Quanta dor cabe nos olhos de um homem? Fabiano, cabra mais bicho que gente, percorre o sertão nordestino no queimar da terra e no arder da alma. As pernas finas da esposa vagam a cair de fome, e os filhos molham a terra com suas lágrimas. Filhos sem nome, sem paradeiro, que dos pais herdam apenas a sina e a miséria. De costelas à mostra e língua de fora, é a cachorra Baleia quem zela pelo bando – e é diante dela que cada um se depara com a própria humanidade em meio a essa busca pela sobrevivência. Livro que inspirou um dos mais icônicos quadros de Portinari e uma obra clássica homônima do cinema brasileiro dirigida por Nelson Pereira dos Santos, Vidas secas ocupa espaço privilegiado na literatura nacional.
O vaqueiro criado por Graciliano Ramos é um retrato encarnado não só da seca, mas também das tantas dimensões de um Brasil profundo, de suas injustiças, exploração, da falta de instrução e dos sonhos dos que ali sobrevivem. Para quem cresceu no sertão, Fabiano, sinha Vitória, o menino mais velho e o menino mais novo se confundem com parentes.
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