar para as futuras gerações, a história de pessoas, sentimentos e o jeito de levar a vida que, a cidade, infelizmente, nunca mais vai ter e nem viver.

Da Santos da década de 60, o que deixa mais saudade? O que existia de bom nessa época, que não existe mais?
Renê: Deixo claro que, quando falo de saudade, falo de uma saudade sã, feliz, uma saudade sem amarguras e sentimentos menores. Chateado eu fico, às vezes, quando penso no imponente Parque Balneário, no salão elegante do Samba-Danças e nos bondes cruzando a cidade. Sinto mais saudades ainda da cidade fraterna, solidária, que dava bom dia, boa tarde, falava obrigado, pedia desculpas e caminhava no balanço dos bondes, sem pressa. Sinto falta das livrarias charmosas do Centro da cidade, que, lamentavelmente, não existem mais. É isso e muito mais. A cidade culta e bela nunca mais, talvez.

Em poucas palavras – O santista é......
Renê: O Santista foi.

Em sua opinião, a música e a literatura são irmãs? São filhas da mesma mãe?
Renê: Irmãs? Eu tenho cá minhas dúvidas. Talvez filhas da mesma mãe, mas de pais diferentes.

O que torna um escritor popular. A vivência, saber contar “causos” ou a intimidade com os livros?
Renê: Não pensei nisso ainda, talvez seja a soma da vivência, com o saber contar “causos” e também a intimidade com os livros. Não sei não. Acho que observar a vida com olhos de ver, seja, na verdade, a principal condição pra se tornar um escritor popular. Tenho muitas dúvidas a respeito, aliás, eu só tenho dúvidas, é perigoso ter certeza sobre tudo.

Há quanto tempo você participa das rodas de samba e choro do Ouro Verde?
Renê: Eu, modestamente, junto com mais três ou quatro colegas, iniciamos a Roda de Samba em 1986, ou seja, estaremos completando, em 2011, 25 anos de Samba. Claro que essa data foi apenas para criar um marco inicial, mas a coisa vai bem mais longe.

Existe algum projeto para o lançamento de um segundo livro de crônicas? Já pensa em algum tema específico?
Renê: Existe sim um projeto. Bem embrionário é verdade, mas a idéia é contar, bem mais detalhado o modo de vida das pessoas pelos idos do ano 60. Suas casas, a geografia do lugar, o dia a dia das pessoas e daí pra frente. Vamos ver. Sem pressa.

O que o menino Renê sonhava para o seu futuro?
Renê: O menino Renê, assim como todos os meninos daquela época não sonhavam muito o futuro, não se tinha tempo pra isso. A molecada tinha mesmo era o mundão pra desbravar, o mundo pra descobrir, a rua era o limite. O sonho era o dia seguinte.

..::Serviço::..
Evento..::: Lançamento do livro “Cuíca no Velório – Samba de Arrelia e Arrabaldes” – noite de autógrafo com Roda de Samba
Data..:: 03 de dezembro de 2010 (6ª feira)
Horário..:: 19h00
Local..::: Clube Ouro Verde
Endereço..:: Rua Nove de Julho, 41 – Marapé – Santos/SP (Rua do Samba)

(evento_programação, publicação_consulta, fatos_históricos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A R9 Turismo agradece sua participação!
obs: Os comentários são moderados.

Mantenha contato! Muita Luz ...

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog

Somos Vencedores do Prêmio Top Blog
Somos Vencedores do PRÊMIO TOP BLOG (2013/2014). Categoria: VIAGENS E TURISMO.